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FINANCIAMENTO SUS WELISON

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO DESPORTO
CURSO DE MEDICINA
O FINANCIAMENTO DO SUS 
Trabalho realizado como recurso avaliativo 
da disciplina Politicas de saúde, ministrada pela Professora Cristieli Sérgio de Menezes Oliveira.
RIO BRANCO
2018
O FINANCIAMENTO DO SUS 
Por
Ana Carolina Gomes Carneiro
Icaro Henrique Magest de M. Bastos
Melina Meiroz Grilo da C. Ferreira
Vitória Bittencourt de Carvalho
Welison Cavalcante de Araújo
Sumário 
Introducão.............................................................................4 
 1.2 A Constituição Federal e o financiamento do SUS.........4
 1.2 A regulamentação da lei....................................................7 
 1.3 Conselho de Saúde............................................................7
 2. Lei Orgânica de Saúde.........................................................8
 3. Percentagens........................................................................8
 3.1 A Emenda Contitucional N 29/2000..................................8
 3.2 A Regulamentação da Emenda Constitucional..............10
 4. Participação da Iniciatica privada......................................13
 5. Ineficácia e Desvios de Verbas...........................................14
 6. Novo Modelo de Funcionamento do SUS..........................14
 6.1 Monitoramento Online.......................................................15
 7. Conclusão.............................................................................16
 8. Referências Bibliográficas..................................................17
1.INTRODUÇÃO 
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem uma clientela potencial de quase 200 milhões de pessoas, já que a Constituição de 1988 consagrou o acesso gratuito à Saúde como direito fundamental de todo cidadão, sem qualquer pré-condição. Embora caiba ao setor privado atuar de forma complementar ao serviço público de Saúde, 70% da população brasileira depende do SUS como único meio de acesso aos serviços de Saúde.
O tamanho da clientela nos dá a dimensão da responsabilidade social do SUS e, ao mesmo tempo, do desafio de financiar o sistema – um debate que se arrasta desde a promulgação da Constituição até os dias atuais.
	O SUS atende a, pelo menos, 70% da população no que concerne aos serviços de assistência à Saúde e responde por 44% do gasto total em Saúde. 
O maior volume de recursos é movimentado pela iniciativa privada, que inclui o pagamento do próprio bolso realizado pela população. Dos 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) consumidos no País pela área de Saúde, entre 2007 e 2009, o setor público contribui com apenas 3,5%.
A partir de 1988, o sistema de Saúde brasileiro experimentou diversos mecanismos de financiamento, entretanto ainda persistem as dificuldades para atingir o volume de recursos necessários à melhoria dos serviços ofertados à população. Nesse período, o sistema conviveu com perda de recursos e graves crises.
O financiamento do SUS está previsto em lei, tanto na Constituição Federal como na Lei Orgânica da Saúde, que reúne as leis federais 8.080 e 8.142 de 1990. De forma geral, a lei prevê as fontes de financiamento, os percentuais a serem gastos em saúde e, inclusive, a forma de divisão e repasse dos recursos entre as esferas de governo. 
1.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O FINANCIAMENTO DO SUS Constituição Federal afirma, no art. 194, que “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.” Deixa claro que cabe à seguridade social o compromisso de assegurar o direito à saúde. Sendo assim, de acordo com o art. 55, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 30% do orçamento da seguridade social, excluído o seguro-desemprego, serão destinados ao setor de saúde. 
No que diz respeito ao financiamento, o art. 195, da Constituição Federal, afirma que “a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. 
A responsabilidade pelo financiamento do SUS é das três esferas de governo.
De acordo com a Constituição, a participação da União no SUS seria feita com recursos do Orçamento da Seguridade Social (OSS), dos quais viriam os recursos para a Saúde, Previdência e Assistência Social. Até que a regra de financiamento para a União fosse explicitada por lei complementar, a Saúde deveria ficar com 30% desse orçamento. Porém, na prática, este repasse nunca ocorreu. 
