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Recursos Trabalhistas e execução (1)

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Recursos Trabalhistas: Características e Pressupostos
Conceito de Recurso:
Recurso é o instituto jurídico adequado para o reexame da decisão atacada pretendendo-se a reforma ou modificação desta, seja pela própria autoridade prolatora da decisão (embargos de declaração) ou, em regra, por autoridade hierarquicamente superior, tendo em vista que a CF/88 em seu artigo 5º, inciso LV assegura aos litigantes o contraditório e ampla defesa, devendo ser exercidos por todos os meios e recursos inerentes.
O conceito supra nos remete a discussão acerca da não previsão constitucional do duplo grau de jurisdição, sendo que não seria, portanto, obrigatório. Deste modo, a disposição trazida pelo artigo 2º, § 4º da Lei nº 5.584/70, a qual prevê o não cabimento de recurso em face de sentenças proferidas em processos que seguem o rito sumário, com exceção das que versem sobre matéria constitucional, não fere o texto constitucional por não estar materialmente previsto a obrigatoriedade do duplo grau de jurisdição.
Características próprias dos Recursos Trabalhistas:
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias – Artigo 893, § 1º da CLT – Na Justiça do trabalho admite-se a apreciação das decisões interlocutórias somente em recurso de decisão definitiva, ou seja, não podendo estas serem mediatamente recorridas, devendo a parte prejudicada fazer constar o seu protesto quanto nulidade na primeira oportunidade subsequente de falar aos autos ou em audiência, sob pena de preclusão, é o que determina o artigo 795 da CLT que traz em seu bojo o princípio da convalidação. Deste modo, em sede de recurso em face da decisão definitiva deverá o Recorrente arguir em matéria preliminar as decisões interlocutórias devidamente protestadas nos autos oportunamente e que ensejaram nulidades.
Assim, tendo como regra a irrecorribilidade das decisões interlocutórias, devemos verificar as hipóteses excetuadas pela Súmula 214 do TST , quais sejam:
a) da decisão de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) decisão suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) decisão que acolhe exceção de incompetência, com a remessa dos autos para o Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante disposto no art. 799, § 2. º, da CLT”
inexigibilidade de fundamentação: Segundo expressa disposição do artigo 899 da CLT os recursos trabalhistas serão interpostos por simples petição, dispensada a fundamentação em face do princípio da simplicidade do processo trabalhista. No entanto, na prática e por cautela os recursos são sim fundamentados, sendo expressamente delimitado as razões do inconformismo do Recorrente, tendo em vista que se assim não for, conclui-se que o apelo abrangerá todo o pronunciamento adverso ao recorrente contido no julgamento.
efeito devolutivo dos recursos: Consoante dispõe o artigo 899 da CLT os recursos trabalhistas terão, em regra, somente efeito devolutivo, razão pela qual pode-se proceder a execução provisória da decisão.
uniformidade de prazo para recurso: A lei 5.584/70 em seu artigo 6º fixa o prazo de oito dias para interposição de qualquer recurso trabalhista, bem como estabelece igual prazo para apresentação das contrarrazões.
No entanto, embora o prazo de 8 dias constitua à regra, há exceções, quais sejam:
Embargos de Declaração – Prazo de 5 dias;
Recurso Extraordinário – Prazo de 15 dias.
Agravo Regimental – a depender do regimento interno do Tribunal, podendo ser de 8 dias (TST) ou 5 dias, conforme ocorre em vários TRTs.
Pressupostos Recursais:
Assim como ocorre no Processo Civil, os recursos trabalhistas são submetidos, em regra, a dois juízos de admissibilidade, sendo o:
1º Juízo de Admissibilidade (juízo a quo): realizado pela autoridade que proferiu a decisão recorrida.
2º Juízo de Admissibilidade (juízo ad quem): realizado pelo órgão que julgará o recurso.
O objetivo da realização do duplo juízo de admissibilidade é a verificação dos pressupostos recursais ou também chamados, requisitos de admissibilidade recursal, sendo que o recurso somente será conhecido se preenchido todos requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico vigente.
Os pressupostos recursais são assim divididos:
Pressupostos Objetivos:
a) Recorribilidade do ato;
b) Adequação: Observância ao recurso adequado.
c) Tempestividade: Deve ser observado o prazo legal para interposição do recurso.
d) Preparo: Recolhimento das custas e depósito recursal, sob pena de deserção.
e) Regularidade de representação: O recurso deve estar devidamente subscrito pelo advogado constituído nos autos pelo Recorrente ou na hipótese de jus postulandi deve ser subscrito pela própria parte.
*Observação: Não se admite o jus postulandi em recurso para o TST, devendo a parte constituir advogado para que a interposição obedeça tal pressuposto.
