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GESTÃO ESTRATÉGICA DA INOVAÇÃO - Tema 01

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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ESTRATÉGICA DA 
INOVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ubirajara Morgado 
 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
A disciplina de Gestão Estratégica da Inovação abordará: 
 A prática da inovação 
Onde o empreendedor busca oportunidades inovadoras? 
 A prática do empreendimento 
Enfoca a organização na qual ocorre a inovação. 
 Estratégias empreendedoras 
Como levar com sucesso uma inovação até o mercado? 
Empreendimento não é ciência nem arte. É uma prática e, assim sendo, 
demanda uma base de conhecimento. 
Estamos nos estágios iniciais de uma das mais avassaladoras 
transformações tecnológicas que já presenciamos. Tivemos a revolução da 
máquina a vapor; a revolução da bomba nuclear; e agora presenciamos a 
revolução biológica, ou seja, aquela que ocorre dentro de um organismo. Todas 
constituíram novas aplicações do conhecimento ao trabalho humano. 
Vivemos em uma era tecnológica baseada em conhecimentos oriundos 
do Vale do Silício, onde as indústrias são de alta tecnologia mas seguem o 
tradicional padrão em que há uma grande euforia, seguida de rápida expansão e 
posteriores declínio e colapso. Na maior parte desse vale, as empresas ainda 
são inventoras, e não inovadoras; especuladoras, e não empreendedoras 
(Drucker, 2001). 
Mas uma pergunta que não obteve resposta no mundo atual é: por que 
esse espírito empreendedor emerge e se limita a um determinado país ou a uma 
determinada cultura? Talvez as causas estejam nas mudanças de valores, 
percepções, atitudes e demografia. E o veículo dessa profunda mudança de 
atitudes, valores e, acima de tudo, comportamento é uma "tecnologia" que se 
chama administração. 
A administração existe como área de conhecimento há tanto tempo 
quanto outras áreas atuais, como genética e eletrônica. Houve uma explosão da 
administração que a transformou em uma disciplina, provocando um impacto tão 
grande quanto aquele causado por grandes realizações científicas. Mais ainda, 
ela tornou-se responsável pela transformação dos países em sociedades de 
organizações. Fez que com que a maioria das pessoas instruídas trabalhassem 
 
 
03 
como empregadas nessas organizações. Fez com que a administração se 
tornasse um "lugar comum". 
Acima de tudo, a administração têm tanto a contribuir para a empresa 
empreendora nova quanto para aquela já existente. O universo da administração 
é a nova tecnologia também para a educação, a assistência médica, o governo e 
a política. 
Enfim, inovar é preciso. Mais que isso, é fundamental para a evolução de 
uma sociedade! 
É um assunto apaixonante! 
CONTEXTUALIZANDO 
Para começar, leia o artigo “O primeiro Mcdonald’s da história”, publicado 
no site Libero Alimentos, disponível em 
<http://www.liberoalimentos.com.br/2012/10/o-primeiro-mcdonalds-da-
historia.html>. 
TEMA 1 – INOVAÇÃO 
“Empreendedor”: palavra que pressupõe inovação. E inovação é a palavra 
que define um empreendedor; aí entra a oportunidade como o grande diferencial 
para um negócio ou serviço diferente. 
A inovação também pode ser apresentada como uma disciplina, podendo 
ser aplicada e, consequentemente, aprendida. 
Os empreendedores precisam buscar, com um ideal definido, as fontes de 
inovação, as mudanças e os sintomas que indicam oportunidades para que a 
inovação tenha êxito. 
Para uma inovação ser bem-sucedida é imprescindível que os 
empreendedores conheçam os seus princípios. 
O espírito empreendedor é, portanto, uma característica distinta, seja 
de um indivíduo, ou de uma instituição. Não é um traço de 
personalidade. Contudo, qualquer indivíduo que tenha à frente uma 
decisão a tomar pode aprender a ser um empreendedor e se comportar 
empreendedoramente. E suas bases são o conceito e a teoria, e não a 
intuição" (Dornelas, 2012; p. 39). 
1.1 O empreendedor vê a mudança como norma e como algo sadio 
A transformação não vem por si mesma. O agente empreendedor deve 
provocá-la. Aí entra a constante e "neurótica" procura pelas oportunidades. 
 
