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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO GRACIELLE DE JESUS SÁ JOSÉ MORAES DA SILVA JÚNIOR MARGARETE DOS SANTOS ALVES MISSAGIA SERAFIM RODRIGUES MARQUES Análise das demonstrações econômico-financeiras da empresa EDIFICA São Mateus / ES 2017 GRACIELLE DE JESUS SÁ JOSÉ MORAES DA SILVA JÚNIOR MARGARETE DOS SANTOS ALVES MISSAGIA SERAFIM RODRIGUES MARQUES Análise das demonstrações econômico-financeiras da empresa EDIFICA Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Administração da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como requisito para obtenção de nota nas disciplinas de Matemática Comercial e Financeira, Contabilidade Aplicada à Administração, Planejamento Tributário. Professores: Alessandra Petrechi, Aroldo Salviato, Carlos Eduardo de Lima, Leuter Eduardo Cardoso Júnior, Luisa Maria Sarábia Cavenaghi, Milene Rocha Lourenço e Régis Garcia São Mateus / ES 2017 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A abertura de uma nova empresa ou de uma filial sempre traz muitas questões a serem discutidas e analisadas, pois fazê-la crescer é uma tarefa difícil. Além de todos os aparatos, ótimos recursos físicos e uma grande equipe especializada, muitas vezes é necessário o apoio externo, este se trata do governo, onde promove políticas públicas para o desenvolvimento da economia, por parte da isenção ou redução de tributos, chamados de incentivo fiscal e tributário. A empresa EDIFICA, ao publicar suas demonstrações financeiras, promoveu a oportunidade de serem analisadas e estudadas acerca dos conceitos teóricos pela Contabilidade Aplicada a Administração, Planejamento Tributário e Matemática Financeira, com o intuito de contribuir na tomada de decisão nas atividades empresarias da organização. 2 CONTABILIDADE APLICADA À ADMINISTRAÇÃO 2.1 Transparência nas demonstrações financeiras A construtora EDIFICA fundada em 21 de maio de 1983, tem como atividades o planejamento e a construção de edifícios, indústrias, centros comerciais e obras públicas. Esta organização do ramo de engenharia e construção civil, está obrigada a publicar seus demonstrativos financeiros, sendo a mesma uma Sociedade Anônima de grande porte com patrimônio líquido superior a R$ 3 milhões. A Comissão de Valores Mobiliários-CVM, por meio da Lei nº 11.638/07 tornou obrigatória a escrituração mercantil da companhia e elaboração de suas demonstrações financeiras com observância às disposições da lei das sociedades anônimas. Assim, embora não haja menção expressa à obrigatoriedade de publicação dessas demonstrações financeiras, qualquer divulgação voluntária ou mesmo para atendimento de solicitações específicas (credores, fornecedores, clientes, empregados, etc.), as referidas demonstrações deverão ter o devido grau de transparência e estar totalmente em linha com a lei vigente, sujeito a auditoria independente de auditores da CVM. As sociedades que estão obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras são as por ações (anônima e em comandita por ações), de capital aberto ou fechado, exceto as organizações com patrimônio líquido inferior a R$ 1 milhão, não estão obrigadas e a publicarem suas demonstrações financeiras, sendo obrigatório o arquivamento das mesmas na Junta Comercial (Lei 6.404/76, art. 294); as companhias fechadas, com patrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões, não estão obrigadas a elaborar e a publicar as demonstrações dos fluxos de caixa (art. 176, § 6º, da Lei 6.404/76); e aquelas companhias abertas cujos valores forem adicionados serão obrigadas a elaborar e publicar a demonstração do referido valor (art. 176, V, da Lei 6.404/76). 