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ISSN 2238-0574 SAEPI2012 SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO PIAUÍ Secretaria da Educação e Cultura do Piauí SEÇÃO 1 Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio SEÇÃO 2 Interpretação de resultados e análises pedagógicas SEÇÃO 3 Os resultados desta escola SEÇÃO 4 Desenvolvimento de habilidades EXPERIÊNCIA EM FOCO REVISTA PEDAGÓGICA 1º e 3º Anos do Ensino Médio Matemática Saepi ISSN 2238-0574 SAEPI - Sistema de Avaliação Educacional do Piauí Revista Pedagógica Matemática 1º e 3º Anos do Ensino Médio Saepi WILSON NUNES MARTINS govERnAdoR do ESTAdo do PIAUÍ ÁTILA FREITAS LIRA SECRETáRIo ESTAdUAl dE EdUCAção LUIZ GONZAGA VIEIRA CHEfE dE gAbInETE HELENA GOMES ROSENDO DE OLIVEIRA SUPERInTEndEnTE InSTITUCIonAl RAIMUNDO NETO CARVALHO SUPERInTEndEnTE dE gESTão JOARA DELANE SOUSA RIBEIRO SUPERInTEndEnTE dE EnSIno ELIANA MARIA MENDONÇA SUPERInTEndEnTE dE EnSIno SUPERIoR OSCARINA MARIA DA SILVA dIREToRA dA UnIdAdE dE EdUCAção dE jovEnS E AdUlToS MARTA LÚCIA DE MENDONÇA FREITAS dIREToRA dA UnIdAdE dE EnSIno APREndIzAgEm EUDINA MARIA DA ROCHA SAMPAIO dIREToRA dA UnIdAdE dE gESTão E InSPEção ESColAR REINALDO DE ARAÚJO LOPES dIREToR dA UnIdAdE dE EdUCAção TéCnICA E PRofISSIonAl IVANILDE CASTRO dIREToRA dE PlAnEjAmEnTo LEONARDO ALVES CORDEIRO dIREToR AdmInISTRATIvo MARIA MARILENE DO NASCIMENTO LIMA dIREToRA dA UnIdAdE dE gESTão dE PESSoAS LUÍS DE SOUSA RIBEIRO dIREToR fInAnCEIRo ComISSão CooRdEnAdoRA do SAEPI IVANILDE CASTRO - dIREtoRA do PlANEJAMENto JOARA DELANE DE SOUSA RIBEIRO - SuPERINtENdENtE dE ENSINo MARTA LÚCIA DE MENDONÇA FREITAS - dIREtoRA dA uNIdAdE dE ENSINo APRENdIzAgEM JEIEL MAIRA LUCENA DA SILVA - gERENtE do ENSINo fuNdAMENtAl JOANA D´ARC SOCORRO ALEXANDRINO DE ARAÚJO - cooRdENAdoRA PEdAgógIcA CARoS, Por entender que a institucionalização da avaliação como política de estado está entre as iniciativas que têm conduzido a direcionamentos mais efi cazes na destinação de investimentos e recursos fi nanceiros, é com grande satisfação que anuncio a 2ª edição do Sistema de Avaliação Educacional do Piauí (Saepi) implantado em 2011 (que consiste em uma avaliação em larga escala da Educação básica em nosso Estado). o Saepi foi idealizado pela Secretaria da Educação e Cultura do Piauí em parceria com a Universidade federal de juiz de fora (mg), por intermédio do Centro de Políticas Públicas de Avaliação da Educação (CAEd), com a fi nalidade de produzir um diagnóstico da situação do ensino na rede pública piauiense, visando orientar os seus gestores no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade educacional. Em 2012, o Saepi foi realizado em todas as escolas da rede pública estadual, com o intuito de avaliá-las especifi camente e, ainda, fazer um comparativo com os resultados obtidos no ano de 2011. A partir das análises comparativas, será possível desenvolver ações que promovam a melhoria da educação pública do nosso estado. Espero que, com o mesmo ânimo, todos os atores da educação– professores, gestores, alunos, servidores e toda a comunidade escolar – contribuam para a evolução da educação do estado, compreendendo a nossa realidade educacional e entendendo que a avaliação da rede estadual é de grande relevância para a melhoria da educação pública. grande abraço. Átila Freitas Lira, Secretário de Estado da Educação e Cultura do Piauí SuMáRIo 2. INtERPREtAção dE RESultAdoS E ANálISES PEdAgógIcAS PágINA 14 1. AvAlIAção: o ENSINo-APRENdIzAgEM coMo dESAfIo PágINA 10 EXPERIÊNcIA EM foco PágINA 78 4. dESENvolvIMENto dE hAbIlIdAdES PágINA 69 3. oS RESultAdoS dEStA EScolA PágINA 67 um importante movimento em busca da qualidade da educação vem ganhando sustentação em paralelo às avaliações tradicionais: as avaliações externas, que são geralmente em larga escala e possuem objetivos e procedimentos diferenciados daquelas realizadas pelos professores nas salas de aula. Essas avaliações são, em geral, organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva dos estudantes e aplicadas, de forma padronizada, a um grande número de pessoas. os resultados aferidos pela aplicação de testes padronizados têm como objetivo subsidiar medidas que visem ao progresso do sistema de ensino e atendam a dois propósitos principais: prestar contas à sociedade sobre a eficácia dos serviços educacionais oferecidos à população e implementar ações que promovam a equidade e a qualidade da educação. A avaliação em larga escala deve ser concebida como instrumento capaz de oferecer condições para o desenvolvimento dos alunos e só tem sentido quando é utilizada, na sala de aula, como uma ferramenta do professor para fazer com que os estudantes avancem. o uso dessa avaliação de acordo com esse princípio demanda o seguinte raciocínio: por meio dos dados levantados, é possível que o professor obtenha uma medida da aprendizagem de seus estudantes, contrapondo tais resultados àqueles alcançados no Estado e até mesmo à sua própria avaliação em sala de aula. verificar essas informações e compará-las amplia a visão do professor quanto ao seu aluno, identificando aspectos que, no dia a dia, possam ter passado despercebidos. desta forma, os resultados da avaliação devem ser interpretados em um contexto específico, servindo para a reorientação do processo de ensino, confirmando quais as práticas bem-sucedidas em sala de aula e fazendo com que os docentes repensem suas ações e estratégias para enfrentar as dificuldades de aprendizagem detectadas. A articulação dessas informações possibilita consolidar a ideia de que os resultados de desempenho dos estudantes, mesmo quando abaixo do esperado, sempre constituem uma oportunidade para o aprimoramento do trabalho docente, representando um desafio a ser superado em prol da qualidade e da equidade na educação. 1 Caro(a) Educador(a), a Revista Pedagógica apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação, com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas no trabalho pedagógico. AvAlIAção: o EnSIno-APREndIzAgEm Como dESAfIo 10 Saepi 2012 TRAjETóRIA o SAEPI o Sistema de Avaliação Educacional do Piauí foi criado em 2011 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de qualidade. Em 2012, avaliou os alunos das escolas estaduais do Piauí nas disciplinas de língua Portuguesa e Matemática da 4ª série/5º ano e da 8ª série/9º ano do Ensino fundamental, e do 1º e 3º anos do Ensino Médio. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car a trajetória do Saepi e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes. 2011 101.983 estudantes avaliados* 2012 54.295 estudantes avaliados* (*) O número de estudantes avaliados é referente à disciplina de Língua Portuguesa. língua Portuguesa e Matemática 4ª SÉRIE/5º ANo do ENSINo fuNdAMENtAl 8ª SÉRIE/9º ANo do ENSINo fuNdAMENtAl 1º e 3º ANoS do ENSINo MÉdIo língua Portuguesa e Matemática 4ª SÉRIE/5º ANo do ENSINo fuNdAMENtAl 8ª SÉRIE/9º ANo do ENSINo fuNdAMENtAl 3º ANo do ENSINo MÉdIo Revista Pedagógica 11 (Composição dos cadernos) Página 21 o diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética, indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados. Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site www.saepi.caedufjf.net. (Matriz de Referência) Página 16Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação. Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais. A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino. A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade. A AvAlIAção EdUCACIonAl Em lARgA ESCAlA 12 Saepi 2012 Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação. As informações disponíveis nesta Revista devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico. A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos estudantes que estão em determinado Padrão de Desempenho. Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho. As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala nacional, a qual permite verificar o desenvolvimento dos estudantes. (Escala de Proficiência) Página 22 (Composição dos cadernos) Página 21 Através de uma metodologia especializada, é possivel obter resultados precisos, não sendo necessário que os estudantes realizem testes extensos. (Resultados desta Escola) Página 67 (Itens) Página 43 (Padrões de Desempenho) Página 43 (Experiência em foco) Página 78 Revista Pedagógica 13 2 mATRIz dE REfERÊnCIA Para realizar uma avaliação, é necessário definir o conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação em larga escala, essa definição é dada pela construção de uma MAtRIz dE REfERÊNcIA, que é um recorte do currículo e apresenta as habilidades definidas para serem avaliadas. No brasil, os Parâmetros curriculares Nacionais (PcN) para o Ensino fundamental e para o Ensino Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e em 2000, visam à garantia de que todos tenham, mesmo em lugares e condições diferentes, acesso a conhecimentos considerados essenciais para o exercício da cidadania. cada estado, município e escola tem autonomia para elaborar seu próprio currículo, desde que atenda a essa premissa. diante da autonomia garantida legalmente em nosso país, as orientações curriculares do apresentam conteúdos com características próprias, como concepções e objetivos educacionais compartilhados. desta forma, o Estado visa a desenvolver o processo de ensino- aprendizagem em seu sistema educacional com qualidade, atendendo às particularidades de seus estudantes. Pensando nisso, foi criada uma Matriz de Referência específica para a realização da avaliação em larga escala do Saepi. A Matriz de Referência tem, entre seus fundamentos, os conceitos de competência e habilidade. A coMPEtÊNcIA corresponde a um grupo de Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do Saepi 2012, a matriz de Referência, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Proficiência. InTERPRETAção dE RESUlTAdoS E AnálISES PEdAgógICAS 14 Saepi 2012 AUTO ESCOLA CARTEIRA D E HABILITAÇ ÃO habilidades que operam em conjunto para a obtenção de um resultado, sendo cada hAbIlIdAdE entendida como um “saber fazer”. Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista para dirigir automóveis é preciso demonstrar competência na prova escrita e competência na prova prática específica, sendo que cada uma delas requer uma série de habilidades. A competência na prova escrita demanda algumas habilidades, como: interpretação de texto, reconhecimento de sinais de trânsito, memorização, raciocínio lógico para perceber quais regras de trânsito se aplicam a uma determinada situação etc. A competência na prova prática específica, por sua vez, requer outras habilidades: visão espacial, leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão do funcionamento de comandos de interação com o veículo, tais como os pedais de freio e de acelerador etc. É importante ressaltar que a Matriz de Referência não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser confundida com ele nem utilizada como ferramenta para a definição do conteúdo a ser ensinado em sala de aula. As habilidades selecionadas para a composição dos testes são escolhidas por serem consideradas essenciais para o período de escolaridade avaliado e por serem passíveis de medição por meio de testes padronizados de desempenho, compostos, na maioria das vezes, apenas por itens de múltipla escolha. há, também, outras habilidades necessárias ao pleno desenvolvimento do estudante que não se encontram na Matriz de Referência por não serem compatíveis com o modelo de teste adotado. No exemplo acima, pode-se perceber que a competência na prova escrita para habilitação de motorista inclui mais habilidades que podem ser medidas em testes padronizados do que aquelas da prova prática. A avaliação em larga escala pretende obter informações gerais, importantes para se pensar a qualidade da educação, porém, ela só será uma ferramenta para esse fim se utilizada de maneira coerente, agregando novas informações às já obtidas por professores e gestores nas devidas instâncias educacionais, em consonância com a realidade local. Revista Pedagógica 15 mATRIz dE REfERÊnCIA dE mATEmáTICA* – SAEPI 2012 3º Ano do EnSIno médIo I. ESPAço E foRmA d1 Identificar figuras semelhantes mediante o reconhecimento de relações de proporcionalidade. d2 Reconhecer aplicações das relações métricas do triângulo retângulo em um problema que envolva figuras planas ou espaciais. d3 Relacionar diferentes poliedros ou corpos redondos com suas planificações ou vistas. d4 Identificar a relação entre o número de vértices, faces e/ou arestas de poliedros expressa em um problema. d5 Resolver problema que envolva razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente). d6 Identificar a localização de pontos no plano cartesiano. d7 Interpretar geometricamente os coeficientes da equação de uma reta. d8 Identificar a equação de uma reta apresentada a partir de dois pontos dados ou de um ponto e sua inclinação. d9 Relacionar a determinação do ponto de interseção de duas ou mais retas com a resolução de um sistema de equações com duas incógnitas. d10 Reconhecer, dentre as equações do 2º grau com duas incógnitas, as que representam circunferências. II. gRAndEzAS E mEdIdAS d11 Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. d12 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas. d13 Resolver problema envolvendo a área total e/ou volume de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera). III. númERoS E oPERAçõES / álgEbRA E fUnçõES d14 Identificar a localização de números reais na reta numérica. d15 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. d16 Resolver problema que envolva porcentagem. d17 Resolver problema envolvendo equação do 2º grau. (M120258ES) O gráfico abaixo representa uma função de domínio [– 3, 3]. As raízes dessa função são A) – 2, – 4 e 2. B) – 2 e – 4. C) – 2 e 2. D) – 2, 0 e 2. E) – 4 e 0. tema o tema agrupa por afinidade um conjunto de habilidades indicadas pelos descritores. item o item é uma questão utilizada nos testes de uma avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar uma única habilidade indicada por um descritor da matriz de Referência. Elementos que compõema matriz mATRIz dE REfERÊnCIA dE mATEmáTICA 1º e 3º Anos do Ensino médio Descritores os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas, indicando as habilidades que serão avaliadas por meio de um item. 16 Saepi 2012 mATRIz dE REfERÊnCIA dE mATEmáTICA – SAEPI 2012 1º Ano do EnSIno médIo I ESPAço E foRmA d8 Resolver problema utilizando propriedades dos polígonos (soma de seus ângulos internos, número de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos regulares). d10 Resolver problemas envolvendo a localização de pontos no plano cartesiano. d12 Utilizar as relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas significativos. d17 Resolver problema envolvendo semelhança de triângulo II gRAndEzAS E mEdIdAS d21 Resolver problema utilizando relações entre diferentes unidades de medida. d25 Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas, com ou sem malhas quadriculadas. d26 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas, com ou sem malhas. d28 Resolver problema envolvendo volume de um