Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 APLICAÇÃO DE SÉRIE DE POTÊNCIA PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMA EM ENGENHARIA ELÉTRICA José Francisco Rodrigues 1, Renato Crivellari Creppe 2, Luiz Gongaza Campos Porto 3, José Alfredo Covolan Ulson 4, Paulo José Amaral Serni 5 1 School of Engineering Bauru/UNESP, Bauru, Brasil, jfranc@feb.unesp.br 2 Scholl of Engineering Bauru/UNESP, Bauru, Brasil, creppe@feb.unesp.br 3 Scholl of Engineering Bauru/UNESP, Bauru, Brasil, porto@feb.unesp.br 4 Scholl of Engineering Bauru/UNESP, Bauru, Brasil, ulson@feb.unesp.br 5 Scholl of Engineering Bauru/UNESP, Bauru, Brasil, paulojas@feb.unesp.br Resumo: O artigo aborda o desenvolvimento das equações gerais das ondas de propagação de tensão e corrente elétrica ao longo dos tradicionais e reais sistemas de transmissão de energia elétrica, que através dos modelos matemáticos utilizados na engenharia elétrica e das condições de contorno inerentes ao estudo, culmina em um sistema de equações diferenciais ordinárias de segunda ordem. A solução desse sistema é de conhecimento clássico na literatura, porém, para a situação em particular dos sistemas de transmissão de energia elétrica, foi possível propor uma metodologia de resolução não usualmente aplicada, mas satisfatória e suficientemente precisa para o objetivo em análise se tratando da aplicação de série de potência, em particular a série de Maclaurin, na solução das equações diferenciais ordinárias. A análise efetuada e os resultados encontrados são apresentados no corpo do artigo e demonstram que satisfazem integralmente sua utilização em fenômenos desse porte em linhas de transmissão. Palavras Chave: Linhas de transmissão, modelagem matemática, série de potência, equações diferenciais. 1. INTRODUÇÃO Os modelos matemáticos são utilizados na tentativa de se poderem estudar os fenômenos físicos na natureza e assim representá-los da forma mais adequada possível. Nesses modelos é usual não se utilizar todos os parâmetros envolvidos no sistema físico real (SFR), pois além de trazer grande complexidade na representação e estudo do modelo matemático como também da constatação de sua eficiência e adequação através da utilização das simulações, muitos desses parâmetros não possuem importância significativa nos resultados finais, o que conduz na maioria das vezes a utilização somente dos parâmetros de maior relevância e contribuição. A distribuição das tensões e correntes e a transferência de energia ao longo de uma linha de transmissão podem ser analisadas por alguns processos matemáticos, sendo de se esperar que todos conduzam ao mesmo resultado. Essa análise, evidentemente, tem por finalidade permitir ao pesquisador chegar a expressões analíticas finais que são empregadas diretamente na solução de problemas práticos. Se os diversos métodos conduzem aos mesmos resultados finais, todos deveriam ser aceitáveis. No entanto, nos problemas de engenharia, em geral, não é suficiente procurar uma fórmula que possa ser aplicada indiscriminadamente na solução de um problema particular, sem o conhecimento completo das limitações e simplificações admitidas em sua derivação. Tal circunstância poderia levar ao uso indevido dessa formulação. As chamadas soluções matemáticas dos fenômenos físicos exigem, normalmente, simplificações e idealizações. A derivação matemática de uma equação a partir de princípios fundamentais deve, além da equação propriamente dita, fornecer todas as informações referentes às restrições, aproximações e limitações que são impostas. É fundamental que se examine com o maior rigor, sob o ponto de vista da generalidade, a aceitabilidade dos princípios fundamentais adotados como ponto de partida para a sua dedução. Vale à pena ressaltar que, de acordo com a física, a expressão “linha de transmissão” se aplica a todos os elementos de circuitos elétricos que se destinam ao transporte de energia, independentemente da quantidade de energia transportada, freqüência e outros parâmetros. Essa mesma teoria geral é aplicável independente do comprimento físico das