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Resumo de Mercantil

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Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES
Curso De Direito- 5° Período
Direito Mercantil
Professor: José Adelson 
Acadêmica: Vitória Dreide 
RESUMO 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito
Os títulos de crédito formam um sub-ramo do Direito Empresarial, conhecido como Direito Cambiário. O Direito cambiário tem normas próprias que o regem, como a lei uniforme sobre letra de câmbio e nota promissória, a lei do cheque, a lei da duplicata, aplicando-se o CC de forma subsidiária.
Crédito:
Crédito vem do latim “credere” e significa confiança. O crédito oferece a possibilidade de consumo imediato pelo seu tomador em relação à compra de produtos e serviços e à espera do vendedor para receber a contraprestação do que vendeu. O crédito possibilita a circulação de riquezas sem a necessidade do pagamento imediato, trata-se da troca de uma prestação atual por uma prestação futura com base na confiança de uma parte em outra.
Histórico
Inicialmente as negociações eram trocas in natura, mais tarde utilizou-se o sal como moeda; depois a moeda metálica e finalmente o papel-moeda fundado na confiança do Estado emissor. Evoluímos da economia natural para a economia monetária, caracterizada pela moeda como instrumento de troca.
Posteriormente tivemos a troca do papel moeda pelos títulos de crédito, os títulos de crédito surgiram na idade média como instrumento para facilitar a circulação do crédito comercial, o primeiro título de crédito inventado foi a letra de câmbio, ocorreu no século XI. Inicialmente a funcionalidade da letra de câmbio era “trajetício” (de trajeto) como uma forma de segurança encontrada para evitar que os mercadores fossem roubados ou pirateados. 
Conceito de Título de Crédito:
São documentos representativos de obrigações pecuniárias, não se confundem com a própria obrigação, porque a representam. Fábio Ulhoa
“DOCUMENTO necessário para o exercício do direito LITERAL e AUTÔNOMO nele mencionado” Cesare Vivante Jurista Italiano
Art. 887- CC: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Três princípios elementares do direito cambiário: Cartularidade (documento), literalidade (literal) e autonomia (autônomo).
Características dos Títulos de Crédito:
1)Negociabilidade/ Circulação: 
Permite que o título de crédito circule de forma simplificada, dando mais certeza e segurança a quem o recebe, o que propicia maior agilidade e facilidade na transmissão do crédito.
o título de crédito poderá ser utilizado, por exemplo, em operação de desconto com antecipação de valores, o pagamento de fornecedores e credores, garantia de empréstimos.
A circulação dos títulos de crédito se dá pela mera tradição no caso dos títulos ao portador ou pelo endosso (assinatura do credor) nos títulos nominativos.
2)Executividade:
A executividade é a presunção de verdade quanto ao seu teor, por tratar-se de um documento formal disposto por lei. A executividade dá maior eficiência e celeridade na cobrança da obrigação porque os títulos de crédito são considerados títulos executivos extrajudiciais, art. 784 I do NCPC, podendo ser cobrado diretamente por meio de execução judicial (ação cambial, cobrança sumária, sem a necessidade de ação de conhecimento).
Princípios dos Títulos de Crédito:
1)PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE (Cártula Significa Papel):
O título de crédito necessariamente deve ser firmado em papel. O título de crédito é um direito escrito. Para exercício do Direito creditício é necessário a exibição do original, ou seja, o credor deve provar que se encontra na posse do documento (é ônus dele), para poder exercer o direito nele mencionado.
DIREITO + POSSE DO TÍTULO= EXERCER O DIREITO.
Imputações do Princípio da Cartularidade:
Título com o devedor induz presunção de pagamento;
Só é possível protestar o título apresentando-o: o protesto tem como função dar moralidade do título, leva no cartório de protesto para dar publicidade, é exercício regular de um direito. Torna-se obrigatório se tiver co-obrigados, caso contrário é facultativo. O protesto é de certa forma uma cobrança, pois constrange a pessoa.
Só é possível executar mediante apresentação do título;
Cópia somente por motivo de segurança se a Vara não puder custodiar, ou extravio no curso do processo;
OBS: Agravo de Instrumento-Cv 1.0431.15.004234-6/001:  
Diante da possibilidade de circulação, mediante endosso, da cédula de crédito bancário, a propositura da ação requer a juntada da via original do título, sob pena de extinção.