sólido(Prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera). III númERoS E oPERAçõES/ álgEbRA E fUnçõES d33 Identificar a localização de números reais na reta numérica. d40 Resolver problema com números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação, radiciação). d41 Reconhecer as diferentes representações de um mesmo número racional. d45 Resolver problema com números racionais envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação). d46 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. d48 Resolver problemas envolvendo equações ou inequações do 1º grau. d49 Resolver problemas envolvendo sistemas de equações do 1º grau. d52 Resolver problemas envolvendo equação do 2º grau. d54 Resolver problemas envolvendo o cálculo de porcentagem. d55 Resolver problema envolvendo uma função do 1º grau. d57 Identificar a representação algébrica e\ou gráfica de uma função do 1º grau, conhecendo alguns de seus elementos. d58 Identificar a representação algébrica ou gráfica de uma função logarítmica. d59 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função polinomial do 2º grau. d60 Analisar crescimento/decrescimento, zeros de funções reais apresentadas em gráficos. d63 Identificar o gráfico de uma função que representa uma situação descrita em um texto. d64 Resolver problemas que envolvam uma função polinomial do 2º grau. d65 Resolver problemas envolvendo função exponencial Iv TRATAmEnTo dA InfoRmAção d71 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos. d72 Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que as representam e vice-versa. d73 Resolver problema envolvendo média aritmética, moda ou mediana. Revista Pedagógica 17 mATRIz dE REfERÊnCIA dE mATEmáTICA* – SAEPI 2012 3º Ano do EnSIno médIo I. ESPAço E foRmA d1 Identificar figuras semelhantes mediante o reconhecimento de relações de proporcionalidade. d2 Reconhecer aplicações das relações métricas do triângulo retângulo em um problema que envolva figuras planas ou espaciais. d3 Relacionar diferentes poliedros ou corpos redondos com suas planificações ou vistas. d4 Identificar a relação entre o número de vértices, faces e/ou arestas de poliedros expressa em um problema. d5 Resolver problema que envolva razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente). d6 Identificar a localização de pontos no plano cartesiano. d7 Interpretar geometricamente os coeficientes da equação de uma reta. d8 Identificar a equação de uma reta apresentada a partir de dois pontos dados ou de um ponto e sua inclinação. d9 Relacionar a determinação do ponto de interseção de duas ou mais retas com a resolução de um sistema de equações com duas incógnitas. d10 Reconhecer, dentre as equações do 2º grau com duas incógnitas, as que representam circunferências. II. gRAndEzAS E mEdIdAS d11 Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. d12 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas. d13 Resolver problema envolvendo a área total e/ou volume de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera). III. númERoS E oPERAçõES / álgEbRA E fUnçõES d14 Identificar a localização de números reais na reta numérica. d15 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. d16 Resolver problema que envolva porcentagem. d17 Resolver problema envolvendo equação do 2º grau. d18 Reconhecer expressão algébrica que representa uma função a partir de uma tabela. d19 Resolver problema envolvendo uma função do 1º grau. d20 Analisar crescimento/decrescimento e/ou zeros de funções reais apresentadas em gráficos. d21 Identificar o gráfico que representa uma situação descrita em um texto. 18 Saepi 2012 mATRIz dE REfERÊnCIA dE mATEmáTICA* – SAEPI 2012 3º Ano do EnSIno médIo d22 Resolver problema envolvendo P.A./P.g. dada a fórmula do termo geral. d23 Reconhecer o gráfico de uma função polinomial de 1º grau por meio de seus coeficientes. d24 Reconhecer a representação algébrica de uma função do 1º grau dado o seu gráfico. d25 Resolver problemas que envolvam os pontos de máximo ou de mínimo no gráfico de uma função polinomial do 2º grau. d26 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º grau. d27 Identificar a representação algébrica e/ou gráfica de uma função exponencial. d28 Identificar a representação algébrica e/ou gráfica de uma função logarítmica, reconhecendo- a como inversa da função exponencial. d29 Resolver problema que envolva função exponencial. d30 Identificar gráficos de funções trigonométricas (seno, cosseno, tangente) reconhecendo suas propriedades. d31 determinar a solução de um sistema linear associando-o à uma matriz. d32 Resolver problema de contagem utilizando o princípio multiplicativo ou noções de permutação simples, arranjo simples e/ou combinação simples. d33 Calcular a probabilidade de um evento. Iv. TRATAmEnTo dA InfoRmAção d34 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos. d35 Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que as representam e vice-versa. *foi utilizada a mesma matriz de Referência do Saeb. Revista Pedagógica 19 TEoRIA dE RESPoSTA Ao ITEm (TRI) A teoria de Resposta ao Item (tRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar os resultados obtidos pelos estudantes nos testes, levando em consideração as habilidades demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes realizados em diferentes anos. Ao realizarem os testes, os estudantes obtêm um determinado nível de desempenho nas habilidades testadas. Esse nível de desempenho denomina-se PRofIcIÊNcIA. A tRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o estudante respondeu em um teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros: • Parâmetro "A" A capacidade de um item de discriminar, entre os alunos avaliados, aqueles que desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram. • Parâmetro "b" o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. os itens estão distribuídos de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade. • Parâmetro "C" A análise das respostas do estudante para verificar aleatoriedade nas respostas: se for constatado que ele errou muitos itens de baixo grau dedificuldade e acertou outros de grau elevado – o que é estatisticamente improvável, o modelo deduz que ele respondeu aleatoriamente às questões. o Saepi utiliza a tRI para o cálculo de acerto do estudante. No final, a proficiência não depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da capacidade de discriminação das questões que o estudante acertou e/ou errou. o valor absoluto de acertos permitiria, em tese, que um estudante que respondeu aleatoriamente tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades. o modelo da tRI evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos estudantes ao longo do tempo e entre diferentes escolas. 20 Saepi 2012 ComPoSIção doS CAdERnoS PARA A AvAlIAção No Ensino Médio, em língua Portuguesa e Matemática, são 91 itens/disciplina, divididos em 7 blocos/disciplina, com 13 itens cada. CaDeRNO 4 blocos formam um caderno, totalizando 52 itens, sendo 26 itens de língua Portuguesa e 26 itens de Matemática. Ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos. = 1 item i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i iii ii iii iii iii ii iii iii iiii i iiii ii iiiii iiiii i iiiii iiiiii iiiii iiiiii iiiiiiiiiiiii língua Portuguesa Matemática iiiii iiiiii iiiiii iiiiiii iiiii iiiiii iiiiii iiiiiii iii ii iii iii iii ii iii iii iiii i iiii ii iiiii iiiii i iiiii iiiiii iiiii iiiiii iiiiiiiiiiiii Revista Pedagógica 21 A EScAlA dE PRofIcIÊNcIA foi desenvolvida com o objetivo de traduzir medidas em diagnósticos qualitativos do desempenho escolar. Ela orienta, por exemplo, o trabalho do professor com relação às competências que seus estudantes desenvolveram, apresentando os resultados em uma espécie de régua onde os valores obtidos são ordenados e categorizados em intervalos ou faixas que indicam o grau de desenvolvimento das habilidades para os alunos que alcançaram determinado nível de desempenho. Em geral, para as avaliações em larga escala da Educação básica realizadas no brasil, os resultados dos estudantes em Matemática são colocados em uma mesma Escala de Proficiência definida pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação básica (Saeb). * As habilidades envolvidas nessas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade. dEScRItoRES 1EM 3EM 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 localizar objetos em representações do espaço. D10 D6 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. * D1 e D3 Reconhecer transformações no plano. D17 * Aplicar relações e propriedades. D8 e D12 D2, D4, D5, D7, D8, D9 e D10 utilizar sistemas de medidas. D21 * Medir grandezas. D25, D26 e D28 D11, D12 e D13 Estimar e comparar grandezas. * * conhecer e utilizar números. D33 e D41 D14 Realizar e aplicar operações. D40, D45, D54 e D73 D16 utilizar procedimentos algébricos. D46, D48, D49, D52, D55, D57, D58, D59, D60, D63, D64 e D65 D15, D17, D18, D19, D20, D21, D22, D23, D24, D25, D26, D27, D28, D29, D30 e D31 ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. D71 e D72 D34 e D35 utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. * D32 e D33 PAdRõES dE dESEMPENho - 1º E 3º ANoS do ENSINo MÉdIo Espaço e forma grandezas e medidas números, operações/ álgebra e funções Tratamento da informação ESCAlA dE PRofICIÊnCIA Em mATEmáTICA doMíNIoS coMPEtÊNcIAS 22 Saepi 2012 Por permitirem ordenar os resultados de desempenho, as Escalas são importantes ferramentas para a interpretação dos resultados da avaliação. A partir da interpretação dos intervalos da Escala, os professores, em parceria com a equipe pedagógica, podem diagnosticar as habilidades já desenvolvidas pelos estudantes, bem como aquelas que ainda precisam ser trabalhadas em sala de aula, em cada etapa de escolaridade avaliada. com isso, os educadores podem atuar com maior precisão na detecção das dificuldades dos alunos, possibilitando o planejamento e a execução de novas ações para o processo de ensino-aprendizagem. A seguir é apresentada a estrutura da Escala de Proficiência. dEScRItoRES 1EM 3EM 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 localizar objetos em representações do espaço. D10 D6 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. * D1 e D3 Reconhecer transformações no plano. D17 * Aplicar relações e propriedades. D8 e D12 D2, D4, D5, D7, D8, D9 e D10 utilizar sistemas de medidas. D21 * Medir grandezas. D25, D26 e D28 D11, D12 e D13 Estimar e comparar grandezas. * * conhecer e utilizar números. D33 e D41 D14 Realizar e aplicar operações. D40, D45, D54 e D73 D16 utilizar procedimentos algébricos. D46, D48, D49, D52, D55, D57, D58, D59, D60, D63, D64 e D65 D15, D17, D18, D19, D20, D21, D22, D23, D24, D25, D26, D27, D28, D29, D30 e D31 ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. D71 e D72 D34 e D35 utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. * D32 e D33 PAdRõES dE dESEMPENho - 1º E 3º ANoS do ENSINo MÉdIo Espaço e forma grandezas e medidas números, operações/ álgebra e funções Tratamento da informação ESCAlA dE PRofICIÊnCIA Em mATEmáTICA A gradação das cores indica a complexidade da tarefa. Abaixo do Básico Básico Adequado Avançado Revista Pedagógica 23 A ESTRUTURA dA ESCAlA dE PRofICIÊnCIA Na primeira coluna da Escala são apresentados os grandes domínios do conhecimento em Matemática para toda a Educação básica. Esses domínios são agrupamentos de competências que, por sua vez, agregam as habilidades presentes na Matriz de Referência. Nas colunas seguintes são apresentadas, respectivamente, as competências presentes na Escala de Proficiência e os descritores da Matriz de Referência a elas relacionados. As competências estão dispostas nas várias linhas da Escala. Para cada competência há diferentes graus de complexidade representados por uma gradação de cores, que vai do amarelo- claro ao vermelho. Assim, a cor amarelo-claro indica o primeiro nível de complexidade da competência, passando pelo amarelo-escuro, laranja-claro, laranja-escuro e chegando ao nível mais complexo, representado pela cor vermelha. Na primeira linha da Escala de Proficiência, podem ser observados, numa escala numérica, intervalos divididos em faixas de 25 pontos, que estão representados de zero a 500. cada intervalo corresponde a um nível e um conjunto de níveis forma um PAdRão dE dESEMPENho. Esses Padrões sãodefinidos pela Secretaria da Educação e cultura do Piauí - Seduc e representados em verde. Eles trazem, de forma sucinta, um quadro geral das tarefas que os estudantes são capazes de fazer, a partir do conjunto de habilidades que desenvolveram. Para compreender as informações presentes na Escala de Proficiência, pode-se interpretá-la de três maneiras: • Primeira Perceber, a partir de um determinado domínio, o grau de complexidade das competências a ele associadas, através da gradação de cores ao longo da Escala. desse modo, é possível analisar como os estudantes desenvolvem as habilidades relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que contribua para o planejamento do professor, bem como para as intervenções pedagógicas em sala de aula. • Segunda ler a Escala por meio dos Padrões de desempenho, que apresentam um panorama do desenvolvimento dos estudantes em um determinado intervalo. dessa forma, é possível relacionar as habilidades desenvolvidas com o percentual de alunos situado em cada Padrão. • Terceira Interpretar a Escala de Proficiência a partir da abrangência da proficiência de cada instância avaliada: estado, gRE, município e escola. dessa forma, é possível verificar o intervalo em que a escola se encontra em relação às demais instâncias. 