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Estudo do Crescimento

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3. Estudo de Crescimento Florestal 
 
3.1. Princípios de Crescimento 
 
 A predição do crescimento e da produção de povoamentos manejados e não-
manejados é essencial para a credibilidade de um plano de manejo sustentável, tendo 
em vista que as decisões de manejo são tomadas com base na taxa de crescimento e 
na produção que estes povoamentos podem alcançar de acordo com esta taxa. 
O crescimento é a mudança em um atributo do povoamento dentro de um 
período estabelecido. Logo, crescimento é o conceito biológico da taxa de produção, 
e a produção é a colheita ou coleta com base nesta taxa, em um determinado 
período. Assim, a produção máxima que uma floresta pode atingir é o crescimento 
acumulado em um determinado período, e é a máxima produção que pode ser 
removida perpetuamente por períodos semelhantes (DAVIS e JOHNSON, 1986). 
Em termos econômicos, o crescimento são os juros que uma floresta 
apresenta ou acrescenta ao capital investido inicialmente. 
 A taxa de crescimento de uma árvore é influenciada por três fatores: internos 
ou genéticos, externos ou ecológicos e idade ou tempo. 
 O crescimento da árvore é influenciado pela capacidade genética da espécie e 
pela interação desta com o ambiente físico (fatores climáticos, edáficos, topográficos 
e de competição). Os fatores externos que influenciam o crescimento de uma árvore 
são: luz, temperatura, água, nutrientes e CO2 sendo que a quantidade disponível 
destes elementos para as plantas é regulada pela densidade do plantio. Quaisquer 
que sejam as variáveis analisadas, o crescimento potencial é afetado, tanto pela 
competição intraespecífica, quanto pela competição interespecífica. 
 A soma de todos os fatores mencionados constituem a qualidade de sítio, 
embora a competição seja o fator de menor importância, posto que ele pode ser 
controlado por tratamentos silviculturais. 
 Portanto, num povoamento sem concorrência, o crescimento não será afetado 
por práticas de desbaste, posto que as condições de crescimento não serão alteradas 
por esta prática silvicultural. Entretanto, se o povoamento se acha sob competição, o 
crescimento em altura, diâmetro, e consequentemente em volume ou peso serão 
diferentes daquele que seria esperado se as árvores estivessem crescendo livre de 
competição. Neste caso, as condições de crescimento serão substancialmente 
modificadas pelo desbaste e, ou por práticas silviculturais. 
 
3.2. Incremento e Crescimento 
 
 Crescimento é o aumento gradual das dimensões de uma árvore num dado 
período de tempo. O que cresce numa árvore em períodos sucessivos de tempo é o 
que se denomina de incremento. Tendo-se uma variável é possível obter a outra. 
 Geralmente, se conhece as tendências de crescimento em diâmetro, altura, 
área basal, volume, peso e forma de espécies de coníferas, durante seu ciclo de vida. 
Este fato se deve à existência dos anéis anuais de crescimento, característica 
intrínseca destas espécies. Entretanto, as tendências de crescimento das folhosas 
tropicais são muito pouco conhecidas, posto que estas espécies carecem de anéis de 
crescimento anuais facilmente visualizáveis. 
 Muito embora as taxas de crescimento e as atividades envolvidas no processo 
de crescimento variem substancialmente entre espécies, o padrão geral de 
crescimento é notavelmente consistente. Quando o crescimento é expresso como 
uma função cumulativa, o incremento em tamanho de uma parte da planta ou de 
toda planta assume a forma característica de uma curva sigmóide ou S (Figura 1). 
 
