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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA 
DE FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PALMAS-
TOCANTINS.
Autos do Processo n° 200X.0007.4X29 / 0
SAMUEL JÚNIOR SANTANA, neste ato 
representado por sua genitora Srtª. Elizete Santana 
Nogueira, ambos já qualificados nos autos em 
epígrafe, vêm a presença de V. Exª, através dos 
procuradores signatários, para apresentar 
CONTESTAÇÃO, e o faz pelas razões de fato e de 
direito que seguem.
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA:
Inicialmente, o Requerido pede a V. Exª. sejam deferidos os 
benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, com fulcro na lei nº.
1060/50, com as alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, por não terem 
condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios 
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, conforme atestado de 
pobreza que instrui a contestação.
PRELIMINAR DE CARÊNCIA DE AÇÃO
DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
O Requerente, de forma temerária, ajuíza a presente demanda 
negatória de paternidade, alegando dois “fundamentos base”, quais 
sejam:
1º Fundamento: que quando reconheceu a paternidade, por força de 
uma decisão judicial, não teria tido as orientações técnicas necessárias; 
sendo que sempre nutriu uma desconfiança da paternidade;
2º Fundamento: que o Requerido em nada se parece fisicamente com 
o Requerente, sendo que as diferenças físicas são gritantes, o que 
aumenta a desconfiança.
Destarte, evidencia-se que a pretensão negatória do 
Requerente está baseada única e exclusivamente na tese da 
“SUSPEITA E DESCONFIANÇA DA PATERNIDADE”, OU SEJA, NA 
MERA DÚVIDA SE REALMENTE SEJA O PAI BIOLÓGICO DO 
REQUERIDO.
Com a devida vênia, s.m.j, os pleitos do Requerente devem ser 
rejeitados em face da impossibilidade jurídica da sua pretensão, posto 
que:
Prima facie, deve ser esclarecido o fato de que, diversamente do 
alegado pelo Requerente, o reconhecimento da paternidade do 
Requerido NÃO SE DEU POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL, mas sim foi 
decorrência de RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO feito por ambos 
os genitores, os quais de livre e espontânea vontade se dirigiram ao 
Registro Civil competente e procederam a declaração da 
paternidade e efetuaram o registro do Requerido, conforme consta 
expressamente no documentos de fls. 06. Resumindo, a declaração 
da paternidade e o respectivo registro deram-se de forma 
VOLUNTÁRIA, não tendo havido nenhum vício de consentimento 
quando da declaração de paternidade efetuada pelo Requerente no 
momento do registro do Requerido.
Ressalte-se que esse reconhecimento voluntário se deu a mais 
de 03 anos, posto que o Requerido foi registrado em 07 de julho de 
2006, portanto, é um tanto estranho que somente agora o Requerente 
venha suscitar as suas “dúvidas”.
Salutar também a menção de que em nenhum momento, como 
causa de pedir, foi suscitado algum vício de consentimento quando 
do ato registral, ou seja, a causa de pedir resume-se a alegada 
“desconfiança sobre a paternidade”
Imperiosa aqui a menção de que lições doutrinárias e até mesmo 
jurisprudenciais, mencionam que a ação negatória de paternidade ou 
anulatória do registro de nascimento, interpostas pelo pai registral, em 
regra, só pode ter como fundamento, vício de consentimento. 
 Como antes referido, no caso em comento, tal questão, ou seja, a 
alegação de vício de consentimento em momento algum foi levantada 
pelo Requerente, sendo isso perfeitamente constatável a partir de uma 
simples análise da peça vestibular.
A simples dúvida e ou desconfiança alegada pelo Requerente, não 
serve de fundamento suficiente para a negativa de paternidade no caso, 
posto que o ato registral praticado pelo Requerente trata-se de ATO 
VOLUNTÁRIO, o qual goza de fé pública, com presunção de 
veracidade, sendo inclusive esse o posicionamento jurisprudencial, 
senão vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇAO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. ADOÇÃO 
Á BRASILEIRA.
Para haver a anulação do registro civil, deve ser demonstrado um dos 
vícios do ato jurídico. 
Pedido embasado em alegada “dúvida” do autor acerca da 
paternidade da filha, admitida a efetivação do registro de nascimento 
com dita incerteza. Ato equivalente à denominada adoção à brasileira, 
que, aplicando-se por analogia o art. 48 do ECA, é irrevogável. (TJRS, 
Ap. nº. 70027474907, Rel. Dês. André Luiz Planella Villarinho, julgada em 
08/07/2009)
EMBARGOS INFRINGENTES. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. 