2.2 Diferença entre Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado A diferença fundamental entre a Demonstração de Resultado e o Balanço Patrimonial, é que o Balanço é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido no qual, expressa os bens, direitos e obrigações. Em termos de análise: no Balanço Patrimonial evidenciam-se os índices de liquidez, retorno e rentabilidade. Já à DRE é uma peça contábil estritamente econômica, ou seja, tem a função de apurar o resultado das entidades, haja vista que é composta das Receitas Operacionais, Receitas não operacionais, Receitas financeiras, Custos para as empresas industriais, comerciais e de serviços e Despesas operacionais e não operacionais. Portanto, à DRE tem função de apurar o lucro líquido ou prejuízo líquido do exercício e remete-los para conta no Patrimônio Líquido, já que às contas da DRE são zeradas no final de cada exercício, e na DRE, tem-se fundamentalmente o retrato da condição econômica da entidade. 2.3 Elaboração da Análise Vertical e Horizontal 2.3.1 Análise Vertical Partindo do ativo total da empresa em cada ano, observa-se uma estabilidade no geral do ativo, no entanto houve um declínio gradativo dos investimentos de curto prazo (ativo circulante), os quais passaram de 0,13 % em 2011, para 0,00% em 2012, e 0,01% em 2013. Nas aplicações de longo prazo (realizável e permanente), ocorreu à mesma situação, elas se encontram permanentes. Sendo evidenciada, mediante esses resultados, a preferência (ou necessidade) da empresa por ativos de longo prazo (imobilizações) em detrimento dos de curto prazo (liquidez). Como contrapartida dessa situação, é de se esperar que a empresa tenha optado também por maior participação de recursos permanentes em sua composição passiva como forma de financiar suas aplicações mais elevadas em ativos de longo prazo. BALANÇO PATRIMONIAL 2013 AV 2012 AV 2011 AV ATIVO TOTAL 9.214.357 100 9.230.789 100 9.130.626 100 ATIVO CIRCULANTE 711 0,01 460 0,00 11.868 0,13 Disponibilidades 31 0,00 33 7,17 15 0,13 Aplicações Financeiras 0 0 0 0 0 0 Valores a receber 587 0,01 300 0,00 11.432 0,13 Estoques 0 0 0 0 0 0 Outros Ativos circulantes 93 0,00 127 0,00 421 0,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE 9.213.646 99,99 9.230.329 100,00 9.118.758 99,87 Ativo Realizável a Longo Prazo 9.159.884 99,41 9.179.067 99,44 9.068.767 99,32 Ativo Permanente 53.762 0,58 51.262 0,56 49.991 0,55 Investimentos 27.139 0,29 24.135 0,26 22.360 0,24 Imobilizado 26.623 0,29 27.127 0,29 27.631 0,30 Intangível 0 0 0 0 0 0 2013 AV 2012 AV 2011 AV PASSIVO TOTAL E PATRIMONIO LIQUIDO 9.214.357 100,00 9.230.789 100,00 9.130.626 100,00 PASSIVO CIRCULANTE 14.953 0,16 15.364 0,17 27.387 0,30 Obrigações Sociais e trabalhistas 325 0,00 366 0,00 672 0,01 Fornecedores 175 0,00 600 0,01 304 0,00 Obrigações fiscais 3.526 0,04 4.688 0,05 3.697 0,04 Empréstimos e Financiamentos 0 0 0 0 0 0 Outros Passivos de Curto Prazo 10.927 0,12 9.710 0,11 22.714 0,25 Provisões 0 0 0 0 0 0 Passivo sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuados 0 0 0 0 0 0 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 5.713.832 62,01 62,01 0,00 4.774.102 52,29 Passivo Exigível a longo Prazo 5.713.832 62,01 5.441.516 58,95 4.774.102 52,29 Empréstimos e Financiamentos 1.974.073 21,42 1.801.289 19,51 1.628.926 17,84 Tributos Diferidos 1.950.442 21,17 1.950.605 21,13 1.951.922 21,38 Provisões de Longo Prazo 721.668 7,83 775.559 8,40 226.427 2,48 Outros Passivos de Longo Prazo 1.067.649 11,59 914.063 9,90 966.827 10,59 Passivo sobre Ativos não Correntes a Venda e Descontinuados 0 0 0 0 0 0 Lucros e Receitas a apropriar 0 0 0 0 0 0 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.485.572 37,83 3.773.909 40,88 4.329.137 47,41 Capital Social 2.163.400 23,48 2.163.400 23,44 1.863.400 20,41 Reservas de Capital 0 0 0 0 0 0 Reservas de Reavaliação 0 0 0 00 0 Reservas de Lucros 1.306.020 14,17 1.593.973 17,27 2.448.810 26,82 Ajustes de Avaliação Patrimonial 16.152 0,18 16.536 0,18 16.927 0,19 Lucros/Prejuízos acumulados 0 0 0 0 0 0 Participação de acionistas não controladores 0 0 0 0 0 0 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0 0 0 0 