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Infecções Bacterianas

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Infecções Bacterianas
Infecção Oportunista (Impetigo e actinomicose): se aproveita da baixa imunidade para se manifestar, são microrganismos que já fazem parte da microbiota, mas que, por algum motivo, se tornam patogênico. Quando há uma quebra do equilíbrio.
Impetigo: (streptococus pyogenes e spaphylococcus aurus)
Infecção Cutânea superficial oportunista (decorrente de algum ferimento ou lesão pré existente).
Comum em crianças.
Multiplicidade de sítios – joelho, mãos e face.
Característica Clínica: 
Linfodenopatia regional, no local tem vesículas que se rompem e formam crostas, com prurido. *Ocorre reinstalação da bactéria por manipulação do prurido.
Diagnóstico Diferencial: 
Herpes Simples Recorrente: sem multiplicidade de sítios e dura de 7 a 10 dias.
Diagnóstico: 
Quadro clínico é suficiente, podendo pedir exames complementares (leucograma e cultura).
Tratamento: 
Pomada gentamicina (apenas para lesões pequenas).
Antibioticoterapia sistêmica (para quebrar o ciclo).
Orientações de higiene.
Actinomicose: (actinomyces israeli)
Infecção Oportunista – Traumatismo Prévio.
Características Clínicas:
Grande inchaço na face, Fístulas múltiplas (patognomônico), presença de grânulos sulfúricos na secreção purulenta. 
- Comunicação acidental de uma cavidade patológica com o meio externo.
- Decorrente de algum traumatismo associado com má higiene bucal (Ex: várias exodontias), quando o paciente não contínua o tratamento dentário e o curativo caí expondo o periápice ao meio bucal (porta de entrada) ou em pacientes com pericoronarite persistente.
Diagnóstico:
Laboratorial (esfregaço).
Clinicamente, as áreas de fístula apresentam pontos de flutuação, que devem ser drenados. Ao redor, as outras áreas são duras.
Não se deve esperar o diagnóstico laboratorial para iniciar tratamento.
Tratamento:
Antibioticoterapia sistêmica por tempo prolongado se não houver melhora, pelicinina e similares.
Medidas de controle – higiene oral (bochecho com clorexidina).
Limpeza do local.
Sífilis: (dst- treponema pallidum)
Apresenta três fases se não houver tratamento (sem terceira fase hoje em dia).
A penicilina diminuiu o número de mortes causadas por ela e pela tuberculose.
Sistema imunológico debilitado para que a bactéria se instale.
Aumento de casos dobrou no Brasil (2010 a 2015).
Contágio:
Sangue infectado.
Sexo desprotegido (30% de risco) – porta de entrada, se o parceiro possuir lesões ativas com o atrito aumenta o risco de contágio.
Transmissão vertical – sífilis congênita (atravessa barreira placentária).
Fases:
Sífilis Primária: 
Período de incubação de 3 a 90 dias.
Surgimento de cancro duro no local onde a bactéria foi introduzida, esse cancro se apresenta como uma úlcera indolor com bordas endurecidas e geralmente é único (alguns pacientes não se lembram).
Acomete pênis, vagina, reto e boca – lábios, língua, palato, gengiva e amígdalas.
*Na boca se apresenta como um corpo indolor, e na pele em forma de crosta.
Linfadenopatia regional bilateral (submandibular e cervicais).
Lesão dura de 3 a 8 semanas.
Após desaparecimento do cancro, ocorre disseminação hematogênica e linfática – fase latente precoce, essa fase tem tempo de duração altamente variável, dependendo do sistema imune.
Sífilis Secundária:
Se a sífilis primária não for tratada, surgindo de 1 a 3 meses após desaparecimento da lesão primária.
Várias úlceras transmitidas por manipulação (alta transmissibilidade).
Características clínicas:
- Sistêmica: febrícula, mal estar, cefaleia, perda de apetite, dor muscular generalizada.
- Linfadenopatia bilateral indolor.
