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Aula 03: Modelos de Processos Engenharia de Processos, Riscos e Perdas ENP527 Modelos de processos Unidades produtivas (bens) Fábrica petroquímica. Grande quantidade de equipamentos de grande porte, ligados entre si por tubulações e poucas pessoas na planta fabril. Fábrica de alto-falantes. Linhas de montagem manuais, com muitas pessoas lado a lado montando produtos utilizando ferramentas de pequeno porte (parafusadeiras, ferro de solda, dentre outros). Modelos de processos Unidades produtivas (serviços) Metrô. O cliente vê equipamentos e instalações de grande porte, mas quase não vê pessoas (em algumas linhas de metrô nem têm condutores nos trens). Call center. Altamente intensivo em mão-de-obra, você verá centenas de pessoas em seus postos de atendimento atendendo suas chamadas usando equipamento relativamente simples. Modelos de processos Alguns aspectos nos quais as unidades produtivas diferem uma das outras: Volume de fluxo processado. Variedade de fluxo processado. Recurso dominante. Incrementos de capacidade. Critério competitivo de vocação. Modelos de processos Volume por fluxo processado: Processos produtivos que processam altos volumes de fluxo (transporte público, fábricas de cimento, parques temáticos, usinas de álcool) e processos que lidam com baixos volumes de fluxo (costureiro de alta costura, fabricante de máquinas especiais, consultório odontológico, fabricante de satélites). Modelos de processos Variedade de fluxo processado: Processos que executam um só tipo de fluxo que percorre a mesma sequência de etapas, sem variedade (usina de aço, metrô, uma unidade de recrutamento militar, fábricas de vidro plano) e processos que lidam com uma variedade de diferentes fluxos, que requerem, cada um, uma sequência de etapas diferentes de processo produtivo (uma fábrica de moldes especiais, um personal trainer, um restaurante de luxo, um massagista terapêutico). Modelos de processos Recurso dominante: Processos que têm grande participação de pessoas em sua execução, ou seja, o recurso humano é o recurso dominante (consultoria, artesanato, serviços médicos, fabricação de equipamentos sob encomenda) e processos cujo recurso dominante é o tecnológico – máquinas, equipamentos, software (usina hidrelétrica, fábrica de alumínio, central telefônica, fábrica de papel jornal). Modelos de processos Incrementos de capacidade: Processos que só conseguem incrementar a capacidade produtiva em grandes degraus de cada vez, já que as unidades de seus recursos são de grande porte e não permitem incrementos graduais (companhias aéreas, tratamento de água, planta petroquímica) e processos que permitem que a capacidade seja incrementada de forma gradual (escritório de advocacia, alfaiataria, fabricação de móveis especiais, salão de beleza). Modelos de processos Critério competitivo de vocação: Processos que têm eminentemente vocação para ser mais eficientes, com um correspondente pior desempenho em flexibilidade (restaurante do tipo bandejão, plantas química, transporte de massa) e processos que têm mais vocação de ser flexíveis, mas que perdem em eficiência (restaurante de luxo, consultoria especializada, alfaiate sob encomenda, psicoterapia). Modelos de processos Figura – Ilustração de aspectos segundo os quais os processos se diferem Fonte: Corrêa e Corrêa (2009) Modelos de processos Embora os exemplos sejam de extremos, os aspectos mencionados podem variar continuamente entre estes extremos. Planta petroquímica: Encontra-se, simultaneamente, alto volume processado e baixa variedade de fluxo, em que os recursos dominantes são os equipamentos, com incrementos possíveis de capacidade apenas em grandes degraus. Isso resulta em uma vocação maior por ter melhor desempenho em eficiência com correspondente pior desempenho em flexibilidade. Note que estas condições correspondem à extremidade direita dos contínuos de variação. Modelos de processos Escritório de consultoria: Processa baixo volume de um fluxo bastante variado, cujo recurso dominante é o humano e os incrementos de capacidade podem ser graduais (até em homens- hora). Embora não seja um processo que vise à eficiência, é capaz de uma flexibilidade altíssima para acomodar diferentes necessidades dos clientes. Note que a descrição deste processo produtivo corresponde à extremidade esquerda dos contínuos de variação. Modelos de processos Figura – Definição de estágios do contínuo de variação de processos produtivos Fonte: Corrêa e Corrêa (2009) Modelos de processos Matriz de correlação produto-processo. Ideia original de Hayes e Wheelwright (1984). Segundo tal ideia, haveria uma correlação entre os tipos de processos produtivo que deveriam ser selecionados e as características de volume e