24 Saepi 2012 competências descritas para este domínio oS domÍnIoS E ComPETÊnCIAS dA ESCAlA dE PRofICIÊnCIA Espaço e forma Professor, na Matemática, o estudo do Espaço e forma é de fundamental importância para que o estudante desenvolva várias habilidades como percepção, representação, abstração, levantamento e validação de hipóteses, orientação espacial; além de propiciar o desenvolvimento da criatividade. vivemos num mundo em que, constantemente, necessitamos nos movimentar, localizar objetos, localizar ruas e cidades em mapas, identificar figuras geométricas e suas propriedades para solucionar problemas. o estudo deste domínio pode auxiliar a desenvolver, satisfatoriamente, todas essas habilidades, podendo, também, nos ajudar a apreciar, com outro olhar, as formas geométricas presentes na natureza, nas construções e nas diferentes manifestações artísticas. Estas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que, a cada ano de escolaridade, os estudantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio, desenvolvendo, assim, o pensamento geométrico necessário para solucionar problemas. localizar objetos em representações do espaço. Identificar figuras geométricas e suas propriedades. Reconhecer transformações no plano. Aplicar relações e propriedades. Para auxiliar na tarefa de acompanhar o desempenho dos alunos, na seção desenvolvimento de habilidades, há uma análise representativa por meio da competência Aplicar relações e propriedades, abordando a perspectiva do seu ensino para esta etapa e sugestões de atividades e recursos pedagógicos que podem ser utilizados pelo professor. A escolha desse exemplo foi baseada em um diagnóstico que identificou algumas habilidades que apresentaram baixo índice de acerto no Ensino médio nas avaliações educacionais realizadas em anos anteriores. domÍnIoS E ComPETÊnCIAS Ao relacionar os resultados a cada um dos domínios da Escala de Proficiência e aos respectivos intervalos de gradação de complexidade de cada competência, é possível observar o nível de desenvolvimento das habilidades aferido pelo teste e o desempenho esperado dos estudantes nas etapas de escolaridade em que se encontram. Esta seção apresenta o detalhamento dos níveis de complexidade das competências (com suas respectivas habilidades), nos diferentes intervalos da Escala de Proficiência. Essa descrição focaliza o desenvolvimento cognitivo do aluno ao longo do processo de escolarização e o agrupamento das competências básicas ao aprendizado da Matemática para toda a Educação básica. Revista Pedagógica 25 loCAlIzAR objEToS Em REPRESEnTAçõES do ESPAço 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 um dos objetivos do ensino de Espaço e forma em Matemática é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência de localizar objetos em representações planas do espaço. Esta competência é desenvolvida desde os anos iniciais do Ensino fundamental por meio de tarefas que exigem dos estudantes, por exemplo, desenhar, no papel, o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino fundamental, são utilizados vários recursos, como a localização de ruas, pontos turísticos, casas, dentre outros, em mapas e croquis. Além disso, o uso do papel quadriculado pode auxiliar o estudante a localizar objetos utilizando as unidades de medidas (cm, mm), em conexão com o domínio de grandezas e medidas. Nos anos finais do Ensino fundamental, o papel quadriculado é um importante recurso para que os estudantes localizem pontos utilizando coordenadas. No Ensino Médio os estudantes trabalham as geometrias plana, espacial e analítica. utilizam o sistema de coordenadas cartesianas para localizar pontos, retas, circunferências entre outros objetos matemáticos. cinza 0 a 150 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 150 a 200 pontos Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos na Escala, marcado pelo amarelo- claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Esses estudantes são os que descrevem caminhos desenhados em mapas, identificam objeto localizado dentro/fora, na frente/atrás ou em cima/ embaixo. amarelo-escuro 200 a 250 pontos Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo amarelo-escuro, de 200 a 250 pontos na Escala, realizam atividades que envolvem referenciais diferentes da própria posição, como, por exemplo, localizar qual o objeto está situado entre outros dois. também localizam e identificam a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis. laranja-claro 250 a 300 pontos o laranja-claro, de 250 a 300 pontos na Escala, indica um novo grau de complexidade desta competência. Neste intervalo, os estudantes associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual. Por exemplo: dada uma trajetória entre duas localidades, no mapa, o estudante verifica qual a descrição textual que representa esse deslocamento e vice-versa. laranja-escuro 300 a 375 pontos No intervalo de 300 a 375 pontos, cor laranja-escuro, os estudantes já conseguem realizar atividade de localização utilizando sistema de coordenadas em um plano cartesiano. Por exemplo: dado um objeto no plano cartesiano, o estudante identifica o seu par ordenado e vice-versa. 26 Saepi 2012 vermelho acima de 375 pontos No intervalo de 375 a 500 pontos, representado pela cor vermelha, os estudantes localizam figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, utilizando a nomenclatura abscissa e ordenada. IdEnTIfICAR fIgURAS gEoméTRICAS E SUAS PRoPRIEdAdES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Nesta competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às figuras bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas dentre muitas outras. A percepção das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças,mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino fundamental, os estudantes começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o atributo número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica de outras formas). Nas séries finais do Ensino fundamental, são trabalhadas as principais propriedades das figuras geométricas. No Ensino Médio os estudantes identificam várias propriedades das figuras geométricas, entre as quais destacamos o teorema de Pitágoras, propriedades dos quadriláteros dentre outras. cinza 0 a 125 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 125 a 200 pontos No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes começam a desenvolver a habilidade de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas. amarelo-escuro 200 a 250 pontos No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os estudantes começam a desenvolver a habilidade de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. Assim, dado um conjunto de figuras, os estudantes, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os estudantes identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso o número de faces. laranja-claro 250 a 300 pontos Alunos cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de quadriláteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos, hexágonos entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, Revista Pedagógica 27 conseguem identificar as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. com relação aos sólidos geométricos, esses estudantes identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reconhecem algumas características dos corpos redondos. A partir das características dos sólidos geométricos, os estudantes discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação do cubo e do bloco retangular. o laranja-claro indica o desenvolvimento dessas habilidades. laranja-escuro 300 a 375 pontos No intervalo laranja-escuro, de 300 a 375 pontos na Escala , os estudantes reconhecem um quadrado fora de sua posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 90 graus, os estudantes não identificarem a figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os estudantes consideram essa figura como sendo um losango. Em relação às figuras tridimensionais, os estudantes identificam alguns elementos dessas figuras como, por exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de faces, vértices e arestas dos poliedros. Ainda, em relação às figuras planas, os estudantes reconhecem alguns elementos da circunferência, como raio, diâmetro e cordas. Relacionam os sólidos geométricos às suas planificações e também identificam duas planificações possíveis do cubo. vermelho acima de 375 pontos Alunos que apresentam proficiência a partir de 375 pontos já desenvolveram as habilidades referentes aos níveis anteriores e, ainda, identificam a quantidade e as formas dos polígonos que formam um prisma, bem como identificam sólidos geométricos a partir de sua planificação (prismas e corpos redondos) e vice-versa. A cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades vinculadas a esta competência. REConHECER TRAnSfoRmAçõES no PlAno 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Existem vários tipos de transformações no plano. dentre elas, podemos citar as isometrias que têm como características a preservação de distâncias entre pontos do plano, como translações, rotações e reflexões e as transformações por semelhança que preservam a forma, mas não preservam, necessariamente, o tamanho. As habilidades relacionadas a esta competência dizem respeito às transformações por semelhança e, devido à sua complexidade, começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência. cinza 0 a 325 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 325 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 325 a 350 pontos Alunos que se encontram entre 325 e 350 pontos na Escala, marcado pelo amarelo-claro, começam a desenvolver as habilidades desta competência. Esses estudantes são os que resolvem problemas envolvendo escalas e constante de proporcionalidade. 28 Saepi 2012 amarelo-escuro 350 a 375 pontos o amarelo-escuro, de 350 a 375 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas, pois reconhecem a semelhança de triângulos a partir da medida de seus ângulos, bem como comparam áreas de figuras planas semelhantes desenhadas em uma malha quadriculada, obtendo o fator multiplicativo. vermelho acima de 375 pontos No intervalo representado pela cor vermelha, os estudantes reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas. APlICAR RElAçõES E PRoPRIEdAdES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 A resolução de problemas é uma capacidade cognitiva que deve ser desenvolvida na escola. o ensino da Matemática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que a resolução de problemas não é o ponto final do processo de aprendizagem e sim o ponto de partida da atividade matemática, propiciando ao estudante desenvolver estratégias, levantar hipóteses, testar resultados, utilizar conceitos já aprendidos em outras competências. No campo do Espaço e forma, espera-se que os estudantes consigam aplicar relações e propriedades das figuras geométricas – planas e não planas – em situações-problema. cinza 0 a 300 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 300 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 300 a 350 pontos o amarelo-claro, de 300 a 350 pontos na Escala, indica que os estudantes trabalham com ângulo reto e reconhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação às figuras geométricas, conseguem aplicar o teorema da soma dos ângulos internos de um triângulo para resolver problemas e diferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes estabelecem relações entre as medidas do raio, diâmetro e corda. amarelo-escuro 350 a 375 pontos No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 350 a 375 pontos, os estudantes resolvem problemas geométricos mais complexos, utilizando o teorema de Pitágoras e a lei Angular de tales, além de resolver problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um polígono e utilizar relações para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um triângulo. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes calculam os ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais. Revista Pedagógica 29 laranja-claro 375 a 400 pontos Alunos cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcado pelo laranja-claro, resolvem problemas mais complexos, envolvendo o teorema de Pitágoras e relações métricas no triângulo retângulo. vermelho acima de 400 pontos No intervalo representado pela cor vermelha, osestudantes resolvem problemas utilizando conceitos básicos da trigonometria, como a Relação fundamental da trigonometria e as razões trigonométricas em um triângulo retângulo. Na geometria analítica identificam a equação de uma reta e a sua equação reduzida a partir de dois pontos dados. Reconhecem os coeficientes linear e angular de uma reta, dado o seu gráfico. Identificam a equação de uma circunferência a partir de seus elementos e vice-versa. Na geometria Espacial, utilizam a relação de Euler para determinar o número de faces, vértices e arestas. competências descritas para este domínio grandezas e medidas o estudo de temas vinculados a este domínio deve propiciar aos estudantes conhecer aspectos históricos da construção do conhecimento; compreender o conceito de medidas, os processos de medição e a necessidade de adoção de unidades padrão de medidas; resolver problemas utilizando as unidades de medidas; estabelecer conexões entre grandezas e medidas com outros temas matemáticos como, por exemplo, os números racionais positivos e suas representações. Através de diversas atividades, é possível mostrar a importância e o acentuado caráter prático das grandezas e medidas, para poder, por exemplo, compreender questões relacionadas aos temas transversais, além de sua vinculação a outras áreas de conhecimento, como as ciências Naturais (temperatura, velocidade e outras grandezas) e a geografia (escalas para mapas, coordenadas geográficas). Estas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que, a cada ano de escolaridade, os estudantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio. utilizar sistemas de medidas. Medir grandezas. Estimar e comparar grandezas. 30 Saepi 2012 UTIlIzAR SISTEmAS dE mEdIdAS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 um dos objetivos do estudo de grandezas e medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino fundamental, podemos solicitar aos estudantes que marquem o tempo por meio de calendário. destacam-se, também, atividades envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando diferentes unidades de medida, como o tempo de cozimento: horas e minutos e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada e outros. os estudantes utilizam também outros sistemas de medidas convencionais para resolver problemas. cinza 0 a 125 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 125 a 175 pontos No intervalo de 125 a 175 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles conseguem ler horas inteiras em relógio analógico. amarelo-escuro 175 a 225 pontos No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 175 a 225 pontos, os estudantes conseguem ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, minutos e horas), bem como, estabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, os estudantes resolvem problemas relacionando metro e centímetro. Quanto à grandeza Sistema Monetário, identificam quantas moedas de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada em reais e vice-versa. laranja-claro 225 a 300 pontos Alunos que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos, marcado pelo laranja-claro, desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses estudantes relacionam diferentes unidades de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano, bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias, que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares. Resolvem problemas realizando cálculo de conversão de medidas das grandezas comprimento (quilômetro/metro), massa (quilograma/ grama) e capacidade (litro/mililitro). Revista Pedagógica 31 laranja-escuro 300 a 350 pontos No intervalo de 300 a 350 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes resolvem problemas realizando conversão e soma de medidas de comprimento (quilômetro/metro) e massa (quilograma/ grama). Neste caso, os problemas envolvendo conversão de medidas assumem uma complexidade maior do que aqueles que estão na faixa anterior. vermelho acima de 350 pontos Percebe-se que, até o momento, as habilidades requeridas dos estudantes para resolver problemas utilizando conversão de medidas envolvem as seguintes grandezas: comprimento, massa, capacidade. há problemas que trabalham com outras grandezas como, por exemplo, as grandezas volume e capacidade estabelecendo a relação entre suas medidas – metros cúbicos (m³) e litro (l). Acima de 350 pontos na Escala de Proficiência, as habilidades relacionadas a esta competência apresentam uma maior complexidade. Neste nível, os estudantes resolvem problemas envolvendo a conversão de m³ em litros, de cm² em m² e m³ em l. A cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades relacionadas a esta competência. mEdIR gRAndEzAS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 outro objetivo do ensino de grandezas e medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: medir grandezas. Esta competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino fundamental quando, por exemplo, solicitamos aos estudantes para medirem o comprimento e largura da sala de aula usando algum objeto como unidade. Esta é uma habilidade que deve ser amplamente discutida com os estudantes, pois, em razão da diferença dos objetos escolhidos como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes. E perguntas como: “Qual é medida correta?” É respondida da seguinte forma: “todos os resultados são igualmente corretos, pois eles expressam medidas realizadas com unidades diferentes.” Além dessa habilidade, ainda nas séries iniciais do Ensino fundamental, também é trabalhada a habilidade de medir a área e o perímetro de figuras planas, a partir das malhas quadriculadas ou não. Nos anos finais do Ensino fundamental, os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo de perímetro e área de figuras planas e problemas envolvendo noções de volume (paralelepípedo). No Ensino Médio os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo do volume de diferentes sólidos geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera) e problemas envolvendo a área total de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera). cinza 0 a 150 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. 