Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Jomara Carlise Lemos MAPEAMENTO DE PROCESSOS: ESTUDO DE CASO SOBRE UMA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA DE SANTA CATARINA CURITIBA 2012 1 MAPEAMENTO DE PROCESSOS: ESTUDO DE CASO SOBRE UMA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA DE SANTA CATARINA CURITIBA 2012 2 Jomara Carlise Lemos MAPEAMENTO DE PROCESSOS: ESTUDO DE CASO SOBRE UMA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA DE SANTA CATARINA Monografia do Curso de Auditoria e Gestão em Saúde da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para obtenção do título em Especialista. Orientadora: Profª. Ozana de Campos CURITIBA 2012 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu grande amor Alvaro Concha que tanto me ajudou, apoiou e acreditou em mim; obrigada por mais esta prova de amor... 4 Mensagem Thomas Edison tentou duas mil vezes antes de conseguir fazer um filamento de bambu ficar incandescente dentro de um bulbo em semi-vácuo, inventando assim a lâmpada. Quando certa vez lhe disseram que ele havia fracassado duas mil vezes, ele respondeu: “Eu não falhei todas essas vezes, só descobri duas mil maneiras de não se fazer uma lâmpada!”. (Thomas Edison) 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado esta oportunidade de crescimento pessoal e profissional, pois nas várias dificuldades que passei neste período, sei que ele é quem me deu a força necessária para seguir em frente. Agradeço aos meus queridos filhos e marido pela paciência e compreensão pela minha ausência. Agradeço aos meus pais João Marcos Lemos e Eloisa Cardoso Lemos pelo seu amor incondicional, pelo apoio, pelo carinho e pelo incentivo. Agradeço a minha irmã Manuela Lemos e ao meu cunhado Diogo de Almeida Fontana por me receberem com muito carinho e por me apoiarem na busca deste objetivo. Agradeço a minha querida amiga Cléia Novaes dos Santos, que diariamente transmitiu alegria e amor ao meu lar, transmitindo seu apoio e incentivo nesta minha busca. Agradeço as minhas queridas colegas da pós Mariana, Samile, Janice e Ketrin, as quais hoje chamo de amigas, por terem sido grandes parceiras e por terem tornado essa busca ainda mais prazerosa. A minha querida e estimada orientadora Prof° Ms Enfª Ozana de Campos que conduziu este trabalho com sabedoria, alegria e motivação, disponibilizando o seu tempo e seu conhecimento, sempre buscando o melhor de mim, e com isso fez com que eu conseguisse realizar este trabalho. 6 SUMÁRIO RESUMO.....................................................................................................................9 ABSTRACT...............................................................................................................10 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................14 1.1.1 Objetivo geral ...................................................................................................14 1.1.2 Objetivos específicos .......................................................................................14 1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................14 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................16 2.1 CONCEITO DE GESTAO....................................................................................17 2.1.1 Gestão em saúde .............................................................................................18 2.2 CONCEITO DE QUALIDADE..............................................................................21 2.2.1 Qualidade nos serviços de saúde ....................................................................22 2.2.2 Qualidade versus satisfação dos serviços........................................................24 2.2.3 Processos e alguns conceitos da NBR ISO 9000 ............................................26 2.3 CONCEITO DE PROCESSOS............................................................................27 2.4 GESTÃO DE PROCESSOS EM SAÚDE ............................................................29 2.5 O PAPEL DA INFORMACAO NOS PROCESSOS .............................................32 2.6 MAPEAMENTO DE PROCESSOS .....................................................................35 2.7 OBJETIVO DO MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................37 2.8 TÉCNICAS DE MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................37 2.8.1 Fluxograma ......................................................................................................38 2.8.2 Mapa de processo............................................................................................40 2.8.3 Modelos de mapeamento de processos...........................................................41 2.8.3.1 Modelo BPMN ...............................................................................................42 2.8.3.2 Modelo UML ..................................................................................................47 2.8.4 Ferramentas de