 V (m
3
) 
 
 
 
 
Figura 1 – Curva de crescimento de uma árvore ou povoamento. 
 Em princípio todos os processos de crescimento biológico podem ser 
descritos com o mesmo tipo de curva. Isto se refere não só ao crescimento de 
organismos inteiros mas também ao crescimento de partes do mesmo. Para o ramo 
florestal isto significa que o crescimento do volume, da altura, do diâmetro de 
árvores e de povoamentos podem ser descritos com o mesmo tipo de curva. 
 A curva de crescimento cumulativo pode ser representada analiticamente 
como uma equação na forma generalizada da curva logística de crescimento, 
denominada usualmente de Função de Chapman-Richards, da forma: 
Anos 
Y = .{1 - .exp[-.(t-to)]}
[1/(1-)]
 
em que 
 = (/)[1/(1-)] 
 =  .(1- ) 
 = 1 – (/)Yo
(1-)
 
Y = dimensão da árvore; Yo = dimensão da árvore no to; t = tempo ou idade;  = 
constante anabólica;  = constante catabólica;  = constante alométrica, e e = base 
do logaritmo natural. 
 O modelo de Chapman-Richards é derivado de considerações biológicas e 
bastante flexível na sua aplicação. O modelo foi baseado na concepção de que a taxa 
de crescimento de um organismo ou população é resultante de uma taxa anabólica 
de crescimento (metabolismo construtivo de um organismo) e uma taxa catabólica 
de crescimento (metabolismo destrutivo de um organismo). Assume-se que a taxa 
anabólica pode ser proporcional ao tamanho do organismo ou população, enquanto 
que a taxa catabólica pode ser diretamente proporcional. 
 Há muitas outras funções de crescimento e produção de emprego freqüente 
no campo florestal. 
 A curva de crescimento apresenta três fases distintas: juvenil, maturidade e 
senilidade. Durante a fase juvenil, a velocidade de crescimento da árvore aumenta 
rapidamente até atingir um valor máximo denominado de ponto de inflexão da 
curva. A partir daí, a velocidade de crescimento decresce gradualmente, na fase de 
maturidade passando por uma assíntota, e atinge um valor mínimo. Não há uma 
duração fixa para cada fase. Há um assintótico que depende da espécie (fatores 
genéticos), idade (tempo) e sítio (fatores ambientais). 
 
3.2.1. Incremento Corrente Anual (ICA) 
 
 O Incremento Corrente Anual (ICA) é a diferença entre as dimensões de uma 
árvore medidas no fim e no início de um ano de crescimento, isto é, é a expressão do 
crescimento de um ano para outro. O ponto no qual o crescimento é maximizado é 
chamado de ponto de culminação do ICA. 
 A curva do ICA é a primeira derivação da curva de crescimento. Ela ilustra a 
inclinação da curva de crescimento. A forma é semelhante à curva de Gauss 
(distribuição normal): ela tem dois pontos de inflexão e um ponto de máximo. Até o 
primeiro ponto de inflexão a curva é convexa à abcissa, pode-se chamar esta fase de 
juventude. Na fase de maturidade, entre os dois pontos de inflexão, a curva é 
côncava e depois do segundo ponto de inflexão, isto é, na fase de senilidade, a curva 
é de novo convexa. A curva do ICA é assimétrica subindo rapidamente até o 
máximo e descendo vagarosamente. 
 
3.2.2. Incremento Periódico Anual (IPA) 
 
 Incremento Periódico Anual (IPA) é a diferença entre as dimensões medidas 
no fim e no início do período de crescimento dividida pelo número de anos do 
período. Se esta diferença não é dividida pelo comprimento do período de 
crescimento, o termo empregado é incremento periódico. O IPA indica o que a 
árvore cresceu num período determinado de anos, 2, 4, 6, anos consecutivos. Dado 
de que é difícil medir o incremento corrente anual, ele é freqüentemente substituído 
pelo IPA. 
 