Com a promessa de resolver a situação de financiamento do setor, em 1997 o governo instituiu a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A arrecadação deveria ser adicionada aos recursos da Saúde. Mas, até sua extinção em 2007, a CPMF não resultou em aumento de recursos, porque, na proporção que o dinheiro da nova contribuição entrava, havia redução de participação de outras contribuições sociais no financiamento federal, de forma que o volume de recursos destinados à Saúde ficava sempre no mínimo estabelecido pela Emenda Constitucional nº 29/2000.
A Constituição Federal de 1988 ainda previu as bases do financiamento: Orçamento da Seguridade Social no nível federal e orçamentos fiscais para estados e municípios. Em relação ao Orçamento da Seguridade Social, sua composição já foi demonstrada no Capítulo I. Portanto, torna-se necessário explanar sinteticamente sobre a base tributária estabelecida pela Constituição Federal de 1988, a fim de que as esferas subnacionais pudessem cumprir com suas obrigações, inclusive na área social.
Uma questão importante quando se aborda o financiamento do SUS é conhecer não apenas o que cada esfera arrecada, mas como se dá a repartição dos tributos entre elas. Tomemos como exemplo o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ambos arrecadados pela União. Dos valores arrecadados de IR sobre os rendimentos pagos por estados, DF e municípios ou suas autarquias/fundações, 100% dos valores retornam a esses. 
Em relação ao IPI, 10% dos valores arrecadados vão para o fundo de ressarcimento dos estados exportadores. Além disso, do valor total arrecadado de IR e IPI, após deduzidos os incentivos fiscais e as restituições, 21,5% são destinados ao Fundo de Participação de Estados (FPE); 22,5% para o Fundo de Participação de Municípios (FPM) e 3% para financiar a produção nos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Portanto, a CF/1988, além de estabelecer os princípios de universalidade, integralidade e descentralização ao Sistema Único de Saúde (SUS), também estabelece que tais princípios devem nortear as ações e serviços públicos de Saúde, “visando à progressiva redução das disparidades regionais”. Dessa forma, a Saúde passa a ser mais um braço do Estado para o desenvolvimento de regiões carentes, reforçando o mecanismo da repartição de recursos por meio dos fundos de participação de estados e municípios. A Constituição de 1988 criou fontes para sustentar o projeto político de estender a todos os brasileiros o direito à saúde com base no conceito de seguridade social.
 O objetivo foi alcançado e o SUS, hoje, é uma realidade: dele dependem exclusivamente cerca de 70% da população brasileira. Mas se identifica a necessidade de investir mais recursos: a elaboração de Contas-Satélites de Saúde, estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) com a colaboração do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde (ANS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima que o setor de Saúde foi responsável pelo consumo, no período de 2007 a 2009, por, em média, 6,1% do total da produção de riqueza doPaís (PIB); destes, a saúde pública contribuiu com apenas um terço do PIB do setor. 
Sob a ótica das despesas com consumo final de bens e serviços de Saúde, entre 2007 e 2009, essa proporção atinge 8,5% do PIBda administração pública foi de 43% (IBGE, 2012). Este fato deu ensejo a vários projetos de emenda à Constituição, elaborados por deputados e senadores durante a década de 1990, com vistas a definir a regra de aplicação de recursos da União em Saúde. 
A Constituição Federal afirma, no art. 194, que “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.” Deixa claro que cabe à seguridade social o compromisso de assegurar o direito à saúde. Sendo assim, de acordo com o art. 55, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 30% do orçamento da seguridade social, excluído o seguro-desemprego, serão destinados ao setor de saúde. 
No que diz respeito ao financiamento, o art. 195, da Constituição Federal, afirma que “a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. A responsabilidade pelo financiamento do SUS é das três esferas de governo.
1.2 A REGULAMENTAÇÃO DA LEI
A lei ou regulamento que trata do Fundo Estadual de Saúde deve estabelecer como seus objetivos captar, gerenciar, prover e aplicar os recursos financeiros destinados ao desenvolvimento das ações e serviços dentre outros:
De saúde primária de média e alta complexidade, integral e universalizada.
Da vigilância em saúde, sanitária, epidemiológica e ambiental envolvendo ações de saúde de interesse individual e coletivo.
Do saneamento básico.
Do controle e da fiscalização das agressões ao meio ambiente, ao ambiente de trabalho.
