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Trabalho de Direito Penal III 1- Aplicação das Penas Privativas de Liberdade Nosso sistema existe três espécies de pena privativa de liberdade que são: reclusão, detenção e prisão simples, para as contravenções penais. Sendo a diferença entre reclusão e detenção, crimes mais graves são puníveis com pena de reclusão, reservando-se a detenção para os delitos de menor gravidade. Regimes Penais Os regimes penais podem ser classificados em: Fechado – cumpre pena de segurança máxima ou média. Semiaberto – cumpre a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em estabelecimento similar. Aberto – trabalha ou frequenta cursos em liberdade, durante ao dia ou recolhe-se em casa do albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga. Regime inicial de cumprimento de pena – de acordo com art. 11º da LEP, o juiz deverá estabelecer a sentença o regime inicial de cumprimento de pena observando o art. 33 do CP, ao qual estabelece a distinção entre pena de reclusão e a detenção. Ela integra o ato decisório final (art. 59, II do CP), no entanto essa fixação será sempre provisória, uma vez que fica sujeita a progressão ou regressão de regimes. Regime Penal de Pena de Reclusão Superior a 8 anos – inicia o seu cumprimento em regime fechado. Superior a 4 anos, mas não exceder 8 anos – o cumprimento inicia em regime semiaberto. Se for igual ou inferior a 4 anos – inicia em regime semiaberto. Sendo reincidente inicia sempre em regime fechado, não importando a quantidade de pena imposta podendo a possibilidade excepcional de o juiz conceder regime aberto ao sentenciado a reclusão, mesmo que reincidente. Regime Penal de Pena de detenção Superior a 4 anos – inicia no regime semiaberto. Igual ou Inferior a 4 anos – inicia em regime aberto. Se o condenado for reincidente – inicia no regime mais grave existente, ou seja, semiaberto. Gravidade do delito – por si só não basta para impor o regime inicial fechado, sendo necessário verificar o conjunto de circunstancias de natureza objetiva ou subjetiva previstas no art. 59 do CP, tais como grau de culpabilidade, personalidade, conduta social, antecedentes, salvo quando a pena for obrigatória para aquele regime. Progressão – evolui-se de um regime mais rigoroso para um menos rigoroso, além do bom comportamento e indispensável que ele tenha cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior, nos termos do art. 112 da LEP, não poderá passar do regime fechado para o aberto sem passar pelo regime semiaberto. Regressão – evolui-se de um regime menos rigoroso para um mais rigoroso. Estando prevista mais rigorosos, quando o sentenciado pratica fato definido como crime doloso ou fato grave, ou sofre condenação por crime anterior, cuja a pena em execução, torna incabível o regime atual (art. 118 da LEP). 2 – Aplicação das Penas Restritivas de Direitos A denominada penas restritivas de direitos, não foram muito felizes pois de todas apenas uma refere-se especificamente a “restrição de direitos” e as outra são de natureza pecuniárias e perda de bens e valores. O Espirito deste tipo de pena e evitar o cerceamento da liberdade de alguns tipos criminosos, autores de infrações penais com menor potencial ofensivo, através de restrição de alguns direitos. - Prestação de serviços à comunidade; - Limitação de fim de semana, - Quatro interdições temporárias de direitos, - Proibição de frequentar determinados lugares; - Proibição de exercício de cargo e função pública ou mandato eletivo; - Proibição do exercício da profissão ou atividade e suspensão de habilitação para dirigir veículos. Penas restritivas de direitos pecuniárias – implicam uma diminuição do patrimônio do agente ou uma prestação inominada em favor da vítima ou seus herdeiros. - Prestação pecuniária em favor da vítima; - Prestação inominada; - Perda de bens e valores; Para a substituição da pena privativa de liberdade por pena alternativa de restritiva de direitos. Requisitos Objetivos - Quantidade de pena privativa de liberdade aplicada deve ser igual ou inferior a 4 anos, no caso de condenação por crime culposo a substituição será possível independentemente da quantidade de pena imposta. - Natureza de infração penal crime cometido sem violência e grave ameaça a pessoa o crime culposo, mesmo quando perpetrado com emprego de violência, como