Princípio da Cartularidade no PJE:
Art. 425.  Fazem a mesma prova que os originais:
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento público ou particular, quando juntadas aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração.
§ 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou de documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar seu depósito em cartório ou secretaria.
Exceção ao Princípio da Cartularidade:
--Art. 889:
Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisados direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
Duplicata sem o devido aceite de mercadoria;
--Apelação Cível 1.0223.07.239620-1/002:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA NEGATIVA CUMULADA COM CONDENATÓRIA POR DANOS MORAIS. PROTESTO LEGÍTIMO DE DUPLICATAS. EXERCÍCIO REGULATR DE DIREITO. INEXISTÊNCIA DE DEVER DE INDENIZAR. Se a nota fiscal demonstra a prestação de serviço, com a assinatura do seu recebimento pelo comprador, resulta correta a emissão da duplicata. A mera ausência do título e do respectivo aceite não gera, automaticamente, a nulidade da duplicata e/ou do protesto, sendo perfeitamente possível que o protesto seja procedido por indicação, faculdade prevista no artigo 13, § 1º, da Lei n. 5.474/68. Trata-se de exceção ao princípio da cartularidade e que não inquina o título protestado de nulidade. A prova do pagamento é a quitação, que consiste num documento em que o credor ou seu representante, reconhecendo ter recebido o pagamento de seu crédito, exonera o devedor da obrigação. Hipótese em que os requisitos legais para a quitação não se mostram presentes. A teor do art. 188 do NCC, não constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido.
--Lei 5474-68- Lei da Duplicata:
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento:
 § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.
OBS: 
1° CASO) Para trazer segurança da duplicata na forma eletrônica deve constar na escrituração fiscal encaminhando assim um documento eletrônico.
2° CASO) É possível executar duplicata sem elas em mãos no caso da duplicata sem o devido aceite de mercadoria. EX: Duplicata com o valor de 10.000, 10X de um valor.
Mercadoria+ nota fiscal+ aceite assinado é o normal, quando não assinado para ter protesto você apresenta o título e comprova que fez a entrega do produto. Aceite= os valores expressos são validos e eu os devo, não pagando poderá ser executado.
A duplicata mercantil é título de crédito ao qual quando fornece serviço/produto, se o devedor pagar a prazo você o utiliza para cobrar. SOMENTE UTILIZADA NOS CASOS A PRAZO. Para receber o valor antes pode ir a um banco ou factoring havendo apenas um “desconto” desse valor.
2) PRINCÍPIO DA LITERALIDADE (Vale somente o que LITERALMENTEestá escrito):
Os atos firmados em documentos separados entre as partes, ainda que válidos entre elas, não irão produzir efeitos perante terceiros. É o caso do recibo separado, que não produz consequência jurídica perante terceiro de boa fé que recebeu o título, pois este não sabia da quitação.
ApelaçãoCível 1.0647.10.000588-1/001: 
- Conforme orienta o princípio da literalidade afeto aos títulos de crédito, somente se obrigam ao débito constante da cártula aqueles que apõem sua assinatura nesta. 
- Se a execução é baseada em duplicatas em que não constam assinaturas de avalistas ou endossantes, mas, tão-somente a identificação da sacada, apenas esta é passível de ser executada.
Isto porque a apreciação da execução de duplicatas está indiscutivelmente regulada sob o pálio da legislação e dos princípios que regem o Direito Creditício, cujo principal fundamento é a existência de um documento que autorize o exercício do direito, literal e autônomo. 
A obrigação cambial é verificada pela análise do documento cartular em que se consubstancia o crédito, posto que, nos termos do princípio da literalidade dos títulos de crédito, o que se revela como válido é o teor contido na cártula, somente isso. 
Para que uma pessoa, física ou jurídica, seja considerada avalista de uma cambial, é imprescindível que sua assinatura figure na face anterior da letra, consoante dispositivo contido no art. 32 da Lei Uniforme de Genebra (Dec. 57.663/66), ou, que tal assinatura conste no verso ou anverso, sob a expressão "por aval", ou outra no mesmo sentido, ou, ainda, que a assinatura do avalista, no verso ou anverso, venha posteriormente à expressão "por aval de (fulano)", ou equivalente. Somente pelo aval poderia o apelante obrigar-se da mesma forma que a sacada nas duplicatas.
3) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA:
Autônomo significa independente, assim quando um único título de crédito documentar mais de uma obrigação, elas serão consideradas independentes, sendo que uma possível invalidade de qualquer uma delas NÃO irá acarretar prejuízo às demais obrigações.