3.2.3. Incremento Médio Anual (IMA) 
 
 O Incremento Médio Anual (IMA) representa o acréscimo médio anual em 
qualquer idade. O IMA é obtido pela divisão do tamanho cumulativo das dimensões 
da árvore pela respectiva idade, indica o crescimento anual da árvore. 
 A representação gráfica dos incrementos em função da idade (Figura 2) 
resultam, respectivamente, nas curvas de ICA, IPA e IMA. O IMA culmina na idade 
em que se tornaigual ao ICA. 
 
 m
3
/ha/ano 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Curvas de incrementos corrente e médio anual. 
 Para os engenheiros florestais, o ponto no qual o crescimento é maximizado é 
denominado de ponto de culminação do ICA. Há também um ponto onde as curvas 
de IMA e ICA se igualam, sendo verdadeiro também para o IPA. Este é o ponto de 
máximo IMA, denominado de ponto de inflexão do IMA, ou Idade de Máximo IMA 
que em manejo florestal significa Ponto de Máxima Produtividade Física da Árvore 
ou do Povoamento, sendo um dos critérios empregados para definição da época dos 
desbastes. Para o proprietário, cujo objetivo é maximizar a produção volumétrica, a 
idade de rotação empregada tende à rotação de máximo incremento médio anual. 
 
3.3. Crescimento dos Elementos Dendrométricos 
 
3.3.1. Crescimento em Altura 
 O padrão de crescimento em altura é altamente dependente de fatores 
genéticos e ambientais (sítio). De acordo com estes fatores, a culminação do ICA 
IMA 
 
ICA 
 
Idade (Anos) 
Ponto de Máxima Produtividade Física 
pode se dar mais cedo ou mais tarde. Por exemplo, para espécies intolerantes o ICA 
culmina mais cedo que o das espécies tolerantes. Em sítio bons o ICA culmina mais 
cedo. Para árvores dominantes (posição sociológica) geralmente o ICA culmina 
mais cedo (Figura 3). 
 
 ICAh 
 
 
 
 
 Idade (Anos) 
Figura 3 - Culminação do ICA em diferentes idades. 
 O crescimento em altura é avaliado medindo-se as alturas das árvores no 
início e no fim do período de crescimento. 
 
3.3.2. Crescimento em Diâmetro 
 
 O crescimento em diâmetro é o resultado da divisão celular e do 
engrossamento das células do câmbio. Estimativas de incremento em diâmetro são 
simples para espécies que apresentam anéis de crescimento. No entanto, esta 
estimativa é extremamente difícil para maioria das espécies tropicais por não 
apresentarem anéis de crescimento distinguíveis. Consequentemente, a taxa de 
crescimento para estas espécies tem sido estimadas por meio de medições em 
parcelas permanentes. 
 Embora o padrão de crescimento em diâmetro siga a tendência sigmoidal, o 
seu incremento decresce rapidamente com o aumento da idade da árvore. A 
distribuição longitudinal das taxas de crescimento em diâmetro variam 
consideravelmente e tem um forte efeito na forma. 
 A competição com outras árvores afeta o tamanho e vigor das copas e 
consequentemente o crescimento em diâmetro. Para que se tenha o máximo de 
incremento em diâmetro, a densidade do povoamento tem que ser mantida baixa, 
tanto em termos de espécies desejáveis, quanto em termos de competição com outras 
formas de vegetação. 
 Tanto o crescimento em diâmetro, como o crescimento em altura podem ser 
avaliados de duas formas: a) medições repetidas do tamanho total feitas no início e 
no fim do período de crescimento; e b) por meio de análise de tronco, caso das 
espécies que apresentam anéis de crescimento. 
 
3.3.3. Crescimento em Altura-Diâmetro 
 
 Individualmente, a altura e o diâmetro são extremamente importantes na 
avaliação da produtividade de um povoamento. Posto que o produto final mais 
valioso é o volume ou peso, a quantidade e qualidade de fibras, ou quilocalorias 
produzida, a altura e o diâmetro têm de ser considerados juntamente. O 
conhecimento da relação altura-diâmetro é indispensável para a construção de 
tabelas de taper e tabelas de volume local ou regional. 
 As curvas de altura-diâmetro, denominadas de relação hipsométrica, podem 
ser desenvolvidas de duas formas: análise de tronco em árvores individuais, ou por 
meio de dados de parcelas temporárias e parcelas permanentes. 
 Uma vez que as variáveis altura e diâmetro são altamente correlacionadas 
com a idade, com o comportamento do crescimento altura-idade e diâmetro-idade, a 
tendência da relação altura-diâmetro é geralmente sigmoidal. Esta curva geralmente 
segue uma função matemática da forma: 
Log H = b0 + b1.(D
-1
) 
em que H = altura; D = diâmetro; b0 e b1 = coeficientes. 
 Também a idade, e a qualidade do local e densidade influenciam a relação 
altura-diâmetro de um povoamento. 
 
