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CARNES Desenvolvida por Profª Vera Silvia Monduzzi Murano CARNES •conjunto de tecidos, de cor e consistência características, que recobre o esqueleto dos animais. Comercialmente, denomina-se carne todas as partes dos animais que servem de alimento ao homem, inclusive as provenientes de aves, caça e peixes. •Os tecidos muscular e conjuntivo, além da gordura e, às vezes os ossos, compõem um corte de carne. Classificamos como carne, inclusive os órgãos internos chamados comumente de vísceras ou miúdos usados na alimentação. CARNES • Proteínas de alto valor biológico (PAVB), • Com quantidade variável de gordura fornecendo minerais, vitaminas •Compõe a maioria dos pratos culinários, sendo bastante apreciada pelos brasileiros ESTRUTURA Estrutura Tecido muscular: •É composto de feixes de fibras microscópicas, de forma tubular que se afinam nas extremidades. •Essas fibras variam em tamanho, tendo em média de 2,5cm a 5,0cm de comprimento. •O tamanho dos feixes musculares e a quantidade de tecido conjuntivo, que os mantêm ligados, determinam a textura da carne, que será mais macia quando as fibras apresentarem pequeno diâmetro, além dos depósitos de gordura. O tecido conjuntivo pode ser de dois tipos: •Amarelo: encontrado abundantemente nos ligamentos que unem os ossos e os órgãos, sendo constituído, principalmente, de uma proteína chamada elastina, muito flexível e de aspecto brilhante, cujo cozimento não a torna macia. •Branco: consiste de uma proteína chamada colágeno de aspecto semitransparente, encontrado em grandes proporções nos tendões (ligam os músculos aos ossos) que quando submetido a calor úmido (ensopados, refogados, cozidos) transforma-se em gelatina de consistência bastante macia. Estrutura Gordura: •Localizada geralmente entre as células do tecido conjuntivo. Os principais depósitos estão situados ao redor dos órgãos internos, entre os músculos e em volta destes, e diretamente sob a pele. A gordura proporciona sabor e suculência, além de favorecer a textura, deixando a carne mais macia quando submetida à cocção, diminui perdas de sucos por evaporação e reduz o tempo de cozimento. Geralmente a gordura de cortes suínos é mais branca e mais mole do que a de cortes bovinos. Isso em função da variedade da espécie, e tipo de alimentação do animal. Estrutura Ossos e cartilagem: •Há uma diferença tanto de coloração quanto de consistência dos ossos e cartilagem em relação à idade do animal. Os ossos de animais adultos são brancos, duros e quebradiços, já nos animais jovens, apresentam- se mais maleáveis e de tonalidade rósea. •A cartilagem “forra” as extremidades ósseas, sendo uma variedade de tecido conjuntivo. Pouco encontrada em animais velhos, pois desaparece com o desenvolvimento dos ossos, a cartilagem é flexível e macia em animais novos, e mais dura nos animais adultos. Ex: orelha de porco e peito de aves. Estrutura Composição e Valor Nutritivo •A carne é composta de proteínas, gordura, minerais, água, enzimas, carboidratos e pigmentos. A composição depende do tipo de carne, idade do animal e localização do corte. Composição Média •Proteína - 15 a 25% •Gordura - 5 a 30% •Água - 60 a 80% •Sais Minerais - 1% •Extratos nitrogenados (creatinina;creatina; purinas) e não nitrogenados São responsáveis pelo sabor característico a carne . Estão presentes em maior quantidade em carnes de animais mais velhos e carnes mais rígidas. Assim sendo, em preparações onde queremos que o sabor da carne seja mais acentuado (sopas, molhos..) devemos utilizar as carnes menos macias , geralmente consideradas de segunda. Cor da carne •A cor da carne depende das quantidades relativas de três proteínas “coloridas”, que são a deoximioglobina, responsável pelo vermelho vivo da carne fresca recém-cortada; a oximioglobina, de cor vermelho- rosada; e a metamioglobina, de cor marrom- acinzentada, Essas três substâncias pigmentadas estão em equilíbrio umas com as outras e suas quantidades podem variar de acordo com a disponibilidade de oxigênio. Maciez das carnes Pode ser determinada pela : idade, sexo e alimentação do animal, pela quantidade e deposição de gordura. As partes mais exercitadas do animal são os músculos do pescoço, pernas e quarto dianteiro que têm paredes celulares mais espessas e tecido conjuntivo mais denso, o que resulta em uma carne menos tenra. Relação ESTRUTURA E MACIEZ •Tamanho das fibras musculares: quanto