EXEMPLO: 
Se “A” vende uma casa para “B”, e “B” assina uma nota promissória em favor de “A”. “A” torna-se devedor de “C” e efetua o pagamento de seu débito com a mesma nota promissória; então o título representa três relações jurídicas: de A e B (compra e venda); de A e C (quitação de dívida) e de B e C (B agora deve para C).
Havendo vício em qualquer relação, como problemas com a casa, não haverá interferência nas demais relações representadas pelo título, pois pode sanar esse problema, como a ação por vício redibitório, o que garante a circulação do título de crédito.
Subdivide-se em dois sub-princípios: Abstração e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. OBS: alguns incluem independência das assinaturas como sub-princípio.
Abstração:
A abstração ocorre quando o titulo de crédito circula (é transmitido de uma pessoa a outra), pois nesse caso ele se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem (negócio subjacente). Por isso como regra, deverá ser pago mesmo que haja problemas entre as partes originárias do negócio. 
Obs: Caso não haja a circulação do título, ele permanece vinculado entre as partes do negócio jurídico, podendo haver oposição ao seu pagamento.
Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé:
Entende-se que os vícios existentes na relação que deu origem ao título só podem ser oponíveis aqueles que integram essa relação. Não podendo ser oponível ao portador legítimo do título que obteve em relação posterior à viciada. O simples conhecimento, pelo terceiro, da existência de fato oponível ao credor anterior do título já é suficiente para caracterizar a má-fé.
Classificação dos Títulos de Crédito
A Classificação segundo Fabio Ulhoa divide-se em:
Quanto ao modelo: Livre ou Vinculado.
Quanto à circulação: ao portador ou nominativo.
Quanto à emissão: causal ou não causal.
Quanto a estrutura: ordens de pagamento ou promessa de pagamento.
Classificação dos Títulos de Crédito:
Quanto ao modelo:
Vinculado: padrão exigido. Vinculado lei define modelos a serem observados quanto ao formato. Ex: Cheque.
Livres: Critérios do emitente. Livre não possui padrão estabelecido por lei, mas observa requisitos mínimos da lei. Ex: Letra de Câmbio e Nota Promissória.
Quanto a estrutura:
Ordem de Pagamento: possui 3 situações:
SACADOR SACADOTOMADOR.
Sacador: Quem dá a ordem de pagamento;
Sacado: Quem deverá pagar o título;
Tomador: Credor ou beneficiário.
Ex: cheque, duplicata (NÃO TENHO CERTEZA) e a letra de câmbio.
Promessa de pagamento: sacador assume o compromisso de pagar o valor do título.
Sacador e sacado são a mesma pessoa: Quem promete pagar;
Beneficiário credor, exemplo, Nota promissória e duplicata.
Quanto as hipóteses de emissão:
a) Casuais: emissão autorizada por lei. Ex: Duplicata somente pode ser emitida nos casos em que ocorra a compra e venda.
b) Limitados: Não podem ser emitidos em circunstancias previstas em lei. Ex: A letra de câmbio não pode ser emitida para compra e venda mercantil
c) Não casuais: Podem ser criados em qualquer hipótese. Ex: Cheque nota promissória, independe do negócio jurídico.
4. Quanto à circulação:
a) Ao portador: não possuem nome do credor. Credor é quem detém a posse. Transmissão pela tradição.
b) Nominativos à ordem: Possuem o nome do credor, mas permitem endosso.
c) Nominativos não à ordem: Identificam o nome do credor, e só se transmitem por cessão civil de crédito.
Primeiro Institutos de Direito Cambiário SAQUE
Saque: é o ato de criação do título de crédito, ou seja é a emissão do título. Gera o efeito de vincular o sacador ao pagamento do título de crédito.
Na ordem de pagamento há três situações jurídicas distintas: sacador, sacado e tomador, sendo que a mesma pessoa pode ocupar simultaneamente mais de uma situação. É a ordem que o sacador dá ao sacado, no sentido de pagar determinada importância ao tomador. Emitido pelo sacador, o título é entregue ao tomador, que deverá procurar o sacado, normalmente duas vezes uma para consulta-lo sobre se aceita ou não cumprir a ordem; caso aceite na segunda será para receber.
Na promessa de pagamento sacador e sacado são a mesma pessoa, o outro é o beneficiário.
