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Materno aula 5 Assist Nutricional Pré Natal

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Nutrição Materno Infantil
Assistência Nutricional Pré-natal
Avaliação Nutricional de Gestantes
Profa Patrícia Simões
 Identificar gestantes com desvio
ponderal (ganho de peso
insuficiente ou excessivo para sua
SG) e promover intervenção para
recuperar o seu EN;
 Fornecer base para conduta
 Meio acessível, não invasivo e
rápido;
 Assegurar mudanças maternas
necessárias no período gestacional
e lactação;
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE GESTANTES 
 Fornecer base para conduta
nutricional adequada com vistas à
melhora do EN materno e melhores
condições de parto;
 Assegurar crescimento fetal
adequado;
e lactação;
 Aumentar e melhorar produção
láctea após o parto;
 Deve ocorrer a cada consulta pré-
natal.
- RCIU e prematuridade, podem ser
alimentação inadequada ou má
transferência placentária de
nutrientes, mesmo em mulheres
LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE GESTANTES 
nutrientes, mesmo em mulheres
bem nutridas.
 Ganho de peso pré-gestacional e ganho
de peso gestacional: preditores
obstétricos;
 São consideradas respostas normais da
gestante no 1º trim (Vitolo):
- Perda de até 3Kg;
- Baixo peso materno:
Leva à desnutrição fetal  maior
número de crianças com BPN, maior
suscetibilidade à infecções, como a ITU.
GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO
- Perda de até 3Kg;
- Manutenção do PPG;
- Ganho ponderal de 2Kg.
 Ganho de peso maior que 3Kg/ mês,
principalmente a partir da 20ª SG
merece investigação de PA, edema e
proteinúria (pré-eclâmpsia)
- Excesso de peso materno:
Risco de complicações na gestação (DM,
Hipertensão, bebes GIG e dificuldades
no parto cirúrgico)
 Distribuição do ganho de peso materno:
GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO
CompartimentoCompartimento Peso Peso 
((VitoloVitolo))
Percentual Percentual 
((CheminChemin))
Peso do feto 3Kg 28%Peso do feto 3Kg 28%
Membranas fetais e líquido amniótico 2,5Kg 22%
Aumento das mamas 1 – 1,5Kg 14%
Edema e aumento do volume plasmático 2 – 3Kg 22%
Gordura de depósito materno 1Kg 9%
 Recomendação de ganho de peso para gravidez de feto único:
 De acordo com o IOM (Institute of Medicine, 2009);
 Sugere faixas de ganho de peso de acordo com o IMC PPG – para adultas e adolescentes;
 Gestantes com estatura <1,57m devem ganhar o limite mínimo da faixa de peso recomendada.
RECOMENDAÇÃO DE GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO
IMC IMC 
(Kg/m(Kg/m22))
Estado Estado 
nutricional pré nutricional pré --
Ganho ponderal total Ganho ponderal total 
(recomendado)(recomendado)
Ganho de peso total (Kg) Ganho de peso total (Kg) Ganho de peso semanal Ganho de peso semanal 
(Kg) (Kg) –– 2º e 3º 2º e 3º trimtrim –– IG IG 
* Ganho de peso <0,3Kg/ semana em obesas  associação com parto prematuro pela produção de
prostaglandinas e estresse metabólico.
* * Ganho de peso <6,8Kg está associado à má-formação congênita.
(Kg/m(Kg/m22)) nutricional pré nutricional pré --
gestacionalgestacional
(recomendado)(recomendado) 1º 1º trimtrim –– IG < 14 IG < 14 
semanassemanas
(Kg) (Kg) –– 2º e 3º 2º e 3º trimtrim –– IG IG 
> 14 semanas> 14 semanas
< 19,8 Baixo peso 12,5 – 18 2,3 0,5
19,8 – 26 Eutrofia 11,5 – 16 1,6 0,4
> 26 – 29 Sobrepeso 7,0 – 11,5 0,9 0,3
> 29 Obesidade > 7,0 (adulta) **
7,0 – 9,1 (adolescentes)
- 0,3*
 Recomendação de ganho de peso para gravidez gemelar:
RECOMENDAÇÃO DE GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO
IMC IMC 
(Kg/m(Kg/m22))
Estado Estado 
nutricional pré nutricional pré 
-- gestacionalgestacional
Ganho ponderal Ganho ponderal 
total total 
(recomendado)(recomendado)
Ganho de peso (Kg)/ semanaGanho de peso (Kg)/ semana
0 0 –– 20 SG20 SG 20 20 –– 28 SG28 SG 28 SG em diante28 SG em diante
< 19,8 Baixo peso 22,5 – 27,9 0,560 – 0,790 0,680 – 0, 790 0,560
19,8 – 26 Eutrofia 18 – 24,3 0,450 – 0,680 0,560 – 0,790 0,450
> 26 – 29 Sobrepeso 17,1 – 21,2 0,450 – 0,560 0,450 – 0,680 0,450
> 29 Obesidade 13 – 17,1 0,340 – 0,450 0,340 – 0,560 0,340
 1º passo: Cuidados acerca do uso dos
equipamentos (balança e
estadiômetro)
 2º passo: Calcular o IMC pré-
gestacional
 3º passo: Calcular a IG. Quando
necessário, arredonda a SG:
- 1, 2 e 3 = considerar a semana
completa
- 4, 5 e 6 = considerar a semana
seguinte.