maior o diâmetro da fibra, mais dura a carne. Quando o animal se exercita muito a tendência é a fibra hipertrofiada e assim a carne mais dura. • Idade do animal: quanto mais velho for o animal, maior o diâmetro da fibra ( pelo exercício) e assim mais dura a carne. •Teor de gordura: A gordura dá maciez, portanto quanto mais gordura, mais macia será a carne •Sexo: as fêmeas tem a carne mais macia pois possuem mais gordura, enquanto o macho possui mais músculo. Devemos lembrar que no mercado encontramos mais facilmente a carne de macho, pois o mesmo é abatido mais jovem e portanto a carne é mais macia quando comparada a da fêmea. Caso ambos forem abatidos com a mesma idade, a carne da fêmea é sem duvida mais macia. •Teor de tecido conjuntivo: Devido a elastina ( que não é abrandada pela cocção) podemos dizer que quanto maior a quantidade da mesma, mais dura a carne. CLASSIFICAÇAO DA CARNE BOVINA •Existe uma classificação meramente comercial, o que na verdade temos é um boi de primeira e um boi de segunda, pois se o animal foi bem cuidado, abatido de forma correta, etc.. toda sua carne será de primeira. Essa classificação comercial surgiu apenas para estipular-se o preço mais alto para as carnes mais macias e mais procuradas e um menor preço para as menos procuradas. Se todas as peças( macias e duras) tivessem o mesmo preço, somente as mais macias seriam compradas e as demais acabariam sobrando e dando prejuízo ao fornecedor. • A - Carnes de primeira: filé de costela, capa de filé, aba de filé, coxão mole (chã de dentro), coxão duro ( chã de fora), patinho, lagarto, alcatra, contra-filé, filé mignon e cupim. • B -Carnes de segunda: pescoço, paleta ou braço, acém, ponta de agulha, fraldinha, peito, músculo dianteiro e traseiro nº Corte Classificação/ Localização Média de peso da peça(kg) 1 Pescoço 2ª/D 3 2 Acém 2ª/D 10 3 Peito 2ª/D 5 4 Braço ou paleta 2ª/D 13 5 Fraldinha 2ª/T 1-1,5 6 Ponta de agulha ( costela ) 2ª/T 13 7 Filé mignon 1ª/T 2 8 Filé de costela 1ª/T 6 9 Contra filé 1ª/T 9 10 Capa de Filé 1ª/T 6 11 Alcatra 1ª/T 6 12 Patinho 1ª/T 5 13 Coxão Duro 1ª/T 5 14 Coxão Mole 1ª/T 10 15 Lagarto 1ª/T 3,5 16 Musculo diant. 2ª/D 2 17 Musculo traseiro 2ª/T 2 18 Aba de filé 1ª/T 8 19 Maminha 1ª/T 1,5 20 Picanha 1ª/T 1,2-1,7 21 Cupim 1ª/D 3 **4-Peixinho: localizado no dianteiro, fazendo parte da paleta, pesa em média 1,5 kg. É indicado para assados (inclusive recheados), carne de panela e picado. PROCESSOS PARA AMACIAR A CARNE •PROCESSOS MECANICOS : bater, moer, triturar, picar = rompem as fibras musculares. •PROCESSOS ENZIMATICOS : Enzimas que atuam sobre o tecido conjuntivo deixando-o com aspecto gelatinoso. Os amaciantes que contem essas enzimas podem ser naturais ou industrializados. Estas enzimas penetram no máximo 1 cm da superfície da carne, surtindo desta forma pouco efeito quando empregadas em pedaços grandes. PROCESSOS PARA AMACIAR A CARNE •Naturais: as mais utilizadas são a papaína (mamão verde) e bromelina (abacaxi). De acordo com a textura da carne pode ser usada na proporção de 0,5 a 2,0 % sendo 1,0% a media mais utilizada •Industrializadas: substituem o sal e contem teores de papaína para temperar e amaciar ao mesmo tempo. Normamenterecomendam que seja colocado o dobro da quantidade de sal que é de 0,8 a 1,0%. Assim sendo, a quantidade de amaciante será de 1,5 a 2,0%. No caso de usar o sal, colocamos 1,0% de amaciante. MODIFICACOES DURANTE A COCÇAO •Proteínas: As proteínas da carne se coagulam , sendo que o colágeno transforma-se em gelatina sob a ação do calor úmido e sob a ação do calor seco, a superfície fica corada. •Cor : Quando a temperatura interna da carne atinge aproximadamente 65 º C, a hemoglobina e a mioglobina( que são os pigmentos responsáveis pela cor vermelha da carne) , transformam-se em hematina, que é marrom; •Gordura: Parte dela derrete, penetrando entre os feixes de fibras musculares e tornando a carne mais macia. A perda de sucos e gordura resultam em redução de peso, modificam a maciez, suculência e aparência da carne. MODIFICACOES DURANTE A COCÇAO •Fibras: O calor provoca o encolhimento das fibras musculares, razão pela qual ocorrem perdas dos sucos da carne, dos extratos e de vitaminas hidrossolúveis; O encolhimento é maior quando a carne é preparada em calor úmido e aumenta proporcionalmente a temperatura interna quando ultrapassa 70º C, seja em calor úmido ou seco. •Sabor: As fibras encolhem e o suco é perdido, alternando