 
04 
"Empreender é uma atitude arriscada principalmente porque tão poucos 
dos assim chamados empreendedores sabem o que estão fazendo. Falta a eles 
metodologia. Eles violam regras elementares e bem conhecidas" (Drucker 2001). 
Os empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do 
espírito empreendedor, e cria, de fato, um recurso. A inovação não precisa ser 
técnica, não precisa sequer ser uma "coisa". É, portanto, um termo econômico 
ou social, mais que técnico. 
O tema inovação é recente, e não há uma teoria existente. O que 
sabemos, de forma incipiente, é quando, onde e como podemos buscar as 
oportunidades inovadoras e, possivelmente, se elas terão ou não sucesso. 
Temos uma base ‒ em linha gerais ‒ para praticarmos a inovação. 
Às vezes, um fato novo que parece espetacular em nada resulta, ou até 
resulta em um avanço técnico ou tecnológico. Como citamos anteriormente, o 
caso do McDonald's espelha aquilo de que estamos falando: a modéstia que 
virou uma das maiores e mais lucrativas marcas globais. 
Querer mais é uma das características inerentes aos empreendedores, 
assim como o descontentamento. Eles querem sempre criar, melhorar ou 
modificar algo existente. Anseiam por converter materiais em recursos ou até 
mesmo mesclar aqueles recursos já existentes com algo novo. 
1.2 É a mudança o que sempre proporciona a oportunidade para o novo e 
o diferente 
Quando observamos na história ou mesmo à nossa volta as inovações 
que existem, verificamos que são bem simples. Isso nos reporta o fator 
importante para que a inovação apareça: disciplina; uma disciplina de 
diagnóstico. Mais ainda, uma análise das áreas em que ocorreram as mudanças. 
Especificamente, a inovação sistemática significa o monitoramento de 
sete fontes para uma oportunidade inovadora. 
As quatro primeiras fontes estão dentro de um setor industrial ou de 
serviços. Elas são, portanto, visíveis, principalmente para quem está dentro 
daquele determinado setor. Elas são, basicamente, sintomas. Porém, são 
também indicadores bastante confiáveis de mudanças que já ocorreram ou que 
podem ser provocadas com um pequeno esforço. Essas quatro fontes são, 
segundo Drucker (2001): 
 
 
05 
1. O INESPERADO, o sucesso inesperado, o fracasso inesperado, o 
evento externo inesperado. 
2. A INCONGRUÊNCIA, entre a realidade como ela é de fato, e a 
realidade como se presume ser ou como "deveria ser". 
3. A INOVAÇÃO BASEADA NA NECESSIDADE DO PROCESSO. 
4. MUDANÇAS NA ESTRUTURA DO SETOR INDUSTRIAL OU NA 
ESTRUTURA DO MERCADO que apanham a todos desprevenidos. 
Ainda segundo Drucker (2001), 
o segundo grupo de fontes para a oportunidade inovadora, um conjunto 
de três delas, implica mudanças fora da empresa ou setor: 
1. MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS (mudanças populacionais). 
2. MUDANÇAS EM PERCEPÇÃO, DISPOSIÇÃO e SIGNIFICADO. 
3. CONHECIMENTO NOVO, tanto científico como não científico. 
As linhas que delimitam essas sete áreas de fontes de oportunidades 
inovadoras são nebulosas, e existe uma considerável sobreposição entre elas. 
TEMA 2 – FONTE: O INESPERADO 
Agora, vamos falar sobre sucesso inesperado. Ele ocorre em uma área 
na qual a inovação acontece, mas que é negligenciada por seu autor (pessoa 
física ou jurídica). 
Toda administração é grandemente desafiada quando confrontada com o 
sucesso inesperado, que, algumas vezes, não é citado e nem sequer recebe a 
atenção desta mesma administração. 
O sucesso inesperado dá uma excelente oportunidade para o 
aparecimento da inovação, mas, mesmo assim, requer alguns cuidados, já quepode ser considerado um sintoma. Mas sintoma de quê? Sintoma de que é 
preciso se certificar de que aquele sucesso inesperado está sendo visualizado, 
que está chamando a atenção. Assim sendo, toda gestão deve observar o 
chamado sucesso inesperado e se questionar da seguinte forma: 
 se explorado, o que ele nos trará? 
 para onde nos levará? 
 se acontecer, o que deveremos fazer para concretizar a oportunidade? 
 por onde começar? 
O sucesso inesperado é uma oportunidade, mas faz exigências. Exige ser 
levado a sério. Exige professores preparados, e não quaisquer uns que estejam 
de reserva. Exige seriedade e apoio por parte da administração equivalente ao 
tamanho da oportunidade. E a oportunidade é considerável (Dornelas, 2012). 
 