1.3 CONSELHO DE SAÚDE
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde – SUS - de caráter permanente e deliberativo, tem como missão a deliberação, fiscalização, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas de saúde.
 	O CNS é um órgão vinculado ao Ministério da Saúde composto por representantes de entidades e movimentos representativos de usuários, entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, governo e prestadores de serviços de saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do Conselho.
           É competência do Conselho, dentre outras, aprovar o orçamento da saúde assim como, acompanhar a sua execução orçamentária. Também cabe ao pleno do CNS a responsabilidade de aprovar a cada quatro anos o Plano Nacional de Saúde.
2.LEI ORGÂNICA DE SAÚDE
A Lei 8.080 regulamenta as políticas de saúde definidas na Constituição Federal. Essa lei foi promulgada somente após uma incansável mobilização de setores organizados da sociedade.
Como a Constituição Federal atribuiu à LDO o papel de definir a cada ano o montante a ser gasto em saúde, a Lei 8.080 não pôde, para não ser inconstitucional, estabelecer um percentual mínimo a ser gasto com ações e serviços de saúde.
Sobre a forma de distribuição e repasse dos recursos, o art. 35 da lei 8.080 estabelece um conjunto de critérios a serem considerados, como podemos verificar no quadro em destaque. 
É importante ressaltar que todos os recursos deverão ser divididos e repassados segundo o número de habitantes que se encontram em cada Município, Distrito Federal ou Estado.
3.PERCENTAGEM (Lei complementar)
3.1A EMENDA CONSTITUCIONAL N 29/2000
Como já mencionado, a Constituição de 1988 — em sua redação original — estabeleceu que cada esfera de Governo deveria alocar recursos de seus orçamentos para o financiamento do Sistema Único de Saúde. Porém, não previu parâmetros precisos, ficando os entes federados livres para aplicar os recursos que entendiam adequados.
A Emenda Constitucional n. 29, de 13.09.2000, procurou corrigir essa omissão do Constituinte de 1988, e procurou definir regras objetivas e percentuais mínimos da dotação orçamentária a serem destinados ao Sistema Único de Saúde. 
Por meio da EC n. 29/2000 foi estabelecido que o orçamento federal para a saúde terá reajustes automáticos segundo a variação do valor nominal do PIB, vinculando recursos federais, do Distrito Federal, dos Estados e municípios para a saúde e fixando um percentual mínimo dos recursos próprios destes níveis de governo para aplicação imediata.
A Emenda Constitucional n. 29/2000, nos termos em que foi aprovada, provocou muitas críticas. Veja-se a respeito a posição do já citado Gilson Carvalho: A PEC, da luta de sete anos, não é a EC-29 aprovada. A União fica responsável para garantir no mínimo 5% a mais do que os recursos empenhados em 1999 e, nos anos seguintes, a correção pelo valor nominal do PIB. Os Estados deverão investir, no mínimo, 12% e Municípios, no mínimo 15% de seus orçamentos próprios. Quem não tiver atingido esses patamares mínimos, terá um prazo de tolerância para atingi-los, entre os anos de 2000 e 2004. Deverão iniciar, no mínimo, com 7% em 2000, e nos anos seguintes, cobrir a diferença. Nestas siglas e percentuais esconde-se uma postura de governo de, mais uma vez, deixar o social à deriva. (...) As autoridades econômicas, com o beneplácito de FHC, desresponsabilizaram a União e descarregaram mais ônus sobre Estados e Municípios. Diminuíram os recursosm de contribuição da União para a saúde e aumentaram os percentuais de Estados e Municípios. 
A XI Conferência Nacional de Saúde apresentou um diagnóstico mais favorável quanto aos efeitos da referida Emenda Constitucional. Consta do Relatório Final da Conferência que: E, neste ano 2000, a conquista da aprovação da Emenda Constitucional 29/2000, ainda que não represente a forma ideal desejada pelo setor, cria horizontes mais favoráveis quanto aos montantes destinados à saúde e coloca desafios para o controle social quanto ao melhor e mais adequado destino dos recursos acrescidos. As principais restrições à EC 29/00 estão associadas ao fato de não vir acompanhada de uma regulamentação imediata que garanta um significativo aumento dos recursos na área da saúde, principalmente pelas indefinições sobre o que será admitido como gastos em ações e serviços de saúde.