Outros Resultados 0 0 0 0 0 0 2.3.2 Análise Horizontal O ativo circulante da empresa caiu de 2011 para 2012 em 96,12%, evidenciando tamanha redução que se deu pela queda dos valores a receber. O ativo não circulante permaneceu estável com pequenas variações. Nas contas do passivo, o circulante caiu de 2011 para 2012 em 43,90% devido aos outros passivos a curto prazo ter reduzido em 57,25%, no geral a contas do passivo tiveram reduções significativas no ano de 2013 que evidência que a empresa diminuiu suas obrigações a curto e a longo prazo. O capital social teve um aumento de 16,10% de 2011 para 2012 e permanecendo o mesmo em 2013, desta forma elevando o patrimônio Líquido da empresa. BALANÇO PATRIMONIAL 2013 AH 2012 AH 2011 AH ATIVO TOTAL 9.214.357 -0,18 9.230.789 1,10 9.130.626 100 ATIVO CIRCULANTE 711 54,57 460 -96,12 11.868 100 Disponibilidades 31 -6,06 33 120,00 15 100 Aplicações Financeiras 0 0 0 0 0 0 Valores a receber 587 95,67 300 -97,38 11.432 100 Estoques 0 0 0 0 0 0 Outros Ativos circulantes 93 -26,77 127 -69,83 421 100 ATIVO NÃO CIRCULANTE 9.213.646 -0,18 9.230.329 1,22 9.118.758 100 Ativo Realizável a Longo Prazo 9.159.884 -0,21 9.179.067 1,22 9.068.767 100 Ativo Permanente 53.762 4,88 51.262 2,54 49.991 100 Investimentos 27.139 12,45 24.135 7,94 22.360 100 Imobilizado 26.623 -1,86 27.127 -1,82 27.631 100 Intangível 0 0 0 0 0 0 2013 2012 2011 PASSIVO TOTAL E PATRIMONIO LIQUIDO 9.214.357 -0,18 9.230.789 1,10 9.130.626 100 PASSIVO CIRCULANTE 14.953 -2,68 15.364 -43,90 27.387 100 Obrigações Sociais e trabalhistas 325 -11,20 366 -45,54 672 100 Fornecedores 175 -70,83 600 97,37 304 100 Obrigações fiscais 3.526 -24,79 4.688 26,81 3.697 100 Empréstimos e Financiamentos 0 0 0 0 0 0 Outros Passivos de Curto Prazo 10.927 12,53 9.710 -57,25 22.714 100 Provisões 0 0 0 0 0 0 Passivo sobre Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuados 0 0 0 0 0 0 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 5.713.832 5,00 5.441.516 13,98 4.774.102 100 Passivo Exigível a longo Prazo 5.713.832 5,00 5.441.516 13,98 4.774.102 100 Empréstimos e Financiamentos 1.974.073 9,59 1.801.289 10,58 1.628.926 100 Tributos Diferidos 1.950.442 -0,01 1.950.605 -0,07 1.951.922 100 Provisões de Longo Prazo 721.668 -6,95 775.559 242,52 226.427 100 Outros Passivos de Longo Prazo 1.067.649 16,80 914.063 -5,46 966.827 100 Passivo sobre Ativos não Correntes a Venda e Descontinuados 0 0 0 0 0 0 Lucros e Receitas a apropriar 0 0 0 0 0 0 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.485.572 -7,64 3.773.909 -12,83 4.329.137 100 Capital Social 2.163.400 0,00 2.163.400 16,10 1.863.400 100 Reservas de Capital 0 0 0 0 0 0 Reservas de Reavaliação 0 0 0 0 0 0 Reservas de Lucros 1.306.020 -18,07 1.593.973 -34,91 2.448.810 100 Ajustes de Avaliação Patrimonial 16.152 -2,32 16.536 -2,31 16.927 100 Lucros/Prejuízos acumulados 0 0 0 0 0 0 Participação de acionistas não controladores 0 0 0 0 0 0 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0 0 0 0 Outros Resultados 0 0 0 0 0 0 2.3.3 Análise da DRE Tomando-se como base dos valores na demonstração de resultado pode-se analisar que o faturamento cresceu 47,81% em 2012 comparando-se com 2011 e 93,72% em 2013 com relação 2012. Devido a uma elevada receita financeira a empresa terminou com lucro líquido no exercício em 2011, o mesmo não ocorreu nos anos subsequentes, devido a receita financeira ter reduzido em 80,86% de 2011 para 2012 e 5,58% de 2012 para 2013. No entanto no ano de 2012 teve um aumento das despesas operacionais em 1.963,15%, valor de extrema relevância que ocasionou em prejuízo líquido. No Geral a empresa estava com um resultado positivo em 2011, mas devido a um elevado valor de despesas operacionais acabou em prejuízo líquido em 2012 e 2013, no entanto no exercício de 2013 ela conseguiu reduzir seu prejuízo em 52,86% através da redução das despesas operacionais. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2013 AH 2012 AH 2011 AH (=) RECEITA DE VENDAS 5.492 93,72 2.835 47,81 1.918 100 (-) Custo dos bens e serviços vendidos (480) -4,76 (504) -0,40 (506) 100 (=) RESULTADO BRUTO 5.012 115,02 2.331 65,08 1.412 100 (-) Despesas Operacionais (106.021) -80,89 (554.905) 1.963,15 (26.896) 100 Despesas com Vendas - - - - - - Despesas Gerais e Administrativas (12.528) -51,38 (25.766) 48,52 (17.348) 100 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos - - - - - - Outras Receitas Operacionais - - - - - - Outras Despesas Operacionais (97.976) -81,55 (530.914) 4.897,31 (10.624) 100 Resultado de Equivalência Patrimonial 4.483 152,56 1.775 64,96 1.076 100 (=) RESULTADO ANTES DOS JUROS E NÃO OPERACIONAL (101.009) -81,72 (552.574) 2.068,32 (25.484) 100 (+) Receitas Financeiras 194.130 -5,58 205.607 -80,86 1.074.047 100 (-) Despesas Financeiras (488.743) -0,73 (492.359) 168,59 (183.311) 100 (=) RESULTADO ANTES IR/CSSL E DEDUÇÕES (395.622) -52,86 (839.326) -3,00 865.252 100 (-) Provisão para IR e CSLL 123.510 -56,53 284.098 -0,79 (286.346) 100 (=) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS (272.112) -50,99 (555.228) -4,09 (578.906) 100 (+) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - - - - - - (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (272.112) -50,99 (555.228) -4,09 578.906 100 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2013 AV 2012 AV 2011 AV (=) RECEITA DE VENDAS 5.492 100,00 2.835 100,00 1.918 100,00 (-) Custo dos bens e serviços vendidos 480 8,74 504 17,78 506 26,38 (=) RESULTADO BRUTO 5.012 91,26 2.331 82,22 1.412 74 (-) Despesas Operacionais 106,021 1,93 554,905 19,57 26.896 1.402 Despesas com Vendas - - - - - - Despesas Gerais e Administrativas 12,528 0,23 25,766 0,91 17.348 904 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos - - - - - - Outras Receitas Operacionais - - - - - - Outras Despesas Operacionais 97,976 1,78 530,914 18,73 10.624 554 Resultado de Equivalência Patrimonial 4,483 0,08 1,775 0,06 1.076 56,10 (=) RESULTADO ANTES DOS JUROS E NÃO OPERACIONAL 101,009 1,84 552,574 19,49 25.484 1.328,68 (+) Receitas Financeiras 194,130 3,53 205,607 7,25 1.074.047 55.998,28 (-) Despesas Financeiras 488,743 8,90 492,359 17,37 183.311 9.557,40 (=) RESULTADO ANTES IR/CSSL E DEDUÇÕES 395,622 7,20 839,326 29,61 865.252 45.112 (-) Provisão para IR e CSLL 123,510 2,25 284,098 10,02 286.346 14.929 (=) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 272,112 4,95 555,228 19,58 578.906 30.183 (+) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - - - - - - (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 272,112 4,95 555,228 19,58 578.906 30.183 Aprofundandoa análise da DRE, a mesma mostra que a empresa obteve um lucro no exercício de 2011 e amargou grandes prejuízos nos anos posteriores, devido aos resultados antes do IR/CSLL e deduções: R$ 839.326 em 2012, e R$ 395.622 em 2013, ambos negativos. Sabe-se que, não havendo lucro no exercício, conforme o ordenamento jurídico, não haveria a necessidade de efetuar os cálculos e lançamentos referentes, pois a empresa estará isenta de recolhimento dos tributos citados. 3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO O Planejamento Tributário é um conjunto de ações e estratégias com o intuito de isenção ou redução de tributos, legalmente. Os Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Programa de Integração Social (PIS), Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), são os impostos com maior índice de redução ou isenção de alíquotas. Nos estados da Federação, o imposto com redução ou total isenção: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os municípios concedem isenção ou redução sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). 