variedade dos processos produzidos por eles. Esta correlação é ilustrada pela diagonal de “alinhamento”. Processos que teriam alinhamento entre sua vocação e as características de volume e variedade produzidas estariam colocados sobre essa diagonal. Fora dessa diagonal, ou trata-se de impossibilidade (imagine, por exemplo, um processo totalmente dedicado em fluxo contínuo processando um produto sob encomenda) ou inviabilidade (por exemplo, um processo altamente flexível – e, portanto, não muito eficiente – fazendo um produto só em altos volumes). Competir com preços seria praticamente inviável. Modelos de processos Figura – Matriz produto-processo, baseada em Hayes e Wheelwright (1984) Fonte: Corrêa e Corrêa (2009) Diagonal de “alinhamento” Modelos de processos Figura – Matriz produto-processo para operações de manufatura Fonte: Corrêa e Corrêa (2009) Tipos de processos em manufatura Processo por tarefa (Job Shop). Produção de pequenos lotes, de uma grande variedade de produtos, com variados roteiros de fabricação (sequências de etapas do processo produtivo), em geral associados com arranjos físicos funcionais (ou por processo). Os equipamentos são agrupados por função, para permitir que os fluxos percorram qualquer roteiro que seja eventualmente necessário. Não há conexão com centros produtivos. Os grupos de trabalho ou os trabalhadores ficam a cargo de produzir o produto todo, necessitando para isso ser polivalentes (pessoa que pode fazer várias atividades). Os equipamentos são, em geral, universais e muito flexíveis (lembram os aspectos essenciais do processo artesanal). Tipos de processos em manufatura Processo por tarefa (Job Shop). Exemplos: Ferramentarias (o mais experiente dos ferramenteiros é, às vezes, chamado de “mestre”, numa alusão às corporações de ofício). Fábricas de móveis de cozinha sob encomenda. Fábricas de máquinas especiais. Tipos de processos em manufatura Processo por tarefa (Job Shop). Tipos de processos em manufatura Processo em lotes (Batch). Similar ao processo por tarefa no sentido do seu arranjo físico deve ser funcional pelo alto grau de flexibilidade ainda requerida. Mas há especialização e dedicação dos funcionários aos equipamentos (não há aspecto de um grupo ou funcionário ficar responsável por todas as etapas do processo, como no job shop). Ocorrência de economia de escala (preparação de equipamentos, por exemplo). Uma vez feita a preparação do equipamento, uma “batelada” (ou lote, ou ainda batch) de produtos é feita e então enviada para a próxima etapa do processo produtivo. É usada quando a empresa tem uma linha deprodutos relativamente estabilizada de variedade alta. Tipos de processos em manufatura Processo em lotes (Batch). Exemplos: Indústrias de embalagem, indústrias químicas de especialidades, indústrias de alimentos, estamparias de montadoras de veículos, dentre outros. Tipos de processos em manufatura Processo em linha. Produção de peças discretas (em unidades) fluindo de estação de trabalho a estação de trabalho (conexas, portanto, umas às outras) numa taxa preestabelecida. As estações de trabalho são arranjadas de forma a respeitar a sequência de etapas de um processo produtivo do produto. Isso, evidentemente, só tem sentido quando os produtos são feitos em altos volumes. Tipos de processos em manufatura Processo em linha. Exemplos: Linhas de montagem de veículos, linhas de montagem de impressoras, linhas de montagem de brinquedos, linhas de montagem de eletrodomésticos, dentre outros. Tipos de processos em manufatura Processo em fluxo contínuo. Processamento de material em fluxo (não discreto) contínuo. Semelhante à produção em linha, tem seus equipamentos arranjados conforme a sequência de etapas do processo produtivo que um específico produto requer. Os equipamentos são conexos uns aos outros, em geral por tubulação ou correias transportadoras, resultando em baixos níveis de estoques em processo. Não produz grandes lotes e nem inunda a fábrica com estoques de material em processo. Estas estruturas fabris em geral são automatizadas, constituindo-se quase de uma única “máquina”, trabalhando em geral initerruptamente, de forma coerente com suas exigências de competitividade no mercado. Tipos de processos em manufatura Processo em fluxo contínuo. Sistema de produção puxada Vs. empurrada Fluxo Contínuo Tradicional (Tipo funcional) – Os trabalhadores estão separados Tipos de processos em manufatura Processos híbridos. Buscam beneficiar-se dos pontos fortes de mais de um tipo de clássico de processo (processo celular). Referências CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e de operações: manufatura e serviços – Uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2009.
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