3.3.4. Crescimento em Área Basal 
 
 O crescimento em área basal é uma função direta do crescimento em 
diâmetro, portanto ele é avaliado por meio de medições periódicas de diâmetro. Se o 
crescimento em área basal apresentar uma tendência constante entre períodos de 
crescimento consecutivos, indica que as taxas de crescimento em diâmetro estão 
diminuindo. 
 Os mesmos fatores que favorecem o crescimento em diâmetro também 
favorecem o crescimento em área transversal. Porém, o incremento em área 
transversal é diferente do incremento em diâmetro, isto porque o incremento em área 
transversal depende de dois fatores: a) do incremento do diâmetro, e b) da área basal 
ou diâmetro inicial. 
Exemplo: 
D1 = 0 cm; D2 = 10 cm D1 = 80 cm; D2 = 90 cm 
g1 = (/4)(d1)
2
 = 0 g1 = (/4)(d1)
2
 = (/4)(80)2 = (/4).6400 
g2 = (/4)(d2)
2
 = (/4)(10)2 = (/4).100 g2 = (/4)(d2)
2
 = (/4)(90)2 = (/4).8100 
g2 – g1 = (/4).100 g2 – g1 = (/4).1700 
 
 A equação seguinte explica como o incremento em área transversal depende 
do diâmetro inicial e do incremento em diâmetro: 
Ig = gt – go = (/4).(do + id)
2
 - (/4).do
2
 
Ig = (/4).(2do.id + id
2
) 
 Se o incremento em diâmetro começa a diminuir, o diâmetro inicial (do) é 
cada ano maior e por isso o incremento em área transversal até certo ponto continua 
crescendo mesmo depois da culminação do id. O Ig culmina mais tarde que o id. 
 O incremento em área basal depende do incremento das áreas tranversais das 
árvores e do número de árvores destas. 
 
3.4.5. Crescimento em Volume 
 
 O crescimento em volume é a avaliação mais importante. Este crescimento 
pode ser avaliado pelas medições periódicas de diâmetro, altura, ou diâmetro, altura 
e forma. Os volumes no início (Vo) e no fim (Vt) são estimados pelo emprego de 
uma tabela de volume local, regional ou formal e os incrementos são calculados no 
período. 
 Para calcular o incremento em volume de uma árvore, deve-se considerar o 
incremento em diâmetro, em altura e em fator de forma. Uma equação que inclua os 
três incrementos é muito complicada. Portanto, combina-se a altura e o fator de 
forma, denominando produto entre estes fatores como “altura-forma”. Comparando-
se o volume em duas idades (Figura 4), encontra-se: 
Vo = go.fho 
Vt = gt.fht 
iv = ig.fht + ifh.go 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Representação gráfica do incremento em volume de uma árvore 
 A diferença destes dois cilindros é o incremento em volume: 
iv = ig.fht + ifh.go 
Exemplo: 
Ano 0 Ano t 
ho = 20 Ht = 25 
fo = 0,5  fho = 10 Ft = 0,6 fht = 15 
go = 0,1 gt = 0,2 
Vo = 0,1.20.0,5 = 1,0 m
3
 Vf = 0,2.25.0,6 = 3,0 m
3
 
ig = gt – go = 0,1 
ifh = fht – fho = 5 
iv = ig.fht + ifh.go = 0,1.15 + 5.0,1 = 2,0 m
3
 ou iv = Vf – Vo = 3,0 – 1,0 = 2,0 m
3
 
 
Estes exemplos mostram que: 
go.ifh 
fht 
fho 
ifh 
ig.fht 
gt 
go 
a) o incremento em volume não é igual ao produto dos incrementos ig e ifh. 
b) O incremento em volume não é proporcional ao incremento em área transversal. 
 