3.1 Planejamento Tributário e benefícios para as empresas São diversos setores empresariais que são beneficiados pelos incentivos fiscais, tecnologia da informação, portuário, indústria da defesa, aeroespacial, exportação, dentre outros, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Há modalidades de Benefícios Fiscais: Benefício Tributário, Benefício Creditício, Benefício Financeiro; Incentivo Fiscal e Desoneração Tributária. O Benefício Fiscal é genérico, ao que tange receitas e despesas, levando não somente aos benefícios tributários, mas aos subsídios e subvenções. O Benefício Tributário se refere a incentivos fiscais que foram concedidos, e são previstos a partir de lei específica. O Benefício Financeiro, se aplica aos gastos do Estado, às subvenções sociais, conforme a Lei4.320/64, artigo 12, parágrafo 3º, Inciso I, transfere recursos às entidades privadas ou públicas que realizam atividades culturais, sociais sem fins lucrativos, para arcar com despesas de custeio. E para empresas de caráter industrial, comercial, agrícola, rural, as subvenções são para despesas de capital destinados à investimentos. A desoneração tributária, conjunto de incentivos ou regimes fiscais específicos, propiciando a redução fiscal sobre a atividade econômica da empresa. A Legislação Brasileira reconhece os tipos de isenção: Subjetiva ou pessoal, atinge um grupo específico ou ramo de produtos ou serviços, conforme a CTN, artigo 179; Objetiva ou real, atinge à coisa tributada, especificamente às empresas, generalizado ao beneficiário; Mista, atinge a coisa tributada e ao grupo específico. Os programas e incentivos fiscais variam para cada região do país, estados ou municípios, um grande exemplo é o da Zona Franca de Manaus, fundada em 1957, seu objetivo é a promoção do desenvolvimento da Amazônia Ocidental, as empresas localizadas na Zona Franca de Manaus têm isenção do IPI (Imposto sobre o Produto Industrializado), isenção da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS em operações internas, até 88% de redução no Imposto de Importação sobre aqueles insumos que forem destinados à industrialização, além de redução de 75% no IRPJ. Outro exemplo claro, são os incentivos fiscais na forma de redução dos impostos sobre a renda e adicionais não restituíveis, calculados com base no lucro sobre a exploração, para projetos de ampliação, modernização ou qualquer diversificação dos empreendimentos de pessoas jurídicas, estes incentivos são oferecidos no Nordeste pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). Existem outras formas de uma organização com o devido planejamento tributário conseguir grandes benefícios fiscais, uma dessas formas é a Responsabilidade Social. Há diversas situações que a empresa passa destinar parte de alguns impostos para programas sociais, financiando projetos para a cultura, assistência social, saúde, esporte, lazer e educação. Exemplo significativo na cultura, é o da Lei Rouanet, onde permite que empresas destinem parte de seus impostos para projetos da cultura (música, dança, teatro) para depois ser abatido no IRPJ. 3.1.1 Regimes de Tributação A empresa ao ato de fundação pode optar pelo sistema de tributos dos Imposto de Renda mais rentável, sendo o Lucro Real, Lucro Presumido, ou Simples Nacional para micro e pequenas empresas, atendendo sempre a legislação. Cabendo a qualquer regime o pagamento por meio da empresa, caso, o lucro exceder o previsto pelo sistema, aplicando-se uma porcentagem referente ao regime, sobre o excedente e somado ao IRPJ. A empresa que optar por um determinado regime só poderá alternar para outro quando completar um ano de aceite, só assim a organização poderá trocar para um regime que melhor adeque a sua realidade. 3.1.1.1 Simples Nacional O Simples Nacional, não sendo considerado um incentivo fiscal, mas, surgiu com a finalidade de facilitar a vida tributária e financeira das micro e pequenas empresas. Lançado em 30 de junho de 2007, o regime contempla as organizações com rendimento bruto anual de até R$ 3,6 milhões. O pagamento é unificado em uma única guia com todos os impostos, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), os tributos são repassados automaticamente para as contas do município, estado e União logo após o recolhimento. No entanto, as empresas optantes pelo Simples, não podem requerer quaisquer tipos de isenções fiscais. 