Segundo Institutos de Direito Cambiário Endosso:
Endosso é o ato de transmitir o crédito representado por título à ordem.
De acordo com art. 14 da Lei Uniforme o endosso transfere todos os direitos do título.
Endossante é o credor, quem efetua a transferência;
Endossatário quem recebe a transferência;
São efeitos do endosso:
A – Transferência do crédito, o endossante deixa de ser credor;
B – Vinculação do endossante ao título (coobrigado ou codevedor);
O endossatário como novo credor poderá efetuar o protesto do titulo de crédito, mas será aplicável a súmula 475 do STJ:
“Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas”.
O endosso somente é possível nos títulos decorrente de título “à ordem” se for “não a ordem” deverá ocorrer à cessão de crédito.
Diferença de Endosso e Cessão de Crédito:
ENDOSSO: é a forma de transmissão própria dos títulos de crédito. Em geral, aquele que transmite o título responde pela insolvência do devedor (caso não pague) e pela existência do crédito (se o título é verdadeiro, não falsificado);
CESSÃO DE CRÉDITO: serve para transferir qualquer título de crédito (decorrente de contrato para títulos nominativos não à ordem) na cessão de crédito o cedente (que transfere o crédito) responde apenas pela existência do titulo, mas não responde pela insolvência do devedor;
Endosso versus Cessão de Crédito
O endossante responde pela insolvência do devedor (caso este não pague) e pela existência do crédito e sua idoneidade (verdadeiro);
Na cessão de crédito o cedente (quem transfere o título) responde apenas porsua existência, mas não responde pela insolvência do devedor;
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
A principal diferença dos institutos, porém é em relação à ciência do devedor.
No endosso NÃO é necessário que o devedor seja comunicado sobre a transmissão, já na cessão de crédito, é necessário comprovar que o devedor está ciente do ato de transmissão, nos termos do artigo 290 CC.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
No endosso aplica-se o princípio da autonomia e da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé;
Na cessão de crédito poderá alegar em sua defesa matéria da sua relação com o cedente, não se aplicando o princípio da autonomia, artigo 294 CC:
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
No endosso o devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais, já na Cessão Civil o cessionário pode alegar contra o endossatário de boa-fé as exceções pessoais.
A cessão de crédito é não a ordem.
AULA: Natureza jurídica é diferente na cessão é CC e no Endosso é o Direito Cambiário. No Endosso só se aplica os princípios que estudamos. A execução no endosso é assinando no verso e a Cessão de Crédito é um contrato escrito com partes, objetos e clausulas. O endosso não é contrato por causa da cartularidade e negociabilidade. Endosso fica co-obrigado (solidariedade passiva), na Cessão quem cede não é responsável pelo adimplemento, mas as partes podem colocar como co-obrigado o cedente. O endosso não precisa dar informação ao devedor principal, na cessão é necessário (para evitar ter que informar posteriormente já o faz no ato).
ESPÉCIES DE ENDOSSO:
Endosso = Endosso Translativo
Endosso em preto: é aquele endosso que identifica o endossatário (quem recebe o crédito);
Endosso em branco (ao portador): não identifica o endossatário, por isso torna-se um título ao portador, ou seja, o credor é aquele que tiver a sua posse;
Endosso-Caução (pignoratício): acontece quando o título é dado em garantia, como em caso de penhor. Nessa hipótese não se transfere a titularidade definitiva do crédito ao endossatário, salvo se não cumprir a obrigação; 
Endosso-mandato (ou procuração ou impróprio): é aquele que não transfere a titularidade do credito, apenas dá legitimidade ao seu possuidor (que é mandatário, procurador) para que efetue o recebimento do crédito, NÃO é tido como translativo.
Súmula 476 STJ:
“O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”
Endosso sem garantia: cuida-se daquele que proíbe outros endossos após ele, o que desobriga o endossante quanto ao pagamento a outras pessoas caso haja transferências subjacentes;
Endosso póstumo (ou posterior ao vencimento): é aquele realizado depois da data de vencimento do título, tendo os mesmos efeitos do endosso realizado anteriormente ao vencimento, mas se o endosso se der posteriormente ao “protesto por falta de pagamento” ele produzirá apenas efeitos de uma cessão de crédito;
Por fim, ressalta-se que não é possível o endosso parcial, sendo considerado nulo conforme art. 12 da Lei Uniforme.