VERDADE REGISTRAL QUE DEVE PREVALECER SOBRE A VERDADE 
BIOLÓGICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO SOCIOAFETIVO.
Em regra, o reconhecimento da paternidade é ato irrevogável, a teor 
do art. 1º da lei nº 8.560/92 e art. 1.609 do Código Civil. a retificação do 
registro civil de nascimento, com supressão do nome do genitor, 
somente é possível quando demonstrado nos autos prova cabal de 
ocorrência de vício de consentimento para o ato do registro. (TJRS, 4º 
Grupo Cível, Embargos Infringentes nº. 70028712073, Rel. Dês. André 
Luiz Planella Villarinho, julgado em 10/07/2009)
Ainda há o fato da referência expressa no art. 1609 e art. 1610 do 
CC de que: “o reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo 
quando feito em testamento”. Tal impossibilidade de revogação 
também vem expressa mente referida no art. 1º da lei nº. 8560/92.
Oportuna também a referência do disposto no art. 1604 do CC, o 
qual prevê que “ninguém pode vindicar estado contrário ao que 
resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou 
falsidade do registro”. Sendo que, em nenhum momento da petição 
inicial, foi alegado algum vício capaz de invalidar a declaração de 
paternidade quando do ato registral efetuado pelo Requerente.
VEJA-SE, como antes referido, que a causa de pedir do 
Requerente assenta-se na existência de meras dúvidas quanto à 
paternidade, no entanto, tal causa de pedir não legitima a pretensão do 
Requerente, sendo típico caso de impossibilidade jurídica do mesmo, 
sendo esse inclusive o posicionamento jurisprudencial, senão vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. 
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Dúvida ou desconfiança 
quanto à paternidade não é causa que legitime a ação negatória de 
paternidade . Não apontada nulidade ou vício de consentimento no 
registro de nascimento da ré, o pedido é juridicamente impossível. 
Precedentes. Sentença que extinguiu o feito, com base no art. 267, IV, do 
CPC, mantida. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70029181039, 
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Ataídes 
Siqueira Trindade, Julgado em 02/07/2009)
Corroborando a tese da impossibilidade jurídica do pedido, em 
caso análogo decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, podemos citar a 
seguinte decisão tomada pela ilustre Ministra a Drª. Nancy Andrighi, 
senão vejamos:
DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. CRIANÇA E ADOLESCENTE. RECURSO 
ESPECIAL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. INTERESSE 
MAIOR DA CRIANÇA. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. AUSÊNCIA DE 
ALEGAÇÃO. MERA DÚVIDA ACERCA DO VÍNCULO BIOLÓGICO. 
EXAME DE DNA NÃO REALIZADO. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO 
CARACTERIZADO.
- O ajuizar de uma ação negatória de paternidade com o intuito de 
dissipar dúvida sobre a existência de vínculo biológico, restando 
inequívoco nos autos, conforme demonstrado no acórdão 
impugnado, que o pai sempre suspeitou a respeito da ausência de tal 
identidade e, mesmo assim, registrou, de forma voluntária e 
consciente, a criança como sua filha, coloca por terra qualquer 
possibilidade de se alegar a existência de víciode consentimento, o 
que indiscutivelmente acarreta a carência da ação, sendo irreprochável 
a extinção do processo, sem resolução do mérito.
- Se a causa de pedir da negatória de paternidade repousa em mera 
dúvida acerca do vínculo biológico, extingue-se o processo, sem 
resolução do mérito, nos termos do art. 267, inc. VI, do CPC, por 
carência da ação.
- Uma mera dúvida, curiosidade vil, desconfiança que certamente vem 
em detrimento da criança, pode bater às portas do Judiciário? Em 
processos que lidam com o direito de filiação, as diretrizes devem ser 
fixadas com extremo zelo e cuidado, para que não haja possibilidade 
de uma criança ser prejudicada por um capricho de pessoa adulta 
que, consciente no momento do reconhecimento voluntário da 
paternidade, leva para o universo do infante os conflitos que devem 
permanecer hermeticamente adstritos ao mundo adulto. Devem, pois, 
os laços afetivos entre pais e filhos permanecer incólumes, ainda que 
os outrora existentes entre os adultos envolvidos hajam soçobrado.
