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Poder Constituinte -

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PODER CONSTITUINTE-RESUMO
I - Poder Constituinte
A construção teórica da teoria do Poder Constituinte nasce na Revolução Francesa a partir da obra do abade Emmanuel Joseph Sieyès.
Em sua obra de 1789 ( que é o terceiro Estado?), o abade Sieyès reafirma a doutrina da soberania da Nação, dizendo que “em toda Nação livre – e toda Nação deve ser livre – só há uma forma de acabar com as diferenças que se produzem com respeito à Constituição. Não é aos notáveis que se deve recorrer, é à própria Nação” (SIEYÈS, 2001, p. 113). Foi com essa posição que Sieyès confirma, desde uma posição racional, o princípio da soberania da Nação como instrumento de legitimação para a instituição de um Estado baseado no Direito estipulado em um contrato social que deverá ser o estabelecimento prévio das regras de viver em sociedade que será uma constituição escrita pelos representantes da nação. Esta nova forma de organização político-jurídica da sociedade em transformação, segundo Dalmo Dallari, ao ser concebida “no sentido de Estado enquadrado num sistema normativo fundamental, é uma criação moderna, tendo surgido paralelamente ao Estado Democrático e, em parte, sob influência dos mesmos princípios” , através de um Poder político e metajurídico, inato ao novo membro da sociedade: o cidadão. O cidadão substitui ao súdito e os direitos do cidadão devem substituir aos privilégios das ordens superiores declarando-se a igualdade entre todos. 
1.Conceito e finalidade
O PODER CONSTITUINTE, retrata tanto o poder de elaborar a primeira ou a nova Constituição de um Estado Soberano (poder constituinte originário), quanto a competência estabelecida para a reforma de um texto constitucional já existente, com vistas a atualizá-lo e evitar que suas normas se tornem obsoletas (poder constituinte derivado)
É a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado.
A idéia de Poder Constituinte surge com as Constituições escritas, visando à limitação do poder estatal e a preservação dos direitos e garantias individuais.
2. Titularidade do Poder Constituinte
O titular do Poder Constituinte, segundo o abade Sieyès � , um dos precursores dessa doutrina, é a nação, pois a titularidade do Poder liga-se à idéia de soberania do Estado, uma vez que mediante o exercício do poder constituinte originário se estabelecerá sua organização fundamental pela Constituição, que é sempre superior aos poderes constituídos, de maneira que toda manifestação dos poderes constituídos somente alcança plena validade de se sujeitar à Constituição.
Modernamente, é predominante que a titularidade do poder constituinte pertence ao povo, pois o Estado decorre da soberania popular, cujo conceito é mais abrangente do que o de nação. A vontade constituinte é a vontade do povo expressa por meio de seus representantes. Distingue-se portanto a titularidade e o exercício do Poder Constituinte, sendo o titular o povo e o exercente aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
3.- Espécies de Poder Constituinte
Classifica-se o Poder Constituinte em:
Originário ( que pode ser : Histórico ou Revolucionário)
Derivado ( que se subdivide em: Reformador – Decorrente e Revisor)
O ato de criação do novo texto constitucional será elaborado pelo Poder Constituinte Originário, que pode ser subdividido em Histórico e Revolucionário.
Histórico seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado. ( ex. o Poder Constituinte que outorgou a nossa Constituição de 1824) Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. ( ex. todas as nossas Constituições posteriores : 1891,1934, 1937, 1946,...1988)
4.- Poder Constituinte Originário
4.1 – Conceito 
É o poder de se elaborar uma nova Constituição.
4.2 - Forma de expressão 
São duas as formas básicas de expressão do Poder Constituinte: promulgação ( quando nasce da deliberação da representação popular) ou outorga (quando nasce por deliberação de um agente revolucionário de forma unilateral)
A titularidade do Poder Constituinte é o povo ( parágrafo 1º. Do art. 1º. da CF/88)
O exercício, muitas vezes, se afasta do controle democrático, sendo exercido por um grupo que entende representativo da vontade popular. ( nesse caso temos a outorga do poder – que se caracteriza pela deliberação unilateral do agente revolucionário – ex. Constituições brasileiras de 1824, 1937, AI no. 1 de 09.04.64.)
