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Carnes Valor nutritivo das carnes Proteínas de alto valor biológico (carnes apresentam 20% ou mais do seu conteúdo em proteínas); Gorduras (5 a 30%) – carnes gordas ou magras; Vitaminas do complexo B; Vitamina A; Minerais (ferro, cálcio, fósforo, zinco, magnésio, sódio e potássio); Ferro heme: boa disponibilidade; Digestibilidade das proteínas da carne: 87%; Digestibilidade das gorduras: 96%; OBS: O ovo apresenta a melhor digestibilidade, próximo a 100%; Proteínas da carne Proteínas mais importantes: tecido muscular; Matéria contrátil: miosina (50-60%) e actina (15-30%); Formada por duas cadeias idênticas de peptídios na forma de alfa-hélice e uma “cabeça”. Essas cadeias juntas são torcidas formando uma dupla hélice; OBS: Miosina: Proteínas dos tecidos conjuntivos Constituído por duas proteínas fibrosas que determinam a textura da carne; Colágeno e elastina; Encontradas em cortes de carne da parte da cabeça, pescoço, patas; Principal constituinte dos tendões; Solúvel em água; O produto de sua hidrólise (água e calor) é a gelatina; Aminoácido deficiente: triptofano; Aminoácidos em maior presença: arginina, hidroxiprolina, hidroxilisina e prolina; Colágeno (tecido conjuntivo branco): Carnes Constituinte dos ligamentos; Resistente à degradação química e enzimática; Elastina (tecido conjunto amarelo): Transformações pós-abate No momento que o animal é abatido ele contém glicogênio na sua musculatura; Circulação de ATP; Capacidade de retenção de água elevada; Tecido maleável; Após 24-48h do abate; Nesse momento ocorre rigidez calavélica; Reserva de glicogênio foi consumida; Baixa quantidade de ATP circulando; Musculatura contrai e não há mais ATP para relaxar; Processo anaeróbio – alta produção de ácido lático; Baixa capacidade de retenção de água – tecido muscular rígido; Pré-rigor: Rigor mortis: Esse animal se torna inviável para o consumo; pH baixo pela produção de ácido lático; Enzimas que causam desnaturação proteica; Reestabelecimento – tecido muscular novamente maleável (ação do pH e enzimas proteases); Essa carne está própria para o consumo; Pós-Rigor: Carnes Cor da carne Hemoglobina– pigmento sanguíneo; Mioglobina que dá a pigmentação vermelha da carne – pigmento muscular (80 a 90% do total); A intensidade varia em diferentes músculos de um mesmo animal ou entre mesmos músculos de diferentes animais, conforme: raça, idade, alimentação e espécie; Proporção igual de mioglobina e oximioglobina; Pigmentação: Tecido animal vivo: Proporção maior de oximioglobina do que mioglobina; Tecido animal post-mortem: Após 3 dias; Proporção maior de mioglobina do que oximioglobina; Mioglobina oxida e transforma em metamiolgobina (coloração marrom); Tecido post-mortem: Carnes Tratamento da carne imediatamente após o abate Manter em temperaturas entre 7 a 10°C (24 a 48h antes de congelar ou manipular) para que não haja muito encurtamento da carne, o que aumenta a dureza (ocorre proteólise por meio das enzimas proteolíticas naturais da carne – maturação); Acima ou abaixo disso: máximo encurtamento; Manter as peças de carnes (em açougues) na posição vertical, para que os músculos fiquem alongados e não sejam distendidos; Quanto maior o tempo de maturação (processo de pós-rigor mortis), mais macia será a carne. O trabalhoso é o controle microbiológico; No processo de maturação: adição de nitrato que, pela ação das bactérias, se transforma em nitrito (pigmento róseo); Agentes amaciadores Auxiliam no processo de maturação ou amaciamento da carne quando compramos; Uso doméstico: batedor de bifes; Uso industrial: equipamento amaciador; Enzimas naturais. Ex: papaína (mamão, melhor verde); bromelina (abacaxi); Enzimas industrializadas: Cuidado com a quantidade para que não haja desorganização excessiva das fibras e a carne se torne com textura friável. Ex: textura do fígado; Vinha d’alhos (temperos + vinagre ou vinho); O pH ácido da vinha d’alhos pode provocar desnaturação das proteínas; Ação mecânica: Ação enzimática: Ação