linhas, realizadas as necessárias ressalvas. Mestre Lord Kelvin já preconizava “Entender um fenômeno físico significa associá-lo a números”. Portanto, no decorrer do trabalho apresentar-se-á a análise matemática no comportamento de ondas viajantes de tensão e corrente nas linhas de transmissão, sendo realizada de forma genérica, ou mais precisamente, considerando tensões e correntes como funções genéricas no tempo, para mais adiante embasar o estudo sistemático para as linhas de transmissão excitadas por correntes senoidais em regime permanente e no domínio da freqüência, terminando com a proposta de solução das equações diferenciais que regem esse comportamento, através da aplicação de séries de potência [1]. O cálculo dos níveis de tensão e corrente em todos condutores que constituem uma linha de transmissão será analisado através da solução de equações diferenciais ordinárias por desenvolvimento em série [2]. A aplicação desta metodologia mostrará que o manuseio de uma Proceedings of the 9th Brazilian Conference on Dynamics Control and their Applications Serra Negra, SP - ISSN 2178-3667 435 Aplicação de Série de Potência para Solução de Problema em Engenharia Elétrica José Francisco Rodrigues, Renato Crivellari Creppe, Luiz Gongaza Campos Porto ,José Alfredo Covolan Ulson, Paulo José Amaral Serni 2 proposta relativamente simples trará resultados confiáveis e precisos no estudo desenvolvido. 2. A PROPAGAÇÃO ELETROMAGNÉTICA As equações de propagação de ondas de tensão e corrente nos sistemas trifásicos de transmissão de energia elétrica podem ser obtidas através de um sistema simples constituído por um condutor em presença de um plano de terra infinito, neste caso representado pelo modelo monofásico, uma vez que o sistema trifásico é considerado equilibrado [3, 4]. O arranjo de um condutor em presença de um plano de terra ideal é mostrado na figura 1, onde se representa apenas um comprimento infinitesimal. As grandezas V1 (tensão) e I1 (corrente) são na realidade funções da distância (x) e do tempo (t), de maneira que as equações gerais de propagação deduzem-se diretamente das expressões que resultam da aplicação das duas leis de Kirchoff na Figura 1, resultando em um conjunto de equações diferenciais parciais indicadas nas equações (1) e (2), para um sistema monofásico de transmissão. Fig. 1. Representação de um elemento infinitesimal de linha monofásica. ),(I.R ),(I L ),(V 111 1 11 1 tx x tx x tx (1) ),(V.G ),(V C ),(I 111 1 11 1 tx x tx x tx (2) onde: R11 = resistência da linha por unidade de comprimento (Ω/km). L11 = indutância da linha por unidade de comprimento (H/km). G11 = condutância da linha por unidade de comprimento (S/km). C11 = capacitância da linha por unidade de comprimento (F/km). Aplicando a transformada de Fourier às equações (1) e (2), vem: ),(I.LR( ),(V 1)11j.11 1 . wx dx wxd w (3) ),(V.LG( ),(I 1)11j.11 1 . wx dx wxd w (4) ou ),(I).( ),(V 111 1 wxwZ dx wxd (5) ),(V).(G ),(I 111 1 wxw dx wxd (6) As equações diferenciais de derivadas parciais (1) e (2) transformaram-se desta forma em equações diferencias ordinárias (5) e (6) válidas para uma dada freqüência angular w, lembrando que: f 1 j V. - -e).,(1V),(1V dttxwx wt (7) onde: f 1 V → exprime os valores de “fase”, logo f 1 V),(1V wx é a tensão na “fase 1”, no ponto x, no domínio da freqüência.Assim, em notação simplificada, é possível escrever: f 111 f 1 I.Z V dx d (8) f 111 f 1 V.Y I dx d (9) Se o sistema de transmissão for composto por “n” condutores, verifica-se que as expressões (8) e (9) passam a ter um maior grau de complexidade à medida que “n” aumenta. A fim de ilustrar essa situação, considere uma linha bifásica constituída por dois condutores em presença de um plano de terra infinito, indicada na Figura 2. Fig. 2. Representação de um elemento infinitesimal de um sistema de dois condutores. Proceedings of the 9th Brazilian Conference on Dynamics Control and their Applications Serra Negra, SP - ISSN 2178-3667 436 3 Não é agora difícil reconhecer que as equações diferenciais ordinárias que regem, em regime permanente, o comportamento do sistema de