Outras vezes é produto do exercício democrático do estado, formalizado por uma Assembléia Constituinte que, ainda, toma o cuidado de submeter a vontade popular direta( plebiscito e referendum) as suas decisões( nesse caso temos a promulgação do poder – que se caracteriza pela deliberação da representação popular. – ex. Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988).
4.3 – Características do Poder Constituinte Originário
Como inaugura uma ordem jurídica , o Poder Constituinte Originário caracteriza-se por ser inicial, autônomo, , ilimitado e incondicionado
Inicial ou inaugural 
É inicial porque instaura uma nova ordem jurídica a partir do nada, quando cria pioneiramente o Estado e edita a primeira Constituição ou a partir da ruptura com o regime antecedente, quando revoga a Constituição antiga.
Toda vez que se elabora uma nova Constituição, inicia-se um novo Ordenamento Jurídico, rompendo-se, por completo, qualquer vínculo com o ordenamento jurídico anterior. O objetivo principal do poder constituinte originário é o de criar um novo Estado.
Antes dessa manifestação, o Estado tal como veio a ser positivado, não existia. Existe, é, a partir da Constituição.
Assim surge um novo Estado a cada nova Constituição, provenha ela de movimento revolucionário ou de assembleia popular. O Estado brasileiro de 1988 não é o mesmo de 1969, de 1937, de 1934, de 1891, ou de 1824. Historicamente é o mesmo. Geograficamente é o mesmo. Não o é, porém juridicamente 
Autônomo: eis que a estruturação da nova constituição será determinada, autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário;
Ilimitado juridicamente:
Porque desconhece limites ou fronteiras de atuação, sendo livre para selecionar os valores que pretende tutelar constitucionalmente, que que não está vinculado pela ordem jurídica anterior.
Frente ao poder constituinte originário, não se pode invocar nem mesmo o direito adquirido. 
Essa posição foi, inclusive, confirmada pelo STF, quando o então presidente José Sarney, por ocasião da promulgação da Constituição de 1988, tentou manter-se no cargo por período de 6 anos, previsto na Constituição anterior, alegando ter sido eleito pelo ordenamento jurídico anterior e que, portanto, teria direito adquirido. O STF, naquela ocasião, negou o pedido de Sarney com base na característica do poder constituinte originário ser ilimitado.
Incondicionado e soberano na tomada de suas decisões:
Uma vez que sua manifestação não se condiciona a nenhuma forma predefinida, podendo-se expressar pelos mais variados processos, ritos ou formas.
 
Tem natureza política, é um poder de fato, mas institui um diploma jurídico. Assim, Poder Constituinte Originário é o Poder Político que impõe um Poder Jurídico, a Constituição
Alguns autores, postulam a necessidade de, o constituinte originário respeitar princípios suprapositivos e supralegais de justiça e princípios de direito internacional ( independência, autodeterminação e respeito aos direitos humanos)
Nas palavras de Canotilho, a doutrina moderna vincula o poder constituinte à observância de “padrões e modelos de conduta espirituais,culturais, éticos e sociais radicados na consciência jurídica geral da comunidade.
5.Poder Constituinte Derivado (constituído)
5.1 – Conceito: 
	É um poder jurídico, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional.Assim deriva do poder originário que o cria, e prescreve limitações que podem estar expressas, como por exemplo as cláusulas pétreas (art. 60 § 4º.) ou implícitas e é passível de controle de constitucionalidade.
5.2 – Características do Poder Constituinte derivado
Derivado: Como o próprio nome diz, deriva da Constituição Federal.
Não é inicial ( secundário) pois não inaugura nada. A ordem jurídica já foi iniciada pela Constituição.
Condicionado e Limitado: Não pode ser alterado como o legislador bem entender, sendo limitado pela própria Constituição Federal.