o sabor da carne.A carne preparada em calor úmido perde algumas substancias extrativas que lhe dão sabor e requer mais temperos do que a carne preparada em calor seco. FATORES QUE INTERFEREM NO TEMPO DE COCÇAO DA CARNE •idade do animal, sexo , tipo de abate, composição da carne ( tecido muscular, adiposo e conjuntivo ) interferem diretamente no tempo de cocção . Além de: a) TIPO DE CALOR: o calor penetra mais rapidamente na presença de umidade, pois a água conduz melhor o calor do que o ar seco, ou seja, o TC é menor em calor umido. Em geral, a carne bovina assada em forno a 150º C fica assada ao ponto em uma hora e quinze minutos por quilo de carne desossada. b) TEMPERATURA DE COCÇAO: Temperaturas altas podem causar: encolhimento excessivo, cocção desigual, fibras musculares endurecidas, suculência decrescida e sucos perdidos em excesso. As temperaturas internas da carne usadas como indicação dos graus de cozimento são: •mal passada 550C - 650C •ao ponto 650C - 70ºC •bem passada 700C - 800C •muito bem passada 800C – 950C c) TAMANHO DO CORTE: um corte grosso leva mais tempo para ficar pronto do que um corte do mesmo peso, comprimento, largura e de pouca espessura. Isto porque o calor demora mais a atingir o centro da carne espessa. INDICAÇOES DE PREPARO X CLIENTELA • O filé mignon é a carne mais macia do boi •O cupim não é muito usado em UANs pois a melhor forma de servi-lo é assado e para tal, o TC é muito elevado •Não usar MUSCULO para moer, pois é rico em elastina que não se modifica com a cocção e assim ficam “bolinhas” rígidas •Carne moída para diretoria: molho a bolonhesa ou preparações elaboradas •Carnes de 2ª são mais utilizadas em calor úmido, pois são mais duras. MIÚDOS BOVINOS Os órgãos internos dos animais empregados na alimentação, são denominados miúdos: fígado, coração, rins, língua, bucho, miolos. O rabo do animal apesar de não órgão interno e considerado como miúdo. O modo de preparar os miúdos é determinado por suas características individuais. Alguns são mais macios , outros como a língua e o coração por serem músculos bastante exercitados são duros e necessitam de cocção através do calor úmido. MIÚDOS BOVINOS a)Coração: Devem ser retirados os pedaços de veias e artérias, lavando-o muito bem em água corrente ou mudando a água diversas vezes para que fique macio. O coração deve ser preparado em calor úmido podendo ser preparado em calor seco, sob a forma de bifes desde que seja prontamente consumido. b) Língua: Deve-se lavá-la em água morna e quando estiver macia, tirar a pele que recobre e recortar a raiz. Se for mergulhada em água fria, a pele se soltará mais facilmente. Como ela é um músculo , precisa ser preparada em calor úmido para se tornar macia. c) Fígado: Dos miúdos em geral, o fígado é o mais aceito entre a população por ser considerado mais macio.Pode ser preparado em calor seco, porem a cocção prolonga e temperaturas altas endurecem o fígado e alteram seu sabor. MIÚDOS BOVINOS d) Bucho: é o revestimento muscular do estômago, sendo lisa na parte externa e internamente tem aparência de favos de mel. O bucho fresco é sempre aferventado antes de ser vendido, mas mesmo assim é preciso cozinhá-lo novamente com grande quantidade de água. Muito utilizado para fazer dobradinha que é a preparação mais consumida. Dobradinha com feijão branco ou batatas. e) Rabo:. Deve ser cortado pelas juntas , exigindo cocção longa em calor úmido, afim de tornar-se macio. A preparação mais conhecida e consumida, que tem esse miúdo como ingrediente principal é a rabada que pode ser preparada com polenta, batata ou agrião. Por ser um miúdo com um alto fator de correção ( FC) , a preparação acaba resultando num custo muito alto e assim sendo não é indicada para a categoria de operacional, porem isso não é uma regra já que depende da verba da empresa , destinada a alimentação CARNE SUÍNA Suínos são animais de corte que incluem os porcos, porcas, leitões e leitoas,sendo esses dois últimos ( leitão e leitoa) suínos que foram alimentados só com leite até os dois meses de idade, apresentando portanto uma carne mais clara já que são abatidos mais novos. CUIDADOS NO MOMENTO DA COMPRA: Coloração rosa claro para acastanhado com estrias finas de gordura branca; Textura lisa e de aparência macia; Carne de má qualidade apresenta excesso de gordura com coloração amarela. Presença de granulações na carne (bolinhas brancas e duras), mais conhecida como “canjiquinha” presente