PROCEDIMENTOS PARA PRIMEIRA CONSULTA
- Preferencialmente a 1ª consulta deve
ocorrer no 1º trimestre gestacional;
- O peso pré-gestacional informado deve
ser correspondente a no máximo 2
meses antes da concepção ou o peso
verificado até a 13 SG. Caso não seja
possível, utilizar o peso atual e o peso
atual (SISVAN, Ministério da Saúde, 2004).
- Ex.:
IG de 12 semanas e 2 dias = 12 SG
IG de 12 semanas e 5 dias = 13 SG
 4º passo: a partir do IMC PPG calcular o
ganho de peso (vide Tabela IOM, 2009).
 5º passo: efetuar a avaliação do estado
nutricional
Métodos para Avaliação Nutricional de 
Gestantes
 Utiliza-se um Normograma específico (ao
lado) com o peso atual;
 Limitação: altura > 1,74m
 Era recomendado pelo Ministério da Saúde
na década de 80, fazendo parte do cartão da
NORMOGRAMA DE ROSSO-MORDONNES
na década de 80, fazendo parte do cartão da
gestante, mas atualmente está em desuso na
maioria dos serviços desde 2000.
 Procedimento: Após encontrar o
percentual correspondente a altura e peso,
verificar a classificação de estado nutricional
utilizando a próxima curva.
 De acordo com a IG, localiza-se o
valor percentual encontrado e acha a
curva correspondente.
- Interpretação:
CURVA DE ROSSO
FaixaFaixa ClassificaçãoClassificação
A Baixo peso
B Eutrofia
C Sobrepeso
D Obesidade
 A porcentagem obtida no
Normograma de Rosso também pode
ser utilizada para se classificar o EN
PRÉ-GESTACIONAL, utilizando os
seguintes pontos de corte (Jelliffe,
1968):
 Critica à Curva de Rosso: (Vitolo, 2008)
- Método que acentua as diferenças nos
extremos ( prevalência de déficits e
excessos ponderais);
- Superestima deficiências nutricionais,
induzindo a um  ganho de peso,
CURVA DE ROSSO
1968): induzindo a um  ganho de peso,
contribuindo para da obesidade;
- Superestima a desnutrição, o que
garante que todas sejam identificadas,
mas tem a desvantagem de eutróficas
serem classificadas como desnutridas ;
- Sua utilização tem perdido importância
devido à mudança no perfil populacional,
aonde a obesidade tem prevalecido
(Chemin, 2007)
PercentualPercentual ClassificaçãoClassificação
<90 Baixo peso
90 - 110 Eutrofia
110 - 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
 Considera-se no gráfico: aumento
do peso = peso atual - PPG
 Normal: quando o valor do
aumento de peso estiver entre o
P 25 e 90.
CURVA DE ADEQUAÇÃO PERCENTILAR DO GANHO DE PESO EM 
FUNÇÃO DA IG
P 25 e 90.
 Anormal: quando o valor do
aumento de peso for > P90 ou
estiver abaixo do P25.
 Recomendação do Ministério da Saúde
em 2000.
 Vantagens:
- Rápida avaliação da adequação de P/E
da 13ª a 39ª SG;
 Desvantagens:
- Não considera o EN prévio;
- Não avalia o ganho de peso;
- Não avalia gestantes com altura
RELAÇÃO PESO - ESTATURA/ IDADE GESTACIONAL
da 13ª a 39ª SG;
- Torna possível a visualização do ganho
de peso, propiciando intervenção
precoce e adequada a cada situação;
- Dispensa o conhecimento do peso
anterior à gestação (PPG);
- Simples de usar.