- Erupção cutânea – pápulas ou placas amarronzadas simétricas pelo tronco, membros e palma das mãos e solas do pé (patognomônico).
- Locais – pápulas mucosas e úlceras rasas.
*Em boca: nessa fase as lesões são inconclusivas, localizadas na língua, lábio e palato. Com resolução espontânea em 3 a 12 semanas, ocorre recidivas de 3 a 8 semanas (ciclo vicioso).
Sífilis Terciária:
Anos para manifestação.
Características Clínicas:
- Nódulos/Úlceras com grande distribuição tecidual, acometendo até mesmo o esqueleto ósseo, acarreta deformidade articular, afeta sistema nervoso e cardiovascular, evolui para óbito.
Sífilis congênita: não acontece atualmente. 
Tríade de Hutchinson: dentes de Hutchinson, queratite ocular e surdez.
Diagnóstico:
Biópsia – pouco expressiva por apresentar um processo inflamatório crônico inespecífico, se excluí uma séria de infecções para depois fazer o exame de sangue.
Exames complementares – esfregaço do exsudato de lesão ativa (detecta a bactéria) e testes sorológicos VDRL (exame de triagem) e FTA (confirmatório).
Tratamento:
Encaminhar para o médico.
Antibiotecoterapia sistêmica (1 a 3 aplicações de benzetacil – penicilina G)
*HIV tem contágio semelhante, sempre que diagnosticar sífilis tem que pesquisar HIV.
	Infecções Fungicas
Micose Profunda x Superficial
Candídiade (sapinho – cândida albicans):
Fungo presente em todos locais do corpo que não possuem pH muito ácido.
Dimórfico – levedura e hifa (levedura não é patogênico).
80% da população tem o fungo na microbiota (tubo digestivo, genitália).
Infecção em boca, genitália e pele.
Doença oportunista.
Fatores pré disponentes:
Criança (beijo de pai e mãe, contato com genitália durante o parto normal) e Idosos (baixa de imunidade, série de medicamentos e alterações sistêmicas, perda de dimensão vertical, uso de próteses total – candidato número 1); Paciente de UTI ou acamado por muito tempo; Corticoterapia; Uso de imunossupressores; HIV (usada como termômetro na AIDS).
Uso abusivo de antibióticos (bochecho com clorexidina).
Falta de higiene bucal.
Doenças sistêmicas (diabetes, anemia, leucopenia).
Perda de dimensão vertical.
Uso de prótese total (principalmente a superior, ela fica muito aderida e favorece a instalação de candidose, paciente deve ficar algum momento do dia sem a prótese).
Alterações na saliva.
Lesões neoplásicas.
Gravidez – progesterona em sulco gengival pode favorecer.
*Para diagnóstico: a cor da mucosa fica mais vermelha e brilhante, muitas vezes é assintomática podendo apresentar sensação de queimação.
Formas clínicas:
Pseudomembranosa – placas brancas destacáveis com sensação de queimação.7
*Sempre relacionar candidíase com imunossupressão.
Eritematosa – manchas vermelhas com sensação de queimação, principalmente no dorso da língua e palato.
*Imunossupressão, antibioticoterapia, xerostomia e corticoides inalatórios. 
Atrofia papilar central (antiga glossite romboidal mediana) – área atrófica vermelha na porção central posterior de dorso de língua, assintomática ou com discreta ardência (diferente da língua geográfica), causa idiopática, lesão ‘’beijada’’ (contato da língua com palato), normalmente jovens adultos.
Quelite angular – fissura avermelhada em comissura labial. Sialorreia, imunossupressão, perda dimensional vertical, carência nutricional, anemia, leucopenia, vit A e B – associação com bactéria. Normalmente é bilateral quando tem o fungo.
Estomatite protética – mancha vermelha associada a área chapável da prótese, assintomática ou com sensação de queimação, sempre associada com a bactéria. Mais comum em palato (propicia maior justaposição) e no rebordo inferior é mais raro. Comum em pacientes que ficam muito tempo com a prótese ou próteses defeituosas.
