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RESUMO - Família

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RESUMO – 2
CASAMENTO
- União legal entre pessoas - É possível a união homoafetiva 
Natureza jurídica: 1. Negócio Jurídico: Ato que decorre da vontade das partes, a partir do consentimento, aproximando-se do contrato. 2. Instituto Jurídico: Situação jurídica que possui parâmetros preestabelecidos pelo legislador e constituindo um conjunto de regras impostas pelo Estado. 3. Natureza Mista ou Eclética: Ato jurídico complexo constituído por características negociais e institucionais.
SEPARAÇÃO JUDICIAL
Em termos simples, é definida como o ato judicial que extingue a sociedade conjugal mas considera íntegro o vínculo, não dissolvendo o casamento, que só se interrompe com a morte ou o divórcio. Na prática, põe fim aos deveres (recíprocos e específicos) de coabitação e fidelidade, bem como resolve o regime de bens adotado com as núpcias.
A separação judicial é chamada amigável ou consensual quando ambos os cônjuges demonstram desinteresse pela manutenção do vínculo, restando assim dispensados de apresentar quaisquer motivos especiais, bastando comparecer perante o Juiz e manifestar sua vontade.
A conversão da separação judicial em divórcio ocorre quando decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que decretou a separação judicial ou ainda da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos.
DIVÓRCIO
A lei já não exige prazo para a concessão do divórcio, em quaisquer das modalidades: direto, quando dispensa prévia separação judicial; ou conversão da separação em divórcio.
Note-se que o divórcio não altera os direitos e deveres entre pais e filhos, que devem ser preservados dos conflitos do casal que, uma vez desfeito, não deveriam abandonar e desamparar aos frutos de sua união.
O efeito mais importante do decreto do divórcio é pôr termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso. Dissolvida a sociedade conjugal pelo divórcio, os cônjuges podem contrair novas núpcias, desaparecendo o impedimento legal.
*Finalmente, a partir de 2010, a Emenda Constitucional 66 eliminou a necessidade de separação, permitindo que o divórcio seja feito sem o cumprimento de qualquer requisito. Por isso, muitos estudiosos do Direito afirmam categoricamente que não existe mais separação no Brasil. Hoje, se o casal quiser romper definitivamente o vínculo conjugal, deve fazer o divórcio diretamente. Poderá fazer o pedido em cartório (se houver consenso e não houver filhos menores ou incapazes) ou pela via judicial (se houver filhos menores ou incapazes, ou se houver discordância). *
A entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 66, que modificou o artigo 226 da Constituição Federal para deixar de condicionar o divórcio à prévia separação judicial ou separação de fato, não aboliu a figura da separação judicial do ordenamento jurídico brasileiro - apenas facilitou aos cônjuges o exercício pleno de sua autonomia privada.
A separação judicial pode ser considerada uma etapa antes do divórcio. Com a separação e o divórcio, o homem e a mulher não precisam mais manter os deveres do casamento (fidelidade, morar junto, ter uma vida comum, cuidar dos filhos, auxiliar o parceiro). A diferença principal é que só com o divórcio a pessoa pode se casar de novo.
A separação também pode acontecer quando o casal já não mora mais embaixo do mesmo teto, ou um dos cônjuges tem alguma doença mental grave.
Quando a vida conjugal tenha entrado em ruptura, a lei permite que, por decisão conjunta ou individual dos cônjuges, se ponha termo à vida em comum, através das seguintes situações:
• Separação de fato: Embora não exista vida em comum entre os cônjuges, o casamento continua a existir, mantendo-se todos os seus efeitos, bem como os deveres conjugais (respeito, fidelidade, coabitação, cooperação e assistência).
A separação de fato por certo tempo pode constituir fundamento de separação judicial de pessoas e bens ou de divórcio.
•Divórcio
O divórcio termina definitivamente com o casamento. Os deveres conjugais extinguem-se, podendo apenas haver lugar a pensão de alimentos.
O divórcio pode ser obtido de duas maneiras:
1. Por mútuo consentimento, isto é, a pedido de ambos os cônjuges, de comum acordo.
O pedido deve ser apresentado na conservatória do registo civil da residência de qualquer dos cônjuges ou em outra que ambos escolham, não sendo obrigatória a intervenção de advogado.
Os cônjuges podem apresentar o pedido a todo o tempo e não têm que invocar o motivo porque o fazem.
- Os cônjuges têm de estar de acordo relativamente a três questões:
- A prestação de alimentos ao cônjuge que deles precise;
- O exercício do poder paternal relativamente aos filhos menores; O destino da casa de morada da família.
2. Sem consentimento de um dos cônjuges, ou seja, a pedido de um dos cônjuges (o cônjuge ofendido) contra o outro, com um ou mais fundamentos previstos na lei.