5.3 – Espécies de Poder Constituinte derivado
5.3.1 – Reformador 
5.3.2 – Decorrente
5.3.3 – Revisor
5.3 1 – Poder Constituinte derivado Reformador
5.3.1.1 - Conceito :
Denominado por parte da doutrina de competência reformadora, consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo. No Brasil, pelo Congresso Nacional, estando presente apenas nas Constituição rígidas.
Em resumo, é o poder de emendar, alterar, modificar uma Constituição.É criado e instituído pelo originário.
Neste caso, não se criará uma nova Constituição e sim, será feito modificações na Constituição já existente.
O único instrumento para exercer-se o poder derivado reformador da Constituição é a Emenda Constitucional.
No Brasil, a aprovação de emendas não está condicionada a nenhum marco temporal, a competência reformadora é um poder latente, passível de se manifestara qualquer momento, desde que observados os limites materiais, processuais e circunstanciais.
5.3.1.2 – Limites Constitucionais ao poder Constituinte derivado Reformador
Os limites para alteração Constitucional são de ordem:
- Material: Diz respeito à matéria, ao assunto, aos temas que não poderão ser objetos de Emenda à Constituição.
Trata-se do Núcleo Irreformável da Constituição, conhecida como “Cláusulas Pétreas” que não poderão ser objeto de alteração.
Estão tratados no artigo 60, § 4º da Constituição Federal que proíbe a alterações tendente a abolir a forma federativa do estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos poderes e os direitos e garantias individuais.
	Artigo 60
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Como se percebe da proibição, não se trata de apenas abolir essas normas, mas qualquer tentativa tendente a abolir essas cláusulas são proibidas. Exemplo: A pena de morte é tendente a abolir o direito a vida que é um dos direitos e garantias individuais e, portanto, é uma cláusula pétrea, não sendo possível proposta nesse sentido. 
Observação: A proposta alteração das cláusulas pétreas é possível, desde que, tenha por escopo fortalecer as mesmas ou, que não seja tendente a aboli-las.
2.- Limites Formais/Processuais
Neste caso, não importa o conteúdo da Emenda Constitucional, mas sim, a forma: iniciativa, aprovação e promulgação.
(Iniciativa: Quem tem competência para propor uma Emenda à Constituição, de acordo com o artigo 60, I, II e III da CF/88:
	Art. 60 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
A maior parte (praticamente todas) as Emendas Constitucionais foram propostas pelos incisos I e II do artigo 60, uma vez que os requisitos impostos pelo inciso III, tornam impossível o exercício de proposta nestas condições.
É muito difícil, porque os interesses dos estados são, em princípio, conflitantes e, além disso, o quorum de maioria relativa ou maioria simples é impraticável.
(Aprovação:
Para aprovação de uma Emenda Constitucional é necessário quorum qualificado, ou seja, 3/5 do total de membros da casa, e é realizada em quatro votações, sendo dois turnos na Câmara e dois turnos no Senado Federal.
	Art. 60 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Inicia-se pela Câmara dos Deputados, se a proposta partiu de um dos Deputado;
Inicia-se no Senado, se a proposta partiu de um dos Senadores;
Inicia-se pela Câmara dos Deputados, se a proposta partiu do Presidente da República.
Se a proposta de Emenda Constitucional for rejeitada, somente poderá ser novamente proposta na próxima sessão legislativa. Artigo 60, § 5º
	§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Sessão Legislativa: É o período anual de duração dos trabalhos legislativos.(art.57)
 Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
Aprovada a Emenda Constitucional em quatro votações, a mesma estará aprovada no Congresso Nacional e para gerar efeitos, vai para fase de promulgação, nos termos do artigo 60, § § 2º.e 3º
 § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
	§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Mesa é o órgão de uma casa legislativa responsável pela condução, pela elaboração de todos os seus trabalhos, como por Exemplo, organizar toda a pauta de votações, promulgar emendas constitucionais, etc.
3.- Circunstanciais
São as circunstâncias ou aqueles momentos em que uma emenda não poderá ser aprovada, promulgada, Exemplo: artigo 60, § 1º da Constituição Federal
	§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
São momentos de anormalidade institucional ou circunstâncias que indicam que alguma coisa de errado está acontecendo no país.