 
06 
2.1 Fonte: o fracasso inesperado 
Quem não conhece o fracasso? Diferentemente do sucesso, o fracasso 
não pode ser relegado a segundo plano, não pode ser deixado de lado. Deve 
mesmo ser visto como uma nova fonte, uma nova oportunidade. Considere o 
fracasso como uma sequência de erros, talvez oriundos de ganância, 
incompetência etc. 
Inovação é trabalho organizado, sistemático e racional. Mas é 
inteiramente perceptível e conceitual. Por certo, o que o inovador vê e 
aprende precisa ser submetido a uma rigorosa análise lógica. Intuição 
só não basta; na verdade, não tem o menor valor se por intuição se 
subtende "o que eu sinto". A análise, por maior que seja o seu rigor, 
seus requisitos para mudança, experimentação, orientação e avaliação, 
precisa estar alicerçada numa percepção de mudança, de oportunidade 
das novas realidades, da incongruência entre o que a maioria das 
pessoas ainda está certa sobre o que é a realidade e o que realmente 
tornou-se uma nova realidade (Dornelas, 2012). 
2.2 Fonte: evento externo inesperado 
Não podemos considerar que os fracassos inesperados e também o 
sucesso ocorram somente dentro de um ambiente organizacional. Temos os 
chamados ambientes externos, que não são registrados em forma de dados ou 
informações pelos quais a gestão se orienta. Mas, preste atenção: ambos são 
igualmente importantes. 
Uma condição para explorar o sucesso do evento inesperado externo é 
que ele se enquadre no conhecimento e capacitação do próprio 
negócio da pessoa. O evento inesperado externo pode ser, portanto, 
acima de tudo, uma oportunidade para aplicar a competência 
especializada já existente a uma nova aplicação, uma que não altere a 
natureza do negócio em que se está (Dornelas, 2012). 
As chances, as oportunidades, estão por toda parte e, frequentemente, 
estão ocorrendo. Assim, ela assume o papel de uma grande promessa, 
principalmente para as chamadas grandes empresas. Essas chances ou 
oportunidades exigem, além de intuição, sorte, e também que os interessados 
estejam em busca de inovação. Que se preparem e se organizem 
adequadamente para a exploração quando ela chegar. 
 
 
 
07 
TEMA 3 – FONTE: INCONGRUÊNCIAS 
Uma incongruência é uma discrepância, uma dissonância, entre o que 
é e o que "deveria" ser, ou entre o que é e o que todo mundo 
pressupõe que seja. Mesmo assim, uma incongruência é um sintoma 
de uma oportunidade para inovar. Contudo, as incongruências 
geralmente não se manifestam através de dados ou relatórios que os 
dirigentes recebem e aos quais dedicam atenção. Elas são qualitativas 
e não quantitativas" (Dornelas, 2012). 
Como vimos anteriormente, quando falamos de evento inesperado, de 
sucesso ou de fracasso, "incongruência" já denota mudança, e olha que legal: a 
mudança pode já ter acontecido ou pode vir a ocorrer. O importante na 
incongruência é que essa mudança seja plenamente visível para os envolvidos 
nos processos, e para o mercado. Ela está bem diante dos nossos olhos! 
De acordo Dornelas (2012), 
existem várias espécies de incongruências: 
 uma incongruência entre as realidades econômicas de um setor 
industrial (ou de uma área governamental); 
 uma incongruência entre a realidade de um setor (ou de uma área 
governamental) e os pressupostos sobre ela; 
 uma incongruência entre os esforços de um setor (ou de uma área 
governamental) e os valores e as expectativas de seus clientes; 
 uma incongruência interna dentro do ritmo ou lógica de um 
processo. 
3.1 Fonte: necessidade de processo 
"A oportunidade é a fonte da inovação" tem sido o leitmotiv (traduzido do 
alemão para o português como "o motivo condutor") deste módulo. Um antigo 
adágio diz: "A necessidade é a mãe da invenção". Aqui, veremos a necessidade 
como fonte de inovação e como uma importante oportunidade inovadora, a qual 
explora incongruências, mudanças demográficas. 
A necessidade de processo não se inicia com um evento no meio 
ambiente, seja interno ou externo. Ela se inicia com o trabalho a ser 
feito. Está concentrada na tarefa e não concentrada na situação. 
Aperfeiçoa um processo que já existe, substitui uma ligação que esteja 
fraca, redesenha um antigo processo fornecendo o "elo" que faltava 
(Zimmer et al., 2015). 
3.2 Fonte: estruturas da indústria e do mercado 
O espírito empreendedor se faz imprescindível na estrutura industrial que 
vivenciamos. Ele nos convida a questionar, frequentemente, a razão de nosso 
negócio. Logicamente, para essa demanda, receberemos diferentes respostas, 
 