apenas em animais doentes (cisticercose) Cortes Suínos -Paleta e Pernil : Respectivamente é a perna dianteira e traseira dos suínos. A paleta como contem mais nervos, ossos e tendões do que o pernil é mais usada na produção de embutidos. O Pernil é um dos cortes suínos mais apreciados, principalmente assado e servido fatiado com vários tipos de molhos. ( OP e ADM) . -Copa Lombo : Grelhado e espeto misto para OP e ADM. -Lombo: carne mais nobre do porco, podendo pesar até 3 kg .Assado, cortado em filés e grelhado, ou até mesmo em cubos para espetos, preparações a chinesa, etc... para ADM e DIR. Cortes Suínos - Carré: Também conhecido como chuleta, nada mais é que o lombo com osso. A melhor forma de prepara-lo é assado, podendo ser grelhado ( chuleta). A bisteca é a serragem transversal, em fatias (espessura de 1,0 a 1,5cm), das vértebras lombares correspondentes ao carré.Pode ser servido a OP e ADM. - Costela: caixa torácica do animal, também conhecida como costelinha podendo ser assada inteira no forno ou na grelha ( churrasco), assim sendo não é muito utilizada em UANs. Não confundir com costeletas que são retiradas da parte traseira da coluna vertebral. - Pés, Rabo e orelha: Comumente mais utilizados como componentes da feijoada. AVES CONTAMINAÇAO DAS AVES Estão relacionados com: doenças das aves em vida; degola incompleta ou seja, deixar resíduos de sangue que é o maior veiculo de contaminação; retirada das penas de forma inadequada; evisceração feita manualmente, onde o risco de contaminação é muito maior; refrigeração inadequada nos postos de vendas. QUALIDADE As aves novas possuem uma carne mais macia. As galinhas, por apresentarem mais tecido adiposo que o galo, são mais tenras e saborosas que os mesmos da mesma idade. As carnes de aves não são classificadas em primeira e segunda como ocorre com a carne bovina. A qualidade dependerá de fatores a serem observados antes e após ao abate: Após ao abate: •Odor repugnante(ácido); •consistência da carne sem elasticidade, pele sem brilho; •manchas esverdeadas ao redor do ânus, pescoço, abaixo do ventre e no ponto de degola. •pele machucada ou apresentando rasgos; •abdômen desproporcional; •juntas ( as asas principalmente) não flexíveis; •pés com granulações. CUIDADOS E ARMAZENAMENTO •NÃO DEVEM ser lavadas em água corrente ou escaladas antes do seu uso. •Retirar da embalagem antes de congelar. •Não comprar aves em embalagens que contenham resíduo de sangue. Refrigeradas : por um período não superior a 48 horas Congeladas inteiras (a -18ºC) sem os miúdos: até 12 meses Congeladas inteiras (a -18ºC) com os miúdos : de 2 a 3 meses Congeladas em pedaços :6 a 9 meses Miúdos congelados : 2 a 3 meses COCÇÃO Os mesmos descritos para as carnes bovinas: Não devem ser preparadas em temperaturas levadas já que isto provoca o endurecimento das proteínas, encolhimento excessivo e perdas de sucos naturais. Submetê-las a cocção em temperatura baixa e moderada, pois assim ficará uniformemente cozida, será tenra e desenvolverá melhor o sabor e resultará em uma perda menor de vitaminas e minerais. Aves tenras podem ser preparadas em calor seco, ao passo que as mais duras, velhas requerem calor úmido. Calor seco •Fritura – indicado para aves novas e gordas Frangos bem fritos tornam-se de cor marrom dourada, são tenros e não tem manchas vermelhas ou róseas interiormente. Ideal é fritar todos de uma vez, em temperatura moderada, virando os pedaços para cozimento uniforme. •Assado – indicado para as aves gordas •Grelhado: indicado para aves novas. Calor úmido Usado para aves abatidas com mais idade , que precisam de cozimento longo e lento para amaciar o tecido conjuntivo. Quando assim preparada, a carne perde em aroma e valor nutritivo, mas pode ser aproveitada para molhos e sopas. A canja é de galinha, justamente porque a galinha é mais dura e portanto tem mais extratos e assim o caldo fica com mais sabor quando comparado a uma canja feita com um frango novo. Devemos ter o máximo de cuidado quando colocamos uma preparação de aves em calor úmido no cardápio, já que a apresentação nem sempre é a mais atrativa. Calor misto Este método aproveita o calor seco para dourar e o calor úmido para amolecer e hidratar. Geralmente aves levadas ao forno e regadas com algum tipo de liquido ( cerveja, vinho, suco de laranja, etc...) tem um bom resultado final e excelente aceitação.
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