dois condutores, são: f 212 f 111 f 1 I.ZI.Z V dx d (10) f 222 f 112 f 2 I.ZI.Z V dx d (11) e f 212 f 111 f 1 V.YV.Y I dx d (12) f 222 f 112 f 2 V.YV.Y I dx d (13) ou em forma matricial compacta: . - f. = . - f I.Z V dx d (14) e . - f. = . - f V.Y I dx d (15) onde: . = Z = matriz de impedâncias longitudinais da linha em Ohm. . = Y = matriz de admitâncias transversais da linha em siemens. . - V = vetor de tensões de fase dos “n” condutores na linha em volts. . - I = vetor de corrente dos “n” condutores na linha em ampères. Derivando as equações (10) e (11) em relação à x e substituindo-se nas equações obtidas as equações (12) e (13) é possível obter-se: f 212112212 112121111 f 1 )VY.ZY.Z( )VY.ZY.Z( V f 2 2 dx d (16) f 222221212 f 112221112 f 2 )VY.ZY.Z( )VY.ZY.Z( V 2 2 dx d (17) Observa-se das equações acima que a solução clássica, mesmo para o caso de 2 condutores é bastante trabalhosa [5, 6]. As dificuldades de se trabalhar com as equações de propagação em sistemas de 2 ou mais condutores reside no fato de que as equações diferenciais de segunda ordem de tensão e corrente de cada fase dependem dos valores dessas grandezas nas demais fases, isto é, dependem do acoplamento mútuo entre fases. A solução matricial do sistema de equações diferenciais resultante, expressas pelas equações (14) e (15), pode ser orientada com o intuito de contornar este problema [7, 8]. Resolvendo da maneira usual, podem-se derivar as equações (14) e (15) em relação à x e em seguida utilizar as equações (14) e (15) na derivada de segunda ordem, resultando: . - . = . =2 . - 2 f f V.Y.Z= V dx d (18) . - . = . =2 . - 2 f f I.Z.Y= I dx d (19) Essas equações podem ainda escrever-se na forma: . - f . = 2 2 . - f2 V.W= V dx d (20) . - f . = 2 t2 . - f2 I.W= I dx d (21) onde: . = . = . = 2 Y.ZW . = . = . = 2 t Z.YW Proceedings of the 9th Brazilian Conference on Dynamics Control and their Applications Serra Negra, SP - ISSN 2178-3667 437 Aplicação de Série de Potência para Solução de Problema em Engenharia Elétrica José Francisco Rodrigues, Renato Crivellari Creppe, Luiz Gongaza Campos Porto ,José Alfredo Covolan Ulson, Paulo José Amaral Serni 4 . = 2 tW matriz transposta de . = 2 W A matriz . = 2 W é quadrada, sendo utilizada com o intuito de simplificar a análise e definida como sendo o produto da matriz de impedância e admitância. A solução das equações (20) e (21) pode ser realizada através de metodologias existentes na literatura que tratam do assunto em questão. É importante destacar que alguns programas computacionais possuem incorporados, nos mesmos, ferramentas específicas para aplicação deste caso, porém não se pode perder de vista que a situação física aqui analisada trata de fenômenos de propagação de ondas de tensão e corrente em linhas de transmissão e assim os parâmetros envolvidos fazem parte deste universo, podendo levar a situações de problemas relacionados com convergências dos métodos empregados. De maneira geral a solução para as equações (20) e (21) são da forma: . - r .. - i .. . - f V.eV.eV W.W xx (22) )V.eV.e.(YI . - r .. - i . . - f WW 0 xx (23) onde : . - iV e . - rV = vetores constantes de integração 0Y = matriz de admitâncias características da linha de transmissão. Deve ainda enfatizar que nas equações (22) e (23) todos os parâmetros vetoriais e matriciais apresentados são complexos, a menos do comprimento da linha de transmissão, x. 3. SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PELO DESENVOLVIMENTO DE SÉRIE DE POTÊNCIA As equações diferenciais ordinárias, que traduzem em regime permanente, o comportamento das tensões e correntes num sistema de N condutores colocados em presença da terra são, como se viu anteriormente, as seguintes: . - . = . - I.Z V dx d (24) d dx I Y V- . = - . . . (25) Nestas, a referência do eixo das abscissas "x" (x=0), encontra-se no terminal transmissor ou gerador, isto é, na geração. A dificuldade na solução destas equações, conforme já mencionado, encontra-se no fato de que existem várias variáveis em cada uma delas. Desta forma buscou-se uma proposta de possível solução, que pudesse contornar as dificuldades apresentadas nas outras formas de solução e que não trouxesse prejuízos de qualidade nos resultados finais. Assim sendo, foi proposta uma nova metodologia tratando-se do o desenvolvimento em série de Mclaurin [1, 7] nas equações (24) e (25), como indica as equações (26) e (27). .....