química: Carnes Maturação seguida de embalagem a vácuo Para carnes desossadas, em peças ou cortes; Embalagem a vácuo, mantida sob refrigeração sob refrigeração (até 4°C), podendo ser conservado por até 60 dias; Protege a carne de microrganismos e variações de umidade, conservando a coloração vermelha sem alterar o sabor e o valor nutritivo; Gordura Geralmente localizada ao redor dos órgãos internos, entre os músculos, em volta dos músculos e diretamente sob a pele. Gordura: melhora o sabor, a suculência, a maciez da carne após cocção reduzindo o tempo de cocção e, diminui perdas de sucos por evaporação; Ossos e cartilagem Animal mais velho: ossos mais duros; Animal mais novo: ossos mais maleáveis, com tom róseo; Formam as extremidades dos ossos (variedade de tecido conjuntivo). Ex: peito de aves, orelha de porco, extremidade osso da coxa de frango; Pouco encontrada em animais velhos devido ao desenvolvimento dos ossos, sendo nestes, mais duras; Cartilagem: Estrutura e maciez da carne Maciez: determinada pelo sexo (fêmeas mais macias) e idade do animal (jovens são mais macios); Partes mais rijas do animal: músculos do pescoço, das pernas e do quarto dianteiro. Apresentam gosto mais acentuado, devido a maior quantidade de extratos; Carnes Pré-preparo Atenção para os cuidados higiênicos para manipulação da carne; Descongelamento: sob refrigeração; Utilizar tábua de etileno; Faca bem afiada (pois se a faca não estiver afiada causa uma desorganização das fibras musculares); Retirar as nervuras e gorduras (considerar IPC); Atenção para o corte (sentido transversal das fibras); Atenção ao tamanho e quantidade estipulada (per capita); Portaria n° 5, de 8 de novembro de 1988 – regulamenta os cortes de carne bovina); Limpeza e corte de carnes: Cortes de carne Fatiamento em sentido transversal às fibras; Não remover totalmente a gordura; Atentar para espessura de 1,0 a 1,5 cm; Conforme tipo de corte, os bifes recebem diferentes denominações e tempos de fritura variáveis; O corte deverá obedecer e um mesmo padrão de tamanho e formato (apresentação e cocção uniforme); Principais tipos: Picadinho: cubos de aproximadamente 2 cm; Brochette ou espeto: cubos de aproximadamente 3cm; Gouslach: cubos de aproximadamente 4cm; Iscas: tiras de aproximadamente 5 cm de comprimento e 1 cm de largura; Bifes: Picados: Carne Bovina Atentar para condições ideais de refrigeração e conservação (superfície de contato, risco de contaminação e deterioração); Deverá ser moída no ato da compra; Uso em diversas preparações: hambúrgueres, almôndegas, bolinhos, recheios de massas (pastéis, rocomboles, quibes); Moída: Cortes bovinos Resultam da subdivisão da meia- carcaça em traseiro e dianteiro, por separação entre a quinta e a sexta costelas; O quarto dianteiro corresponde à porção anterior (cranial) da meia- carcaça e o quarto traseiro à posterior (caudal); Quartos dianteiro e traseiro: Pescoço: um dos cortes com maior teor de gordura; Acém: corte do lombo do boi, considerada dura e gordurosa; Peito: constituído de músculos e fibras duras; Braço, pá ou paleta: corte formado por músculos, com nervos e gorduras. Dividido em peixinho, raquete, miolo da paleta; Músculo: corpo formado por músculos, logo abaixo do braço, de consistência rija; (músculo dianteiro possui mais tecido conjuntivo e é mais barato que o músculo traseiro); Cupim: corte com bastante gordura; Cortes quarto dianteiro: Carne Bovina OBS: Tutano – substância rosada, mole e gordurosa que se encontra dentro dos ossos longos. Antes de consumi-lo, verificar a coloração: deverá ser rosado, sem manchas acinzentadas e com odor suave; Fraldinha: corte pequeno, fibras longas; Ponta de agulha: constituída pelas últimas costelas. Músculos duros, fibras grossas e compridas; Filé mignon: corte macio, magro,localizado ao longo do dorso do animal; Filé de costela: corte anterior ao filé. Utilizado para ensopados; Contra-filé: corte macio, gorduroso, forma arredondada, localizado ao longo da parte externa da coluna vertebral; Capa de filé corte