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1) O que é pancreatite? 2) Diferencie a pancreatite aguda da crônica. 3) Quais as causas de pancreatite? 4) Qual a conduta nutricional na pancreatite aguda leve? E na aguda grave? 5) Qual a conduta nutricional na pancreatite crônica? É uma glândula de aproximadamente 15 cm de extensão do sistema digestivo e endócrino humano que se localiza atrás do estômago e entre o duodeno e o baço. Produz enzimas, proteínas que aumentam a rapidez das transformações químicas. É tanto exócrino (secretando suco pancreático contendo enzimas digestivas) quanto endócrino (produção de hormônios – insulina, glucagon, e somastatina). Divide-se em cabeça, corpo e cauda. Função Exócrina: Está associada fundamentalmente ao processo de digestão de carboidratos, lipídios e proteínas; O suco pancreático possui cloro e bicarbonato como seus principais ânions; e sódio e potássio como seus principais cátions; A secretina e a colecistoquinina (CCK) são os principais secretagogos pancreáticos. Secretina • Estimular as células ductais e centroacinares a produzirem secreção hidroeletrolítica, rica em bicarbonato de sódio CCK • Estimular as células acinares a produzir secreção rica em enzimas que atuam no processo digestório. Outras • Digestão das proteínas (tripsina, quimiotripsina, elastase e carboxipeptidases), • Digestão do amido (amilase) • Digestão dos lipídios (lipase e fosfolipase A2). Função Endócrina: As ilhotas de Langerhans constituem 1-2% da massa pancreática, mas recebem 20% do fluxo sanguíneo ao pâncreas. Existem quatro tipos de células conhecidas: alfa (20%), beta (75%), delta e delta-1 (5%). As células alfa secretam GLUCAGON, as beta INSULINA e as delta contém SOMATOSTATINA. Regulada pelos altos níveis de glicose, aa e de glucagon. Tbm secretada pelo hipotálamo, inibidora da secreção do GH ou somatotrófico, secretado pela pituitária. Glucagon • Eleva a Glicemia • Estimulando a Glicogenólise Insulina • Reduz a glicemia • Estimulando a Glicogênese Somatostatina • Modula a ação de insulina e glucagon • Regula glicemia ITE Processo inflamatório da glândula pancreática Dor abdominal Episódio único ou recorrente Alteração das funções exócrinas e endócrinas Classificada: Aguda ou Crônica Caracterizada por intensa resposta inflamatória sistêmica e hipermetabolismo, criando um estado de grande catabolismo. Chemin; Mura, 2011 Dor Intensa de início abrupto Náuseas Vômitos Icterícia Taquicardia Hipotensão Exames Laboratoriais Amilase - teste diagnóstico mais usado e o mais prático • Aumenta: 2 a 12 h após o início do quadro • Atinge valores: 4/6x VR (27UL – 131UL) – Pico: 12 a 72 h • Normaliza 3-4 dias Lipase - maior sensibilidade e especificidade que a amilase • Aumenta: 4 a 8 h após o início do quadro • Pico: 24 h e Normaliza 8-14 dias; VR (31UL – 186UL) Exames de Imagem • USG, Tomografia Computadorizada Hidratação Analgesia Inibidores enzimas pancreáticas Antibioticoterapia Suporte Nutricional Em pancreatite aguda leve, a TN só deve ser iniciada se não há possibilidade do paciente receber alimentos por via oral após 5-7 dias. Em pancreatite aguda grave, pode ser iniciada assim que houver estabilidade hemodinâmica. Na impossibilidade de uso da via enteral ou quando esta for insuficiente, a via parenteral está indicada. O objetivo primário da TN na pancreatite aguda é minimizar o catabolismo, evitando assim a instalação da desnutrição proteica energética ou o seu agravo. Aprox. 48h Dieta oral suspensa: Amilase sérica; Obstrução intestinal; Abcesso pancreático; Obstrução Intestinal; Pseudocisto Obstrução dos ductos Pancreáticos Suporte Nutricional Pancreatite Aguda Grave Sonda posicionada 40-60cm após o ângulo de Treitz Elimina a fase cefálica e gástrica da estimulação exócrina pancreática O tipo de dieta indicado na pancreatite aguda é a oligomérica (fórmula baseada em peptídeos). A dieta polimérica (fórmula padrão com proteína intacta) deve ser tentada, se tolerada Cada vez mais se recomenda o uso de nutrição enteral precoce... - Preservar a integridade da mucosa anatômica e funcional do TGI e de seu tecido linfóide, preservando indiretamente a imunidade local e sistêmica - Reduzir a translocação bacteriana - Reduzir a resposta inflamatória sistêmica - Melhorar a perfusão pancreática pelo aumento do fluxo esplâncnico causado pela nutrição enteral - Evitar a imunossupressão associada à nutrição parenteral NE tem melhores resultados do que a NP NE