 
08 
que servirão para nos ajudar a aprofundarmos os nossos estudos no tema 
inovação. 
3.3 Fonte: mudanças demográficas 
Dentre todas as mudanças externas, as mudanças demográficas ‒ 
definidas como sendo mudanças na população e em sua grandeza, estrutura 
etária, composição, emprego, status educacional e renda ‒ são as mais 
evidentes. Não são ambíguas e têm as consequências mais previsíveis 
(Dornelas, 2012). 
Tudo o que é negociado (compra e venda), quem compra e em que 
quantidade, sofre forte influência da demografia. 
Na verdade, empresários, economistas e críticos sempre reconhecem a 
grande importância das tendências, dos movimentos e das dinâmicas 
populacionais, e também que já acreditaram que não precisavam dar atenção às 
mudanças demográficas em suas decisões do dia a dia. As mudanças 
populacionais ‒ em taxas de natalidade ou mortalidade, em escolaridade, na 
composição e na participação da mão de obra empregada ou na localização e 
na movimentação das pessoas ‒ eram vistas como algo que ocorria tão 
lentamente e por períodos de tempo tão longos que não constituíam objeto de 
um mínimo de preocupações práticas. 
As mudanças demográficas tendem a ser tão rápidas, tão abruptas e 
causam tanto impacto quanto aquelas provocadas pela passagem do tempo. 
No século XXI é absoluta insensatez desconsiderar a demografia. Por 
conseguinte, para aqueles que genuinamente estão dispostos a sair a campo 
para olhar e ouvir, as mudanças demográficas são bastante produtivas, além de 
uma bastante confiável oportunidade inovadora. 
TEMA 4 – FONTE: MUDANÇAS DE PERCEPÇÃO 
Quando a mudança de percepção ocorre, os fatos não mudam. 
Sociólogos e economistas podem explicar ou não o fenômeno perceptível; é 
irrelevante, pois ela permanece sendo um fato. Muitas vezes, ela não pode ser 
quantificada; ou, melhor dizendo, quando chegar a ser quantificada, já será 
demasiado tarde para servir de oportunidade para inovação. Porém, ela não é 
algo exótico ou intangível. É concreta: pode ser definida, testada e, acima de 
tudo, explorada. 
 
 
09 
No entanto, como explica Dornelas (2012), "não há nada mais perigoso 
do que ser prematuro ao explorar a mudança na percepção". Mas, precisamente 
por haver tanta incerteza em saber se a mudança na percepção é uma novidade 
passageira ou algo permanente, além de quais serão realmente suas 
consequências, a inovação baseada na percepção deve começarpequena e ser 
bem específica. 
4.1 Fonte: conhecimento novo 
A inovação baseada no conhecimento é a "superestrela" do espírito 
empreendedor. Ela ganha publicidade. Ela ganha dinheiro. Ela é o que as 
pessoas normalmente querem dizer quando falam em inovação. Naturalmente, 
nem toda inovação baseada em conhecimento é importante, e esse 
conhecimento não é, necessariamente, científico ou técnico (Drucker, 2001). As 
inovações sociais baseadas em conhecimento podem ter igual ou, até mesmo, 
maior impacto. 
O conhecimento pressupõe que as inovações trazidas com essa base 
sejam diferentes das demais estudadas, porque possui características tais como 
taxa de perdas, duração, predicabilidade etc. 
Drucker (2001) diz que 
as inovações baseadas em conhecimento possuem o mais longo 
tempo de espera de todas as inovações. Existe primeiro, um longo 
espaço de tempo, entre o aparecimento do novo conhecimento e ele se 
tornar aplicável à tecnológica. E, depois, existe outro longo espaço de 
tempo antes que a nova tecnologia se transforme em produtos, 
processos ou serviços no mercado. 
Antigamente, o tempo de espera para o conhecimento se tornar 
tecnologia acessível e começar a ser aceito no mercado era de 25 a 30 anos. 
Hoje esse prazo diminuiu. 
A segunda característica das inovações baseadas em conhecimento ‒ 
e a única verdadeiramente singular ‒ é que elas quase nunca se 
baseiam em um só fator, mas na convergência de vários tipos de 
conhecimento, e nem todos eles científicos ou tecnológicos. O 
computador demandou a convergência de não menos de cinco 
conhecimentos diferentes. Uma invenção cientifica, a válvula audion; 
uma importante descoberta matemática, o teorema binário; uma nova 
lógica; o conceito de design do cartão perfurado; e os conceitos de 
programa e feedback (Dornelas, 2012). 
Por certo, existem exceções. Quem quer que venha conseguir a cura do 
câncer não precisará se preocupar com "receptividade". Mas tais exceções são 
poucas. Na maioria das inovações baseadas em conhecimento, a receptividade 
 