Embora a EC n. 29/2000 não tenha sido aprovada na forma como
pretendida pelos especialistas da área, ela significou um grande avanço na alocação de recursos orçamentários a serem destinados às ações e serviços de saúde. De acordo com Ana Maria Malik, "[u]ma estimativa do Ministério da Saúde aponta a possibilidade de crescimento de mais de 40% dos recursos dos três níveis de governo, entre 1998 e 2004, destinados a Ações e Serviços de Saúde. Desse total, os governos estaduais deverão ampliar seus gastos em mais de 60%, seguidos pelos municípios com 28% em relação aos valores de 1998 (Brasil, 2001 e 2001c)."
3.2 A REGULAMENTAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N 20/98
Para a regulamentação da EC n. 20/98 ficou estabelecido pelo art. 198,
§ 3Q, da Constituição a necessidade de lei complementar que estabeleça,
entre outras matérias: os percentuais de participação dos entes federados a partir de 2005; os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual e municipal e as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.
A Lei Complementar em referência ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional, e poderá demorar em face da complexidade da matéria e dos conflitos de interesses, pois envolvem destinação de recursos públicos de grande monta. Todavia, o Conselho Nacional de Saúde entendeu serem auto-aplicáveis os dispositivos da EC n. 29/2000. Com esse entendimento e, dianteda necessidade de esclarecimento conceituai e operacional do texto constitucional, de modo a lhe garantir eficácia e viabilizar sua perfeita aplicação pelos agentes públicos até a aprovação da Lei Complementar a que se refere o § 3Q do art. 198 da Constituição, aprovou, com essa finalidade, a Resolução n. 316, de 04 de abril de 2002.
Enquanto não aprovada a norma legal reclamada, a partir do exercício financeiro de 2005, continuarão a ser aplicados à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios os critérios transitórios definidos pela EC n./2000, consoante previsão expressa contida no art. 77, § 4Q do ADCT.
A apuração dos valores mínimos a serem aplicados em ações e serviços
públicos de saúde, de que tratam o art. 198, § 2Q da Constituição Federal
e o art. 77 do ADCT, dar-se-á a partir das seguintes bases de cálculo(6):
I. União
No ano 2000, o montante empenhado em ações e serviços públicos de saúde no exercício financeiro de 1999, acrescido de, no mínimo, cinco por cento. De 2001 a 2004, o valor apurado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto — PIB.
A expressão "o valor apurado no ano anterior", prevista no art. 77, II, b, do ADCT, é o montante efetivamente empenhado pela União em ações e serviços públicos de saúde no ano imediatamente anterior, desde que garantido o mínimo assegurado pela Emenda Constitucional para o ano anterior.
//. Estados e Distrito Federal
Doze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I,
alínea a, e inciso II, da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos municípios.
Na apuração da base de cálculo dos Estados deve ser observada a seguinte fórmula:
• Total das receitas de impostos de natureza estadual: ICMS, IPVA,
ITCMD
(+) Receitas de transferências da União: Quota-Parte do FPE, Cota-
Parte do IPI — Exportação, Transferências da Lei Complementar n. 87/
96 (Lei Kandir)
(+) Imposto de Renda Retido na Fonte — IRRF
(+) Outras receitas correntes: Receita da Dívida Ativa Tributária de
Impostos, Multas, Juros de Mora e Correção Monetária
(-) Transferências financeiras constitucionais e legais a municípios:
ICMS (25%), IPVA (50%), IPI — Exportação (25%) (=) Base de Cálculo Estadual
///. Municípios e Distrito Federal
Quinze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I,
alínea b e § 3e , da Constituição Federal.