3.1 - Intervenção Federal:
É o processo através do qual a União quebra, excepcional e temporariamente a autonomia dos estados e do Distrito Federal por descumprimento das regras localizadas no artigo 34 da Constituição Federal. (ver artigo 212 da CF)
	Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviçospúblicos de saúde.
	O descumprimento desse artigo poderá gerar Intervenção Federal com base no artigo 34, inciso VII, alínea “e”.
Art. 212 - A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Durante o período de intervenção federal, como se viu, também não poderá ser objeto de aprovação de Emenda Constitucional.
5.3.1.2.1 - Estado de Defesa e Estado de Sítio
Dentro do tema da Defesa do Estado e das Instituições democráticas, a CF/88 estabeleceu dois grupos:
instrumentos ( medidas excepcionais) para manter ou restabelecer a ordem nos momentos e anormalidades constitucionais., instituindo o sistema constitucional de crises, composto pelo “estado de defesa” e “estado de sítio” (legalidade extraordinária);
defesa do País ou sociedade, através das Forças Armadas e da Segurança Pública. 
5.3 2 – Poder Constituinte derivado Decorrente – 
5.3.2.1 – Dos Estados-Membros
É o poder que cada Estado membro tem de elaborar sua própria Constituição. Tal competência decorre da capacidade de “auto-organização” estabelecida pelo poder constituinte originário.
Simboliza a afirmação plena da autonomia política, administrativa e financeira dos Estados membros, que são governados, organizados e regidos por leis e autoridades próprias (art. 25 CF)
No Brasil, o Constituinte Estadual sempre se exprimiu por via de Assembléia Constituinte Estadual. ( art. 11 ADCT)
	Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)
Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contando da promulgação da Constituição Federal, obedecidos , os princípios desta.
5.3.2.2 – Limites Constitucionais ao poder Constituinte derivado Decorrente
1.- princípios constitucionais sensíveis ( art. 37, VII ) 
São aqueles que autorizam a intervenção federal nos Estados membros e no Distrito Federal.
Os princípios sensíveis enumerados no art. 34, VII, constituem o fulcro da organização constitucional do país, de tal sorte que os estados federados, ao se organizarem, estão circunscritos à adoção:
Da forma republicana do governo �
Do sistema representativo e do regime democrático;
Dos direitos da pessoa humana;
Da autonomia municipal;
Da prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
São princípios que dizem respeito basicamente à organização dos poderes governamentais dos Estados. O princípio da prestação de contas atrai a observância dos princípios referentes ao sistema de controle externo e de controle interno a serem induzidos dos preceitos dos arts. 70 a 75 e, por conseguinte, a observância dos princípios orçamentários. O princípio da autonomia municipal impõe ao Poder Constituinte Estadual limites no tocante à organização dos Municípios �
A inclusão de normas na constituição Estadual em desrespeito a esses princípios poderá provocar a representação do Procurador Geral da República, visando à declaração de inconstitucionalidade, e decretação de intervenção federal, caso não tenha eficácia a simples suspensão da execução do ato impugnado, tudo nos termos e na forma estatuída no art. 36,III § 3º. Da CF/88.
Cada Estado Federado tem o poder de elaborar sua própria Constituição;
O Estado Poderá inovar;
As inovações introduzidas nas Constituições Estaduais não podem desrespeitar a Constituição Federal.
2.- Princípios constitucionais estabelecidos (organizatórios) são aqueles que limitam ou proíbem a ação indiscriminada do poder constituinte decorrente – encontram-se dispersos na Constituição Federal e dividem-se:
a) – limites vedatórios explícitos ( vedam a pratica de medidas contrárias ao fixado pelo Poder Constituinte originário – ec. Art. 19, 35, 150, 152);
b) – limites mandatórios explícitos ( restrições à liberdade de organização) – ex. art. 18 § 4º., 29, 31 § 1º., 37 ao 42, 92 a 96, 98,99, 125 §2º., 127 ao 130, 132, 134, 135, 144, IV e V, §§ 4º. Ao 7º.)