Hiperplásica – bem atípica, placa branca não destacável em região retro comissural, assintomática ou discreta ardência, associada a imunossupressão e tabagismo pesado. Diagnóstico diferencial é a leucoplasia, faz uma prova terapêutica (entra com terapia antifúngica, se regredir é candidíase hiperplásica). Geralmente bilateral.
Mucocutânea – pseudomembrana em mucosa e manchas vermelhas com sensação de ardência em pede. Associada a imunossupressão, principalmente relacionada a idade e HIV.
Tratamento:
Necessário identificar fator predisponente e eliminá-lo.
Uso de antifúngicos – tópico/sistêmico.
Tratamento tópico: 
- Suspensão de Nistadina: 1 colher desopa em ¼ de copo d’água, tempo de uso – dobro do tempo para o desaparecimento da lesão (tempo + 2).
- Miconazol gel oral: aplicar no interior da prótese ou com os dedos sobre a mucosa (pacientes com estomatite protética), tempo de uso – dobro do tempo para o desaparecimento da lesão.
Tratamento sistêmico:
- Cetaconazol: 1 comprimido por dia, tempo de uso – dobro do tempo para o desaparecimento da lesão (7 a 10 dias). HIV positivo necessita acompanhamento médico.
- Fluconazol - 1 comprimido por dia, tempo de uso – dobro do tempo para o desaparecimento da lesão (7 a 10 dias). HIV positivo necessita acompanhamento médico.
*Para quelite angular: cetoconazol ou pomada combinada com cetoconazol + sulfato de neomicina + betametazona. Uso de suplemento vitamínico caso pomada não for efetiva.
Paracocidioidomicose
Acontece muito em Brasileios, fungo tropical de mata, alta predileção em habitantes de zona rural, acredita-se que acomete criança e se manifesta na vida adulta.
Micose sistêmica de maior prevalência na América Latina.
Alta predileção por homens, beta estradiol inibe transformação da hifa em levedura.
Fatores de risco:
Atividades relacionadas ao manejo do solo (atividades agrícolas, terraplanagem, preparo do solo).
Contato com o fungo nas duas primeiras décadas de vida.
Etilismo – álcool em altas dosagens aumenta riscos.
Disseminação do fungo:
Ocorre inalação dos canídios, após 12 horas alveolite – leveduras, ocorrendo disseminação linfática, na sexta semana formação de granulomas epitelióides, ocorrendo disseminação hematogenica, a manifestação ocorre de 10 a 30 anos depois, na mucosa, linfonodos, fígado, supra-renais, ossos...
Quadro clínico:
Normalmente assintomática.
Forma pulmonar: aguda (diagnostico difícil) e crônica.
*Crônica: ocorre por reativação de lesões pulmonares, após primeira infecção, acomete 20 a 30% dos pacientes. 25% só desenvolvem a fase pulmonar.
Forma disseminada: secundária a forma pulmonar crônica, havendo comprometimento de outros órgãos. 
- Comprometimento Sistêmico – emagrecimento acentuado e linfodenoapatia generalizada.
- Boca – comprometimento periodontal (periodontite agressiva generalizada), úlceras moriformes (patognômonico – pontinhos vermelhos) indolores ou doloras na mucosa alveolar e gengiva, palato, lábio e língua. 
Diagnóstico:
Padrão ouro – isolamento do agente etiológico (exame de raspado da lesão, escarro, aspirado de linfonodo, fragmento de biópsia).
Citologia esfoliativa – método de diagnóstico não traumático, rápido, eficaz e de execução simples de baixo custo (pouco invasivo, no caso do paciente não estar com dor).
Biópsia – exame anatomopatológico é obrigatório para diagnóstico definitivo e diferencial.
Tratamento
Sulfametoxazol – 12 meses nas formas leves, 18 a 24 meses nas moderadas.
Antifungicos: fluconazol, itraconazol.
*Anfotericina B nas formas graves.
Tratamento complicado porque os antifúngicos podem vir a causar problemas associados ao consumo de álcool.
HIV – Vírus da Imunodeficiência Adquirida

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