32 Saepi 2012 amarelo-claro 150 a 225 pontos No intervalo de 150 a 225 pontos na Escala, representada pela cor amarelo-claro, os estudantes conseguem resolver problemas de cálculo de área relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de quadradinhos contida em um retângulo desenhado em malha quadriculada. amarelo-escuro 225 a 275 pontos Alunos cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos, representado pelo amarelo-escuro, realizam tarefas mais complexas, comparando e calculando áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. Em relação ao perímetro, demonstrama habilidade de identificar os lados e, conhecendo suas medidas, calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. Ainda, reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade quando os lados dobram ou são reduzidos à metade. laranja-claro 275 a 325 pontos No intervalo representado pelo laranja-claro, de 275 a 325 pontos na Escala, os estudantes calculam a área com base em informações sobre os ângulos da figura e o volume de sólidos a partir da medida de suas arestas. laranja-escuro 325 a 400 pontos Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadriculadas cuja borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. também calculam a área do trapézio retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo, realizam o cálculo do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de paralelepípedo retângulo de base quadrada. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas. vermelho acima de 400 pontos A partir de 400 pontos na Escala, os estudantes resolvem problemas envolvendo a decomposição de uma figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos. o vermelho indica o desenvolvimento das habilidades relativas a esta competência. Revista Pedagógica 33 ESTImAR E ComPARAR gRAndEzAS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 o estudo de grandezas e medidas tem também como objetivo propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem esta competência, como comparar tamanhos dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nas séries iniciais do Ensino fundamental, esta competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos estudantes que comparem dois objetos estimando as suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essas propiciam a compreensão do processo de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um número. cinza 0 a 175 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 175 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 175 a 225 pontos Alunos cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles leem informações em calendários, localizando o dia de um determinado mês e identificam as notas do Sistema Monetário brasileiro, necessárias para pagar uma compra informada. amarelo-escuro 225 a 275 pontos No intervalo de 225 a 275 pontos, os estudantes conseguem estimar medida de comprimento usando unidades convencionais e não convencionais. o amarelo-escuro indica o início do desenvolvimento dessa habilidade. laranja-claro 275 a 350 pontos o laranja-claro, de 275 a 350 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a esta competência, como, por exemplo, resolver problemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades convencionais como o litro. vermelho acima de 350 pontos A partir de 350 pontos os estudantes comparam os perímetros de figuras desenhadas em malhas quadriculadas. o vermelho indica o desenvolvimento das habilidades referentes a esta competência. 34 Saepi 2012 ConHECER E UTIlIzAR númERoS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 As crianças, nos anos iniciais do Ensino fundamental, têm contato com os números e já podem perceber a importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens. Nessa fase da escolaridade, os estudantes começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a perceberem a sua utilização em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão os naturais e os racionais em sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o domínio de números está sempre relacionado a outros domínios como o das grandezas e medidas. Na etapa final do Ensino fundamental, os estudantes resolvem problemas mais complexos envolvendo diferentes conjuntos numéricos, como os naturais, inteiros e racionais. No Ensino Médio, os estudantes já devem ter desenvolvido esta competência. competências descritas para este domínio números e operações/álgebra e funções como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia, nos deparamos com eles a todo o momento. várias informações essenciais para a nossa vida social são representadas por números: cPf, Rg, conta bancária, senhas, número de telefones, número de nossa residência, preços de produtos, calendário, horas, entre tantas outras. Não é por acaso que Pitágoras, um grande filósofo e matemático grego (580-500 a.c), elegeu como lema para a sua escola filosófica “tudo é Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos números e suas relações e propriedades. Este domínio envolve, além do conhecimento dos diferentes conjuntos numéricos, as operações e suas aplicações à resolução de problemas. As operações aritméticas estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos que fazer? orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta bancária, cálculo de juros, porcentagens, divisão de uma conta em um restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas situações com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais precisamos realizar operações. Além de números e operações, este domínio também envolve o conhecimento algébrico que requer a resolução de problemas por meio de equações, inequações, funções, expressões, cálculos entre muitos outros. o estudo da álgebra possibilita aos estudantes desenvolver, entre outras capacidades, a de generalizar. Quando fazemos referência a um número par qualquer, podemos representá-lo pela expressão 2n (n sendo um número natural). Essa expressão mostra uma generalização da classe dos números pares. conhecer e utilizar números. Realizar e aplicar operações. utilizar procedimentos algébricos. Revista Pedagógica 35 cinza 0 a 100 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 100 a 200 pontos Alunos que se encontram no intervalo de 100 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, desenvolveram habilidades básicas relacionadas ao Sistema de Numeração decimal. Por exemplo: dado um número natural, esses estudantes reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por extenso e a sua composição e decomposição em unidades e dezenas. Eles, também, representam e identificam números naturais na reta numérica. Além disso, reconhecem a representação decimal de medida de comprimento expressas em centímetros e localizam esses números na reta numérica em uma articulação com os conteúdos de grandezas e medidas, dentre outros. amarelo-escuro 200 a 250 pontos o amarelo-escuro, de 200 a 250 pontos, indica que os estudantes com proficiência neste intervalo já conseguem elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número, realizando composições e decomposições de números de até três algarismos,identificando seus valores relativos. Já em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração por meio de representação gráfica. laranja-claro 250 a 300 pontos No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, os estudantes percebem que, ao mudar um algarismo de lugar, o número se altera. Identificam e localizam números inteiros em uma reta numérica ou em uma escala não unitária. transformam uma fração em número decimal e vice-versa. localizam, na reta numérica, números racionais na forma decimal e comparam esses números quando têm diferentes partes inteiras. Neste intervalo aparecem, também, habilidades relacionadas a porcentagem. os estudantes estabelecem a correspondência 50% de um todo com a metade. laranja-escuro 300 a 375 pontos No intervalo de 300 a 375 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes desenvolveram habilidades mais complexas relacionadas a frações equivalentes. Eles já resolvem problemas identificando mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, percebem, com apoio de uma figura, que a fração meio é equivalente a dois quartos. Além disso, resolvem problemas identificando um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Esses estudantes, também, transformam frações em porcentagens e vice-versa, identificam a fração como razão e a fração como parte-todo, bem como, os décimos, centésimos e milésimos de um número decimal. vermelho acima de 375 pontos Acima de 375 pontos na Escala, os estudantes, além de já terem consolidado as habilidades relativas aos níveis anteriores, conseguem localizar na reta numérica números representados na forma fracionária, comparar números fracionários com denominadores diferentes e reconhecer a leitura de um número decimal até a ordem dos décimos. o vermelho indica o desenvolvimento das habilidades associadas a esta competência. 36 Saepi 2012 REAlIzAR E APlICAR oPERAçõES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Esta competência refere-se às habilidades de cálculo e à capacidade de resolver problemas que envolvem as quatro operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados para o cálculo dessas operações. Além do conhecimento dos algoritmos, esta competência requer a aplicação dos mesmos na resolução de problemas englobando os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações específicas da Matemática, seja em contextos do cotidiano. cinza 0 a 100 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 100 a 200 pontos No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 100 a 200 pontos, em relação à adição e subtração, os estudantes realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já em relação à multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número com um algarismo. os estudantes resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o Sistema Monetário. amarelo-escuro 200 a 250 pontos Alunos, cuja proficiência se encontra no intervalo de 200 a 250 pontos, amarelo-escuro, em relação às operações, realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e com reserva. Realizam também multiplicações com reserva, com multiplicador de até dois algarismos. Realizam divisões e resolvem problemas envolvendo divisões exatas com divisor de duas ordens. Além disso, resolvem problemas envolvendo duas ou mais operações. laranja-claro 250 a 300 pontos o laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, indica um novo grau de complexidade desta competência. os estudantes com proficiência neste nível resolvem problemas envolvendo as diferentes ideias relacionadas à multiplicação, em situações contextualizadas. também efetuam adição e subtração com números inteiros, bem como realizam cálculo de expressões numéricas envolvendo o uso de parênteses e colchetes com adição e subtração, além de calcular porcentagens e resolver problemas do cotidiano envolvendo porcentagens em situações simples. laranja-escuro 300 a 350 pontos Alunos, cuja proficiência se localiza no intervalo de 300 a 350 pontos, já calculam expressões numéricas envolvendo números inteiros e decimais positivos e negativos, inclusive potenciação. Eles conseguem, ainda, resolver problemas envolvendo soma de números inteiros e porcentagens, além de calcular raiz Revista Pedagógica 37 quadrada e identificar o intervalo em que está inserida a raiz quadrada não exata de um número, bem como efetuar arredondamento de decimais. o laranja-escuro indica a complexidade dessas habilidades. vermelho acima de 350 pontos No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 350 pontos, os estudantes calculam o resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências e raízes exatas). Efetuam cálculos de divisão com números racionais (forma fracionária e decimal simultaneamente). Neste nível, os estudantes consolidam as habilidades relativas a esta competência. UTIlIzAR PRoCEdImEnToS AlgébRICoS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 o estudo da álgebra possibilita ao estudante desenvolver várias capacidades, dentre elas a capacidade de abstrair, generalizar, demonstrar e sintetizar procedimentos de resolução de problemas. As habilidades referentes à álgebra são desenvolvidas no Ensino fundamental e vão desde situações-problema em que se pretende descobrir o valor da incógnita em uma equação utilizando uma balança de dois pratos, até a resolução de problemas envolvendo equações do segundo grau. uma das habilidades básicas desta competência diz respeito ao cálculo do valor numérico de uma expressão algébrica, em que é utilizado o conceito de variável. No Ensino Médio esta competência envolve a utilização de procedimentos algébricos para resolver problemas envolvendo o campo dos diferentes tipos de funções: linear, afim, quadrática e exponencial. cinza 0 a 275 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 275 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 275 a 300 pontos No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 275 a 300 pontos, os estudantes calculam o valor numérico de uma expressão algébrica. amarelo-escuro 300 a 350 pontos No intervalo de 300 a 350 pontos, indicado pelo amarelo-escuro, os estudantes já identificam a equação de primeiro grau e sistemas