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sindrome do imobilismo alt. sist. urinario

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História
Na década de 60, o repouso no era visto como terapêutico, tendo como objetivo poupar “a energia” do indivíduo para se restabelecer da doença. Porém, hoje, sabemos que é fundamental já na unidade hospitalar a retirada precoce do paciente do leito evitando, assim, diversas patologias associadas ao longo decúbito como úlceras de pressão (escaras) e pneumonia. 
Conceito
A síndrome da imobilidade é um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por um período de tempo prolongado. Independente da condição inicial que motivou ao decúbito prolongado, esta síndrome evolui para problemas circulatórios, dermatológicos, respiratórios e muitas vezes psicológicos.
Algumas classificações são consideradas para este tipo de restrição. Acredita-se que de 7 a 10 dias seja um período de repouso, 12 a 15 já é considerada imobilização e a partir de 15 dias é considerado decúbito de longa duração.
Para cada semana de imobilização completa no leito um paciente pode perder de 10 a 20% de seu nível inicial de força muscular. Por volta de 4 semanas, 50% da força inicial pode estará perdida.
O repouso beneficia a região lesada, mas seu prolongamento prejudica o resto do organismo.
CAUSAS
- Fatores psicológicos: depressão, demência, medo de quedas;
- Fatores sociais: isolamento social, restrição física, falta de estímulo;
- Fatores físicos: osteoporose, fraqueza muscular, insuficiência venosa, quedas.
Sintomas
O maior prejuízo ocorre principalmente nos músculos localizados na região inferior do corpo e também lombar. Além disso, quanto maior o período de imobilidade, mais força muscular é perdida. Mas os sintomas também podem variar, dependendo de quanto tempo o paciente está imóvel, podendo apresentar comprometimento da irrigação sanguínea muscular, diminuição da síntese proteica, atrofia das fibras musculares, falta de coordenação gerada pela fraqueza muscular generalizada, entre outros. Os Sintomas também podem aparecer em um ou mais sistemas do nosso corpo, como disfunções gastrointestinais, estase urinaria, problemas respiratórios e outros.
Geralmente, o sistema musculoesquelético é o mais acometido pelo imobilismo, seguido das alterações tegumentares, que promovem a formação de úlceras de pressão, especialmente em lugares com pouco tecido adiposo e nos locais de proeminências ósseas.
PREVENÇÃO
- Estimular a mobilidade
- Evitar a restrição ao leito
- Reduzir a dor e o desconforto
- Evitar a posição em flexão das articulações
- Fazer mobilização articular constante
- Hidratar sempre
Alterações no sistema Urinário
A grande maioria dos pacientes com síndrome do imobilismo é incontinente. Dados mostram que pacientes restritos ao leito têm 40% de incidência de infecção do trato urinário, sendo a infecção mais comum em pacientes institucionalizados. Os fatores que predispõe estas infecções são as incontinências urinárias, uso de fraldas geriátricas, obstrução uretral, baixa ingestão de líquidos, internação hospitalar, diminuição da capacidade renal para acidificar a urina e manter a osmolaridade. 
Efeitos no sistema geniturinário
O esvaziamento da bexiga é comprometido pelo decúbito dorsal, devido a incapacidade de gerar pressão abdominal nesta posição. Além disso, ocorre enfraquecimento dos músculos abdominais e pélvicos e restrição dos movimentos diafragmáticos. A soma desses fatores são responsáveis pela retenção urinária parcial.
Alterações no sistema urinário
• Estase da urina
• Cálculo renal
• Infecções
• Bexiga neurogênica
• Incontinência
Abordagem fisioterapêutica
É objetivo fundamental da fisioterapia a busca por meios de proporcionar um retorno das atividades da vida diária no menor tempo possível aos pacientes expostos à imobilização prolongada.
A utilização de técnicas de mobilização passiva, que devem evoluir o mais rápido possível para mobilizações ativas, se mostra fundamental na redução do tempo de imobilização no leito. A mobilização precoce diminui a incidência de TVP e tromboembolismo, além de permitir melhor oxigenação e nutrição dos órgãos internos.
O tratamento fisioterápico de pacientes com imobilização prolongada deve:
Estimular a movimentação precoce no leito e a independência nas atividades;
Estimular a deambulação;
Prevenir complicações pulmonares;
Auxiliar na resolução de patologias pulmonares já implantadas;
Promover um padrão respiratório mais eficaz;
Evitar complicações respiratórias;
Reduzir a dor;
Manter força muscular e amplitude articular;
Evitar encurtamentos, atrofias e/ou contraturas musculares;
Melhor mobilidade, flexibilidade, coordenação e equilíbrio;
Promover relaxamento;
Prevenir e tratar possíveis edemas;
Promover a reeducação postural;
Prevenção de escaras.
Além disso, existem técnicas utilizadas pela fisioterapia pélvica para o tratamento da incontinência urinária:
– Treinamento dos músculos do assoalho pélvico: através de exercícios específicos, o paciente consegue identificar os músculos e realizar o treino individualizado para a disfunção apresentada.
Eletroestimulação: utilizada no fortalecimento dos músculos de assoalho pélvico, melhorando a função urinária, aprimorando coordenação e força desses músculos e inibindo as contrações da musculatura detrusora.
Vale ressaltar que o trabalho na prevenção das complicações do imobilismo deve ser realizado por toda a equipe multidisciplinar, tendo em vista que a síndrome do imobilismo é a principal responsável pela permanência de pacientes nos leitos de hospitais.

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