Mapeamento de Processos....................................................51 2.8.5 Ferramenta BizAgi Process Modeler ................................................................51 3 METODOLOGIA ....................................................................................................53 3.1 Conclusões e contribuições.................................................................................66 REFERÊNCIAS.........................................................................................................69 ANEXOS ...................................................................................................................74 Anexo 1 ....................................................................................................................75 Anexo 2 ....................................................................................................................76 7 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Modelo de Fleming...................................................................................30 Figura 02: Modelo de Bitar ........................................................................................31 Figura 03: Exemplo de Fluxograma ..........................................................................40 Figura 04: Diagrama de caso de uso ........................................................................49 Figura 05: Representação de uma associação .........................................................49 Figura 06: Representação de um diagrama de seqüência........................................50 Figura 07: Representação dos símbolos do diagrama de atividades ........................50 Figura 08: Ferramenta BizAgi Process Modeler........................................................52 8 LISTA DE QUADROS Quadro 01: Objetos de Fluxos...................................................................................44 Quadro 02: Fluxos de Conexão.................................................................................45Quadro 03: Swimlanes ..............................................................................................46 Quadro 04: Artefatos .................................................................................................47 9 RESUMO Este trabalho tem como objetivo o Mapeamento de Processos que é uma das ferramentas que direcionadas a aprimorar os serviços ofertados através da padronização dos fluxos de trabalho. Existem várias maneiras de se mapear um processo, porém os utilizados para este estudo foram a linguagem UML (Unified Modeling Language) e a Notação para Modelagem de Processos de Negócio (Business Process Modeling Notation – BPMN). Este estudo tem por finalidade relatar a experiência de uma consultora de negócios em padronizar os serviços da recepção de uma Clínica de Odontologia do Planalto Norte de Santa Catarina após a sua ampliação, para tal foram utilizados os modelos acima citados através do software Bizagi. O método utilizado foi estudo de caso que exigiu que se descrevessem os processos realizados atualmente e como poderiam ser os ideais, após realizou-se o mapeamento dos processos e a crítica desses processos e, finalmente, apresentados aos diretores da empresa. Após, democratizaram-se os processos aos envolvidos no setor iniciando-se assim, a utilização prática dos mesmos. Os principais resultados alcançados foram a padronização dos serviços da recepção, a redução do tempo de espera dos clientes, a diminuição dos conflitos, conseqüentemente a satisfação integral da equipe e a agilidade dos atendimentos. Palavras-chave: Mapeamento de Processos, Clínica Odontológica, Padronização. 10 ABSTRACT This work aims to Process Mapping is a tool that aimed to improve the services offered through the standardization of workflows. There are several ways to map a process, but those used for this study were the UML (Unified Modeling Language) and Notation for Modeling Business Processes (Business Process Modeling Notation - BPMN). This study aims to report the experience of a business consultant to standardize the services of the receipt of a Dental Clinic of the Northern Plateau of Santa Catarina after their expansion, for such models were used by the aforementioned software BizAgi. The method used was case study that required to describe the procedures performed today, and how could be the ideal, held after the mapping of critical processes and these processes, and finally presented to the directors of the company. Then, the processes democratized involved in the starting sector thus the practical use thereof. The main results were the standardization of services received, reducing the waiting time for customers, the decrease of conflicts, therefore the complete satisfaction of the team and agility of care. Keywords: Process Mapping, Dental Clinic, Standardization. 