de primeiro grau, adequados à resolução de problemas. Esses estudantes também determinam o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fatorada e resolvem problemas envolvendo: grandezas diretamente proporcionais, variações entre mais de duas grandezas, juros simples, porcentagem e lucro. laranja-claro 350 a 400 pontos o laranja-claro, de 350 a 400 pontos na Escala, indica uma maior complexidade nas habilidades associadas a esta competência. Neste nível de proficiência, os estudantes resolvem problemas que 38 Saepi 2012 recaem em equação do segundo grau e sistemas de equações do primeiro grau e problemas mais complexos envolvendo juros simples. Resolvem problemas envolvendo a resolução de equações exponenciais. Reconhecem a expressão algébrica que representa uma função linear ou afim a partir de uma tabela e a expressão de uma função do primeiro grau a partir do seu gráfico. calculam o termo de uma Progressão Aritmética – P.A. – dada a fórmula do termo geral. laranja-escuro 400 a 425 pontos Alunos cuja proficiência se localizano intervalo de 400 a 425 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas que envolvem grandezas inversamente proporcionais e sistemas de duas equações. No campo das sequências numéricas, identificam uma regularidade em uma sequência numérica e determinam o número que ocupa uma determinada posição na sequência. Reconhecem intervalos de crescimento e decrescimento de uma função, interpretam os coeficientes da equação de uma reta quando o gráfico não está explicitado no problema. Reconhecem o gráfico de uma reta quando são dados dois pontos ou um ponto e a reta por onde passa. Reconhecem as raízes de um polinômio dada a sua decomposição em fatores do primeiro grau. vermelho acima de 425 pontos Acima de 425 pontos na Escala, indicado pela cor vermelha, os estudantes resolvem problemas relacionando a representação algébrica com a geométrica de um sistema de equações do primeiro grau. Relacionam a função do segundo grau com a descrição textual de seu gráfico, reconhecem a expressão algébrica que representa uma função não polinomial a partir de uma tabela, resolvem problemas envolvendo a determinação de ponto de máximo de uma função do segundo grau. Resolvem problemas que envolvem a determinação de algum termo de uma P.g. quando não é fornecida a fórmula do termo geral. Relacionam a expressão de um polinômio com a sua decomposição em fatores do primeiro grau. Resolvem problemas envolvendo a função exponencial, identificam gráficos da função seno e cosseno. Resolvem problemas envolvendo sistemas de equação com duas equações e duas incógnitas. Relacionam as raízes de um polinômio com a sua decomposição em fatores do primeiro grau. Identificam gráficos de funções exponenciais no contexto de crescimento populacional e juros compostos. Revista Pedagógica 39 lER, UTIlIzAR E InTERPRETAR InfoRmAçõES APRESEnTAdAS Em TAbElAS E gRáfICoS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 um dos objetivos do ensino do conteúdo tratamento da informação é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Esta competência é desenvolvida nas séries iniciais do Ensino fundamental por meio de atividades relacionadas aos interesses das crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar resultados de respostas a uma consulta que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de se expressar, construir representações dos fatos e, pela ação mediadora do professor, essas representações podem ser interpretadas e discutidas. Esses debates propiciam novas oportunidades para a aquisição de outros conhecimentos e para o desenvolvimento de habilidades e de atitudes. Nas séries finais do Ensino fundamental, temas mais relevantes podem ser explorados e utilizados a partir de revistas e jornais. o professor pode sugerir a realização de pesquisas com os estudantes sobre diversos temas e efetuar os registros dos resultados em tabelas e gráficos para análise e discussão. No Ensino Médio, os estudantes são solicitados a utilizarem procedimentos estatísticos mais complexos como, por exemplo, cálculo de média aritmética. competências descritas para este domínio Tratamento da informação o estudo de tratamento da informação é de fundamental importância nos dias de hoje, tendo em vista a grande quantidade de informações que se apresentam no nosso cotidiano. Na Matemática, alguns conteúdos são extremamente adequados para “tratar a informação”. A Estatística, por exemplo, cuja utilização pelos meios de comunicação tem sido intensa, utiliza-se de gráficos e tabelas. A combinatória também é utilizada para desenvolver o tratamento da informação, pois ela nos permite determinar o número de possibilidades de ocorrência algum acontecimento. outro conhecimento necessário para o tratamento da informação refere-se ao conteúdo de Probabilidade, por meio da qual se estabelece a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um acontecimento aleatório cujo caráter é probabilístico, avaliando-se se um acontecimento é mais provável ou menos provável. com o estudo desses conteúdos, os estudantes desenvolvem as habilidades de fazer uso, expor, preparar, alimentar e/ou discutir determinado conjunto de dados ou de informes a respeito de alguém ou de alguma coisa. ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. 40 Saepi 2012 cinza 0 a 125 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 125 a 150 pontos No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 125 e 150 pontos, os estudantes leem informações em tabelas de coluna única e extraem informações em gráficos de coluna por meio de contagem. amarelo-escuro 150 a 200 pontos No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 150 a 200 pontos, os estudantes leem informações em tabelas de dupla entrada e interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical. laranja-claro 200 a 250 pontos de 200 a 250 pontos, intervalo indicado pelo laranja-claro, os estudantes localizam informações e identificam gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e negativos. Esses estudantes também conseguem ler gráficos de setores e localizar dados em tabelas de múltiplas entradas, além de resolver problemas simples envolvendo as operações, identificando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas. laranja-escuro 250 a 325 pontos Alunos com proficiência entre 250 e 325 pontos, laranja-escuro, identificam o gráfico de colunas ou barras correspondente ao gráfico de setores e reconhecem o gráfico de colunas ou barras correspondente a dados apresentados de forma textual; associam informações contidas em um gráfico de colunas e barras a uma tabela que o representa, utilizando estimativas. Ainda, associam informações ao gráfico de setores correspondente, quando os dados estão em porcentagem, bem como, quando os dados estão em valores absolutos (frequência simples). vermelho acima de 325 pontos A cor vermelha, acima de 325 pontos, indica que os estudantes leem, utilizam e interpretam informações a partir de gráficos de linha do plano cartesiano. Além de analisarem os gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento. Neste nível de proficiência, as habilidades relativas a esta competência estão desenvolvidas. Revista Pedagógica 41 UTIlIzAR PRoCEdImEnToS dE CombInATóRIA E PRobAbIlIdAdE 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 um dos objetivos do ensino do tratamento de informação em Matemática é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. Esta competência deve ser desenvolvida desde as séries iniciais do Ensino fundamental por meio da resolução de problemas de contagem simples e a avaliação das possibilidades de ocorrência ou não de um evento. Algumas habilidades vinculadas a esta competência no Ensino fundamental são exploradas juntamente com o domínio Números, operações e álgebra. Quando tratamos essa habilidade dentro do tratamento de Informação, ela se torna mais forte no sentido do professor perceber a real necessidade de trabalhar com ela. o professor deve resolver problemas simples de possibilidade de ocorrência, ou não, de um evento ou fenômeno, do tipo “Qual é a chance?” Apesar desse conhecimento intuitivo ser muito comum navida cotidiana, convém trabalhar com os estudantes a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um acontecimento aleatório, cujo caráter é probabilístico. também é possível trabalhar em situações que permitam avaliar se um acontecimento é mais ou menos provável. Não se trata de desenvolver com os estudantes as técnicas de cálculo de probabilidade. Mas sim, de explorar a ideia de possibilidade de ocorrência ou não de um evento ou fenômeno. Intuitivamente, compreenderão que alguns acontecimentos são possíveis, isto é, “têm chance” de ocorrer (eventos com probabilidades não nulas). outros acontecimentos são certos, “garantidos” (eventos com probabilidade de 100%) e há aqueles que nunca poderão ocorrer (eventos com probabilidades nulas). As habilidades associadas a esta competência são mais complexas, por isso começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência. cinza 0 a 375 pontos os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 375 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência. amarelo-claro 375 a 400 pontos No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 375 a 400 pontos, os estudantes começam a desenvolver esta competência, calculando a probabilidade de um evento acontecer no lançamento de um dado, bem como a probabilidade de ocorrência de dois eventos sucessivos como, por exemplo, ao se lançar um dado e uma moeda. amarelo-escuro 400 a 425 pontos o amarelo-escuro, de 400 a 425 pontos, indica uma complexidade maior nesta competência. Neste intervalo, os estudantes conseguem resolver problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo sem repetição de elementos e calculam a probabilidade de ocorrência de um evento simples. vermelho acima de 425 pontos No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 425 pontos, habilidade mais complexa do que a anterior, os estudantes resolvem problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo com repetição de elementos e resolvem problemas de combinação simples. 42 Saepi 2012 Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras características apresentadas por seus estudantes que não são contempladas pelos Padrões. Isso porque, a despeito dos traços comuns a alunos que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica. *o percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise. AvançadoAdequadoBásicoAbaixo do Básico PAdRõES dE dESEmPEnHo ESTUdAnTIl os Padrões de desempenho são categorias definidas a partir de cortes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com base nas metas educacionais estabelecidas pelo Saepi. Esses cortes dão origem a quatro Padrões de desempenho – Abaixo do básico, básico, Adequado e Avançado –, os quais apresentam o perfil de desempenho dos estudantes. desta forma, alunos que se encontram em um Padrão de desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão. Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos alunos. contudo, é preciso salientar que mesmo os estudantes posicionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que progridam cada vez mais. São apresentados, a seguir, exemplos de itens* característicos de cada Padrão. Revista Pedagógica 43 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 até 250 pontos AbAIxo do báSICo As habilidades matemáticas evidenciadas neste Padrão de desempenho demonstram o salto cognitivo percebido em relação à identificação de figuras geométricas planas e espaciais. os estudantes, além de reconhecer as formas geométricas, identificam suas propriedades através de seus atributos, como o número de lados em figuras planas e o número de faces em figuras espaciais. É consolidado também neste nível a localização de pontos no plano cartesiano através das coordenadas dos pontos dados. No campo do tratamento de informação, a diferença reside no fato de que, neste nível, ele é capaz de ler informações não somente em tabela de coluna única ou de dupla entrada, mas também quando essas são compostas de múltiplas entradas. os estudantes conseguem ler dados em gráficos de setores e em gráficos de colunas duplas. o estudante neste nível, além de identificar, interpreta os dados ao resolver problemas utilizando gráficos de barras ou em tabelas. No domínio grandezas e medidas, o estudante demonstra estimar medidas usando unidades convencionais e não convencionais. desenvolvem tarefas mais complicadas em relação à grandeza ‘tempo’ como, por exemplo, as relacionadas a mês, bimestre, ano, bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando do Sistema Monetário, eles resolvem problemas de trocas de unidades monetárias que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares. calculam a medida do perímetro em uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada ou mesmo sem o apoio da mesma quando todas as suas medidas são explicitadas. compara e calcula área de figuras poligonais em malhas quadriculadas. No campo numérico, o estudante neste nível consegue resolver problemas com mais de uma operação, além de resolver problemas envolvendo subtração de números decimais com o mesmo número de casas. 44 Saepi 2012 (M050295A9) Veja a reta numérica abaixo. O ponto P corresponde ao número A) 65 B) 62,5 C) 62 D) 61,5 Este item avalia a habilidade em identificar o número racional, em sua forma decimal, que é representado por um ponto da reta real. Para resolvê-lo, deve-se observar que duas graduações consecutivas feitas na reta real distam entre si , ou seja, as graduações estão feitas de meio em meio. com isso, estando o ponto P duas graduações à direita de 60,5, pode-se concluir que esse ponto representa o número 61,5 ( ). Responderam corretamente a esse item os 58,6% dos alunos que marcaram a alternativa d. A alternativa A foi marcada por 7,9% dos alunos. Ao marcá-la, provavelmente os alunos observaram que os números representados nessa reta numérica, que estão à direita do 60, terminam com o algarismo 5, apontando assim o número inteiro com dezena 6 e terminado em 5, isto é, o número 65. os 18,7% dos alunos que optaram pela alternativa b possivelmente observaram que o ponto P fica duas graduações à direita de 60,5 e teriam concluído que o ponto P representaria o número 62,5 ( ). Já os 13,7% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter escolhido um número inteiro entre 60,5 e 63,5. 