“A sociedade conjugal e o vínculo matrimonial são inconfundíveis, pois a sociedade conjugal, de forma simples, significa o convívio, os deveres entre os cônjuges, já o vínculo matrimonial seria o casamento válido propriamente dito, sendo o vínculo matrimonial um instituto maior que a sociedade conjugal.
SEPARAÇÃO DE CORPOS
É usada nos casos em que uma das partes quer forçar a saída da outra do convívio familiar, normalmente movidas para evitar violência ou agressões, ou apenas para garantir que a ruptura seja consumada o mais rápido possível, quando a outra parte se recusa a se separar.
O pedido de separação de corpos tem como objetivo afastar o casal, garantindo os direitos patrimoniais decorrentes do casamento à ambas as partes, e liberando-os de obrigações maritais dali por diante. Como é judicial, somente pode ser feito através de advogado.
A lei determina que durante ou logo após o pedido de separação de corpos, sempre deve se seguir um pedido de divórcio. Isto ocorre porque alguns efeitos deste pedido são apenas temporários, e apenas o divórcio terá o poder de torná-los permanentes.
A união homoafetiva (termo criado por Maria Berenice Dias) tem entendimento consolidado pelo STF, no sentido de não ser tratada nem como casamento e nem como união estável, contudo, tem a mesma força de lei que a união estável.
UNIÃO ESTÁVEL 
União estável é a relação de convivência entre dois cidadãos que é duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição familiar. O Novo Código Civil não menciona o prazo mínimo de duração da convivência para que se atribua a condição de união estável. Não é necessário que morem juntos, isto é, podem até ter domicílios diversos, mas será considerada união estável, desde que existam elementos que o provem, como por exemplo, a existência de filhos. Na união estável prevalece o regime da comunhão parcial de bens, mas pode haver um contrato entre as partes sobre os bens dos companheiros com a mesma flexibilidade admitida no pacto antenupcial.
CONVERSÃO DE UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO
A conversão de união estável em casamento é um tipo de casamento que não existe a cerimônia. Os documentos, regime de bens, prazos, os valores e procedimentos são exatamente iguais ao casamento convencional, a única coisa que muda, é que os noivos não precisam comparecer ao cartório num dia determinado para dizer o "sim" na frente do juiz de paz.
OBS.: A união estável entre casais do mesmo sexo é igual a união estável heterossexual, ou seja, garante os mesmos direitos e o processo para conversão de união estável em casamento é o mesmo.
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
Para quem teve uma união estável com alguém e quer se separar ou já está separado de fato, é recomendável fazer este cancelamento da união estável por escrito para ficar documentado que houve uma separação e que as duas partes estão de acordo. Para cancelar ou desfazer a união estável é necessário que seja feito um documento em que ambos, de comum acordo, declaram que a partir de uma determinada data não estão mais juntos, não devendo nada um para o outro.
UNIÃO HOMOAFETIVA
A união homoafetiva vem rompendo paradigmas no ordenamento jurídicobrasileiro, e aos poucos vem se equiparando à união estável e partir daí os casais homoafetivos passam a exercer direitos e obrigações concernentes às entidades familiares.
Essa união significa basicamente a união entre duas pessoas de mesmo sexo, que são unidas pelo afeto, vivem de forma pública e tem o objetivo de constituir família.
Por que não reconhecer a união homoafetiva como união estável, já que àquela apresenta as mesmas características desta união pública, contínua e duradoura, conforme estabelece a Constituição. Apenas pela igualdade sexual e os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana devem ser desconsiderados.
O Supremo Tribunal Federal julgou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, versando a respeito do reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar, equiparando-a a união estável em todos os seus efeitos na esfera jurídica.
Essa decisão fortaleceu ainda mais a união homoafetiva, prevalecendo neste momento o respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, onde todos devem ser tratados com igualdade em direitos e obrigações.
CASAMENTO HOMOAFETIVO: DECISÃO DO STJ
Percebe-se a inegável conquista da relação dos casais homoafetivos em serem equiparados à união estável, adquirindo todos os direitos e obrigações na esfera jurídica como família.
A Constituição Federal permite a facilitação da conversão da união estável em casamento e hoje a união homoafetiva é considerada entidade familiar, com o status de união estável. E por que não converter essa união homoafetiva em casamento?
Embora não tenhamos nenhum dispositivo legal que regulamente expressamente a união e o casamento homoafetivos, algumas decisões vem surgindo para suprir as lacunas acerca do assunto na legislação brasileira, como pode se destacar de parte do voto do Ministro Luís Felipe Salomão autorizou o casamento homoafetivo.