- É soberano o juiz em seu livre convencimento motivado ao examinar a 
necessidade da realização de provas requeridas pelas partes, desde que 
atento às circunstâncias do caso concreto e à imprescindível salvaguarda 
do contraditório.
- Considerada a versão dos fatos tal como descrita no acórdão impugnado, 
imutável em sede de recurso especial, mantém-se o quanto decidido pelo 
Tribunal de origem, insuscetível de reforma o julgado. (STJ, 3ª Turma, 
REsp 1067438 / RS, Relª. Minª. NANCY ANDRIGHI, DJe 20/05/2009)
Desta feita, evidencia-se que a “ação negatória de paternidade” 
proposta pelo Requerente carece de uma das condições da Ação, qual 
seja, a possibilidade jurídica do pedido, ainda mais quando a sua causa 
de pedir restringe-se a mera dúvida ou desconfiança, conforme descrito 
na petição inicial.
Mister aqui a referência de que “predomina na doutrina o exame da 
possibilidade jurídica sob o ângulo de adequação do pedido ao direito 
material a que eventualmente correspondesse a pretensão do autor. 
Juridicamente impossível seria, assim, o pedido que não encontrasse 
amparo no direito material positivo”1. Portanto, no caso em comento, é 
isso que exatamente acontece, ou seja, não há amparo legal para dirimir 
a mera dúvida ou desconfiança suscitada pelo Requerente, ao contrário 
há vedação legal.
Consequentemente, não havendo possibilidade jurídica do 
pedido deduzido na referida “ação” deve a mesma ser julgada 
1 TREODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 1, pg. 61, 50ª ed. 
São Paulo : Forense, 2009.
extinta sem resolução do mérito nos termos do art. 267, VI do CPC, 
posto que, caso contrário, haverá manifesta violação dos arts. 1604, 
1609 e 1610 do CC, bem como ao art. 1º da lei nº. 8560/92, cujos 
dispositivos legais já restam prequestionados para eventual 
interposição de recurso excepcional.
QUANTO AO MÉRITO
No que se refere as alegações de mérito o Requerente merece ter 
o seu pedido julgado improcedente, pois os fatos alegados não 
correspondem a verdade.
A alegada desconfiança da conduta moral da genitora do 
Requerido foge à lógica do razoável, pois a genitora do menor quando 
manteve relacionamento com o Requerente era solteira, livre e 
desimpedida, ao passo que o Requerente era casado, e ocultava tal fato 
da genitora do Requerido, ou seja, se há alguma dúvida quanto a 
idoneidade moral essa deve recair obviamente sobre a conduta e 
atitudes do próprio Requerente, o qual, manteve relacionamento 
extraconjugal, típico caso de “adultério”.
Com relação as alegadas “diferenças físicas gritantes entre o 
Requerente e o Requerido” a mesma representa verdadeiro “ius 
sperniandi” do Requerente, posto que com as fotos ora anexadas fica 
visível o contrário, ou seja, que são claros os traços de semelhança física 
entre as partes. Além do que, eventuais diferenças físicas não podem ser 
tidas como parâmetros ou elementos excludentes de paternidade, pois 
isso fugiria da lógica do razoável, ainda mais no caso do Requerido, uma 
criança de 03 anos de idade, que está ainda na fase de desenvolvimento 
de seus principais aspectos físicos. Desse modo, um tanto que absurdo, 
do ponto de vista jurídico e até mesmo médico, os fatos alegados pelo 
Requerente como fundantes da sua “pseudo suspeita”.
Por todo o exposto, o Requerido requer:
a) que seja recebida a presente contestação, sendo a mesma juntada 
aos autos do processo em epígrafe;
b) que lhe seja deferido os benefícios da Assistência Judiciária 
Gratuita em face da declaração anexa.
c) que ao final seja acolhida a preliminar de carência de ação suscitada, 
declarando-se extinto o processo sem resolução do mérito nos termos do 
art. 267, VI do CPC, em decorrência da impossibilidade jurídica do 
pedido.
d) caso não acolhida a preliminar referida, sejam julgados totalmente 
improcedentes os pedidos do Requerente, condenando-o, ainda, nos 
ônus da sucumbência.
e) requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial juntada de documentos, oitiva de testemunhas, depoimento 
pessoal do Requerente e outras que se fizerem necessárias.
Nestes Termos.
Pede Deferimento.
Palmas, 27 de novembro de 2009.

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