59+41percentual de acerto58,6% A B C D 7,9% 18,7% 13,7% 58,6% 1 EM Revista Pedagógica 45 1 EM (M090447B1) A tabela abaixo mostra o número de municípios dos estados da região Sudeste. Estado Quantidade de municípios Espírito Santo 78 Minas Gerais 853 Rio de Janeiro 92 São Paulo 645 Quantos municípios há na região Sudeste? A) 1 668 B) 1 658 C) 1 468 D) 1 458 Este item avalia ahabilidade em ler dados apresentados em uma tabela simples. Para resolvê-lo, deve-se somar as quantidades de municípios dos quatro estados listados nessa tabela, que são os estados da região Sudeste. dessa forma, se obtém . Responderam corretamente a esse item os 64,6% dos alunos que marcaram a alternativa A. os 17% dos alunos que escolheram a alternativa b possivelmente perceberam a necessidade de se somar as quantidades listadas na segunda coluna, mas cometeram erro na soma ao desconsiderar o reagrupamento da ordem das unidades para a ordem das dezenas. Já os 12,5% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter somado as quantidades listadas na segunda coluna, mas cometeram erro na soma ao desconsiderar os reagrupamentos da ordem das dezenas para a ordem das centenas. A alternativa d apresentou 5,3% de procura. Esses alunos devem ter somado as quantidades listadas na segunda coluna, mas teriam errado na aplicação do algoritmo da soma, ao desconsiderar todos os reagrupamentos, tanto da ordem das unidades para a ordem das dezenas, bem como da ordem das dezenas para a ordem das centenas. 64+36percentual de acerto64,6% A B C D 64,6% 17% 12,5% 5,3% 46 Saepi 2012 (M100125CE) O gráfico abaixo mostra a taxa percentual de ocupação do território brasileiro por região. O quadro que melhor descreve as informações apresentadas nesse gráfico é A) REGIÃO PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO NORTE 45% CENTRO-OESTE 19% SUL 11% SUDESTE 7% NORDESTE 18% B) REGIÃO PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO NORTE 7% NORDESTE 11% SUDESTE 18% SUL 19% CENTRO-OESTE 45% C) REGIÃO PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO CENTRO-OESTE 45% NORDESTE 18% NORTE 11% SUDESTE 7% SUL 19% D) REGIÃO PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO SUL 45% SUDESTE 18% NORTE 11% NORDESTE 7% CENTRO-OESTE 19% E) REGIÃO PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO NORTE 45% NORDESTE 18% SUDESTE 11% SUL 7% CENTRO-OESTE 19% 3 EM Revista Pedagógica 47 o item avalia a habilidade de associar os dados de um gráfico de setores a uma tabela. o contexto trata do percentual de ocupação do território brasileiro por suas regiões. dos alunos avaliados, 66% acertaram o item assinalando a alternativa E. Para isso, bastaria observar que a região Norte ocupa pouco menos da metade do território e que as regiões centro-oeste e Nordeste ocupam, cada uma, pouco menos de 20% do território brasileiro. os 14% dos alunos que adotaram a alternativa A como resposta inverteram os percentuais das regiões Sul e Sudeste. os 6,2% dos alunos que escolheram a alternativa b não se apropriaram do sentido da situação, escolhendo a tabela que apresenta os percentuais em ordem crescente. Já os alunos que assinalaram as alternativas c (7,5%) e d (5,6%) não consideraram a troca de regiões realizada nos quadros. 66+34 A B C D E 14% 6,2% 7,5% 5,6% 66% percentual de acerto 66% 3 EM 48 Saepi 2012 (M120327A9) O quadro abaixo indica o percentual de alguns produtos líderes na preferência de compra realizada pela internet. Produtos Percentual Eletrônicos 30,5 % Produtos para casa 19,5% Linha Branca 17,5% Informática 28,4% Outros 4,1% O gráfico que melhor representa as informações fornecidas nesse quadro é A) B) C) D) E) 3 EM Revista Pedagógica 49 o item avalia a habilidade de associar os dados apresentados em um quadro a um gráfico de colunas. o contexto apresenta uma tabela com alguns produtos e os respectivos percentuais de preferência de compra na internet. os 58,4% dos alunos que acertaram o item assinalaram a alternativa c. Para isso bastaria relacionar os percentuais do quadro aos percentuais apresentados no eixo vertical do gráfico. os 5,4% dos alunos que escolheram a alternativa A inverteram os percentuais correspondentes aos produtos eletrônicos e outros produtos. Já os alunos que assinalaram a alternativa b, 5,7%, consideraram somente a coluna correspondente aos produtos eletrônicos. o mesmo ocorreu com aqueles que marcaram a alternativa d (16,3%), mas, nesse caso, não tomaram o cuidado com o comprimento da barra correspondente aos produtos eletrônicos. o 13,6% dos alunos que assinalaram a alternativa E não perceberam que a barra relativa aos produtos para casa deveria ficar um pouco abaixo da linha de 20%. 58+42 A B C D E 5,4% 5,7% 58,4% 16,3% 13,6% percentual de acerto 58,4% 3 EM 50 Saepi 2012 de 250 a 300 pontos 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 báSICo o estudante neste Padrão de desempenho resolve problemas mais complexos envolvendo as operações, usando dados apresentados em gráficos e tabelas de múltiplas entradas. o gráfico de linhas passa a ser reconhecido como a forma gráfica mais apropriada para apresentar uma sequência de valores ao longo do tempo. No campo geométrico, o estudante é capaz de identificar poliedros e corpos redondos e os relacionam com suas planificações. Eles Identificam também as coordenadas de pontos plotados no plano cartesiano. Neste nível, o estudante reconhece que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, é proporcional às medidas dos lados e consegue calcular a medida do perímetro de uma figura poligonal irregular, cujos lados se apóiam em uma malha quadriculada. Ele sabe, também, estabelecer relações entre metros e quilômetros. Resolve problemas de cálculo da medida de área com base na contagem das unidades não inteiras (meio “quadradinho” da malha) de uma malha quadriculada, além de determinar a medida da área de quadrados e retângulos. Em relação às medidas de capacidade, consegue estimar medidas de grandezas, utilizando o litro, e fazer a conversão entre litros e mililitros. consegue resolver problemas envolvendo o cálculo de intervalos de tempo em horas e minutos. No domínio de números e operações, os estudantes são capazes de resolver problemas com um grau de complexidade um pouco maior, envolvendo mais operações. os estudantes reconhecem e aplicam em situações simples o conceito de porcentagem e calculam o resultado de uma expressão algébrica, com parênteses e colchetes, inclusive com potenciação. calculam uma probabilidade simples e identificam fração como parte do todo, sem apoio da figura. Revista Pedagógica 51 1 EM (M090627ES) Em um par de óculos, as lentes circulares têm 3 cm de raio e a distância entre os centros das lentes é de 8 cm, como mostra o desenho abaixo. 8 cm ? Quanto mede a largura desse par de óculos? A) 8 cm B) 14 cm C) 16 cm D) 20 cm Este item avalia a habilidade em resolver problema envolvendo elementos da circunferência. Para resolvê-lo, deve-se somar aos 8 cm, que representa a distância entre os centros das lentes circulares, duas vezes o raio da lente: + + =8 3 3 14 cm. Responderam corretamente a esse item os 46,9% dos alunos que marcaram a alternativa b. A alternativa A foi marcada por 11,8% dos alunos. Ao marcá- la, provavelmente os alunos não se atentaram ao comando do item e deram como resposta a distância entre os centros das lentes circulares. Já os 33% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter duplicado a distância entre os centros das lentes, encontrando assim × =2 8 16 cm. A alternativa d apresentou 7,4% de procura. Esses alunos devem ter somando aos 8 cm, que representa a distância entre os centros das lentes circulares, duas vezes o diâmetro da lente: + × =8 2 6 20 cm. 46+54percentual de acerto46,9% A B C D 11,8% 46,9% 33% 7,4% 52 Saepi 2012 1 EM Este item avalia a habilidade em resolver problema envolvendo adição entre dois números inteiros. Para resolvê-lo, deve-se efetuar a soma 12 5 17+ = para encontrar a idade de Pedro, que é mais velho que Mário. Responderamcorretamente a esse item os 54% dos alunos que marcaram a alternativa d. A alternativa A foi marcada por 3,4% dos alunos. Ao marcá- la, provavelmente os alunos teriam optado pelo menor valor apresentado no enunciado do item. os 38,6% dos alunos que escolheram a alternativa b possivelmente efetuaram a diferença − =12 5 7 no lugar da soma. Já os 3,5% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter apontado o maior valor apresentado no enunciado, não atribuindo significado ao problema proposto. (M050204A9) Mário tem 12 anos e é 5 anos mais novo que Pedro. Qual é a idade de Pedro? A) 5 anos. B) 7 anos. C) 12 anos. D) 17 anos. 54+46percentual de acerto54% A B C D 3,4% 38,6% 3,5% 54% Revista Pedagógica 53 (M100146A9) Ricardo desloca-se sempre na horizontal ou vertical. Ele está posicionado na origem do plano cartesiano e deslocou duas casas para a esquerda desse plano e três casas para baixo, conforme indicado no desenho abaixo. para cima y x para baixo esquerda direita – 4 – 3 – 2 – 1 0 1 2 3 4 2 – 1 – 2 – 3 1 3 – Qual é o ponto que indica a posição de Ricardo após essa movimentação? A) (– 3, – 2) B) (– 2,+ 3) C) (– 2, – 3) D) (+ 2, – 3) E) (+ 2,+ 3) o item avalia a habilidade de reconhecer as coordenadas de um ponto representado no plano cartesiano. o contexto trata do deslocamento de um personagem em uma superfície representada pelo sistema cartesiano. Mais da metade dos alunos, 51,8%, acertou o item, assinalando a alternativa c. Para isso, bastaria reconhecer que um deslocamento de duas casas para a esquerda e de três casas para baixo levaria Ricardo ao ponto (-2, -3). os 16,7% dos alunos que assinalaram a alternativa A inverteram os valores das coordenadas do ponto, e aqueles que assinalaram a alternativa E (6,7%) inverteram os sinais das coordenadas. os alunos que escolheram as alternativas b e d não prestaram atenção ao deslocamento descrito no enunciado. os que marcaram a alternativa b (12,2%) consideraram que Ricardo se deslocou para cima, ao invés de para baixo. os que marcaram a alternativa d (12,3%) consideraram o deslocamento para a direita, e não para a esquerda. 51+49 A B C D E 16,7% 12,2% 51,8% 12,3% 6,7% percentual de acerto 51,8% 3 EM 54 Saepi 2012 (M120003B1) O desenho que melhor representa uma das planificações de uma pirâmide reta de base quadrada é A) B) C) D) E) 3 EM Revista Pedagógica 55 o item avalia a habilidade de reconhecer a planificação de uma pirâmide reta de base quadrada em contexto matemático. os 54,8% dos alunos que assinalaram a alternativa c acertaram o item. Para isso bastaria reconhecer a única alternativa que apresenta um quadrado como base. os alunos que escolheram as alternativas A (3,9%) e b (11,2%) não consideraram o comando do item, adotando como polígonos de base, o pentágono e o hexágono, respectivamente. Já os 16,3% do alunos que marcaram a alternativa d, provavelmente, foram atraídos pela figura do triângulo, bastante presente nas salas de aula. os 13,2% dos alunos que assinalaram a alternativa E, provavelmente, consideraram o fato de a base ter quatro lados, confundindo o trapézio com o quadrado. 54+46 A B C D E 3,9% 11,2% 54,8% 16,3% 13,2% percentual de acerto 54,8% 3 EM 56 Saepi 2012 de 300 a 350 pontos 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 AdEqUAdo Neste Padrão de desempenho, os estudantes reconhecem figuras planas fora da posição prototípica e elementos de figuras tridimensionais, tais como vértices, faces e arestas; além de estabelecer relações utilizando os elementos de um círculo ou circunferência (raio, diâmetro, corda). Eles também solucionam problemas em que a razão de semelhança entre polígonos é dada, como por exemplo, em representações gráficas envolvendo o uso de escalas. classificam os ângulos de acordo com suas medidas e resolvem problemas envolvendo o cálculo da ampliação, redução ou conservação de ângulos, lados e área de figuras planas. Neste Padrão, fica evidenciado o trabalho com a Matemática dentro do contexto escolar. Esses estudantes resolvem problemas evolvendo a soma dos ângulos internos do triângulo e identificam o gráfico de uma reta, dada sua equação. No campo grandezas e medidas, as habilidades que se evidenciam são as relativas às soluções de problemas envolvendo as operações com horas e minutos, incluindo transformações de diferentes unidades de medida. o estudante também calcula a medida do perímetro de figuras retangulares sem o apoio de figuras, bem como de polígonos formados pela justaposição de figuras geométricas, inclusive nos casos em que nem todas as medidas aparecem explicitamente. Ele também calcula a medida da área de figuras retangulares sem o apoio de figuras, além de solucionar problemas envolvendo o cálculo de volume de um sólido geométrico através de suas arestas. Além das habilidades descritas nos níveis anteriores sobre o domínio tratamento de informação, os estudantes analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento. No campo Números e operações, os estudantes calculam o valor numérico de uma função e a identificam em uma situação-problema, além de identificar os intervalos de crescimento e decrescimento de uma função a partir de seu gráfico. Resolvem problema envolvendo o cálculo da posição de um termo em uma progressão aritmética. Efetuam cálculos de raízes quadradas e reconhecem as diferentes representações de um número fracionário. Resolvem problemas envolvendo porcentagem, incluindo situações de acréscimos e decréscimos e calculam expressões numéricas com números inteiros e decimais positivos e negativos. Revista Pedagógica 57 (M090129C2) Em uma determinada cidade de 100 000 habitantes apenas 5 1 da população recebeu a vacina contra a gripe A (H1N1) no ano de 2011. Esse número de habitantes vacinados representa que percentual do total de habitantes dessa cidade? A) 1% B) 1,5% C) 5% D) 20% Este item avalia a habilidade em reconhecer a porcentagem que equivale à fração 1/5. Para resolvê-lo, deve-se proceder a divisão 1 5 0, 2÷ = , associando a esse número racional a porcentagem 20%. Responderam corretamente a esse item os 22% dos alunos que marcaram a alternativa d. A alternativa A foi marcada por 7% dos alunos. Ao marcá-la, provavelmente não atribuíram significado à fração e se atentaram somente para o numerador da fração, que é 1, e concluíram que essa fração seria equivalente a 1%. os 47,1% dos alunos que escolheram a alternativa b possivelmente não atribuíram significado à fração e trataram a barra da fração como se fosse a vírgula na representação decimal e concluíram que essa fração seria equivalente a 1,5%. Já os 23% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter se atentado somente para o denominador da fração, que é 5, e concluíram que essa fração seria equivalente a 5%. 22+78 percentual de acerto 22% A B C D 7% 47,1% 23% 22% 1 EM 58 Saepi 2012 Este item avalia a habilidade em resolver problema envolvendo grandezas que se relacionam por meio de uma função afim. Para resolvê-lo, pode-se calcular o custo de produção fazendo 10 200 0,15 40C = + ⋅ = reais. Responderam corretamente a esse item os 23,4% dos alunos que marcaram a alternativa b. A alternativa A foi marcada por 21,9% dos alunos. Ao marcá-la, provavelmente, multiplicaram o número de páginas pelo valor cobrado por página, ignorando assim a parcela fixa de R$ 10,00, obtendo 200 0,15 30⋅ = reais. Já os 26,3% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter calculado corretamentea parcela que depende do número de páginas, mas, ao invés de somar essa quantia à parcela fixa de 10 reais, multiplicaram-na por esses 10 reais, obtendo ( )200 0,15 10 300⋅ ⋅ = reais. A alternativa d apresentou 15,6% de procura. Esses alunos devem ter simplesmente multiplicado o número de páginas pela parcela fixa de 10 reais, calculando assim 10 . 200 = 2000. os alunos que optaram pela alternativa E (12,1%) talvez tenham somado as quantias presentes no enunciado e multiplicado essa soma por 200 páginas: ( )200 10 0,15 200 10,15 2030.