REGIME DE BENS
O regime de bens é o conjunto de regras que os noivos devem escolher antes da celebração do casamento, para definir juridicamente como os bens do casal serão administrados durante o casamento. O regime de bens deve ser escolhido quando os noivos fazem o pedido da habilitação do casamento.
Os regimes de bens são:
Comunhão parcial de bens
Todos os bens adquiridos após a data do casamento serão comuns ao casal. Todos os bens adquiridos por cada um individualmente antes da data do casamento permanecem de propriedade individual de cada um, inclusive bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior, como por exemplo uma herança.
Comunhão universal de bens
Todos os bens atuais e futuros de ambos os cônjuges serão comuns ao casal. Para dar entrada ao processo de habilitação de casamento civil com este regime, é necessário que o casal compareça a um tabelionato de notas e faça uma escritura de pacto antenupcial, antes de dar entrada no casamento no cartório.
Separação total de bens
Todos os bens atuais e futuros de ambos os cônjuges permanecerão sempre de propriedade individual de cada um. Para dar entrada ao processo de habilitação de casamento civil com este regime, é necessário que o casal compareça a um tabelionato de notas e faça uma escritura de pacto antenupcial, antes de dar entrada no casamento no cartório.
Participação final nos aquestos
Os bens que os cônjuges possuíam antes do casamento e aqueles que adquiriram após, permanecem próprios de cada um, como se fosse uma separação total de bens. Porém, se houver a dissolução do casamento (divórcio ou óbito), os bens que foram adquiridos na constância do casamento serão partilhados em comum.
OBS.IMPORTANTE: De acordo com o que está previsto na lei, é admissível a alteração do regime de bens entre os cônjuges, mediante autorização judicial em pedido feito por ambos os cônjuges, apurada as razões e protegidos os direitos de outras pessoas, conforme o parágrafo segundo do artigo 1.639 do Código Civil. Para que se possa alterar o regime de bens, portanto, é necessário observar quatro pontos: o pedido deve ser formulado por ambos os cônjuges; deve haver uma autorização judicial; as razões devem ser relevantes; e a mudança não deve acarretar prejuízos a terceiros.
CONCUBINATO x UNIÃO ESTÁVEL 
A distinção, basicamente, reside no seguinte: concubina é a amante, mantida clandestinamente pelo homem casado, o qual continua frequentando a família formalmente constituída. Companheira, ao contrário, é a parceira com quem o homem casado entabula uma relação estável, depois de consolidadamente separado de fato da esposa. Se um homem e uma mulher, desimpedidos, se unem com o objetivo de constituir família, mas sem formalizarem o casamento, estaremos diante da união estável, onde essas pessoas serão chamadas de companheiros. Se uma das pessoas está impedida de casar, já que vinculado ao compromisso do casamento, e mesmo assim mantêm relacionamento com outra pessoa como se casados fossem, estamos diante do concubinato, onde são chamados de concubinos. Há casos em que a união estável fica definida como um instituto intermediário entre o concubinato e o casamento. Pode ocorrer de alguém ser casado, mas separado de fato e manter com outra pessoa, de sexo diferente, um relacionamento com o fito de estabelecer família. Nesta circunstância, a união estável é a que melhor vai abrigar os direitos dos
conviventes. A distinção é de suma importância, pois ao final de cada relacionamento, se houve aquisição de bens, há a partilha dos mesmos, e outros direitos que para uns são defesos no Código Civil e para outros há proteção em lei especial. No concubinato não há como regularizar a situação, a não ser que um dos conviventes esteja separado de fato, onde neste caso a situação deste está caminhando para uma união estável, pois se supõe que o mesmo vai se desvincular da antiga relação para assumir outra.
PACTO ANTENUPCIAL
 Trata-se de um contrato formal e solene, pelo qual os nubentes regulamentam as questões patrimoniais relativas ao casamento (arts. 1.653 a 1.657, CC). Art. 1.653, CC: É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Art. 1.655, CC: É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Art. 1.657, CC: As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
ADOÇÃO
A adoção é um ato jurídico solene pelo qual se estabelece um vínculo fictício de filiação, dando origem a uma relação jurídica de parentesco civil entre a pessoa adotada e o adotante.
A adoção deve ser feita por maior de 18 anos, independente do estado civil, ou por casal. Além disso, deve haver diferença mínima de idade entre o adotante e o adotado. O artigo 42, § 3º do ECA determina que essa diferença deve ser de pelo menos 16 anos. Se os adotantes fizerem parte de um casal, basta que um deles seja 16 anos mais velho que a pessoa adotada.
Outro requisito importante para a adoção é o consentimento do adotado, de seus pais ou de seu representante legal. Se o adotado tiver mais do que 12 anos de idade, deverá ser ouvido para se manifestar sobre a adoção.

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