3.1.1.2 Lucro Real O Lucro Real é indicado para grandes organizações, determinados segmentos da economia que utilizam incentivos fiscais, empresas de comércio exterior e empresas que são obrigadas legislativamente a se adequar nesse regime. Opcionalmente há o Lucro Real Anual ou Trimestral. Lucro Real Anual é adequado para as empresas que tenham faturamentos sazonais, optando pelo recolhimento mensal calculado por estimativa com base no faturamento mensal, onde poderá opcionalmente, demonstrar por meio de balanços que o imposto já pago no ano é superior ao imposto devido, ocorrendo assim a isenção ou redução do imposto em curso. Lucro trimestral é indicado para empresas com receitas lineares, lucro apurado no trimestre. Cálculo do Lucro Real: Lucro Real 15% = imposto de renda a pagar Lucro Real 9% = CSLL a pagar Receita Bruta 0,65% ou 3% (regime cumulativo) = PIS e COFINS Vantagem do lucro real: único regime de Tributação que permite o gozo de diversos incentivos fiscais estabelecido pela Legislação vigente do IR. 3.1.1.3 Lucro Presumido O Lucro Presumido é uma opção de tributação simplificada, direcionada às pessoas jurídicas, que se enquadram perante as regras para este regime, a apurar os tributos federais, segundo Souza e Pavão (2012). É usado a receita bruta da empresa para presumir o cálculo dos tributos sobre a renda (com percentuais de 1,60% a 32% sobre a receita, de acordo com a atividade da empresa). São enquadradas neste regime, empresas com receitas brutas de até R$ 78 milhões, a organização poderá deduzir do imposto devido no período de apuração o imposto devido no período de apuração o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo, RIR/99-Art.526. É vedado qualquer enquadramento de incentivos fiscais a quaisquer segmentos da economia a empresas que optarem pelo Lucro Presumido. Cálculo do Lucro Presumido: Lucro Presumido 15% = Imposto de renda presumido a pagar. Lucro Presumido 9% = CSLL a pagar Receita Bruta 0,65% ou 3% (regime cumulativo) = PIS e COFINS 4 MATEMÁTICA FINANCEIRA 4.1 Taxa de Juros Para atingir um acréscimo de 5% na conta disponibilidade e chegar ao valor de R$ 32,55 a taxa de desconto será de 21,42%, tendo como valor presente de R$ 587,00. A taxa será tratada como desconto, pois o valor futuro será menor do que o valor presente. Segue o cálculo abaixo: Valor a receber: R$ 587,00 Disponibilidade:31,00+5%=32,55 Taxa: ? % 4.2 Amortização O Sistema Francês de Amortização, também chamado de Tabela Price, seria o mais adequado, caso um empréstimo e financiamento no Passivo Circulante de 2013 tivessem que ser pagos em 5 parcelas iguais e mensais, pois este sistema tem como característica principal o pagamento com parcelas fixas (prestações iguais) sendo embutida uma amortização crescente, obedecendo uma progressão geométrica em fator do rendimento, usando juros compostos para calcular o valor das parcelas. O mutuário obriga-se a devolver o principal mais os juros em prestações iguais e periódicas, como os juros incidem sobre o saldo devedor que por sua vez decresce na medida em que as prestações são pagas, estes são decrescentes, consequentemente, as amortizações do principal são crescentes. (SAMANEZ 2002, p. 208) 4.2.1 Valor das Parcelas Considerando o PMT = 0, não haverá parcelas fixas com valores estipulados, utilizando a taxa de 1,7 a.m. Fórmula para construção da Tabela Price: 4.3 Juros Compostos É realizado um novo planejamento para o pagamento de um valor a receber no ativo circulante de 2012 que não ocorreu até dezembro de 2012, a realizar-se em junho de 2013 para a empresa, a empresa, então receberá o valor de R$ 337,85 com R$ 35,85 de juros sobre o valor inicial, segue o