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Educação física escolar

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Educação física escolar
Educação física escolar 
A educação física surge oficialmente na escola, no Brasil em 1851 com a reforma Couto Ferraz. 
Em 1882 Rui Barbosa realizou a reforma, recomendou que a ginástica fosse obrigatória para ambos os sexos e que fosse oferecidas para escolas normais, porém essa lei ocorreu somente em parte do Rio de Janeiro e nas escolas militares. A partir da década de 1920 que várias estados começam a refazer suas reformas educacionais, incluindo a educação física. A educação física estava presente na lei, mas essa lei demorou a ser cumprida.
Higienismo - A preocupação é com a higiene e a saúde, valorizando o desenvolvimento do físico e da moral, a partir do exercício.
 Os principais autores que valorizavam a ginástica na escola foram propostos pelo sueco P.H Ling, pelo francês Amoros e pelo alemão Spiess.
Militarismo – Objetivo de formar uma geração capaz de enfrentar a guerra, selecionavam os indivíduos que tinham como perfeitos fisicamente e excluíam os incapacitados. 
O higienismo e o militarismo na educação física consideravam a disciplina como essencialmente prática, que não necessitava de fundamentação teórica, não tendo diferença entre a educação física e a instrução física militar.
Para ensinar a educação física não precisa ter conhecimento e sim ser um ex- praticante. Após as guerras a Escola Nova se fixou com o discurso do educador Dewey e ia contra a escola tradicional. Contudo o discurso da educação física passa a ser educação física como um meio de educação, porém ficou só no discurso, essas mudanças não ocorrem na prática, o método higienista e militarista permanecem inalteradas. 
A proposta da escola nova aos poucos alteram a prática da educação física e a postura dos professores. Esse movimento conhece o auge no início da década de 1960 e passa a ser reprimido a partir da instalação da ditadura militar.
Esportivista - As aulas de educação física era destina a ginástica e ao método calistênicos na época da 1° Guerra Mundial, devido a ao interesse de militares. Esse tipo de aula permaneceu nas escolas públicas, reforçado pela proposta internacional da 2° Guerra Mundial, até a década de 1960, quando os generais assumiram o poder executivo do pais em 1964.
Nos anos seguintes o governo planejou usar as escolas públicas e privadas como fonte de propagandas do regime militar.
O sucesso da Seleção Brasileira de Futebol em duas copas do Mundo de (1958 e 1960) levou a associação da educação física a escolar ao esporte. O terceiro título na Copa de 1970 foi auge da política, contribuindo para manter o predomínio dos conteúdos esportivos nas aulas de educação física. 
Os governos militares assumem o poder em março de 1964 passam a investir pesado no esporte, na tentativa de fazer da educação física um sustentáculo ideológico. Nesse período a ideia central gerava em torno do Brasil- Potência, era fundamental eliminar as críticas e deixar transparente um clima de prosperidade e desenvolvimento. Os procedimentos empregados são extremante diretivo, o papel do professor é bastante centralizador e a prática, uma repetição mecânica dos movimentos esportivos.
O modelo esportivista também chamado de mecanicista, tradicional e tecnicista é muito criticado pelos meios acadêmicos, porém ainda esteja presente na sociedade e na escola.
Recreacionista – onde o professor praticamente não intervém, o papel do professor é restringir a oferecer uma bola e marcar o tempo. Esse modelo não foi defendido nem por professores, estudiosos ou por acadêmicos. Perderam-se muito tempo em discutir sobre o que não fazer nas aulas de educação física e não apresentaram propostas validas e que pudessem ser praticadas.
Mudanças na educação física
Desde meados da década de 1980 ouve mudanças tanto nas pesquisas acadêmicas, quanto na prática pedagógica dos professores do componente curricular. Nessa época o país estava passando por um período de redemocratização politíca denominado “aberta”.
Tivemos movimentos instituídos de organização civil, solicitavam participação direta da população nas eleições do poder executivo, esses movimentos contavam com um contingente de professores e acadêmicos da área de educação física.
Liberdade efetiva na comunidade acadêmica para pesquisar todas as áreas, mesmo aquelas relacionadas as tendências que eram opostas ao regime de governo.
Debates entre profissionais e acadêmicos, todas essas mudanças contribuem para que seja rompida a excessiva do desempenho como objetivo escolar.