Pressupostos subjetivos:
a) Legitimidade: Podendo ser o recurso interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público;
b) Capacidade para estar em juízo;
c) Interesse: Observância da utilidade e necessidade do recurso para a parte.
Recurso ordinário: deve ser interposto em 8 dias, das decisões finais das juntas para os TRTs e das decisões definitivas proferidas pelos TRTs para o TST, em processos de suc competência originária (dissídios coletivos, mandados de segurança, impugnação de vogais, ação rescisória); para recorrer, o empregador tem de fazer o depósito da condenação até um certo limite.
Recurso de revista: cabe das decisões dos TRTs para o TST (turmas), salvo em execução de sentença; nos TRs, divididos em turmas ,cabe revista da descisão da turma diretamente para o TST; o prazo é de 8 dias, contados a partir da publicação do acórdão no jornal oficial (CLT, art. 896); seus pressupostos são: a violação de literal dispositivo de lei federal, ou da CF, nos casos de revista por violação da lei; a existência de acórdãos com interpretação diversa de lei federal, estadual, convenção coletiva, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do TR prolator, nos casos de recurso de revista por divergência de interpretação.
Pressupostos recursais: são requisitos que aquele que recorrer deve cumprir, com observância do prazo para recorrer, depósito de garantia ou depósito recursal, se recorrente é o empregador, recolhimento das custas processuais e lesividade ou prejuízo advindo da sentença condenatória que sofrerá caso a condenação seja mantida; o controle desses pressupostos é feito pelo juiz prolator; a ele compete verificar se o recurso está em condições de ser processado; é o controle de admissibilidade do recurso.
Recurso extraordinário: cabe das decisões do TST para o STF, quando contrárias à Constituição Federal e processado na forma do Regimento Interno do STF e do CPC (CF, art. 119, III).
Agravo de petição: é interposto diante de sentenças proferidas pelo juiz presidente das Juntas nos embargos à execução, para o TRT ou uma de suas turmas; o prazo é de 8 dias; é um recurso exclusivo da fase de execução da sentença; é uma forma de rediscutir na execução, como a penhora e os cálculos da liquidação da condenação ilíquida.
Agravo de instrumento: é destinado a reexaminar despachos de juízes ou relatores que negarem seguimento a recurso; serão processados em autos separados; só terá efeito suspensivo se o juiz o atribuir; o prazo é de 8 dias.
Embargos declaratórios: são destinados a provocar o pronunciamento do mesmo órgão prolator da decisão, quando há lacunas, obscuridade ou contradições da decisão; o prazo é de 5 dias.
Embargos para SDI (seção de dissídios individuais) e SDC (seção de dissídios coletivos): é cabível das decisões de dissídios coletivos da competência originária do TST e das decisões das Turmas do TST, proferidas em dissídios individuais, quando houver divergência jurisprudencialou violação de lei federal; o prazo é de 8 dias.
Agravo regimental: cabe: do despacho do presidente do Tribunal ou de Turma que indeferir o recurso de embargos; do despacho do relator que negar prosseguimento a recurso; do despacho do relator que indeferir a petição de ação rescisória; do despacho do presidente de Turma que deferir, em parte, o recurso de embargos; não é cabível contra decisão colegiada; é previsto no Regimento Interno dos Tribunais.
EXECUÇÃO
Conceito: é a função do Estado, seguindo determinadas regras que a lei estabelece no sentido de possibilitar, de um lado, o pleno restabelecimento do direito já declarado e, de outro lado, causar o mínimo de dano possível ao vencido, nessa reposição; o conjunto de atos cumpridos para a consecução desses objetivos, vinculados numa unidade complexa procedimental, tem o nome de execução de sentença (CLT, arts. 876 a 892).
Procedimento:
a) são exequíveis as sentenças dos dissídios individuais e os termos de conciliação (876);
b) a execução é definitiva (baseada em sentença transitada em julgado) ou provisória (fundada em sentença contra a qual pende recurso); a provisória deve paralisar após a garantia do juízo com a penhora; far-se-á por meio de carta de sentença;
c) a execução da sentença começará com a citação do executado para, em 48 horas, pagar a dívida ou nomear bens à penhora; não sendo paga a dívida, nem garantido o juízo, será determinada a penhora dos bens do devedor (arts. 878 e 880)
d) penhora e avaliação;
e) praça (leilão);
f) liquidação da sentença: as sentenças podem ser ilíquidas, isto é, embora afirmando o direito do reclamante, não indicam o seu valor; nesse caso, é necessário fixar o quantum da condenação, antes da citação do executado para pagar; a essa fase preambular da execução dar-se-á o nome de liquidação da sentença.

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