Comparando-se o incremento entre duas árvores ou duas parcelas durante o 
mesmo período, seria errado comparar apenas o incremento em área transversal e, 
supor que a relação entre o incremento em volume é a mesma que entre os 
incrementos em área transversal. 
Exemplo: 
Árvores A e B t=0 Árvore A t ÁrvoreB t 
ho = 20 ht = 25 h't = 25 
fo = 0,5 ft = 0,6 f't = 0,6 
go = 0,1 gt = 0,2 g't = 0,15 
Vo = 0,1.20.0,5 = 1,0 m
3
 Vt = 0,2.25.0,6 = 3,0 m
3
 
iv = 2,0 m
3
 
ig = 0,1 m
2
 
V't = 0,15.25.0,6 = 2,25 m
3
 
i'v = 1,25 m
3
 
i’g = 0,05 m
2
 
 
Este exemplo demonstra que não é suficiente analisar dois tratamentos de 
desbaste baseando-se apenas na área basal e, concluir que a relação dos incrementos 
em volume nas parcelas é igual à relação dos incrementos em área basal. 
 Pode até acontecer que a parcela com maior incremento em área basal ou a 
árvore com maior crescimento em área transversal é inferior no crescimento em 
volume. 
Exemplo: 
Árvores A e B t=0 Árvore A t Árvore B t 
ho = 20 ht = 25 h't = 25 
fo = 0,5 ft = 0,5 f't = 0,6 
go = 0,1 gt = 0,2 g't = 0,18 
Vo = 0,1.20.0,5 = 1,0 m
3
 Vt = 0,2.25.0,5 = 2,5 m
3
 
iv = 1,5 m
3
 
ig = 0,1 m
2
 
V't = 0,18.25.0,6 = 2,7 m
3
 
i'v = 1,7 m
3
 
i’g = 0,08 m
2
 
 
 Observa-se que se duas árvores tem o mesmo incremento em área transversal 
em altura e fator de forma, então aquela árvore que tem a maior área transversal 
inicial (go) automaticamente tem o maior incremento em volume. O mesmo vale 
para a área basal de povoamentos. Este fato é de grande importância na análise de 
ensaios de desbaste. 
 O incremento em volume culmina mais tarde que o incremento em área 
transversal e a seqüência das culminações é a seguinte: 
H D G V 
 
3.4. Crescimento do Povoamento 
 
 A definição dos componentes do crescimento florestal está relacionada a um 
tamanho comercial especificado e entre dois inventários sucessivos do povoamento. 
No estudo de crescimento, os termos mais aceitos são ingressos, mortalidade e corte 
(BEERS, 1962; HUSCH et al., 1993). Ingressos refere-se ao número, a área basal ou 
o volume de novas árvores que atingiram e/ou ultrapassaram o tamanho mínimo 
mensurável ou o nível de inclusão pré-estabelecido no inventário. Mortalidade é o 
número, a área basal ou o volume de árvores que morreram devido senescência, 
competição, doenças, pragas, etc. Corte é o número, a área basal ou o volume 
removidos do povoamento durante o intervalo entre o primeiro e o segundo 
inventário. A combinação de ingressos, mortalidade e corte, com o número, a área 
basal ou o volume de árvores remanescentes no final do período de mensuração 
fornecem os componentes normalmente utilizados na estimativa do crescimento 
florestal. 
 Os ingressos, a mortalidade e o incremento em diâmetro estão entre os 
poucos parâmetros que podem ser utilizados na predição do desenvolvimento de 
uma floresta natural ineqüiânea. As estimativas destes parâmetros são obtidas, 
principalmente, por meio de inventário florestal contínuo em parcelas permanentes, 
por períodos curtos ou longos. Assim, o estudo do crescimento poderá permitir o 
entendimento dos processos por meio dos quais ocorrem as mudanças em níveis de 
espécies e povoamentos. 
 