 
010 
é um jogo. E as probabilidades são desconhecidas, e deveras misteriosas. Pode 
haver grande receptividade e, no entanto, talvez ninguém a note. E pode não 
haver receptividade, ou até mesmo uma grande resistência, embora todos 
estejam convictos de que a sociedade está esperando ansiosamente pela 
inovação. 
As demandas sobre os inovadores baseados em conhecimento são, 
portanto, muito grandes. Elas também são diferentes daquelas em outras áreas 
da inovação. Os riscos que enfrentam são também diferentes; o tempo, por 
exemplo, não está ao seu lado. Mas se os riscos são maiores, também o são as 
recompensas potenciais. Os outros inovadores podem colher uma fortuna. O 
inovador baseado em conhecimento pode esperar também pela fama. 
TEMA 5 – A IDEIA BRILHANTE (DORNELAS, 2012) 
Sempre vêm à tona, por meio da mídia, as grandes invenções e, 
consequentemente, os grandes inventores que tiveram uma ideia realmente 
brilhante. Elas estão por toda a parte: caneta esferográfica, zíper etc. Mesmo 
assim, elas contêm um grande risco e não são as mais inovadoras. 
Segundo Dornelas (2012), 
as razões, tanto para a imprevisibilidade como para a alta taxa de 
fracassos, são bastante óbvias. As ideias brilhantes são vagas e 
ilusórias. Tudo que se pode fazer pelo inovador que busca ideias 
brilhantes é dizer a ele o que fazer no caso de sua inovação, contra 
todas as probabilidades, dar certo. E, no entanto, uma economia 
empreendedora não pode altivamente rejeitar a inovação baseada em 
uma ideia brilhante. Ela deve ser apoiada e recompensada. Ela 
representa qualidades que a sociedade necessita: iniciativa, ambição e 
engenho. 
Difícil mesmo é promover o que não se compreende! Importante é não 
perder a motivação para continuar a inovar. 
5.1 Princípios da inovação (segundo Dornelas, 2012) 
Quais são os princípios da inovação? 
 Faça: 
A inovação deliberada e sistemática começa com a análise das 
oportunidades. Todas as fontes de oportunidades inovadoras devem ser 
sistematicamente analisadas e sistematicamente estudadas. 
 
 
011 
 A inovação é tanto conceitual quanto perceptual. O segundo 
imperativo de inovação é, portanto, sair para olhar, perguntar e 
escutar. Os inovadores bem-sucedidos usam tanto o lado direito 
quanto o lado esquerdo de seus cérebros. Eles deitam os olhos em 
números e em pessoas. Eles elaboram analiticamente o que a 
inovação precisa ser para satisfazer a uma oportunidade. E, aí, 
saem a campo e olham para os clientes, para os usuários, para 
saber quais são suas expectativas, seus valores, suas 
necessidades 
 Uma inovação, para ser eficaz, precisa ser simples. E tem que 
ser concentrada. Ela deve fazer somente uma coisa, já que, caso 
contrário, ela confunde. Se não for simples, não funciona. Na 
verdade, o maior elogio que uma inovação pode receber é haver 
quem diga "Isto é óbvio. Por que não pensei nisso?" 
 As inovações eficazes começam pequenas. Não são 
grandiosas. Procuram fazer uma coisa específica. É melhor que as 
inovações comecem pequenas, exigindo inicialmente pouco 
dinheiro, pouca gente e somente um mercado pequeno e limitado. 
De outro modo, não há tempo suficiente para fazer todos os 
ajustamentos e mudanças que são quase sempre necessários para 
a inovação ter êxito. 
 Uma inovação bem-sucedida visa à liderança. Se não visar, 
dificilmente ela será suficientemente inovadora e, portanto, 
dificilmente terá condições de se estabelecer. Todas as estratégias 
que visam à inovação devem conseguir a liderança dentro de um 
dado meio. Senão, elas simplesmente criarão uma oportunidade 
para a concorrência. 
 Não faça! 
 Não tente ser engenhoso demais! As inovações precisam ser 
manipuladas por seres humanos normais. Algo demasiadamente 
engenhoso, seja em design ou execução, quase certamente falhará. 
 Não diversifique; não se disperse, não tente fazer coisas demais, 
logo de início. Concentre-se! Inovações que desgarram do núcleo 
provavelmente serão difusas, permanecendo ideias e não se 
 