tem melhores resultados do que a NP A NP pode suplementar a NE A NE às vezes é só para trofismo Pacientes evoluem frequentemente com íleo paralítico e diarreia Iniciar com fórmula oligomérica (10 a 15mL/h) Progredir volume e tipo de fórmula (polimérica) conforme tolerância do paciente Optar fórmulas sem fibras para evitar fermentação e distensão das alças intestinais Fórmulas poliméricas com fibras devem ser usadas quando já não há mais dúvidas quanto à tolerância digestiva do paciente à NE Não há indicação de fórmulas com imunomoduladores Acesso enteral posição além do ângulo de Treitz Evitar estímulos no pâncreas exócrino Embora a NE seja desejável, geralmente por intolerância digestiva (distensão abdominal, diarreia, refluxo), por si só não é o suficiente para suprir as necessidades do paciente Casos mais graves nutrição parenteral NE x NP: NE < taxa de mortalidade, < taxa complicações infecciosas, < taxa de falência de órgãos, < taxa de intervenção cirúrgica, e < permanência hospitalar RECOMENDAÇÕES PANCREATITE AGUDA GRAVE VET 25-35Kcal/Kg Carboidratos 50-60% - 3 a 6g/kg/dia Proteínas 1,2-1,5g/Kg Lipídeos <30% (alto teor de TCM) Micronutrientes RDA Diten, 2011 É a doença inflamatória do pâncreas, caracterizada por alterações morfológicas irreversíveis que clinicamente se expressam por dor e de perda funcional da glândula com substituição por fibrose, atrofia glandular e dilatação canalículo-acinar. Ocorre mais freqüentemente no sexo masculino e em populações de > consumo etílico. Classificação e Etiologia Pancreatite Crônica Calcificante (PCC) Tipo mais comum caracterizado por calcificações no parênquima pancreático; Causas: álcool, hereditária, idiopática, nutricional e metabólica. Pancreatite Crônica Obstrutiva (PCO) Tipo mais raro caracterizada por obstáculos geralmente na porção cefálica, dificultando a drenagem do suco pancreático (atrofia glandular); Causas: câncer de papila, câncer intraductal, etc. Esteatorreia ocorre em 30% (perda > 7 g de gordura/dia) dos pacientes, contribuindo para a má absorção, diarreias volumosas e má absorção de vitaminas lipossolúveis A destruição progressiva do pâncreas em 90% compromete a parte endócrina, dando origem ao DM, principalmente quando existem calcificações extensas do órgão Laboratorial 1. Glicemia de JJ 2. Enzimas: • Amilase (Muito menos confiável) • Lipase 3- Pesquisa de Gordura nas fezes Principais Complicações da PC Tratamento medicamentoso Deve ser acompanhado da total abstinência alcoólica e controle da dor (Analgésicos) Cerca de 80% dos pacientes são tratados com uma dieta via oral normal, associada ou não a enzimas pancreáticas. Para alguns pacientes, pequenas modificações e restrições dietéticas levam à redução da dor e à maior ingestão proteico-energética, melhorando o estado nutricional. Objetivos: Suprir necessidades nutricionais e minimizar sintomas de mal absorção.Administração de lipídeos deve ser introduzida na forma de TCM; A nutrição enteral está indicada para os pacientes que estão em uma fase mais grave e tardia da lesão pancreática, cuja TN oral não está sendo satisfatória. A NP está indicada em pacientes com obstrução gástrica secundária à estenose duodenal e em casos de fístulas pancreáticas. RECOMENDAÇÕES PANCREATITE CRÔNICA VET 35Kcal/Kg Carboidratos Normo (rica em CHO complexo) Proteínas 1,0-1,5g/Kg Lipídeos 30% do VET ou 0,7 a 1g/kg se não houver ganho de peso e a esteatorreia persistir, é indicada a restrição de 20%, com utilização de TCM Álcool Exclusão Micronutrientes Suplementação principalmente Vit. Lipossolúveis e B12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Silva, Sandra Chemin; Mura, Joana D´Arc da Seabra. Tratado de Alimentação, nutrição e Dietoterapia. 2° ED. São Paulo: Roca, 2010. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e EnteralSociedade Brasileira de Clínica Médica Associação Brasileira de Nutrologia. Terapia Nutricional na Pancreatite Aguda. Projetos e Diretrizes, 2011. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e EnteralSociedade Brasileira de Clínica Médica Associação Brasileira de Nutrologia. Terapia Nutricional na Pancreatite Crônica. Projetos e Diretrizes, 2011. 1) O que é pancreatite? 2) Diferencie a pancreatite aguda da crônica. 3) Quais as causas de pancreatite? 4) Qual a conduta nutricional na pancreatite aguda leve? E na aguda grave? 5) Qual a conduta nutricional na pancreatite crônica?
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