11 1 INTRODUÇÃO Atualmente, um dos maiores desafios no meio empresarial é uma gestão que vise crescimento e que, assim, o execute. Na atual conjuntura do mercado, o enfoque está nos resultados, tornando ainda mais desafiador administrar. O ato de administrar uma empresa requer várias tarefas interligadas, um esforço humano organizado, com um objetivo em comum que deve ser difundido em todo ambiente empresarial, para que todos os envolvidos possam realizar suas tarefas com um fim específico e passem a ser colaboradores das metas da empresa. Toda a empresa constitui-se da união de vários sistemas, entre eles pode-se citar o produtivo, o de manufatura, vendas, compras, marketing, etc. Verifica-se que em todo sistema existem considerações das partes envolvidas, que impõem restrições e sujeições. Estas imposições, restrições ou sujeições, contribuem para a perda do foco no negócio da empresa ou, no mínimo, inibem nos sistemas, requisitos de qualidade ou oportunidades de melhoria e desta forma os funcionários são impedidos de contribuir com todo seu potencial. Essa situação causa desconforto, gera conflitos e competição entre os funcionários. Para solucionar esse tipo de problema os gestores muitas vezes buscam uma nova perspectiva, o auxílio de Auditorias e/ou Consultorias, que muitas vezes sugerem como primeiro passo o mapa dos processos da empresa, a fim de formalizá-los de maneira racional. O Mapeamento dos Processos constitui-se numa ferramenta para um modelo de gestão formalizado, que busca um melhor desenvolvimento e aproveitamento do potencial humano, muitas vezes reprimido pelo sistema vigente na empresa, devido a uma hierarquia inflexível e, em grande parte das vezes, despreparada. Somado a 12 isso, esse modelo pode ajudar as empresas a identificar a seqüência dos seus procedimentos de uma maneira lógica, a aumentar seu resultado financeiro, aprimorar a qualidade dos serviços, reduzir custos, eliminar desperdícios, diminuir o número e intensidade de conflitos e aprimorar a forma de trabalho das pessoas. O Mapa de Processo é, assim, um importante documento que apresenta uma visão de todos os processos, seus relacionamentos, papéis e responsabilidades e fluxo de valor. Este documento se faz muito relevante em todos os setores da economia e também, na área da saúde, a qual vem sendo obrigada a passar por um processo de reestruturação, devido a vários fatores como a globalização, assim como: os avanços tecnológicos, competividade acirrada e principalmente por, muitas vezes, carecer de atitudes organizacionais que promovam a democratização e seu crescimento como um sistema. Na área da saúde muitas Clínicas particulares têm sentido a necessidade de passarem por esse processo de reestruturação pois a concorrência, a ingerência e a dificuldade com a qualidade lhes dificultam os resultados positivos. Entre essas clínicas podem-se citar as de diagnóstico por imagem, as clínicas médicas e as odontológicas. Segundo o Dicionário Caldas Aulete (1987, p. 392) Clínica é um estabelecimento privado, destinado à cirurgia ou ao tratamento de doenças e Odontologia no seu conceito significa parte da medicina que trata dos dentes. Portanto, Clínica de Odontologia é um estabelecimento privado destinado à cirurgia ou tratamento dos dentes. A principal busca destas clínicas neste processo é a sustentabilidade financeira e a padronização de seus procedimentos a fim de manter seu padrão de qualidade. 13 A principal razão deste trabalho foi a necessidade de padronização dos serviços oferecidos em uma Clínica de Odontologia após sua ampliação. Este processo ocasionou um déficit na qualidade dos serviços prestados, bem como, a falta de padronização dos procedimentos com a entrada de novos profissionais, o que se passou a constituir uma dificuldade para a administração. Esse problema se notabilizou mais aparentemente no setor da recepção, pois numa clínica odontológica esse setor funciona como o setor comercial, que contata, agenda e mantém relação constante com o cliente (através de ligações, mensagens virtuais e contato direto). Portanto se esse setor falha a sensação de perda de qualidade torna-se mais sensível. Diante desta realidade, buscou-se construir o mapeamento dos processos e fluxos da recepção, a fim de promover a padronização dos procedimentos de maneira lógica, anexar elevação da qualidade destes e a repasse da responsabilização em suas tarefas para cada profissional. A metodologia para a realização deste trabalho é estudo de caso, com o objetivo de que descrever os atuais processos de trabalho e as reestruturações para os ideais. Para tanto foram disponibilizados formulários que objetivavam a discriminação dos fluxos atuais e os idealizados, objetivando a analise crítica dos processos atuais. Após,foram analisados os processos atuais e ideais e construídos os fluxos nos modelos BPMN e UML utilizando-se o software Bizagi, de forma que se estabelecessem os processos mais lógicos e coerentes, de maneira a que se evitassem retrabalhos e lentidão no processo. 14 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Identificar os processos e fluxos de trabalho da recepção de uma Clínica Odontológica. 