raciocínio: em 2012, a empresa tinha R$ 300,00 de direitos na conta valor a receber que não foram pagos, um novo acordo foi realizado com o mesmo valor a partir de janeiro a junho de 2013, totalizando 6 meses de prazo, com a taxa de juros compostos de 2% a.m., de acordo com os cálculos: C = 300,00 2%∙100 = 0,02 N = 6 meses 4.4 Juros Simples X Juros Compostos Para o empréstimo no Passivo Exigível a Longo Prazo não Circulante em 2013, a forma de pagamento mais interessante para a EDIFICA será a segunda opção com cálculos a juros compostos, pois mesmo com juros compostos, haverá uma maior compensação em um tempo de três meses menor. Cálculos abaixo: Juros simples i = 0,65% a.m. n = 8 m. Juros compostos i = 0,75% n = 5 m. 5. CONCLUSÃO O presente trabalho teve fundamental importância para o grupo que o idealizou, uma vez que, com as necessárias pesquisas e investigações, fora permitida a ampliação dos conhecimentos, compreensão e aprofundamento dos temas e assuntos pautados nas disciplinas do semestre, com a aplicação prática dos conceitos e fundamentos que norteiam juridicamente as organizações. Foi principalmente, facultada a compreensão da importância vital do planejamento, cujo foco intrínseco foi “planejamento tributário”. Observou-se que os lançamentos efetuados na planilha do IR/CSLL e Deduções, R$ 839.326 em 2012 e R$ 395.622 em 2013, foram negativos, neste caso, sabe-se que sobre os resultados negativos não há incidência de IR/CSLL, desta forma, os lançamentos foram lançados incorretamente, ou seja, não deveriam ter sido efetuados. Indubitavelmente, os objetivos propostos foram atingidos, a partir dos quais, pode-se concluir o que segue: a empresa Edifica, com a estratégia de aumentar o Market-share para solidificação no mercado, planeja abrir filial na região sul. Entretanto, os resultados financeiros expressos na DRE, não credenciam seus diretores e administradores a avançarem com o projeto. A empresa deve passar por processo de reestruturação capaz de melhorar o desempenho no mercado, diminuir, através de planejamento, a carga tributária incidente sobre suas operações e atingir liquidez dos seus empréstimos e financiamentos. Somente com saúde financeira restabelecida a empresa estará apta e motivada a empreender e abrir a filial. REFERÊNCIAS BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: REGULAMENTA A TRIBUTAÇÃO, FISCALIZAÇÃO, ARRECADAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm>. Acesso em 09 abril 2017. BRASIL. TRIBUTOS FEDERAIS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos>. Acesso em 12 abril 2017. DAMBROWSKI, Adrian; MOZER, Merris; SAMPAIO, Helenara Regina; LA TORRE, José Alfredo Pereja Gómes de. MATEMÁTICA FINANCEIRA E COMERCIAL. Londrina; Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014. NASCIMENTO, Edilson Reis do; PAIM, Wilson Moisés; MAZZOCO, Alexandre. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. Londrina; Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. POLIZEL, Gisele Zanardi; VILLALVA, Wagner Luiz; SANTOS, Willian Ferreira dos. CONTABILIDADE. Londrina; Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. SAMANEZ, C.P. MATEMÁTICA FINANCEIRA: APLICAÇÕES À ANÁLISE DE INVESTIMENTOS. São Paulo: Prentice Hall, 2002. SANTOS, Marcelo. UTILIZE INCENTIVOS FISCAIS PARA FAZER SUA EMPRESA CRESCER. Disponível em: <http://www.blog.contaazul.com/utilize-incentivos-fiscais-para-fazer-sua-empresa-crescer>. Acesso em: 16 abril 2017. SOUZA, L. R. B. de; PAVÃO A. C. A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO VISANDO À REDUÇÃO DOS CUSTOS NAS ORGANIZAÇÕES. Disponível em: <://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_19_1346771456.pdf>. Acesso em: 11 maio 2017. VERAS, Vanildo. SAIBA O QUE FAZER PARA SUA EMPRESA PAGAR MENOS IMPOSTOS. Disponível em: <http://sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=194>. Acesso em 21 abril 2017.
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