3.4.1. Crescimento Bruto e Crescimento Líquido 
 
 Quando se fala de crescimento de um povoamento, surgem espontaneamente 
dois termos: Crescimento Bruto e Crescimento Líquido. Os termos crescimento 
bruto e crescimento líquido diferem, obviamente, devido aos fatores: Mortalidade, 
Ingresso e Corte ou Aproveitamento. 
 O crescimento bruto é o acréscimo em número, área basal ou volume total do 
povoamento num período e inclui mortalidade e cortes parciais. Já o crescimento 
líquido exclui a mortalidade. Ele avalia a quantidade produzida no povoamento, 
incluindo o crescimento das árvores iniciais e o crescimento das árvores removidas 
por corte ou desbaste. 
Segundo BEERS (1962), considerando-se o número, a área basal ou o volume 
de árvores vivas no início do período de mensuração (V1), o número, a área basal ou 
o volume de árvores vivas no final do período de mensuração (V2), o número ou 
volume de árvores mortas durante o período (M), o número, a área basal ou o 
volume de árvores removidas durante o período (C), e o número, a área basal ou o 
volume de ingressos no período (I), cinco diferentes medidas de crescimento no 
período podem ser definidas pelas seguintes equações: 
1. Crescimento bruto incluindo-se Ingressos: Cbi = V2 + M + C - V1 
2. Crescimento bruto excluindo-se Ingressos: Cb = V2 + M + C - I - V1 
3. Crescimento líquido incluindo-se Ingressos: Cli= V2 + C - V1 
4. Crescimento líquido excluindo-se Ingressos: Cl = V2 + C - I - V1 
5. Mudança líquida no estoque de crescimento: Ml = V2 - V1 
Exemplo: 
 Nas medições feitas por meio de uma rede de amostras permanentes, foram 
realizadas as seguintes avaliações: 
a) O volume (V1) em 1983 foi de 310 m
3
/ha; 
b) O volume (V2) em 1988 foi de 360 m
3
/ha; 
c) O volume removido (C) por meio de desbaste ou de cortes seletivos foi de 
20 m
3
/ha; 
d) O volume de árvores mortas no período foi de 20 m3/ha; 
e) O volume de árvores que cresceram e atingiram um tamanho mensurável foi de 
15 m
3
/ha. 
Calcular Cb, Cbi, Cl, Cli, Ml. 
 
3.4.2. Aplicação em Inventário Florestal Contínuo 
 
 As definições e cálculos dos crescimentos bruto e líquido, mencionados 
anteriormente, se aplicam na condição em que os volumes são estimados por árvores 
individuais, totalizados por parcelas e convertidos para estimativas médias em geral 
por hectare. Entretanto, quando os cálculos de crescimento são feitos em nível de 
árvores individuais, caso comum em inventários contínuos (Quadro 1), HUSCH et 
al. (1993), aconselham-se aplicar as seguintes equações. 
 
Cb = Vs2 – Vs1 
Cbi = Vs2 – Vs1+ I 
Cl = Vs2 – Vs1 – M 
Cli = Vs2 – Vs1 + I – M 
Ml = Vs2 – Vs1 + I – M - C 
em que: Cb, Cbi, Cl, Cli e Ml = mesmas variáveis definidas anteriormente; Vs2 = o 
número, a área basal ou o volume das árvores remanescentes (árvores vivas nos dois 
inventários); Vs1 = o número, a área basal ou o volume inicial das árvores 
remanescentes (árvores vivas nos dois inventários), no início do período; M = 
mortalidade em número, a área basal ou o volume, no período; I = ingressos em 
número, a área basal ou o volume, no período; 
Exemplo: 
Quadro 1 – Dados de crescimento de uma parcela permanente de 800 m2, num 
período de 5 anos 
 