⋅ + = ⋅ = (M120046ES) Em uma editora, o custo de produção de um livro é composto por uma parcela fixa de R$ 10,00, acrescido de R$ 0,15 por página. Qual é o custo de produção de um livro de 200 páginas nessa editora? A) R$ 30,00 B) R$ 40,00 C) R$ 300,00 D) R$ 2 000,00 E) R$ 2 030,00 23+77 A B C D E 21,9% 23,4% 26,3% 15,6% 12,1% percentual de acerto 23,4% 1 EM Revista Pedagógica 59 (M090579ES) Em um teatro, o valor do ingresso é R$ 60,00. No dia internacional das mulheres, o ingresso feminino nesse teatro teve um desconto de 15%. Qual foi o valor do ingresso feminino desse teatro nesse dia? A) R$ 9,00 B) R$ 15,00 C) R$ 45,00 D) R$ 51,00 o item avalia a habilidade de resolver um problema envolvendo a noção de porcentagem. o contexto trata do desconto no valor do ingresso para um teatro, sendo dados o valor do ingresso e o percentual de desconto. Somente 23% dos alunos acertou o item, assinalando a alternativa d. Para resolvê-lo, seria preciso calcular 15% de 60 reais (9) e subtrair esse valor do valor do ingresso (60), obtendo 51 reais como resposta. os 17,1% dos alunos que assinalaram a alternativa A compreenderam a ideia de porcentagem envolvida no item, mas deram como resposta o valor do desconto (9). Já os alunos que escolheram as alternativas b e c não conseguiram dar sentido ao item. Aqueles que marcaram a alternativa b (12,2%) apenas repetiram um dos dados do enunciado (15). Já aqueles que marcaram alternativa c (45,4%) buscaram realizar uma operação aritmética com os dados (60-15 = 45). 23+77 percentual de acerto 23% A B C D 17,1% 12,2% 45,4% 23% 3 EM 60 Saepi 2012 o item avalia a habilidade de resolver um problema envolvendo a noção de porcentagem. o contexto trata de uma situação de aumento salarial em que são dados o salário inicial e o final e pede- se o percentual de aumento. os 29,1% dos alunos que acertaram o item assinalaram alternativa c. Para resolvê-lo o aluno poderia, após reconhecer que o aumento foi de 60 reais, que 10% de 400 corresponde a 40, e que 5% corresponde a 20, logo o aumento foi de 15% (10 + 5). os 38,7% dos alunos que assinalaram a alternativa A não conseguiram dar sentido ao item, buscando realizar uma operação aritmética com os números do enunciado. Nesse caso, eles fizeram 460 - 400. os alunos que escolheram as alternativas b e E, provavelmente, foram atraídos por percentuais familiares. os que marcaram alternativa b (5,9%) associaram o aumento à ideia de metade e aqueles que marcaram a alternativa E (13,3%) associaram a 10%. o mesmo ocorreu com os 12,4% dos alunos que assinalaram a alternativa d. Nesse caso, eles não conseguiram atribuir sentido à questão e forneceram uma resposta aleatória. (M120258A8) O salário de Ricardo era de R$ 400,00 e agora é de R$ 460,00. Ele recebeu um aumento de A) 60% B) 50% C) 15% D) 13% E) 10% 29+71 A B C D E 38,7% 5,9% 29,1% 12,4% 13,3% percentual de acerto 29,1% 3 EM Revista Pedagógica 61 acima de 350 pontos 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 AvAnçAdo No nível Avançado, o que se percebe como salto qualitativo, em relação às habilidades descritas para os estudantes posicionados neste nível da escala, quando comparadas aos níveis anteriores e às das séries escolares mais baixas, é a ampliação da capacidade de análise do estudante e maior discernimento e perspicácia na leitura dos dados e informações explícitos, conduzindo para a interpretação e inferências de informações implícitas. Neste Padrão, os estudantes demonstram habilidade em analisar gráficos de linha e conseguem estimar quantidades baseadas em diferentes tipos de gráficos; além disso, conseguem obter a média aritmética de um conjunto de valores. No campo das medidas, os estudantes conseguem calcular a medida do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas, resolver problemas de cálculo da medida de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada, cuja unidade de medida de área é uma fração do “quadradinho” da malha, além de calcular a medida da área de figuras simples e de figuras formadas pela composição das mesmas sem uso da malha quadriculada. Eles também calculam a medida do volume de paralelepípedos e de cilindros, bem como a área total de alguns sólidos, além de relacionar corretamente metros cúbicos com litros. No campo algébrico e numérico, esses estudantes calculam o resultado de expressões numéricas mais complexas. Resolvem equações do 1º grau, 2º grau e exponenciais, além de problemas que recaem em equações do 1º e 2º graus. Identificam o gráfico de uma função, intervalos em que os valores são positivos e negativos e pontos de máximo ou mínimo. Interpretam geometricamente o significado do coeficiente angular e linear de uma função afim e associam as representações algébricas e geométricas de um sistema de equações lineares. calculam probabilidades de um evento usando o princípio multiplicativo. Resolvem problemas envolvendo: grandezas inversamente proporcionais, juros simples, PA e Pg, princípio multiplicativo e combinações simples. No campo geométrico, o estudante é capaz de calcular o número de diagonais de um polígono, além de utilizar as diferentes propriedades de polígonos regulares. Resolvem problemas envolvendo semelhança, relações métricas e razões trigonométricas no triângulo retângulo. Identificam a equação da reta a partir de dois pontos num plano cartesiano, além de determinar o ponto de intersecção entre duas retas. 62 Saepi 2012 1 EM (M090352C2) Observe os tijolos de vidro desenhados abaixo. Eles têm o formato quadrado e seu lado equivale a 19 cm. Desprezando o espaço da junção entre os tijolos, o perímetro dessa parede de tijolos de vidro é igual a A) 361 cm B) 399 cm C) 532 cm D) 703 cm Este item avalia a habilidade em resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. Para resolvê-lo, é necessário contar a quantidade de lados de tijolos de vidro que formam o contorno dessa parede de tijolos de vidro. Ao encontrar 28 lados de tijolos, multiplica-se essa quantidade pela medida de um lado, que é 19 cm, chegando assim à medida 28 19 532× = cm. Responderam corretamente a esse item os 24,7% dos alunos que marcaram a alternativa c. A alternativa A foi marcada por 27,5% dos alunos. Ao marcá-la, provavelmente, calcularam a área ocupada por um único tijolo de vidro, pois teriam efetuado 19 19 361× = . os 23,4% dos alunos que escolheram a alternativa b, possivelmente, não atribuíram significado ao enunciado do item e calcularam a área ocupada por um tijolo e somaram esse valor às duas medidas dos lados explicitadas na figura: 19 19 2 19 361 38 399× + × = + = . A alternativa d apresentou 23,4% de procura. Esses alunos devem ter contado o número de tijolos que formam a parede (37 tijolos) e multiplicaram essa quantidade pelo comprimento do lado de um tijolo, pois efetuaram 37 19 703× = . 25+75percentual de acerto24,7% A B C D 27,5% 23,4% 24,7% 23,4%Revista Pedagógica 63 Este item avalia a habilidade em reconhecer região de crescimento de uma função, a partir de seu gráfico. Para resolvê-lo, deve-se identificar, através do gráfico, a parte em que apresenta crescimento e descrever essa região por meio dos valores do eixo das abscissas, no caso o intervalo [0,2]. Responderam corretamente a esse item os 9,4% dos alunos que marcaram a alternativa E. A alternativa A foi marcada por 16% dos alunos. Ao marcar essa alternativa, provavelmente, identificaram a região onde a função é constante e assume valores negativos. os 29,2% dos alunos que escolheram a alternativa b, possivelmente, identificaram a região onde a função é constante e assume valores positivos. Já os 36,9% dos alunos que assinalaram a alternativa c podem ter identificado corretamente a parte do gráfico que apresenta crescimento, mas buscaram descrever essa parte do gráfico a partir de valores do eixo das ordenadas. A alternativa d apresentou 8,2% de procura. Esses alunos devem ter considerado a parte do gráfico em que a função é positiva, mas buscaram descrever essa parte do gráfico a partir de valores do eixo das ordenadas. 9+91 A B C D E 16% 29,2% 36,9% 8,2% 9,4% percentual de acerto 9,4% 1 EM (M120631ES) Observe o gráfico de uma função f: [– 4, 6] → IR. Essa função é crescente no intervalo A) [– 4, 0] B) [2, 6] C) [– 1, 1] D) [0, 1] E) [0, 2] 64 Saepi 2012 (M120261ES) Para garantir o sigilo da senha de seu cofre, Jairo, que adora Matemática, escreveu essa senha na sua agenda, usando o seguinte código: “O quadrado de um número menos 6 000 é igual a 70 vezes esse número”. A raiz positiva da equação que traduz esse código dá a senha do cofre. Qual é a senha do cofre de Jairo? A) 120 B) 170 C) 1 100 D) 2 300 E) 3 035 o item avalia a habilidade de resolver um problema envolvendo uma equação do 2º grau. o contexto trata de descobrir a senha para abrir um cofre. Menos de um quarto dos alunos (20%) acertou o item, assinalando a alternativa A. Para isso, seria necessário realizar a conversão para o registro algébrico e resolver a equação de 2º grau obtida, encontrando as raízes -50 e 120 e abandonando a raiz negativa. os alunos que escolheram a alternativa b (21,2%) conseguiram estabelecer a equação de 2º grau associada ao problema, mas ofereceram como resposta o valor do descriminante. os alunos que assinalaram as alternativas c e E não conseguiram dar sentido ao problema, buscando realizar operações aritméticas com os dados do enunciado. Aqueles que marcaram a alternativa c (19,2%) subtraíram o quadrado de 70 de 6.000, e os que marcaram a alternativa E (17,1%) adicionaram os dois valores do enunciado (6.000 e 70) e dividiram o resultado por dois. Já os alunos que assinalaram a alternativa d (22%) também não conseguiram dar sentido ao item, oferecendo uma resposta aleatória. 20+80 A B C D E 20% 21,2% 19,2% 22% 17,1% percentual de acerto 20% 3 EM Revista Pedagógica 65 o item avalia a habilidade de reconhecer as raízes de uma função quadrática representada por seu gráfico, em contexto matemático. Menos de um quarto dos alunos, 20,5%, acertou o item assinalando a alternativa c. Para isso, bastaria reconhecer no gráfico os pontos em que a parábola cruza o eixo horizontal (-2 e 2). os alunos que escolheram a alternativa A, 45,9%, associaram as raízes da função a todos os pontos de interseção com os eixos, já aqueles que marcaram a alternativa b, 13,4% consideraram as duas primeiras interseções (-2 e -4). os alunos que assinalaram a alternativa d, 9,2%, além das raízes da função acrescentaram o zero do sistema cartesiano. Já aqueles que marcaram a alternativa E, 10,4%, consideraram além da origem do sistema cartesiano o ponto de interseção da parábola com o eixo vertical. (M120258ES) O gráfico abaixo representa uma função de domínio [– 3, 3]. As raízes dessa função são A) – 2, – 4 e 2. B) – 2 e – 4. C) – 2 e 2. D) – 2, 0 e 2. E) – 4 e 0. 20+80 A B C D E 45,9% 13,4% 20,5% 9,2% 10,4% percentual de acerto 20,5% 3 EM 66 Saepi 2012 3 os resultados desta escola no Saepi são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles estão impressos nesta revista. os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão disponíveis no Cd anexo à Revista da gestão Escolar compõe a coleção e no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico www.saepi. caedufjf.net. o acesso aos resultados no Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola. oS RESUlTAdoS dESTA ESColA Revista Pedagógica 67 RESUlTAdoS dISPonÍvEIS no PoRTAl dA AvAlIAção • Percentual de acerto por descritor Apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas. Esses resultados são apresentados por gRE, município, escola, turma e estudante. • Resultados por aluno É possível ter acesso ao resultado de cada estudante na avaliação, sendo informado o Padrão de desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas em Matemática para o 1º e 3º anos do Ensino Médio. Essas são informações importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar. RESUlTAdoS ImPRESSoS nESTA REvISTA • Proficiência média Apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com as médias do estado, da sua gRE e do seu município. o objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias. • Participação Informa o número estimado de estudantes para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram da avaliação no estado, na sua gRE, no seu município e na sua escola. • Percentual de alunos por Padrão de desempenho Permite acompanhar o percentual de estudantes distribuídos por Padrões de desempenho na avaliação realizada pelo estado. • Percentual de alunos por nível de proficiência e Padrão de desempenho Apresenta a distribuição dos estudantes ao longo dos intervalos de proficiência no estado, na gRE/município e na sua escola. os gráficos permitem identificar o percentual de alunos para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de desempenho. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do processo de ensino e à promoção da equidade escolar. 68 Saepi 2012 o artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho de uma competência em sala de aula. A proposta é que o caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras competências e habilidades. Com isso, é possível adaptar as estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação focada nas necessidades dos alunos. 