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Hospital dos olhos Bruno

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO DE SAÚDE E ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR
Fichamento de Estudo de Caso
Bruno Aldo Mauad Albuquerque
Trabalho da disciplina Modelos de Gestão Contemporânea
Tutor: Prof. Mirna Miguel Passos Godoy
Rio de Janeiro
2018
1. Bibliografia
RANGAN, V. Kasturi. HOSPITAL DE OLHOS ARAVIND, MADURAI, ÍNDIA: A SERVIÇO DA VISÃO. Ed. 512-P04. Harvard Bussiness School, 2009.
2. Resumo
	Em 1992, havia 30 milhões de pessoas cegas no mundo, sendo que a catarata era a principal causa em países em desenvolvimento, representando quase 75% dos casos na Ásia. Desses casos, 80% estavam relacionados à idade, principalmente após os 45 anos, aumentando consideravelmente após os 65 anos.
	A catarata é decorrente da turvação do cristalino, que é normalmente transparente e tem a função de ajuda a focar a luz na retina. Num olho com catarata, a luz não é transmitida facilmente à retina, causando a cegueira. A remoção cirúrgica desse cristalino turvo é a única forma de tratamento comprovado, feita geralmente sob anestesia local, como procedimento de rotina. 
	Em 1991, a Índia possuía a segunda maior população do mundo, atrás apenas da China, com 850 milhões de pessoas. Havia 20 milhões de olhos cegos neste país, com o número crescente de 2 milhões anualmente. Sendo que 12 milhões de pessoas eram classificadas como cegas, já que as demais tinham visão parcial em, pelo menos, um dos olhos. A catarata era a principal causa, com cerca de 75-80% dos casos, com incidência uniformemente distribuída entre os diversos grupos socieconômicos. 
	A infraestrutura médica para a acabar com a catarata era lamentavelmente inadequada, pois haviam apenas 8000 oftalmologistas na Índia, que realizavam cerca de 1,2 milhões de cirurgias de catarata por ano. Dois terços dos 42.000 leitos em hospitais dos olhos se encontravam nas áreas urbanas, aonde menos de um terço da população vivia. 30% das cirurgias eram realizadas no setor governamental, tanto federal quanto estatal, sem custo para os pacientes. Outras 40% no âmbito privado, sob pagamento do paciente e o restante dos 30% eram realizados sem custo por voluntários e organizações não governamentais. Na época, o governo gastava anualmente cerca de 2 milhões de dólares em programas de prevenção da cegueira, sendo que a estimativa era de que seriam necessários 200 milhões de dólares para construir a infraestrutura para treinamento de pessoal, compra de equipamentos e construção de instalações para superar o problema da cegueira no país. 
História do Hospital de Olhos de Avind
	O Hospital foi fundado após a aposentadoria do Dr. Govindappa Venkataswamy, o Dr. V., médico chefe do Departamento de Oftalmologia da faculdade de Medicina do Governo de Madurai e chefe de Cirurgia Ocular do Hospital Governamental de Erskine, em Madurai. Era um sonho antigo do médico fundar um hospital de olhos particular sem fins lucrativos que fornecesse serviço oftalmológico de qualidade. O Hospital era dividido em dois: um gratuito, para os pacientes sem condições de pagar, e outro para os pagantes. 
	Foi inaugurado em 1976, com 20 leitos, e realizava todo tipo de cirurgia ocular, a preços razoáveis. Houve duas expansões nos anos subsequentes, atingindo a quantidade de 70 leitos, em 1978, que fornecia cuidados oculares sem custo aos pobres. Mais expansões ocorreram, e em 1984 o Hospital Gratuito passou a contar com 350 leitos. 
	Em 1977 foi inaugurado um hospital Central, para pacientes pagantes, e em 1994 este Hospital passou a ser bem equipado, com equipamentos modernos, com cerca de 240 funcionários, incluindo 30 médicos. 
	Os pacientes do Hospital Gratuito eram trazidos anteriormente apenas por mutirões de olhos, que consistia em exames nas localidades rurais, patrocinados por empresários locais ou organizações de serviço social, que diagnosticavam os pacientes que necessitavam de cuidados. Em 1990, foram abertas as portas para que os pacientes interessados fossem por conta própria. 
	Até 1992, o grupo de hospitais Aravind já tinha examinado 3,65 milhões de pacientes e realizado cerca de 335.000 cirurgia de catarata, sendo que quase 70% sem custo para os mais pobres e cegos da Índia, tendo sido alcançado com muita pouca assistência ou recursos externos. 
	Em 1991, o Aravind montou uma fábrica de lentes intraoculares (LIO), que anteriormente eram importadas dos EUA, chamada de Auro Lab. O objetivo era oferecer a cirurgia de catarata com implante de LIO, que é a melhor opção, para todos os pacientes, pagantes ou não, já que poderiam voltar a ser produtivos imediatamente, o que poderia levar a uma diminuição na idade de procura pela cirurgia. 
	O texto conclui que a idéia do modelo do Hospital Aravind é tão importante que seria necessário que fosse expandido e disseminado pelo mundo. 	
3. Citações
	- “As pessoas chegam para a cirurgia de catarata já com idade avançada e a qualidade da visão recuperada com a cirurgia intracapsular é aceitável, mas não excelente. Com a cirurgia extracapsular e o implante de LIO, a situação é drasticamente diferente. As pessoas optariam por fazer a cirurgia mais cedo, porque poderiam voltar ao trabalho e a ser produtivas imediatamente. Meu objetivo é oferecer 100% de cirurgias LIO para todos nossos pacientes, pagantes ou não. Essa é a solução de melhor qualidade, e devemos oferecê-la a todos os nossos pacientes.”
	- Ao responder qual seria o maior desafio nos três anos seguintes, o Dr. V. respondeu: “Meu objetivo é espalhar o modelo Aravind pelos quatro cantos da Índia, da Ásia e da África; onde quer que haja cegueira, queremos oferecer esperança. Diga-me como funciona o conceito de franquia? Não podemos fazer o que o McDonald´s e o Burger King fizeram nos Estados Unidos?’

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