OBS: Não existe proibição entre qual deles usar, mas o endosso em preto é mais seguro, já para o endossatário o em branco é melhor.
Terceiro Instituto de Direito Cambiário AVAL:
Conceito de Aval: é uma obrigação firmada por terceiro (avalista) que garante o pagamento do título, caso o devedor (avalizado) não o cumpra.
O avalista é responsável tanto quanto seu avalizado;
É cabível ação regressiva;
Aval versus Fiança
Tanto a fiança quanto o aval são garantias fidejussórias, ou seja, garantias com vínculo subjetivo, de natureza pessoal, realizadas tendo como base a confiança.
O aval é uma garantia cambial e autônoma com relação à obrigação do avalizado, isto é, a invalidade da obrigação principal não invalida a obrigação do avalista. O avalista não tem direito ao benefício de ordem;
A fiança é uma garantia não cambial (garantia do Direito Civil) e acessória com relação à obrigação do afiançado, ou seja, se houver a invalidade da obrigação principal a obrigação do fiador que é acessória ficará invalidade; Art. 837 CC. O fiador tem direito ao “benefício de ordem”.
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
É possível renúncia ao benefício de ordem?
ESPÉCIES DE AVAL:
Aval Total: é aquele que abrange e garante de modo integral o valor do título de crédito;
Aval parcial: é aquele que se restringe a garantir apenas uma parte do valor do título;
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. CC-02
Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. Lei Uniforme DL 57663-66.
AVAL em preto: é aquele que identifica quem está sendo avalizado;
AVAL em branco: é aquele que não identifica o avalizado, e nesse caso, o sacador será considerado o avalizado;
Quarto Instituto de Direito Cambiário PROTESTO: 
“Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida” Art. 1 da Lei 9.942-97
Podem ser protestados títulos de crédito (cheques, duplicatas, promissórias etc) e outros documentos decorrentes de dívidas (contratos);
A relevância do protesto reside no fato de que ele prova que o título foi apresentado ao devedor, que, no entanto não o pagou. A função primordial é demonstrar a impontualidade do devedor.
Facultativo: O protesto será facultativo quando o ato não é obrigatório para cobrança do crédito, quando derivado de um título exigível contra o devedor principal, basta o seu vencimento para que o mesmo se torne exigível em face deste;
Obrigatório/ Necessário: Será necessário o protesto para a efetivação da cobrança em face dos demais coobrigado (endossante, aval) sendo necessário comprovar a recusa do pagamento pelo devedor principal;
Atenção! Para cobrança do título dos coobrigados é condição de exigibilidade o protesto do título.
Protesto por falta de pagamento: 
Se o aceitante não paga o crédito tributário, no vencimento, o credor deve protestá-la por falta de pagamento. Quando se trata de título com vencimento em dia certo, a providência deve ser adotado nos 2 dias uteis seguintes aquele em que era pagável, se perder esse prazo torna-se inexigível o crédito. 
Cancelamento do processo:
Mais do que ato de conservação de direitos creditícios, o protesto é hoje instrumento extrajudicial de cobrança. A lei autoriza o seu cancelamento, quando o devedor pagar o título, após o protesto. Procede-se ao cancelamento do protesto por meio de pedido formulado pelo devedor, ou terceiro interessado, perante o Tabelionato de Protesto de Títulos. O pedido deverá vir instruído pelo próprio título protestado ou por declaração de anuência do credor.
Cláusula “sem protesto” ou “sem despesa”:
Art. 50 O emitente, o endossante e o avalista podem, pela cláusula ‘’sem despesa’’, ‘’sem protesto’’, ou outra equivalente, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para promover a execução do título, do protesto ou da declaração equivalente. Lei 7357 de 1985
Dispensa expressa da necessidadede protesto!
DESCONTO:
É a operação de recebimento antecipado dos valores de títulos de créditos não vencidos, muito utilizada pelos comerciantes que vendem a crédito. 
A antecipação dos valores é feita por um banco ou factoring( instituição regularmente constituída e prevista legalmente), para o qual o comerciante transferiu os créditos. A transmissão dos créditos é efetivada por endosso ou cessão de crédito.
Os valores antecipados ficam sujeitos a um deságio (é a diferença do valor do título e o que recebe), a fim de remunerar a instituição financeira por ter antecipado o valor;
OBS: O banco ou a factoring pode requerer uma garantia para o caso de inadimplemento. Ex: uma hipoteca, aval ou outro título de crédito.