c) limites inerentes ( vedam implícita ou tacitamente a invasão de competência por parte dos Estados membros)
d) limites decorrentes (decorrem de disposições expressas ex .necessária observância dos princípios, federativo e republicano, do Estado democrático de Direito, da legalidade, igualdade, da dignidade da pessoa humana, combate às desigualdades regionais, das diretrizes ligadas à ordem econômica, financeira e social)
d) limites constitucionais extensíveis: integram a estrutura federativa brasileira, associando-se com a forma de investidura em cargos eletivos (art.77) processo de elaboração legislativa (art. 59e seguintes) orçamentos (art. 165 e seg,) e as normas relacionadas à Administração Pública (art. 37 e seg.),				
5.3.2.3 - Poder Constituinte derivado Decorrente – Municípios, Distrito Federal e Territórios Federais.
Os municípios possuem liberdade para elaboração de suas Leis Orgânicas, que seria a Constituição Municipal, uma vez que o conteúdo das Leis Orgânicas seria o mesmo conteúdo das Constituições.
Dessa forma, a capacidade de auto organização municipal está delimitada no art 29 da Constituição Federal, sendo que seu exercício caberá à Câmara Municipal.:
	Art. 29 - O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
O poder constituinte decorrente, conferido aos Estados membros da Federação, não foram estendidos aos Municípios, conforme entendimento jurisprudencial emanado do TJSP.
Por outro lado, também percebe-se que o Poder Constituinte Originário não elevou a Câmara Municipal como poder constituinte, como se nota da interpretação do art. 11 – parágrafo único do ADCT.
Assim, o poder constituinte decorrente, conferido aos Estados –membros e ao Distrito Federal, não se faz na órbita dos Municípios. Por essa razão, ato local questionado em face da lei orgânica municipal enseja controle de legalidade, e não de constitucionalidade”.
O Distrito Federal, 
O Distrito Federal, de acordo com o art. 32, caput, da CF/88, será regido por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa, que a promulgará. Tal lei orgânica deverá obedecer aos princípios estabelecidos na Constituição Federal.
Dessa forma, muito embora a posição particular ocupada pelo DF na Federação, já que a sua autonomia é parcialmente tutelada pela União (arts. 21, XIII e XIV, e 22, XVII), além de acumular competências legislativas reservadas tanto aos Estados como aos Municípios (art. 32, § 1.º), a vinculação da lei orgânica será diretamente com a CF.
Nesse sentido, o Min. Carlos Britto afirmou que, “conquanto submetido a regime constitucional diferenciado, o Distrito Federal está bem mais próximo da estruturação dos Estados-membros do que da arquitetura constitucional dos Municípios” (ADI 3.756, j. 21.06.2007, DJ de 19.10.2007).
Assim, na medida em que a derivação é direta em relação à Constituição Federal, parece razoável afirmarmos, que, no âmbito do DF, verifica -se a manifestação do poder constituinte derivado decorrente, qual seja, a competência que o DF tem para elaborar a sua lei orgânica (verdadeira Constituição distrital) sujeitando -se aos mesmos limites já apontados para os Estados -membros e, assim, aplicando -se, por analogia, o art. 11 do ADCT.
Por esse motivo, é perfeitamente possível o controle concentrado no âmbito do TJ (Justiça do Distrito Federal e dos Territórios), tendo como paradigma aLei Orgânica do DF, com a mesma natureza das constituições estaduais, regra esta, inclusive, introduzida, de modo expresso, no art. 30 da Lei n. 9.868/99 e, também, na Lei n.11.697/2008, que dispõe sobre a organização judiciária do Distrito Federal e dos
Territórios. Nesse sentido, também a jurisprudência do STF:
“EMENTA: Antes de adentrar no mérito da questão aqui debatida, anoto que, muito embora não tenha o constituinte incluído o Distrito Federal no art. 125, § 2.º, que atribui competência aos Tribunais de Justiça dos Estados para instituir a representação de inconstitucionalidade em face das constituições estaduais, a Lei Orgânica do Distrito Federal apresenta, no dizer da doutrina, a natureza de verdadeira Constituição local, ante a autonomia política, administrativa e financeira que a Carta confere a tal ente federado. Por essa razão, entendo que se mostrava cabível a propositura da ação direta de inconstitucionalidade pelo MPDFT no caso em exame” (RE 577.025, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 11.12.2008, Plenário, DJE de 06.03.2009).