 
012 
transformando em inovação. Uma inovação precisa de um esforço 
unificado que a mantenha. 
 Não tente inovar para o futuro. Inove para o presente! 
Finalmente, três condições para o sucesso de uma inovação: 
1. Inovação é trabalho. A inovação torna-se um trabalho árduo, 
concentrado e deliberado, demandando muito em diligência, em 
persistência e em comportamento. Se esses itens estão em falta, 
nenhuma magnitude de talento, engenho ou conhecimento será de 
proveito. 
2. Para alcançarem êxito, os inovadores precisam valer-se de seus 
pontos fortes. Precisam estar temperamentalmente afinados com a 
oportunidade inovadora. Ela deve ser importante e fazer sentido para 
eles. 
3. A inovação é um efeito na economia e na sociedade, uma mudança no 
comportamento de clientes, de professores, de fazendeiros etc., das 
pessoas em geral, ou ela é uma mudança em um processo (na maneira 
como as pessoas trabalham e produzem algo). Portanto, a inovação 
precisa estar junto ao mercado, concentrada no mercado, guiada pelo 
mercado. 
5.2 A prática do empreendimento 
Exercer o empreendedorismo é fugir da prática, do costumeiro. Sair do 
habitual significa uma administração sistemática, organizada e deliberada. 
Significa também que o empreendedor seja determinado quanto ao seu próprio 
papel e seus compromissos. 
NA PRÁTICA 
Ao frequentar uma rede de lojas do McDonald's, analise a história dessa 
rede e as oportunidades que existiram e que foram aproveitadas para que ela 
chegasse aos nossos dias. Quantos e quais princípios de inovação foram 
utilizados?013 
FINALIZANDO 
No início, enfatizamos que teríamos alguns tópicos a serem visitados e 
analisados. Aprendemos o conceito, a prática da inovação e as estratégias da 
inovação. Assim sendo, estaremos mais fortalecidos para os demais módulos. 
Leitura obrigatória 
Não deixe de ler o livro de Trott (2015), Gestão da inovação e 
desenvolvimento de novos produtos! 
 
 
 
014 
REFERÊNCIAS 
DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. São 
Paulo: Campus, 2012. 
DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor: entrepreneurship. Prática 
e princípios. São Paulo: Thomson, 2003. 
FOSTER, R. Inovação: a vantagem do atacante. Por que empresas líderes de 
mercado perdem posições e como o contra-ataque pode ser a melhor defesa. 
São Paulo: Best Seller, 1986. 
KALTENECKER, E. Definição, motivadores, graus e dimensões da inovação: 
alguns conceitos. Disponível em: 
<https://estrategiaparatodos.wordpress.com/2013/06/25/definicao-motivadores-
graus-e-dimensoes-da-inovacao-conceitos-introdutorios/>. Acesso em: 31 out. 
2017. 
KANTER, R. et al. Inovação: pensamento inovador na 3M, DuPont, GE, Pfizer e 
Rubbermaid. Acesso instantâneo às estratégias de ponta da atualidade. São 
Paulo: Negócio Editora, 1998. 
TROTT, P. Gestão da inovação e desenvolvimento de novos produtos. São 
Paulo: Thomson, 2015. 
ZIMMER, P. et al. Barreiras para a inovação: um estudo preliminar em indústrias de 
Santa Catarina. Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e 
Sustentabilidade, 4., 2015, São Paulo. Anais... São Paulo, 2015. p. 5.

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