| V !2 + | d V + | VV 03 . - 32 02 . - 2 0 . -- . - xxx dx dx x d x dx d dx d (26) ......| I !2 + | I + | II 03 . - 32 02 . - 2 0 . - . - xxx dx dx dx d x dx d dx d (27) Truncando-se a série no terceiro termo, o que não impõe erros expressivos, resolve-se o problema, derivando-se as equações (24) e (25), . - . = . =2 . - 2 V.Y.Z= V dx d . - . = . = . =3 . - 3 I.Z.Y.Z= V dx d (28) . - . = . =2 . - 2 I.Z.Y= I dx d . - . = . = . =3 . - 3 V.Y.Z.Y= I dx d (29) Substituindo-se as equações (28) e (29) em (26) e (27), e através de manipulações e substituições, resultam as equações (30) e (31) já simplificadas: V V ZI 2! ZY V - 0- = 0- . 2 = = 0- . . . . . . x x (30) I I Y V Y ZI - 0- = 0- = = 0- . . . . . . . ! x x 2 2 (31) onde os vetores V0 e I0 , são respectivamente os vetores das tensões e correntes nos condutores do sistema na origem da abscissa (x = 0). As equações (30) e (31) permitem o conhecimento dastensões e correntes em todos condutores que compõem um sistema de transmissão de energia elétrica em qualquer posição ao longo da linha de transmissão. Portanto, fazendo uso da aplicação do desenvolvimento de série de potência na solução das equações diferenciais (24) e (25) foi possível obter-se uma solução, prática, precisa para o objetivo em questão e de forma relativamente simples e eficaz. Também, observando-se as equações (30) e (31) verifica-se que nos sistemas de transmissão de energia elétrica, além dos condutores fases e cabos pára-raios, se existirem outros condutores compondo o sistema, como, por exemplo, condutores isolados e estes estiverem próximos e Proceedings of the 9th Brazilian Conference on Dynamics Control and their Applications Serra Negra, SP - ISSN 2178-3667 438 5 paralelos aos condutores que transportam energia elétrica, há possibilidade do conhecimento dos valores das tensões induzidas nestes últimos condutores isolados fazendo dessas equações. Esta situação é apresentada através da Figura 3. Fig. 3. Linha de transmissão e condutor isolado paralelo e na vizinhança da mesma. Com a aplicação das equações (30) e (31), percebe-se claramente que é possível estender as investigações e pesquisas nesta área da engenharia elétrica a outras questões similares que envolvam os sistemas de transmissão de energia elétrica em operação no país e reais, como exemplo, valores de tensões induzidas em condutores isolados localizados nas vizinhanças das linhas de transmissão. A determinação de níveis de tensões induzidas em condutores isolados que possam estar nas vizinhanças dos sistemas de transmissão de energia, em algumas oportunidades, podem atingir valores tais que causem sérias conseqüências às pessoas que mantém contato físico com os mesmos podendo até mesmo causar danos físicos fatais. Assim, as equações (30) e (31) podem ser expandidas e expressas em forma de matrizes particionadas, como nas equações (32) e (33), lembrando que todos sistemas de transmissão de energia elétrica utilizados no Brasil possuem cabos pára-raios multi-aterrados. io . - co . - ii . = ic . = ci . = cc . = ii . = ic . = ci . = cc . = 2 io . - co . - ii . = ic . = ci . = cc . = io . - co . - i . - c . - V V YY YY ZZ ZZ . 2! I I . ZZ ZZ . V V V V x x (32) io . - co . - ii . = ic . = ci . = cc . = ii . = ic . = ci . = cc . = 2 io . - co . - ii . = ic . = ci . = cc . = io . - co . - i . - c . - I I ZZ ZZ YY YY . 