4 dESEnvolvImEnTo dE HAbIlIdAdES Revista Pedagógica 69 A APlICAção dE RElAçõES E PRoPRIEdAdES dAS fIgURAS gEoméTRICAS no EnSIno médIo conhecimentos sobre “Espaço e forma”, um dos temas desenvolvidos no ensino da Matemática, são fundamentais para o desenvolvimento intelectual do estudante. o ensino dos conteúdos geométricos corresponde a uma relação entre as situações práticas e o conhecimento de definições e teoremas, que possibilita, ao estudante, interpretar e aplicar seu raciocínio teórico e prático nas situações em que se encontre. dentro desse tema, as habilidades relacionadas à competência “Aplicar Relações e Propriedades”, ao serem apresentadas aos estudantes, muitas vezes mostram-se desprendidas da realidade, sem uma integração significante com outras disciplinas do currículo ou até mesmo com outros conteúdos da disciplina Matemática. Em estudos da área de Educação, vemos que uma parcela consideráveldos estudantes que ingressam em um curso superior tem uma base insuficiente sobre o tema. os resultados das avaliações em larga escala realizados pelo cAEd também têm mostrado que, de modo geral, o estudante não consegue desenvolver de forma satisfatória as habilidades relativas a essa competência, pois os itens de teste referentes a ela são pouco acertados. deste modo, consideramos apropriado abordar alguns aspectos referentes ao desenvolvimento desta competência, a qual representa uma lacuna a ser preenchida na prática pedagógica dos professores. Apesar de o foco ser dado para a aplicação de relações e de propriedades em Matemática, o desenvolvimento desta competência inicia-se com o conhecimento dos entes geométricos − ponto, reta e plano − e seus conceitos, formas e aplicações. A aprendizagem de conceitos associados a medidas de ângulos 70 Saepi 2012 se faz igualmente essencial nesse trabalho, onde o estudante deve, no decorrer do processo educacional, saber diferenciar medidas de ângulos, calcular suas medidas e conhecer suas respectivas nomenclaturas (agudo, reto, obtuso e raso). o estudo de figuras planas poligonais e do círculo também se refere a esta competência, no que diz respeito ao estabelecimento de relações entre medidas de lados, ângulos, raio, diâmetro e corda, como ainda os conceitos de semelhança. Para isso, o estudante deve conhecer as figuras geométricas poligonais e o círculo, suas propriedades e suas partes. com conhecimentos sólidos dessas habilidades de menor complexidade considera-se a possibilidade de trabalhar soma dos ângulos internos de um triângulo, a abordagem da lei angular de tales e, em seguida, a aplicação do teorema de Pitágoras. Esses conteúdos matemáticos representam conceitos fundamentais para o estudante no Ensino Médio que, em um grau de dificuldade mais avançado, ainda desenvolverá conhecimentos acerca das relações métricas no triângulo retângulo. o aprendizado da geometria Espacial também representa certa progressão no desenvolvimento cognitivo para esta competência. Ela é trabalhada a partir de objetos manipulativos, planificações e cálculo de volumes até a formalização de algumas relações e propriedades, principalmente por meio da utilização da relação de Euler (relacionado ao número de faces, vértices e arestas dos polígonos). Na geometria Analítica, o desenvolvimento refere-se à identificação, por exemplo, da equação de uma reta e a sua equação reduzida a partir de dois pontos dados, e reconhecer os coeficientes linear e angular de uma reta dado o seu gráfico. Em referência à trigonometria, são apresentados seus conceitos e são feitas relações entre seus elementos e as razões trigonométricas no triângulo retângulo, sempre tomando o cuidado de abordar este procedimento em diversos contextos, formalizando seus conceitos. Revista Pedagógica 71 A aprendizagem em sala de aula: desenvolvimento de habilidades por meio de estratégias, hipóteses e resultados de acordo com os Parâmetros curriculares estipulados para a educação, o estudante do Ensino fundamental deve ter uma visão dos diversos campos do conhecimento matemático, sendo que, no Ensino Médio, ele utilizará esses conhecimentos e poderá desenvolvê-los de modo mais amplo. Isso significa o desenvolvimento em um grau de complexidade maior das capacidades de abstração, raciocínio, resolução de situações -problema, bem como a compreensão e a interpretação do contexto em que o estudante está inserido. Sendo assim, buscamos repensar o desenvolvimento cognitivo da habilidade Reconhecer aplicações das relações métricas do triângulo retângulo em um problema que envolva figuras planas ou espaciais1 relativa à competência “Aplicar Relações e Propriedades”, explicitando a progressão cognitiva e as atividades didáticas que poderiam ser aplicadas neste contexto. Nos estudos em Educação Matemática, percebemos a preocupação com o aspecto sociocultural dos conteúdos, referente à necessidade de contextualizar o conhecimento, buscando aspectos históricos e sociais, e a relação de seus objetivos de ensino. Neste caso, cabe ressaltar que não há uma proposta de abandono da compreensão teórica ou da aquisição de técnicas, mas de buscar expandir o conhecimento do estudante, com uma visão completa sobre o conteúdo abordado. o teorema de Pitágoras requer habilidades desenvolvidas desde as séries iniciais do Ensino fundamental até o Ensino Médio, onde inicialmente é dado um enfoque para a utilização de objetos manipulativos e, após, são abordadas a formalização da fórmula utilizada para resolução dos problemas. A ordem de apresentação de tópicos de Matemática pode ser diversificada, tanto pelos livros didáticos quanto pela estratégia 1 Em outras palavras, esta habilidade refere-se à capacidade que um estudante tem para reconhecer, em um dado problema com figuras geométricas planas ou espaciais, ocasiões nas quais serão usadas as relações métricas de um triângulo retângulo. Neste caso, com foco em problemas que requerem o uso do teorema de Pitágoras. 72 Saepi 2012 didática do professor e, deste modo, procuramos apontar algumas propostas de ensino que o educador poderá utilizar em sala de aula. Em um dos primeiros momentos de desenvolvimento dessa competência na escola, consideramos a importância em trabalhar a condição de existência dos triângulos. Assim, desde o 5º ano do Ensino fundamental (Ef), por exemplo, pode-se disponibilizar diversos materiais manipulativos – como no caso de “varetas” (figura 1) − com medidas diferenciadas, para que os estudantes façam combinações com três delas, percebendo, por meio da experimentação, que nem sempre é possível formar uma figura triangular e que há elementos que têm relação com a existência ou não de triângulos. Figura 1 cabe notar, assim, que com as três varetas apresentadas no alto da figura (figura 1) pode-se formar um triângulo, mas com as outras três varetas, apresentadas na parte inferior desta mesma figura, não há a possibilidade de combinação para a formação de um triângulo. Após a percepção de existência dos triângulos, podem ser trabalhados os seus tipos (acutângulo, retângulo, obtusângulo), utilizando, ainda, objetos manipulativos. Isso permite, ao estudante, perceber que a condição de existência, abordada anteriormente, não garante a construção do triângulo retângulo. o “esquadro de cordas egípcio” (figura 2), recurso utilizado pelos antigos egípcios e que pode ser apresentado na sala de aula, é um rico material a ser utilizado na construção do triângulo retângulo, possibilitando, ao estudante, verificar a relação de existência dessa Revista Pedagógica 73 figura. os egípcios tinham o conhecimento do triângulo retângulo com medidas de 3, 4 e 5 unidades de comprimento para cada lado. com base nessa informação, eles usavam um pedaço de corda, na qual davam nós com intervalos de mesmo distância. deste modo, construíam um esquadro na forma do triângulo retângulo reservando três, quatro e cinco espaços entre os nós para representar, respectivamente, os três lados do triângulo. com este instrumento, era possível verificar em diversas situações, se os elementos medidos estavam “no esquadro” ou se possuíam ângulos maiores ou menores que 90º (por exemplo: medidas de cantos de paredes e mesas, medidas angulares de quadrados e outras figuras, entre outros). Figura 2 como apontado nos Parâmetros curriculares, o material concreto deve ser desencadeador de conjecturas e processos que levem às justificativas formais, e neste caso, mostramos que podemos pensar nessa abordagem também para o teoremade Pitágoras. Após esse trabalho de reconhecimento do triângulo retângulo, o estudante já apresenta condições para chegar à forma do teorema (anos finais do Ef). vamos pensar em uma atividade! Podemos solicitar, inicialmente, que o estudante construa um triângulo com um ângulo de 90º. com base nesse triângulo, pede-se que sejam feitos esboços de quadrados sobre os catetos e a hipotenusa desse triângulo (figura 3), isto é, cada quadrado é construído sobre cada lado do triângulo. Em seguida o estudante calcula as medidas dos lados do triângulo (utilizando a régua ou outro instrumento de medidas) e as 74 Saepi 2012 medidas da área de cada quadrado, buscando relacionar os dados encontrados. Esse procedimento pode ser repetido para outros triângulos retângulos e registrados seus resultados (figura 4) até que se possa apresentar alguma relação entre os dados encontrados para cada triângulo. A observação das relações e experimentação dos resultados podem ser aplicadas em outras situações a fim de testar o modelo matemático encontrado nessa situação. Neste caso, cabe ressaltar que procedimento aplicado e o modelo matemático encontrado não se referem a uma prova do teorema de Pitágoras, mas a uma suposição por meio de tentativa e teste. Q3 5 4A b c 3Q1 Q2 área dos quadrados cateto b cateto c hipot. a Q1 Q2 Q3 Figura 3 / Figura 4 Para aplicar este teorema em situações-problema, pode-se iniciar o estudo com atividades de menor grau de complexidade até alcançar as mais complexas. Por exemplo, o professor pode solicitar que o estudante trabalhe situações em um triângulo retângulo que, dado a medida de dois lados, pede-se para encontrar a medida do terceiro lado. Isso permite iniciar a utilização do teorema como ferramenta para resolução de problemas mais básicos, veja (Exemplo 1): Exemplo 1 de acordo com as medidas indicadas na figura (figura 5), calcule x. Figura 5 Revista Pedagógica 75 Esse tipo de situação pode ser dificultada de acordo com as variáveis didáticas envolvidas (letras, rotação do triângulo, dados decimais), pois o trabalho com o triângulo em uma posição não usual ou com dados não inteiros interfere diretamente na dificuldade que o estudante encontrará para resolver um dado problema. Podemos notar que aplicar o teorema de Pitágoras para resolver um problema representa uma das fases do desenvolvimento dessa competência, pois o estudante, ao final do Ensino Médio, deverá saber aplicar o teorema a qualquer situação semelhante. Ressaltamos, portanto, que este trabalho pode ser iniciado com grau de complexidade mais baixa, com a apresentação de problemas para estudantes do 8º ano do Ef, veja o exemplo abaixo (Exemplo 2): Exemplo 2 o portão de entrada de uma casa tem o formato retangular (Abcd) com 3 metros de comprimento e 2,5 metros de altura. Para que o portão não perca seu formato original, sugere-se pregar uma trave de madeira na posição diagonal (ponto b ao d), percorrendo todo o portão, como temos na figura a seguir: Qual comprimento essa trave deve ter? Entretanto, ao abordar este conteúdo com estudantes do 9º ano do Ef, e todo o Ensino Médio, o grau de complexidade para resolução de situações- problema − baseada no teorema de Pitágoras − vai crescendo, culminando em aplicações semelhantes ao exemplo apresentado em seguida (Exemplo 3). 76 Saepi 2012 Exemplo 3 como podemos perceber, a linguagem e o conjunto de habilidades requisitadas em cada um desses dois problemas são diferenciados, sendo mais fácil para o estudante resolver o Exemplo 1 do que o Exemplo 2, sendo esses dois problemas, mais fáceis que o Exemplo 3. com essas atividades, ressaltamos de forma implícita, o desenvolvimento de habilidades importantes, tais como a soma dos ângulos internos de um triângulo (em um trabalho posterior a existência de triângulos) e a abordagem da lei angular de tales (complementando o trabalho com o “esquadro de cordas egípcio”), o que facilita o conhecimento e aplicação do teorema de Pitágoras. cabe ressaltar ainda, a aplicação desse teorema com figuras espaciais e relações métricas no triângulo retângulo, as quais também utilizarão habilidades sobre semelhanças de triângulos e teorema de Pitágoras. o trabalho realizado pelo professor, associado aos aspectos apontados por nós, seja na utilização de objetos manipulativos ou utilização de conceitos relacionados à modelagem matemática e à resolução de problemas, pode contribuir no desenvolvimento de algumas habilidades relacionadas ao tema “Espaço e forma”. Permitir a aplicação e uso de diversos recursos e metodologias na sala de aula, permite, ao estudante, construir conceitos mais densos e significativos relacionados, por exemplo, à aplicação do teorema de Pitágoras. Revista Pedagógica 77 Nosso objetivo foi intervir na apreensão do conteúdo, com atividades que desenvolvessem habilidades para as disciplinas de exatas Geisylene Pereira do Nascimento Professora de Matemática oS dESAfIoS dA EdUCAção AvAlIAção ExTERnA ColAboRA PARA PREPARAção doS AlUnoS A professora de Matemática geisylene Pereira do Nascimento sempre teve aptidão para a matéria. Acostumada com os cálculos, ela trabalha como professora há 12 anos e atualmente está inserida na Rede Estadual de ensino público. com especialização em Matemática, geisylene acredita na valorização dos profissionais da educação para o desenvolvimento do ensino. Para ela, um dos desafios da docência é conseguir condições adequadas para desenvolver um bom plano de trabalho. A instituição onde a professora leciona atende em tempo integral aproximadamente 340 alunos com uma equipe de 16 professores. “Posso dizer que temos uma boa estrutura física”, avalia. outra necessidade detectada pela educadora é a formação continuada. “Precisamos investir em cursos de formação e capacitação por área”, completa. geisylene percebe que para trabalhar a Matemática é necessário antes fazer um nivelamento da turma. “Entramos em sala de aula com o desafio de superar a defasagem de conteúdo dos alunos. Eles chegam sem os conhecimentos prévios que deveriam ter adquirido no Ensino fundamental, base para o Ensino Médio”, observa. A educadora acredita que a avaliação externa contribui para minimizar esse desafio. “com a divulgação dos resultados, podemos elaborar um bom planejamento e criar ações pedagógicas fundamentadas”. Planejando soluções A professora percebe a importância do sistema avaliativo para o planejamento das aulas. “Através dele, podemos detectar as falhas e trabalhar as deficiências”, ressalta. As estratégias utilizadas para isso são variadas: revisão de conteúdo, resolução de exercícios e problemas. “Isso sem falar nas janelas que o professor abre em meio ao conteúdo para relembrar tópicos essenciais”. Isso facilita o entendimento da matéria e faz o aluno avançar com êxito. os Padrões de desempenho determinados pelo estado no sistema avaliativo também têm utilidade pedagógica para geisylene. “com esses Padrões, temos ciência de como está nosso alunado e trabalhamos para superar a quantificação anterior”, afirma. o ideal, segundo a educadora, é trabalhar com projetos na escola. dessa maneira, é possível alcançar melhores resultados. E a instituição de ensino vem investindo nessa direção. A professora participou do projeto gincana das Exatas, no qual toda a comunidade escolar foi envolvida. “Nosso objetivo foi intervir na apreensão do conteúdo, com atividades que desenvolvessem habilidades para as disciplinas de exatas”. ExPERIÊnCIA Em foCo 78 Saepi2012 REIToR dA UnIvERSIdAdE fEdERAl dE jUIz dE foRA HENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO CooRdEnAção gERAl do CAEd LINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA CooRdEnAção TéCnICA do PRojETo MANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO CooRdEnAção dA UnIdAdE dE PESqUISA TUFI MACHADO SOARES CooRdEnAção dE AnálISES E PUblICAçõES WAGNER SILVEIRA REZENDE CooRdEnAção dE InSTRUmEnToS dE AvAlIAção RENATO CARNAÚBA MACEDO CooRdEnAção dE mEdIdAS EdUCACIonAIS WELLINGTON SILVA CooRdEnAção dE oPERAçõES dE AvAlIAção RAFAEL DE OLIVEIRA CooRdEnAção dE PRoCESSAmEnTo dE doCUmEnToS BENITO DELAGE CooRdEnAção dE dESIgn dA ComUnICAção JULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO RESPonSávEl PElo PRojETo gRáfICo EDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA PIAuí. Secretaria da Educação e cultura. SAEPI – 2012/ universidade federal de Juiz de fora, faculdade de Educação, cAEd. v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de fora, 2012 – Anual. ARAÚJo, carolina Pires; MElo, Manuel fernando Palácios da cunha e; olIvEIRA, lina Kátia Mesquita de; REzENdE, Wagner Silveira. conteúdo: Revista Pedagógica – 1º e 3º anos do Ensino Médio - Matemática. ISSN 2238-0574 cdu 373.3+373.5:371.26(05)