é o caso do homicídio culposo, e das lesões corporais culposas admite substituição por pena restritiva, vedando a de violência dolosa. Requisitos Subjetivos Não ser reincidente em crime doloso, pois a nova lei veda o benefício apenas aos reincidentes em crimes dolosos. Culpabilidade, aos antecedentes, a conduta ou a personalidade e os motivos e circunstancias recomendarem a substituição. Requisitos da quantidade de pena na hipótese de concursos de concursos de crime, levando em conta o total da pena imposta quando não exceder a 4 anos. Crimes cometidos sem violência ou grave ameaça, a lei está se referindo exclusivamente a violência dolosa, não impedindo o benefício no caso de homicídio culposo e lesões corporais culposas. Condenação por roubo simples sendo a pena aplicada for de 4 anos, surgir a dúvida sobre a substituição ou não e se observar se não houve emprego de violência nem ameaça. 3 – Aplicação de Pena de Multa O código penal adotou o critério de dia multa, revogando todos os dispositivos que fixavam a pena de multa em valores expressos em cruzeiros. Como calcular o valor superando três etapas encontrando o número de dias multa o valor de cada dia multa multiplicado um pelo outro. A lei fixa um limite mínimo de 10 e um máximo de 360 dias multa e como situar o número de dias multa dentro desses limites. Devemos levar em conta a capacidade econômica do condenado, quanto mais rico maior o número de dias multas. Utilizaremos o mesmo critério para a fixação da pena privativa da liberdade, previsto no art. 68, caput partindo do mínimo levando em consideração circunstâncias previstas no art. 59 do CP, em seguida as agravantes e atenuantes, fará incidir as causas de aumento e de diminuição. A fixação do valor de dia multa e fixado com base no maior salário mínimo vigente ao tempo da infração penal, variando entre o limite mínimo de 1/3 até o salário mínimo. Sendo sua correção monetária, baseada em lei o valor do salário mínimo vigente na data do fato. Não se admitindo a extinção por valor irrisório, pois uma das características da pena e sua inderrogabilidade e a certeza de seu cumprimento. Cumulação de multa, quando a lei comina pena privativa de liberdade mais multa operada a substituição da privativa pela multa vicariante de verão ser impostas 2 multas. Não pagamento de multa substitutiva ou vicariante por devedor solvente, por não se tratar de pena restritiva de direitos não se submete as regras de conversão destas, a multa será considerada dívida de valor, estando proibida de modo expresso indiscutível a sua conversão em pena privativa de liberdade. 4- Suspensão Condicional de Pena Direito público subjetivo do réu de preenchidos todos os requisitos legais, ter suspensa a execução da pena imposta, durante certo prazo e mediante determinadas condições. Há duas posições de natureza jurídica. Direito Público Subjetivo de Sentenciado - o juiz não pode negar sua concessão ao réu quando preenchidos os requisitos legais, no entanto resta ainda alguma discricionariedade ao julgador, quando verificação do preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos, os quais devem ficar induvidosamente comprovados nos autos. Forma de Execução da Pena O instituto, na reforma penal de 1984, não constitui mais incidente da execução nem direito público subjetivo de liberdade do condenado, é medida penal de natureza, restritiva da liberdade e não um benefício. Para obtenção da suspensão condicional da pena o condenado deve preencher os requisitos descritos no art. 77 do Código Penal. Esses requisitos dividem-se: Objetivos: Qualidade da Pena Deve ser privativa de liberdade, não pode ser concedido nas penas restritivas dedireito, nem nas penas de multa a teor do art. 80 do C.P. Quantidade da Pena Não superior a 2 anos em se tratando de concurso de crimes, não se despreza o acréscimo para efeito de consideração do limite quantitativo da pena, desse modo o condenado à pena superior a 2 anos de prisão, não tem direito ao sursis. Subjetivos: Condenado não Reincidente em Crime Doloso - condenado irrecorrivelmente pela prática de crime doloso que cometeu novo crime doloso após o trânsito em julgado não pode obter os sursis doloso e doloso não penal. Hipóteses que pode: culposo doloso, doloso e culposo, contravenção penal e crime doloso, multa e doloso, entre dolosos desde que