2! V V . YY YY . I I I I x x (33) onde os sub-índices significam: c – condutores fases do sistema de transmissão. i – eventuais condutores isolados do sistema de transmissão, se existirem. Fazendo x = na equação (33), se estará desta forma, na posição do extremo receptor da linha de transmissão, isto é, na carga elétrica e assim é possível obter-se todas as correntes existentes no extremo final da linha. Se o interesse recair particularmente sobre a corrente no condutor isolado, esta pode ser obtida através da equação (34). +IZY+ZY 2 VY+VY-II co . - ic . = ii . = cc . = ic . = 2 io . - ii . = co . - ic . = io . - =i . - io . - ii . = ii . = ci . = ic . = 2 IZY+ZY 2 + (34) Porém, como o condutor isolado não possui injeção de corrente em seus terminais, logo io . - =i . - II = 0. Isto aplicado na equação (34) resulta na equação (35), que fornece a tensão na origem do condutor isolado: co . - ic . = ii . = cc . = ic . = -1 ii . = co . - ic . = -1 ii . = io . - IZY+ZY. .Y 2 +VYY-=V (35) Fazendo x = , na equação (32), é possível obter a equação (36), que fornece a tensão induzida no final do condutor isolado. Proceedings of the 9th Brazilian Conference on Dynamics Control and their Applications Serra Negra, SP - ISSN 2178-3667 439 Aplicação de Série de Potência para Solução de Problema em Engenharia Elétrica José Francisco Rodrigues, Renato Crivellari Creppe, Luiz Gongaza Campos Porto ,José Alfredo Covolan Ulson, Paulo José Amaral Serni 6 +VYZ+YZ 2 IZ+IZ-VV co . - ic . = ii . = cc . = ic . = 2 io . - ii . = co . - ic . = io . - =i . - io . - ii . = ii . = ci . = ic . = 2 VYZ+YZ 2 + (36) Observa-se na equação (36) que uma vez conhecidas às tensões e correntes nos condutores fases no início da linha de transmissão e utilização da equação (35), é possível determinar a tensão induzida no final do condutor isolado. 6. CONCLUSÕES O emprego da metodologia descrita anteriormente, na obtenção das equações de vetores de tensões e correntes que compõem um sistema de transmissão de energia elétrica e eventuais condutores isolados, se existirem, proporcionou uma alternativa matematicamente adequada e suficientemente precisa para o estudo apresentado, uma vez que estes resultados foram comparados com os métodos clássicos. Desta forma, foi possível obter-se uma nova “ferramenta” analítica para uso em engenharia elétrica, totalmente satisfatória na análise e cálculos de tensões e correntes ao longo das linhas de transmissão, desde seu início até o final, como também possibilitou avaliarem-se valores das tensões induzidas em condutores isolados colocados próximos e paralelamente às linhas, cujos valores de tensões podem atingir em algumas situações peculiares, níveis extremamente perigosos, porém conhecidos e diagnosticados através da aplicação das equações (30) e (31). A implementação computacional das equações (30), (31), (35) e (36) possibilitou a elaboração de um programa em linguagem científica de alto nível para os cálculos dos níveis de tensões e correntes e, quando comparados com resultados de outros métodos de soluções matemáticas, mostraram-se bastantes eficientes. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia de Bauru pela disponibilidade de recursos materiais para os testes computacionais do programa elaborado. REFERENCIAS [1] W. Kaplan, “Cálculo Avançado”, v. II, Edgard Blucher: São Paulo, 1996. [2] J. F. Rodrigues, “Extração de Pequenas Potências por Efeitos Eletromagnéticosnas Proximidades das Linhas Elétricas de Alta Tensão”, dissertação (mestrado em engenharia elétrica) – Escola Federal de Engenharia de Itajubá-EFEI, Itajubá, 189p, 1985. [3] R. D. Fuchs, “Transmissão de Energia Elétrica - Linhas Aéreas”, 2.ed. LTC: Rio de Janeiro, 1979. [4] J. R. Carson, “Wave Propagation in Oerhead Wires With Ground Return”, Bell system tech-jour, New York, Vol. 5, pp. 539-555, 1926. [5] W. E. Boyce, “Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno”, 8.ed. LTC: Rio de Janeiro, 2006. [6] D. G. Zill, “Equações Diferenciais”, Makron Books: São Paulo, 2000. [7] R. A. F. Nunes, “Transmissão de Energia Elétrica: Teoria Modal de Propagação”, EFEI, (1982, Notas de Aula). [8] L. M. Wedepohl, “Aplication of matrix methods to the solution of travelling-wave phenomena in polyphase system”, Proc. IEE, Vol. 12, 1963. [9] O. Merino. “A short history of complex numbers”. Technical report, University of Rhode Island, Kingston, 2006. Proceedings of the 9th Brazilian Conference on Dynamics Control and their Applications Serra Negra, SP - ISSN 2178-3667 440
Compartilhar