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Aula 06: Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Engenharia de Processos, Riscos e Perdas ENP527 Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) A logística e a gestão da cadeia de suprimentos são processos fundamentais na busca pela diferenciação nos mercados altamente competitivos dos dias atuais. Gerenciar a SC é gerenciar os processos que envolvem os parceiros ao longo do canal, no sentido de gerar valor para o cliente e seus stakeholders. A logística deve ser administrada como um esforço integrado para atingir a satisfação do cliente pelo menor custo possível. O desempenho logístico na cadeia de suprimentos refere-se ao conjunto de atividades realizadas ao longo da cadeia com o intuito de atender às necessidades do cliente. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Necessidade de um alinhamento estratégico dos processos internos e externos sincronizados e puxados pela demanda. Análise sistemática dos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades, com o intuito de estabelecer os objetivos as estratégias, assim como ações que possibilitem um aumento da vantagem competitiva perante a concorrência. O modelo SCOR se propõe a estabelecer esse alinhamento, através da definição de indicadores de referência do desempenho dos componentes do canal, permitindo um padrão de linguagem e o gerenciamento de competências entre os parceiros. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Figura – Cadeia de suprimentos integrada Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) O que significa? A sigla SCOR: Supply Chain Operations Reference Model. Em português: Modelo de Referência para as Operações da Cadeia de Suprimentos. Na prática: Modelo destinado a representar, analisar e configurar cadeias de suprimentos, através de uma abordagem de processos. Objetivos típicos. Foi projetado para auxiliar no aprendizado das organizações em relação aos processos internos e externos ao seu ramo de atuação. É considerado o primeiro modelo de referência desenvolvido para descrever, comunicar, avaliar e melhorar o desempenho da SCM. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Desenvolvido em 1996 pelo Supply Chain Council (SCC) e lançado em fevereiro de 1997, depois de ser testado em vários segmentos industriais. O SCC é uma organização global, independente e sem fins lucrativos, situada no estado do Texas, USA. Está aberta a todas as empresas e organizações interessadas em melhorar o sistema de gestão da cadeia de suprimentos. As empresas associadas pagam uma pequena taxa anual para apoiar as atividades do Conselho, tendo acesso a documentos atualizados e podendo participar e colaborar no desenvolvimento do modelo. O SCOR é reconhecido por mais de 800 empresas membros do SCC, como uma efetiva ferramenta para garantir vantagem estratégica aos parceiros de uma SC. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Para se alcançar bons resultados no gerenciamento de um negócio, é necessário que todos os processos organizacionais estejam integrados, o que pode ser bastante facilitado com a utilização de modelos de referência. Um grande número de organizações vem utilizando modelos de referência para desenhar, analisar e melhorar os seus processos de negócio. Modelos de referência são modelos genéricos considerados válidos, que podem ser utilizados como ponto de partida para uma solução, realizando-se, posteriormente, os ajustes necessários para adaptá-los à situação específica de modelagem. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Caracterização do modelo. O modelo integra conhecimentos sobre reengenharia de processos, benchmarking e análise de boas práticas. Reengenharia de processos Benchmarking Análise de boas práticas Desenho do modelo SCM Descrição do estado atual dos processos. Comparação da performance com os melhores da classe. Adaptação das melhores práticas de gestão, conducentes a resultados ao nível dos melhores. Descrição do estado futuro e definição das métricas padrão, melhores práticas de gestão e aplicações de software. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Vantagens do modelo. Suporta uma definição padrão da SCM. Estabelece uma linguagem comum que permita a comunicação entre os profissionais de SC. Fornece definições padrão para os processos chaves da SC, levando à documentação dos processos. Avalia o desempenho da operação da SC através da utilização de métricas mensuráveis, excluindo interpretações ambíguas. Suporta a melhoria contínua, provendo dados de benchmarking alinhados com o modelo, para a comparação da medição do desempenho da empresa com as melhores práticas de mercado. Fornece um modelo que pode ser utilizado em diferentes indústrias. Providencia um formato que é fácil de entender e implementar, também funcional como ferramenta de gestão. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Vantagens do modelo. Promove a transparência da cadeia, suportando o mapeamento dos fluxos de materiais e informação. Facilita uma visão global da organização, possibilitando o desenvolvimento do início ao fim. Permite obter um ponto de referência comum entre os membros da equipe e executivos. Possibilita aos profissionais da área expandir a importância da SCM para os negócios e para economia. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Abrangência do modelo. O modelo SCOR foi criado para possibilitar que as organizações comuniquem e aprendam com outras empresas dentro ou fora de seu “core business” (parte central de um negócio), de forma a poderem medir o desempenho da SC e ensaiar diferentes cenários com diferentes configurações da cadeia e dos seus processos de gestão. Assim, o modelo abrange: Todas as relações com clientes (desde a elaboração do pedido ao pagamento da fatura). Todas as transações físicas de materiais (desde o fornecedor do fornecedor até ao cliente do cliente e ainda todos os serviços inerentes). Todas as interações de mercado (desde a gestão da procura à satisfação total dos clientes). Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Figura – Modelo SCOR Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Limitações. Apesar da sua abrangência, o modelo não contempla todas as atividades e processos de negócios de uma SC, ficando fora do seu âmbito os processos de venda, marketing, desenvolvimento de produto, P&D e alguns processos de pós-venda. Também, embora estejam implícitos no modelo, não são diretamente tratadas as áreas dos recursos humanos, formação e controle da qualidade. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Processos. Com a adaptação do Modelo SCOR, as empresas estão no ponto de partida para a melhoria de desempenho da sua SC, pois essa ferramenta ajuda na obtenção dos resultados que a empresa se propõe alcançar de acordo com a formulação da sua estratégia de operação. O SCOR define a SC como um conjunto de processos de gestão: Planejar. Fornecer. Fazer. Entregar. Retorno. Toda a informação obtida permite aos gestores definir objetivos e as medidas de comparação com as melhores práticas. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Processos. Planejar: Analisa toda a cadeia, desde as compras, necessidade de recursos, necessidades dos clientes, produção até a entrega dos produtos. Nesta fase, são definidos os indicadores de desempenho e levadas em contaas normas legais aplicáveis ao setor de atividade. Fornecer: Trata da compra de suprimento, para a produção dos produtos resultantes dos pedidos dos clientes, bem como avaliação de fornecedores e gestão de contratos. Fazer: Engloba as atividades de programar e abastecer a produção para manufatura de produtos e, por consequência, suprir as necessidades do cliente. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Processos. Entregar: É o maior processo e vai desde a gestão dos pedidos, ao armazenamento, separação, faturação, expedição e distribuição de produtos acabados, incluindo a gestão de estoque de peças sobressalentes durante o ciclo de vida dos produtos. Retorno: Analisa a devolução de produtos em toda a SC, quer sejam fora de especificações, de logística reversa, ou produtos com problemas de qualidade que sejam devolvidos aos fornecedores internos ou externos. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Figura – Processo SCOR Planejar Fornecer Fazer Entregar Retorno Retorno Facilitar F o rn e c e d o re s C lie n te s Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Níveis de detalhe. O modelo apresenta quatro diferentes níveis de detalhe na sua implementação, incorporando no primeiro nível métricas estratégicas e nos seguinte níveis, métricas de desempenho. Nível 1: Definição dos processos. Nível 2: Configuração. Nível 3: Elementos dos processos. Nível 4: Implementação. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 1: Definição dos processos Medição do desempenho e comparação com a concorrência através dos múltiplos processos do SCOR referidos anteriormente. Através dos indicadores de desempenho do nível 1, define- se o âmbito de atuação do SCOR, bem como o objetivo de desempenho a ser atingido em relação a concorrência. A escolha dos indicadores-chaves de desempenho para avaliar cada SC é muito importante e deve refletir no negócio, pois além de permitirem uma correta auto avaliação do seu desempenho, devem também possibilitar a comparação de medidas da sua posição no mercado face aos seus concorrentes e até mesmo comparar com outras empresas com SC semelhantes. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 1: Definição dos processos Requisitos para escolha dos indicadores: Escolher criteriosamente. Compreender o significado e verificar se são verdadeiramente relevantes e compreensíveis para os seus utilizadores. Compreender os fatores que influenciam os resultados. Identificar processos ineficientes ou outros que necessitam de ser melhorados. Garantir que as ações não vão afetar negativamente outros processos. Monitorar os resultados. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 1: Definição dos processos Pré-transação Acessibilidade Expectativas dos clientes relacionadas à facilidade de contato e de aproximação com a empresa. Ativos/utilização Bens tangíveis Confiabilidade na segurança Confidencialidade e cortesia Segurança na transmissão de dados na negociação. Expectativas dos clientes acerca da aparência nas instalações físicas e dos funcionários. Instrumentos físicos e meios de operação divididos em internos (para movimentação e armazenagem) e externos (para transporte). Qualidade da cortesia (simpatia, educação, empatia, experiência e cortesia no atendimento). Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 1: Definição dos processos Transação Acurácia na documentação dos pedidos Acurácia ou qualidade da documentação. Capacidade de resposta Comunicação e manutenção de informações Informações sobre a situação do pedido Manuseio de materiais Informações de data de entrega, status do pedido e eventuais problemas com o pedido. Capacidade de manter os clientes informados de modo proativo. Capacidade da empresa em fornecer um serviço imediato. Capacidade da empresa de movimentar produtos, insumos, máquinas, equipamentos, ferramentas e embalagens que possam ser utilizadas na fábrica de modo eficiente, sem erros e/ou avarias. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 1: Definição dos processos Pós-transação Acompanhamento de entrega Capacidade da empresa em negociar devoluções, reparações e reposições de materiais rejeitados e/ou avariados. Apoio pós-entrega Atendimento ao usuário e tempo de resposta para solução de reclamações Avarias e produtos danificados Conformidade, consistência e qualidade do produto Percentual de avarias na carga e descarga ocasionadas durante o transporte. Percentual das reclamações atendidas na primeira solicitação e tempo de espera para a resolução dos problemas. Relacionamento com o cliente para solucionar eventuais problemas no produto e/ou serviço. Durabilidade do produto. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 2: Configuração Define as categorias de processos que podem ser componentes da SC. Configura as operações das organizações, usando os processos para evidenciar ineficiências e nivelar a cadeia, podendo analisar e avaliar o impacto de uma potencial melhoria. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 3: Elementos dos processos Identifica os elementos dos processos parametrizados no nível 2 e determinas indicadores de desempenho, para monitorizar as tarefas efetuadas durante a execução dos processos. São agrupados metas de melhoria de desempenho da SC e são definidos os elementos dos processos, desenvolvendo indicadores e procurando melhores práticas. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Nível 4: Implementação Este grau de detalhe não é abordado pelo modelo SCOR dada a especificidade de cada organização. Aqui são definidas com detalhe as tarefas de cada atividade do nível 3, que são únicas em cada organização. Só desta forma se podem definir as boas práticas a seguir, para atingir vantagens competitivas e para adaptar as condições de mudanças no negócio, focando-se nas melhorias na cadeia intra e inter-empresa e pela definição de prioridades de intervenção. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Convergência entre pensamento Lean e o modelo SCOR. Grandes benefícios para a moderna SCM. Modelo SCOR: Apoia as empresas na execução de muitas das decisões “macro” que afetam a estrutura geral das suas SC e, consequentemente, o desempenho destas. Lean: Complementa os pontos fortes do SCOR, fornecendo uma abordagem de melhoria contínua. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Tabela – Contributos do Lean ao modelo SCORAtributo Métrica (SCOR) Contributo Lean Externo Nível de confiança Total satisfação do pedido Redução de variação de processos Capacidade de resposta Lead time de satisfação do pedido Redução de tempo ocioso Flexibilidade Flexibilidade da SC Trabalho em célula; colaboração entre fornecedores Interno Custo Custos da SCM Redução de desperdícios Custos dos artigos vendidos Redução de desperdícios Recursos Utilização de recursos Redução de tempos e desperdícios Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) As empresas que estão focadas na melhoria de desempenho da sua SC têm dificuldade em comum, que é saber por onde começar. Deve aplicar-se o modelo SCOR para conhecer detalhadamente como funciona a cadeia e seguidamente pode aplicar-se a filosofia Lean, para encontrar a estratégiaa seguir, “ouvindo a voz do cliente” e, assim, identificar o que este mais valoriza. O Lean deverá ser ainda usado na identificação de problemas nos fluxos entre os elos da SC, expondo os desperdícios que inibem o desempenho da mesma. Complementariedade: Modelo SCOR: Avaliar o estado atual na SC. Lean: Encontrar o caminho para chegar lá. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) Uma importante deficiência no gerenciamento de cadeias de suprimentos é a comunicação entre seus membros, o canal é composto por empresas de diferentes segmentos, com culturas diferentes e processos diversos. Diferentes indicadores são usados para medir a performance de diferentes níveis. O modelo SCOR tem como proposta realizar essa comunicação e o equilíbrio entre os processos, através de uma linguagem e métricas padronizadas considerando as especificidades de cada SC. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) O alinhamento estratégico do modelo SCOR é na estratégia de operações. A partir desse aspecto o modelo é construído e a relação com as métricas é estabelecida. O SCOR é focado na eficiência. O ponto chave é a redução de custos e o ganho da eficiência de seus ativos. O modelo SCOR permite as empresas uma análise completa de todos os aspectos de sua SC atual, proporcionando um completo grupo de indicadores de desempenho da SC e das melhores práticas da indústria, aplicações de softwares apropriados e proporciona aos usuários uma estrutura para entendimento de onde se faz necessários aperfeiçoamentos. Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR) O modelo SCOR necessita prover uma plataforma de trabalho estratégica, de forma que incentive a formação de alianças dinâmicas. Essa sincronização requer um elevado nível de flexibilidade e agilidade no SCOR. Como o consumidor muda rapidamente de necessidades, a SC deve estar sintonizada com o mercado para acompanhar estas mudanças. O SCOR necessita de indicadores de desempenho que acompanhem a dinâmica do mercado. Referências PAIM, R.; CARDOSO, V.; CAULLIRAUX, H.; CLEMENTE, R. Gestão por processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009. SUPPLY CHAIN COUNCIL. Supply Chain Operations Reference Model: Version 10.0. Chicago: APICS, 2010. 856 p.
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