1.1.2 Objetivos específicos - Realizar reuniões com os envolvidos no setor de recepção ao público. - Descrever os processos existentes. - Mapear e reorganizar os processos de maneira idealizada. - Validar os processos descritos com os administradores da clínica. - Socializar para o grupo os processos mapeados. 1.2 JUSTIFICATIVA Todo empreendimento que tem seu faturamento aumentado e alcança um patamar privilegiado no mercado tem a dificuldade de que a qualidade de seus serviços e produtos não acompanham na mesma proporção. Especificamente no caso da clinica em questão essa é uma de suas principais dificuldades pois após ter 15 seu faturamento aumentado de forma a possibilitar a transição da informalidade a formalidade transformando-se em pessoa jurídica, seus procedimentos não foram padronizados e, conseqüentemente a qualidade de seus serviços viu-se prejudicada. Uma das formas de padronizar seus procedimentos seria o de mapear seus processos, seus procedimentos e após, socializá-los de maneira a que todos realizem suas atividades de maneira padronizada. 16 2 REVISÃO DE LITERATURA A primeira revolução da saúde foi marcada no final do século XVIII, com o inicio da revolução industrial e apresentou conseqüências nefastas para a saúde, como exemplos maciços de desequilíbrio ecológico foram, por exemplo, as grandes epidemias decorrentes das mudanças sociais e das alterações do sistema de produção. Grande número de pessoas que migravam e aglomeravam-se nas grandes cidades, com fracas condições de salubridade e habitabilidade, facilitadoras da difusão de microorganismos causadores de grande morbilidade e mortalidade, surgindo à necessidade da adoção de medidas de saúde pública. (ALBUQUERQUE, OLIVEIR, s/d). A história da saúde no mundo é, desde os primórdios, uma história de construções de imposições do homem sobre a natureza, e as funções e a estrutura do corpo e ainda as relações do corpo-espírito e pessoa-ambiente determinam um resultado. Estando este resultado nas mãos do homem este se obrigou a se envolver, investir e voltar-se para essa questão. Segundo Amoretti (2005, p.12), desde a segunda metade do século 20, a área da saúde foi palco de transformação com impacto mundial de grandes proporções, pelas transformações científico-tecnológicas em relação às épocas anteriores e pelas contradições morais e éticas daí decorrentes. Com essas transformações, o desenvolvimento científico surgiu como uma curiosidade e necessidade do homem. Tais medidas foram essenciais para as mudanças dos padrões de saúde e doença do mundo desenvolvido de então, e foram suficientes até meados do presente século. 17 Conforme McInntyre (1994, p.16), acreditara-se que, com a primeira revolução da saúde os problemas salutares estariam resolvidos, ou, pelo menos controlados. No entanto, a partir de meados do século XX, surge uma nova epidemia, a comportamental. Devido a este novo cenário, surge a segunda revolução da saúde com uma mudança de foco a ser trabalhada, ou seja, o foco deixa de ser centralizado na doença, e se centra na saúde. Mudanças no estilo de vida, adoção de bons hábitos e a verificação periódica da saúde são comportamentos que transformaram e marcaram esta fase. De acordo com Amoretti (2005, p.13) esta transformação impulsionou um mercado mundial altamente especializado e em diferentes categorias, capaz de girar um grande volume de dinheiro e de promover lucros significativos, transformando a saúde numa banca globalizada de negócios multinacionais. Este potente fator promoveu um processo de enlace de diferentes profissionais, que passaram a ser parceiros essenciais das emergentes indústrias farmacêuticas, de equipamentos, materiais e insumos. Assim, a saúde foi empresarialmente se tornando um negócio e a lógica da produtividade e do lucro tomou contou da relação profissional-paciente. 2.1 CONCEITO DE GESTAO De acordo com o dicionário Escolar da Língua Portuguesa (1986, p.532), apresenta-se o termo gestão como: 1- Todo o ato de gerir; 18 2- Gestão é gerência; 3- Gestão é administração. 2.1.1 Gestão em saúde Segundo o dicionário Caldas Aulete (1987, p.44) administração “é um conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar a estrutura e o funcionamento de uma organização (empresa, órgão público, etc.)”. Já Stoner e Freeman (1999, p. 105) afirmam que “administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”. Verifica-se que o conceito dos autores tem uma visão mais humanista, pois citam os colaboradores, os membros da empresa. Pode-se notar que vários são os conceitos encontrados na literatura sobre o que significa administrar, e alguns são conflitantes, porém para qualquer organização o que importa é o alcance dos resultados através das pessoas. As organizações são formadas por pessoas, e por mais tecnologia que se tenha, são essas que ditam as regras formais e informais, ou seja, são estas que executam as mudanças nos seus ambientes de trabalho. (ARAÚJO, 2004) Verifica-se que o autor tem uma visão humanista sobre o tema. Organização é um sistema de atividades pessoais ou forças conscientemente coordenadas. (CARAVANTES, 1998) Para Drucker (1994, p. 183) “organização é um grupo humano, composto por especialistas que trabalham em conjunto em uma atividade em comum.” 