Árvore Primeiro 
Inventário (1983) 
 Segundo 
Inventário (1983) 
 Volume (m3) Crescimento 
sobrevivente (Vs2 
– Vs1) 
Crescimento 
Líquido 
No D H V D H V I M C 
1 5,0 10 0,0102 0,0102 -0,0102 
2 35,0 36 1,4241 1,4241 - 
3 27,0 30 0,7541 33,0 36 1,2820 0,5279 0,5279 
4 17,5 18 0,1926 21,0 24 0,3317 0,1391 0,1391 
5 19,0 22 0,3034 22,5 26 0,4483 0,1449 0,1449 
6 13,0 20 0,1147 19,0 26 0,3600 0,2453 0,2453 
7 7,5 14 0,0308 0,0308 -0,0308 
8 7,0 12 0,0263 0,0263 -0,0263 
9 24,0 28 0,5884 27,0 32 0,8057 0,2173 0,2173 
10 22,0 24 0,4130 25,5 28 0,5884 0,1754 0,1754 
11 10,0 16 0,0602 15,5 23 0,1911 0,1309 0,1309 
12 16,0 20 0,1611 20,0 26 0,3600 0,1989 0,1989 
13 20,0 24 0,3317 25,5 32 0,6914 0,3597 0,3597 
14 25,0 26 0,5454 29,0 34 1,0080 0,4626 0,4626 
15 9,0 14 0,0525 15,5 20 0,1611 0,1086 0,1086 
Total 4,9777 
(V1) 
 6,2585 
(V2) 
 0,0308 
(I) 
0,0365 
(M) 
1,4241 
(C) 
 2,7106 
(Cb) 
2,7049 
 (Cli) 
 
Cálculos: 
Crescimento bruto 
Cb = 
Cbi = 
Crescimento Líquido 
Cl = 
Cli = 
Mudança Líquida 
Ml = 
Fontes de Dados para Estudos de Crescimento, Sítio e Produção 
 
1. Parcelas Temporárias 
 
As condições atuais de uma floresta são conhecidas a partir da execução de uminventário florestal convencional, onde adota-se o uso de parcelas temporárias. Estas 
parcelas são estabelecidas e medidas em uma única ocasião para fins de avaliação do 
estoque presente. 
 Nos estudos de crescimento, sítio e produção as informações necessárias são 
obtidas sem repetição, isto é, parcelas temporárias são estabelecidas e medidas em 
povoamentos de mesma espécie e de diferentes idades. Posteriormente, as parcelas 
são agrupadas por classes de altura dominante (sítio) e curvas e tabelas são 
elaboradas para indicar o desenvolvimento médio das características do povoamento 
por idade e classe de sítio. A adoção desta técnica só se justifica em situações onde 
não há outra fonte de dados mais fidedigna. 
 
2. Parcelas Permanentes 
 
 Uma das maneiras de se conhecer as mudanças que ocorrem em uma área 
florestal, bem como seu comportamento com o passar dos anos é através de 
avaliações das características das árvores feitas em inventários repetidos. Este 
sistema de inventários foi introduzido em 1878 por GURNAUD, tendo sido aplicado 
pela primeira vez em grande escala na Suiça, por Biolley, conforme mencionou 
MEYER (1952) e estendeu-se rapidamente para outros países da Europa. Desde 
então, os inventários florestais sucessivos têm sido amplamente utilizados por 
empresas florestais e instituições florestais públicas de todo o mundo, servindo de 
base para as avaliações do desenvolvimento florestal. 
 Os inventários florestais sucessivos podem combinar o uso de parcelas 
permanentes e temporárias de várias formas: 
a) Inventário Independente – uma amostra completamente nova pode ser 
estruturada por ocasião da realização de cada inventário. Neste caso, utiliza-se 
apenas parcelas temporárias. 
b) Inventário Florestal Contínuo – as medidas de amostra são estabelecidas 
permanentemente, sendo remedidas nessa ocasião e remedidas periodicamente. 
Neste caso, utiliza-se apenas parcelas permanentes. 
c) Dupla Amostragem – na segunda ocasião, apenas uma parte das unidades de 
amostra medidas na primeira ocasião são remedidas nas ocasiões sucessivas. 
Neste caso, utiliza-se parcelas permanentes e temporárias. 
d) Amostragem com Repetição Parcial – uma parte das parcelas medidas na 
primeira ocasião são remedidas na segunda ocasião, quando, então, outras são 
tomadas. Neste caso, utiliza-se de parcelas permanentes e temporárias. 
Este sistema caracteriza-se por: 
a) Unidades de amostras de pequenas dimensões, em quantidade reduzida, 
permanentemente numeradas e uniformemente distribuídas em toda floresta. 
b) Medições e remedições precisas, tanto das características da floresta, como 
do meio ambiente. 
c) Registro individuais das árvores numeradas por meio de etiquetas. 
d) Remedição de árvores dentro de parcelas a intervalos físicos. 
e) Mesmo tratamento silvicultural nas parcelas e no restante das parcelas. 
f) Controle estatístico que permite formar um banco de dados. 
 