Atualmente existem várias concepções tendo em comum a tentativa de romper o modelo mecanicista, esportivista e tradicional. A partir de 1980 na área da educação física escolar são analisadas as seguintes tendências:
Psicomotricidade:
Também conhecida como educação psicomotora, apenas na década de 1970 essa proposta pra foi divulgada em escolas especiais para alunos portadores de deficiência física e mental. O envolvimento da educação física é para desenvolver nas crianças, o ato de aprender, com os processos cognitivos e afetivos e psicomotores.
O autor que mais influenciou a psicomotricidade foi o francês Jean Le Bouch. A psicomotricidade é indispensável a toda criança, seja ela normal ou com problema. A prática da educação física sob influência da psicomotricidade conduz a necessidade do professor sentir as responsabilidades escolares e pedagógicas, busca desvincular da instituição esportiva, valorizando o processo ensino aprendizagem e não mais a execução de um gesto técnico isolado.
Desenvolvimentista:
Sua função não é desenvolver capacidades que auxiliam a alfabetização e o pensamento lógico matemático. Deve-se privilegiar a aprendizagem do movimento, embora possam estar ocorrendo outras aprendizagens em decorrência do movimento da prática das habilidades motoras, é através delas que os seres humanos se adaptam aos problemas do cotidiano, resolvendo problemas motores.
Como as habilidades mudam ao longo da vida, originaram a área de Desenvolvimento Motor e área da Aprendizagem Motora que foi estruturada em torno da questão de como os seres humanos aprendem essas habilidades motoras.
Construtivista – interacionista:
Opondo-se a proposta mecanicista da educação física, que é caraterizado pela busca do desempenho máximo. 
Vygotsky e Jean Piaget trabalharam nessa proposta construtivista- interacionista. A proposta sociocultural de Vygotsky defendia a zona de desenvolvimento proximal essa zona é defendida como a distância o entre nível de desenvolvimento real, que se determina através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas que ocorrem sob a orientação de um adulto. 
Para Piaget a interação no construtivismo e a construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo. Desse modo conhecer se torna sempre uma ação que implica esquemas de assimilação e acomodação, num processo constante de reorganização. 
O construtivismo na área da educação física em o mérito de considerar o conhecimento que o aluno previamente já possui, resgatando sua cultura e brincadeiras.
Crítico – Superadora:
Utiliza o discurso da justiça social como ponto de apoio e é baseada no marxismo e neomarxismo, tendo recebido da educação física grande influência de José Carlos Libâneo e Demerval Saviani. Acredita que deve valorizar a questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico. 
A perspectiva crítico – superadora é diagnóstica porque pretende ler os dados da realidade, interpretá-los e emitir um juízo de valor. É judicativa porque julga os elementos da sociedade a partir de uma ética que representa os interesses de uma determinada classe social.
Crítico – Emancipátoria:
É um dos desdobramento da tendência crítica e valoriza a compreensão crítica do mundo, da sociedade e de suas relações, sem a pretensão de transformar esses elementos por meio escolar, se propõe a aumentar aos graus de liberdade do raciocínio crítico e autônomo dos alunos, o professor confronta, num primeiro momento,o aluno com a realidade do ensino.
Saúde renovada:
Tem por objetivo aptidão física relacionada a saúde, informar, mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios. O que defere a saúde renovada da higienista é a não exclusão. 
Favorece a autonomia, abordando todos os alunos e não somente os mais aptos, ensina a se preocupasse com a saúde. A elaboração da atividade física deve ser associado ao bem estar e a saúde, favorecendo a autoestima.
Educação física na LDB:
Na primeira LDB, promulgada em dezembro de 1961 a educação física já era considerada obrigatória nos cursos de graus primários e médio até a idade de 18 anos. Nessa época a preocupação era preparar os jovens para o mercado de trabalho. 
Em 1971 houve a reforma educacional em relação a educação física, a principal mudança foi a ampliação da obrigatoriedade da educação física a todos os níveis da escolarização, sendo que a participação das aulas eram facultativas. Enquanto atividade a educação física era entendida perante a legislação como destituída de um saber próprio, sem conhecimento oferecidos aos alunos.
A partir da lei n.° 9.394/96 da LDB, o status da educação física mudou e passa a ser considerada um componente curricular obrigatório, e que seu ensino tem por objetivo de estudo e conhecimento próprios presentes nos jogos, esportes, ginástica, lutas, danças, capoeira e conhecimento sobre o corpo, constituindo então a base que a mantém na escola.
Referência:
DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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