Os Territórios Federais , de acordo com o art. 18, § 2.º, integram a União, não se falando em autonomia e, portanto, não se cogitando em manifestação de poder constituinte.
Os Territórios Federais, não mais existem ( arts. 14 e 15 do ADCT), mas poderão vir a ser criados. (art. 12 do ADCT cc/ art. 18 § 2º.)
O poder constituinte derivado decorrente é apenas o poder que os Estados -membros, por meio das Assembleias Legislativas, têm de elaborar as suas Constituições Estaduais, bem como o DF, por meio da Câmara Legislativa, de elaborar a sua Lei Orgânica, devendo, ambas, obedecer aos limites impostos pela Constituição Federal, nos exatos termos do art. 25, caput, e art. 32, caput, da CF/88.20 Essa particularidade, portanto, não se estende aos Municípios e Territórios Federais que eventualmente venham ser criados.
5.3 3 – Poder Constituinte derivado Revisor
Conhecido pelo nome de poder anômalo de revisão, competência revisora, idealizado pelo Poder Constituinte originário para facilitar a adequação da Constituição às aspirações mais legítimas que surgissem após o decurso de certo lapso temporal.
O ART. 3º. Do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, estabelece a oportunidade de revisão constitucional após cinco anos contados da promulgação da Constituição. (limite temporal)
Portanto, após 5 de outubro de 1993. Nesse sentido, não se dará necessariamente, no 5º. Ano, mas após 5 anos. Em seis, vinte ou trinta anos.A escolha do momento é competência exclusiva do Congresso Nacional.
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
A revisão constitucional não é um poder exercitável a qualquer momento, possui uma competência prevista em norma de eficácia exaurita e aplicabilidade esgotada, porque , já se tendo manifestado uma única vez em sessão unicameral que resultou na aprovação de 6 emendas de revisão, não poderá tornar a se manifestar futuramente.
Quais os limites materiais da revisão constitucional? 
São os mesmos impostos ao poder constituinte derivado reformador.Os limites estão estabelecidos no art. 60 § 4º.( cláusulas pétreas) 
Qual a diferença entre a competência reformadora, via Emenda, e a reforma, via revisão?
A EMENDA À CONSTITUIÇÃO, exige aprovação por quorum qualificado de 3/5(maioria qualificada) dos votos dos membros de Cada Casa do Congresso Nacional. Exige-se, ainda, que a aprovação se de em dois turnos de discussão e votação, sempre na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O sistema, portanto, de discussão e votação de emenda à Constituição se dá com obediência ao sistema bicameral de nosso Poder Legislativo.
A REVISÃO CONSTITUCIONAL, diferentemente, se dá com exigência de menor quorum: maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional. E em sessão unicameral, ou seja, deputados e senadores, durante a revisão, serão simplesmente, revisores, e o seu voto tem um mesmo valor. O voto do Senador não será de maior peso que o do Deputado, como acontece no caso de emenda à Constituição, em face da bicameralidade.
� Emmanuel Joseph Sieyès (1748-1836) é o autor do livro Qu’est-ce que le tiers État? ( O que é o terceiro Estado?), verdadeiro manifesto da Revolução Francesa, onde expõe as reivindicações da burguesia, definindo-a como a nação e, consequentemente, titular do poder constituinte.
2 – Conceito de República. Seus elementos – República é o tipo de governo, fundado na igualdade formal das pessoas , em que os detentores do poder político exercem – no em caráter eletivo, representativo (de regra), transitório e com responsabilidade. 
� 1.- O princípio da autonomia municipal vem contido , basicamente , nos arts. 29 e 30 da Carta Magna . Tão expressivo é o princípio insculpido nestes artigos , que lei alguma , nenhum poder , nenhuma autoridade ( inclusive judiciária ) , poderá , direta ou indiretamente , às claras ou sub- repticiamente , mediante ação ou omissão , derroga – lo ou , de algum modo , amesquinha – lo . 
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