3. Análise de Tronco 
 
 Análise de tronco é o estudo e medição de fatias transversais extraídas a 
diferentes alturas do fuste. 
 A aplicação deste método em estudos de crescimento, sítio e produção só é 
possível quando as espécies analisadas apresentarem anéis anuais de crescimento. 
Esta forma de crescimento é característica de espécies de regiões temperadas, e 
seccionando-se o tronco transversalmente, os anéis anuais aparecem em camadas, 
possibilitando conhecer o passado das árvores e com isto prognosticar a tendência 
futura do crescimento. 
 A grande vantagem do método é que os dados são obtidos de uma única 
época e em uma única medição, evitando o longo período necessário para o método 
de medições sucessivas e também quando o povoamento está em idade avançada e 
medições periódicas não foram feitas. Todavia, a fonte de dados mais fidedigna é a 
parcela permanente. 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA FLORESTAL 
 
MANEJO FLORESTAL 
Exercícios Práticos 
 
Exercício 1 – Em uma parcela de 100 m2, cujo espaçamento inicial era de 3 x 2,5 m, foram obtidos os 
seguintes dados: 
Diâmetro (cm) Altura (m) 
6,4 7,8 
10,8 10,4 
- - 
6,4 6,5 
3,5 4,9 
5,1 6,7 
- - 
- - 
9,2 8,5 
9,9 10,5 
7,6 8,7 
- - 
- - 
10,5 10,3 
 
Pede-se calcular: 
dg e hdom, 
RESPOSTA: dg = 8,08 cm; hdom = 10,4 m 
Exercício 2 – Três anos depois a mesma parcela foi medida e apresentou um dg = 10,1 cm. Pede-se calcular o 
incremento em área transversal e em área basal. 
RESPOSTA: ig = 0,0029 m
2; iG = 0,0260 m
2 
Exercício 3 – Para um mesmo incremento em área transversal (ig = 30 cm2), calcule qual deverá ser o 
incremento em diâmetro para as árvores com diâmetros iniciais: do = 0; do = 6,18 cm e do = 12,36 cm. 
RESPOSTA: do = 0 id = 6,18 cm; do = 6,18 id = 2,56 cm; do = 12,36 id = 1,46 cm 
Exercício 4 – Considerando-se os dados abaixo: 
IDADE VOLUME/HA ICAv IMA 
8 135 - 16,88 
9 155 20 17,22 
10 176 21 17,60 
11 198 22 18,00 
12 221 23 18,42 
13 252 31 19,38 
14 282 30 20,14 
15 309 27 20,60 
16 328 19 20,50 
17 346 18 20,35 
18 363 17 20,17 
19 379 16 19,95 
20 394 15 19,70 
 
Determinar a idade de máxima produtividade física; o incremento periódico entre 15 e 20 anos, e o 
incremento periódico anual entre 15 e 20 anos. 
IP20-15 = 394-309 = 85 m
3/ha 
IPA20-15 = 85/5 = 17 m
3/ha/ano 
 
 
ICA X IMA
0
5
10
15
20
25
30
35
Idade (Anos)
IC
A
 -
 IM
A
 (m
3/
ha
)
IMA
M 
ICA
M

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