operado a prescrição da reincidência, etc. Circunstâncias Judiciais Favoráveis ao Agente - sendo assim os mau antecedentes impedem a concessão da ¨sursis¨, exige mínima culpabilidade e boa índole. Cabe ao juiz pronunciar a sua concessão a sua ou não em se tratando de pena que não exceda o teto de 2 anos. Numa nova sistemática, introduziu, portanto, duas espécies de sursis: sursis simples que é mais severo que a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva do direito, com prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana, acrescido ou não de condições estabelecidas pelo juiz e os sursis especial que é o mais benigno que a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, pois terá, o sentenciado, apenas que observar as condições estabelecidas no artigo. Pode o juiz das execuções fixar condições para o ¨sursis¨ em caso de omissão do juízo da condenação. 1ª posição pode: os partidários dessa posição entendem que, se o juiz das execuções pode modificar condições impostas pelo juiz da condenação e se o tribunal ao conceder a sursis pode delegar ao juízo das execuções a fixação dessas condições, nada impede que esse juízo também fixe condições não determinadas pela sentença. 2ª posição não pode: entende que o juízo das execuções não pode rescindir a res judicata, impondo novas condições. Revogação da ¨ sursis¨ pode ser obrigatória ou facultativa. Revogação Obrigatória O juiz está obrigado a proceder a revogação nas hipóteses: superveniência de condenação irrecorrível pela prática de crime doloso, frustação da execução da pena de multa, sendo o condenado solvente e não reparação do dano, sem motivo justificado daí ser desnecessário a sua inclusão como requisito da sursis especial e descumprimento de qualquer das condições legais do sursis simples. Revogação Facultativa O juiz não está obrigado a revogar o benefício, podendo optar por advertir novamente o sentenciado prorrogar o período de prova até o máximo ou exacerbar as condições impostas nas seguintes hipóteses: superveniência de condenação irrecorrível pela prática de contravenção penal ou crime culposo, exceto se imposta multa, dos cumprimentos das condições legais do sursis especial e do cumprimento de qualquer outra condição não alancada em lei, imposta pelo juiz. 5- Suspensão Condicional do Processo É uma forma de solução alternativa para problemas penais, que busca evitar o início do processo em crimes, cuja pena mínima não ultrapassa 1 ano quando o acusado não for reincidente em crimes doloso e não esteja sendo processado por outro crime. Além disso, deve ser observado aspectos subjetivos da personalidade do agente. Ela se aplica a qualquer procedimento, e não só no sumaríssimo. Assim em crimes não considerados pelo menor potencial ofensivo também pode ser oferecida a suspenção condicional do processo. A aceitação da proposta pelo acusado não implica em confissão, reconhecimento de culpa ou de responsabilidade. O ministério público apresenta a sua proposta para o réu, caso este aceite o juiz homologa o acordo e pode por outras condições da suspensão (após verificar sua legalidade e se a denúncia seria recebida). A decisão do juiz que impõe condições não previstas no acordo entre as partes cabe apelação. Após homologação o acusado entra num período de prova (que pode durar de 2 a 4 anos) no qual ele terá que cumprir certas obrigações impostas no acordo (como proibição de frequentar certos lugares ou comparecer mensalmente em juízo, para final ver decretada a extinção da punibilidade. Caso durante o período probatório, o acusado seja processado por um novo delito não repare o dano causado ou descumpra um dos termos do acordo o processo volta a correr normalmente. Há motivos que obrigam a revogação da suspensão (não repara o dano ou ser processado por outro crime) e outros que permitem ao juiz decidir se revoga ou não (ser processado por contravenção ou descumprir um dos termos do acordo). No entanto, uma vez que o Brasil adota o princípio da presunção de inocência (art. 5ª lVII, CF) a suspensão não deve ser revogada simplesmente em razão do acusado ser processado por outro crime. O processo não deve ser interpretado como atestado de culpa. Assim, deve ser considerada apenas a condenação transitada em julgada como fator revogação da suspensão.
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