com textura desigual e apresenta nervuras; Alcatra: corte macio, alongado e fibras curtas; Cortes quarto traseiro: Patinho: corte macio, porém menos que alcatra; Coxão duro ou chã de fora: corte correspondente ao músculo da coxa, grande e fibroso; Coxão mole ou chã de dentro: corte correspondente ao músculo interior da perna, arredondado, fibras curtas e mais macio; Lagarto: parte da coxa do boi, apresenta fibras longas; Músculo traseiro: corte formado por músculos, logo abaixo da coxa, consistência rija; Maminha de alcatra: corte macio, pequeno; Picanha: corte macio, gorduroso; Carne Bovina Classificação carnes São classificadas assim pela quantidade de tecido conjuntivo e não pelo valor nutritivo; pela localização no boi; Classificação quanto ao teor de gordura; Cortes de carne magra: teor calórico proveniente de gordura <50% do valor calórico total; Cortes gordurosos: teor calórico proveniente de gordura >50% do valor calórico total; Carne de primeira e segunda: Carne magra ou gorda: Cortes de Vitela A carne de vitela é proveniente do novilho menor de 6 meses de idade; Vitela de leite: em geral animais machos, abatidos a partir de 20 dias de vida; Vitela de confinamento: alimentados com forragem nos pós-desmame; Carne mais escura e menos macia; Cocção nas carnes Desnaturação: aumenta o valor nutritivo Reação de Maillard: reduz o valor nutritivo; Carne Bovina A escolha do método de cocção e tipo de calor varia principalmente conforme as características do corte escolhido: teor de gordura, quantidade de tecido conjuntivo; OBS: Adição de sal – promove sabor e maciez da carne (se acrescentado em torno de 0,8% do PL da carne); em excesso provoca desidratação (textura mais rija); Excesso de cocção (calor seco): provoca combustão da creatinina e das gorduras, com produção de aminas heterocíclicas e de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos; Temperatura ideal: 100°C (calor seco) e 120°C (calor úmido sob pressão); Temperatura no centro geométrico da carne para garantir segurança microbiológica: 74°C; Outras preparações Ligeiramente salgada e exposta ao sol forte; Secagem rápida e formação de crosta (mantém suculência e maciez); Tipo de preparo: Grelhar ou fritar; Carne de sol: Carne Bovina Retalha-se a carne, esfrega-se com sal; Empilhada em local seco, é exposta ao sol para desidratar; As pilhas são trocadas de posição para favorecer desidratação; Tipo de preparo: Cozido até quase desmanchar; Obtido pelo cozimento das cartilagens e dos tendões das patas de bois e porcos; Tipos de preparo: cozido, na forma de caldo ou geleia; É a medula dos ossos (fêmur e tíbia); Tipos de preparo: ingrediente de molhos e acompanhamentos; Preparação: Ossobuco (osso + músculo); Carne seca: Mocotó: Tutano: Miúdos para aves e víscera para boi, vitela e porco; São órgãos dos animais; Possuem elevado valor nutritivo; Baixo custo; Elevado teor de colesterol; Ex: fígado, língua, dobradinha, rim, coração, miolo; Miúdos ou vísceras Carne Suína Cortes suínos Pernil: toda a parte traseira, exceto pé; Joelho ou jarreta: logo acima do pé; Pé: apreciados na culinária francesa (pieds de porc) e irlandesa. No Brasil, é ingrediente da feijoada; Cabeça: inteira com língua e miolos ou cortada ao mio ou em preparações de patês; Toucinho: envolve o dorso, abaixo do couro; Bacon: toucinho defumado; Preparações Requer atenção durante o preparo: tendência a ficar ressecada; A carne bovina é suculenta. Já a suína é mesmo suculenta, mas possui um número maior de cortes com gordura que acaba dando suculência a carne; No pré-preparo deixar o tempero “apurar” mais (dificuldade para apurar o tempero); Embutidos Processos: secagem, defumação, cozimento e maturação para apurar o sabor; Bacon: gordura do peito do porco, defumado e cortado em fatias; Panceta (bacon italiano): barriga do porco salgada, temperada e seca por 3 meses; Carne Suína Paio: lombo de porco com pimentar doces e picantes, sal, alho e vinho branco seco. Após marinar, é envolvido no peritônio do porco, pendurado até secar; Mortadela: carne de porco, vaca e/ou vitela e toucinho fortemente condimentados; Presunto: perna traseira do porco, salgada e defumada (cozido); Presunto de Parma: salgado e curado por 1 a 2 anos; ·Salsicha: carne de porco e/ou vaca ou vitela, temperada; ·Salame: carne de porco ou misturas de carnes com temperos; ·Chouriço: mistura de carne de porco e/ou sangue, pimentão, alho, cravo e vinho. Após marinar, são colocadas nas tripas e defumadas; Aves Apresentam conteúdo proteico semelhante às outras carnes; Menor quantidade de tecido conjuntivo; Menos gordura (mais fácil digestão); Sabor e odor característicos; Pré-preparo de aves Descongelar no frio; Para aves adquiridas vivas: Abate: destroncamento do pescoço ou degola (aproveitamento do sangue); Depenagem: evitar mergulhar a ave em água quente quando se quer utilizar a pele; Evisceração; Corte ou desossa conforme preparação; OBS: Amaciamento: Utilização de vinha d’alhos (vinagre ou vinagre, alho, outros condimentos), cobrir e deixar sob refrigeração; Cortes Aves Cocção de aves Calor seco: cortes mais gordos ou cortes magros com gordura; Calor úmido: todos os tipos de cortes, em especial os magros; Sob pressão: cuidado com cortes mais macios, para não desmanchar; Tempo de cocção: varia conforme tamanho e idade do animal; Retirada da pele: reduz quantitativo de gorduras. Não forma crosta crocante em preparações assadas, por exemplo; Superalimentar o animal; Questões éticas; OBS: Ganso: foie gras Pescados Consumo de pescados no Brasil: quatro vezes menor do que o de carne bovina; Fonte de proteínas de alto valor biológico e digestibilidade em torno de 94-97%; Fonte de ácidos graxos ômega 3; Seleção Aquisição para UANs: de preferência congelados, dada a sua perecibilidade Aquisição de pescados frescos: apenas quando há conhecimento das condições de fornecedor e da existência de monitoramento de boas práticas; Olhos brilhantes; Escamas bem aderidas; Guelras vermelhas e odor típico; Músculos resistentes à pressão dos dedos; Ventre alinhado ao corpo, não podendo estar abaulado; OBS: Pescados de qualidade: Pré-preparo Peixes com cartilagem: corte transversal para o preparo em postas (geralmente recomendado calor seco). Ex: cação, pintado; Remoção do exoesqueleto (recomendável, porém maior risco de contaminação pela manipulação e maior exigência de mão-de-obra); Exceção: camarão (pode ser frito com o exoesqueleto); Ideal: comprá-los limpos para a UAN; Camarão: remoção do “intestino”; OBS: Crustáceos: Lulas e polvos: melhor textura quanto maior o tamanho; Remoção do compartimento de tinta do polvo: utilizado em outras culinárias (mediterrânea) para o molho negro; No Brasil: encontra-se industrializada, em envelopes; OBS: Moluscos: Pescados Caramujos: pouco apreciados no Brasil; Na Europa: escargot; Preparo Prato peruano; Peixe branco, com pouca gordura, cru, carne firme, marinado em suco de limão; Pode ser usado lagosta, camarão ou polvo; Preparado com lascas de cebola, pimenta e acompanhado de torradas, nachos, regado com azeite, etc; Prestar atenção ao tempo e a quantidade da marinada; Cortes crus de peixe; Culinária japonesa; Fugu: sashimi de baiacu (atenção, tóxica); Ex: Ceviche Ex: Sashimi Cocção Cocção: geralmente bem rápida devido ao menor conteúdo de tecido conjuntivo e textura mais macia dos músculos; Cocção prolongada: promove encurtamento das fibras e endurecimento dos pescados. Calor seco: para pescados com elevado teor de gordura; Envoltura em papel manteiga ou papel alumínio: preservaa umidade combinando calor seco + calor úmido; Finalização: papel aberto (para promover remoção do caldo e melhor aparência); Calor úmido sob pressão: lulas e polvos resistentes; Calor úmido: ensopados em geral; Fritura: bem apreciada, desenvolve sabor ao pescado. Geralmente envolto por farinha de rosca ou trigo; Pescados OBS: O óleo da fritura do peixe nunca deve ser reaproveitado, pois as outras preparações nesse óleo vão ficar com odor e sabor do peixe. Nutri / UFES
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