- Não avalia gestantes com altura
superior a 1,69m.
Relação de peso para altura
Relação de peso para altura
Patricia Passos, M.Sc
 Recomendação do Ministério da Saúde
em 2000
Interpretação:
 Normal: para uma idade gestacional
Abaixo de P10: sugere desnutrição
materna e RCIU. Deve-se investigar
alimentação inadequada, hiperêmese
gravídica, infecções, parasitoses,
problemas familiares, etc.
Conduta: Aconselhamento nutricional,
suplementação e remarcar consulta
com intervalo menor.
RELAÇÃOPESO - ESTATURA/ IDADE GESTACIONAL
 Normal: para uma idade gestacional
determinada o peso alcançado pela
mãe estiver entre p10 e o p90 da
tabela de referência.
 Anormal: o peso materno é superior ao
p90 ou inferior ao p10
suplementação e remarcar consulta
com intervalo menor.
Acima do P90: maior será o risco
gestacional, quanto maior for o ganho
de peso. Suspeitar de síndromes
hipertensivas, retenção hídrica,
macrossomia, gravidez múltipla, dieta
inadequada.
Conduta: Aconselhamento nutricional,
remarcar consulta com intervalo
menor.
 O Brasil não dispõe de uma curva
de IMC para avaliação do EN de
gestantes. No Chile foi elaborada
uma curva com 3.000 gestantes,
que foi reproduzida pelo Ministério
da Saúde
 Vantagens:
- pode ser usada em mulheres de qualquer
altura;
- não necessita do PPG.
IMC atual x SG
IMC ESPECÍFICO SEGUNDO IG - CURVA DE ATALAH
da Saúde
 ATUALMENTE utilizada é pelo SISVAN.
(Atalah, 1997; SISVAN, Accioly, Chemin)
IMC atual x SG
 Procedimento:
- Após calcular o IMC com o peso atual,
realizar a avaliação por SG, de acordo
com a Tabela a seguir;
- Nas consultas subsequentes, avaliar o
comportamento do ganho de peso de
acordo com o traçado da curva (Figura 1).
 A avaliação nutricional nas
consultas subsequentes pode ser
baseada em 2 instrumentos:
1. Ganho de peso recomendado na
gestação, segundo o EN inicial (IOM,
CONSULTAS SUBSEQUENTES
gestação, segundo o EN inicial (IOM,
2009);
1. Gráfico de evolução do IMC segundo
IG (figura 1)
 A cada consulta utiliza-se a figura ao
lado, localizando o valor do IMC x SG, de
forma a obter um traçado da curva.
Curva de Atalah (1997)
Inclinação recomendada da curva:
ENEN Inclinação desejadaInclinação desejada
Baixo pesoBaixo peso Inclinação ascendente Inclinação ascendente (Fig. 1)(Fig. 1)
Eutrofia Inclinação paralela às curvas que 
delimitam a área de EN adequado 
IMC ESPECÍFICO SEGUNDO IG - CURVA DE ATALAH
delimitam a área de EN adequado 
(Fig 2)
Sobrepeso Inclinação ascendente, semelhante à 
da curva que delimita a parte 
inferior ou superior (dependendo do 
seu EN inicial) (Fig 3)
Obesidade Inclinação semelhante ou inferior 
(desde que ascendente) à curva que 
delimita a parte inferior da faixa de 
obesidade (Fig 4)
(Fig 4)(Fig 3)
(Fig 2)(Fig 1)
 ACCIOLY, E., SAUNDERS, C. e LACERDA,
E.M.A. Nutrição em Obstetrícia e
Pediatria. 2ª Edição, Rio de Janeiro, Ed.
Guanabara Koogan, 2009.
 VITOLO, M.R. Nutrição - Da Gestação ao
 CHEMIN, S.M. & MURA, J.P. Tratado de
Alimentação, Nutrição e Dietoterapia.
São Paulo: Roca, 2007.
 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de
Atenção Básica. Manual de Pré-natal
Bibliografia
 VITOLO, M.R. Nutrição - Da Gestação ao
Envelhecimento. 1ª Edição, Ed. Rubio,
2008.
 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Pré-
natal. Manual Técnico. Brasília. 2000.
Atenção Básica. Manual de Pré-natal
de Baixo Risco. Brasília. 2012.
 BARROS et al. SISVAN: Instrumento
para o Combate aos Distúrbios
Nutricionais na Atenção à Saúde.
Cecan Região Sudeste. 2009.

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