No caso dos municípios deve se proceder da seguinte forma:
• Total das receitas de impostos municipais: ISS, IPTU, UBI
(+) Receitas de transferências da União: Quota-Parte do FPM, Quota-
Parte do ITR, Quota-Parte da Lei Complementar n. 87/96 (Lei Kandir)
(+) Imposto de Renda Retido na Fonte — IRRF
(+) Receitas de transferências do Estado: Quota-Parte do ICMS, Quota- Parte do IPVA, Quota-Parte do IPI — Exportação 
(+) Outras Receitas Correntes: Receita da Dívida Ativa Tributária de
Impostos, Multas, Juros de Mora e Correção Monetária 
(=) Base de Cálculo Municipal
Para os Estados e os municípios, até o exercício financeiro de 2004,
foi observada a regra de evolução progressiva de aplicação dos percentuais mínimos de vinculação, prevista no art. 77 do ADCT. Os entes federados cujo percentual aplicado em 2000 tiver sido não superior a sete por cento deveriam aumentá-lo de modo a atingir o mínimo previsto para os anos subseqüentes, conforme o quadro que segue: 
Percentuais minimos de vinculação dos estado e municipios
2000 7% 7%
2001 8% 8,6%
2002 9% 10,2%
2003 10% 11,8%
2004 12% 15%
A apuração da base de cálculo do Distrito Federal é definida pelo somatório do percentual de vinculação correspondente aos Estados aplicado sobre a base estadual com o percentual de vinculação correspondente aos municípios aplicado sobre a base municipal, seguindo a regra de progressão prevista no art. 77 da ADCT.
Os entes federados que em 2000 já aplicavam percentuais superiores a sete por cento não poderiam reduzi-lo, retornando aos sete por cento.
A diferença entre o efetivamente aplicado e o percentual final estipulado no texto constitucional deveria ser abatida na razão mínima de um quinto ao ano, até 2003, sendo que em 2004 deva ser, no mínimo, o previsto no art. 77 do ADCT.
Do exposto, concluiu-se que a Emenda Constitucional n. 29/2000, ao definir nova sistemática de cálculo para apuração dos recursos mínimos a serem aplicados em saúde pelos entes federados, proporcionou significativo aumento das dotações orçamentárias para o financiamento do Sistema Único de Saúde.
Há muito que ser feito, no entanto, para o incremento necessário na dotação orçamentária da saúde no Brasil, principalmente em nível federal. Considerando-se que nos últimos anos a arrecadação de tributos pela União tem apresentado crescimento expressivo, a adoção da proporcionalidade de distribuição de receitas proporcionaria um aumento substancial dos valores vertidos para o SUS.
O Distrito Federal, por ser um ente federativo misto, deve aplicar em ações de serviços públicos de saúde no mínimo 12% das arrecadações de impostos de base estadual e 15% das arrecadações de base municipal. 
Estes percentuais mínimos podem ser alterados, uma vez que a lei complementar deve ser reavaliada pelo menos a cada cinco anos.
4. PARTICIPAÇÃO DA INICIATIVA PRIVADA
Consititui-se num limite real a insuficiência de recursos públicos investidos em saúde no Brasil. Isso devido à resistência de se conceber a saúde como direito de cidadania e qualidade de vida a serem promovidos, insistindo em encará-la como um produto de mercado comercializável entre os que tem poder aquisitivo. 
As organizações privadas de saúde participam da oferta de serviços ao SUS, em caráter complementar quando demandadas em função da insuficiência da disponibilidade de serviços públicos. A legislação estabelece que as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos terão preferência nessa participação, que deverá se fazer mediante contrato ou convênio, segundo as diretrizes do sistema e obediência às normas do direito público. É vedada, nos termos da lei 8.080, as destinações de recursos públicos para a subvenção ou auxílio às instituições privadas com fins lucrativos. 
5. INEFICÁCIA E DESVIO DE VERBAS
Falcatruas estas que perpassam os gestores - quando adotam o apadrinhamento político em vez de investir os recursos conforme as necessidades da população, passam pelos prestadores de serviços - quando pegam assinaturas dos usuários e cobram do SUS procedimentos não realizados (problema que se resolveria com o pagamento por metas alcançadas e não por produção), passam pelos profis- Financiamento do Sistema Único de Saúde 22 sionais - quando cobram exames desnecessários, simplesmente porque são favorecidos pelo laboratório que os realiza, ou quando não cumprem a carga horária contratada, contribuindo para a formação de filas desnecessárias. As falcatruas perpassam ainda usuários - quando se omitem ou consentem com essa forma de tratar o recurso público ou mesmo quando usam remédios ou serviços de forma desproporcional e sem real necessidade.
6. NOVO MODELO DE FINANCIAMENTO DO SUS
A partir de janeiro de 2018, o Ministério da Saúde passa a adotar novo formato de transferência de verbas federais.
A proposta unifica os recursos e fortalece a execução das ações em saúde em todo país, além de garantir o melhor acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente os repasses da saúde são realizados por meio de seis blocos de financiamento temáticos.  Agora, os repasses serão feitos em duas categorias: custeio de ação e serviços públicos de saúde e o bloco de investimento. O novo modelo vai permitir mais eficiência no controle e o monitoramento do cumprimento da execução dos recursos destinados às ações em saúde em todo o Brasil.
 	A transferência de recursos será realizada em conta financeira única e específica para cada uma das categorias econômicas. O novo formatopossibilita ao gestor mais agilidade e eficiência na destinação dos recursos disponíveis, com base na necessidade e realidade local. Com conta única, os gestores vão poder fazer remanejamento das verbas, ou seja, os recursos financeiros de cada bloco de financiamento poderão ser utilizados na execução de quaisquer ações e serviços públicos de saúde associados ao mesmo bloco.
No entanto, o gestor, ao final do exercício financeiro, deve prestar conta à União, respeitando os compromissos assumidos no Plano de Saúde e orçamento federal. Caso o gestor não cumpra a execução orçamentária em todas as áreas de cobertura da saúde, o Ministério da Saúde tem autonomia para bloquear os repasses da União.
6.1MONITORAMENTO ONLINE – O Ministério da Saúde vai monitorar a aplicação dos recursos federais, a cada dois meses, por meio do SIOPS – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde. A partir do primeiro bimestre de 2018, está previsto o acompanhamento bimestral, conforme subfunções do orçamento (atenção básica, vigilância em saúde, assistência farmacêutica, média e alta complexidade). A pasta vai ter acesso aos recursos utilizados no âmbito federal, estadual e recursos próprios dos municípios a partir do sistema.
Além disso, o Ministério da Saúde vai acompanhar, a partir de março de 2018, o planejamento de saúde dos estados e municípios por meio do sistema (e-SUS GESTOR). A plataforma vai contribuir na qualificação do processo de planejamento no SUS. O gestor, obrigatoriamente, fica responsável por apresentar, por meio de sistema de informação, um mínimo de dados dos planos de saúde, programações e previsão orçamentaria.  A ferramenta é mais uma medida de gestão, possibilitando a pasta certificar que as ações de saúde estão sendo cumpridas, de acordo com planejamento e execução dos recursos.
7.CONCLUSÃO
O modelo de financiamento do Sistema Único de Saúde foi substancialmente aperfeiçoado com o advento da Emenda Constitucional n. 29/2000, com a ressalva, contudo, de que esse aperfeiçoamento ainda não significa necessariamente uma resposta satisfatória à crescente demanda por ações e serviços no campo da saúde pública.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de outubro de
 1988. Dispõe sobre as condiçõespara a promoção, proteção e recuperação 
 da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e 
 dá outras providências. Disponível em http://www.senado.gov.br/legislacao. 
__________Lei n. 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em http://www.senado.gov.br/legislacao. Acesso em 14.05.2004.
__________Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 316, de 04 de abril de 2002. Disponível em http://www.ead.fiocruz.br/mp. Acesso em 14.05.2004. 
__________CARVALHO, Gilson de Cássia Marques de. O financiamento público da saúde no bloco de constitucionalidade. http://www.ead.fiocruz.br/mp. 
__________O financiamento público federal do sistema único de saúde.www.ead.fiocruz.br/mp. 
LAZZARI, João Batista. As Fontes de Financiamento do Sistema Único de
 Saúde. São Paulo: LTr, 2003. 
TOJAL, Sebastião Botto de Barros Tojal [eta/.]; ARANHA, Mareio lorio; e TOJAL, Sebastião Botto de Barros (org.). Manual Conceituai do Curso de Especialização em Direito Sanitário para Membros do Ministério Público e da Magistratura Federal. Brasília: UnB, 2002.

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