19 No meio organizacional o uso do termo administração cedeu lugar ao termo gestão, isto porque no passado as funções do administrador eram passadas somente a ele, ou seja, àquela pessoa que cuidava de tudo em nome da organização. Hoje, as funções do administrador estão presentes em todas as atribuições dos gestores e não apenas nas mãos dos chefes administrativos, como se viveu no passado. São elas: planejar, organizar, liderar e controlar. (ARAÚJO, 2004) A função planejar significa que se deve pensar antecipadamente em seus objetivos e ações, que seus atos são baseados em algum método, planos ou lógica e não em palpites. Os planos dão à organização seus objetivos e rumos, estes constituem linhas-mestras pelas quais as organizações obtém e aplicam os recursos necessários ao alcance dos seus objetivos. (STONER e FREEMAN, 1999) Para Araújo (2004, p. 59) a mesma função constitui-se em definir o futuro da empresa, principalmente suas metas, como serão alcançadas e quais são seus propósitos e seus objetivos. As citações dos autores acima indicam que primeiramente é necessário estabelecer o ponto de onde se pretende chegar, definir claramente as metas, para se ir à busca da excelência empresarial. A responsabilidade de organizar é definida como o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e o recurso entre os membros de uma organização, de modo que estes possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma. (STONER E FREEMAN, 1999) Dentro desta responsabilidade do gestor está a definição das tarefas, ou seja, o que deve ser feito, por quem deve ser feito, como deve serfeito, a quem a pessoa deve reportar-se e o que é preciso para realização da tarefa. 20 As colocações dos autores evidenciam que as empresas/organizações devem organizar-se de forma que as responsabilidades e o nível de autonomia tornem-se claros a todos os integrantes da empresa. A terceira função a ser esclarecida é a de liderar, a qual explica que após as metas estarem traçadas, as responsabilidades definidas, será preciso neste momento uma competência essencial, a de influenciar pessoas de forma que os objetivos planejados sejam alcançados. Esta competência abrange motivação, qualidade e tantos outros meios e modos de orientar pessoas. (ARAÚJO, 2004) A mesma significa ainda dirigir, influenciar, e motivar os empregados a realizar tarefas essenciais. (STONNER; FREEMAM, 1999) Diante das definições de liderar, entende-se a relevância do estabelecimento de uma esfera adequada e que são os gestores que ajudam os seus funcionários a darem o melhor de seu empenho. Estando uma organização devidamente planejada, organizada e liderada, é preciso que haja a partir daí um acompanhamento das atividades, a fim de se garantir a execução do planejamento e a correção de possíveis desvios. (ARAÚJO, 2004). É na aplicabilidade de controlar do gestor, que este deve certificar-se de que os atos dos membros das organizações levam-na de fato em direção aos objetivos estabelecidos. A capacidade de controlar, exercida pelo gestor, envolve três elementos principais: estabelecer padrões de desempenho; medir o desempenho atual; comparar este desempenho com os padrões estabelecidos; caso sejam encontrados desvios, executar ações corretivas. Através da aplicação desta função o gestor mantém a organização no caminho escolhido. 21 Desta forma, entende-se que todas as funções do gestor são igualmente importantes e que há uma necessidade de articulação entre estas para que este possa cumprir com suas responsabilidades. 2.2 CONCEITO DE QUALIDADE Qualidade, por ser um termo subjetivo, tem vários conceitos, o qual varia dependendo do ambiente em que esteja inserida, no contexto do Inmetro qualidade compreende o grau de atendimento (ou conformidade) de um produto, processo, serviço ou ainda um profissional a requisitos mínimos estabelecidos em normas ou regulamentos técnicos, ao menor custo possível para a sociedade. (EPSZTEJN, 2011). Com a citação acima se esclarece que a qualidade é um termo subjetivo e amplo e que esta inserida em diferentes situações e áreas, pois veículo de qualidade para uns, pode significar economia, para outros, luxo e conforto (em detrimento da economia) e para outros, potência e desempenho. A qualidade é resultante de uma composição de atributos que propiciaram a satisfação àqueles a quem o produto serve. É satisfazer maior número de desejos diferenciados, de acordo com o grau de importância dos mesmos, para cada individuo. (CARAVANTES, 1998) Na década de 80, a qualidade deixou de estar associada apenas à produção, produtos ou aplicação de técnicas e passou a designar um novo modelo de gestão em diferentes áreas, entre elas, a da saúde. 22 2.2.1 Qualidade nos serviços de saúde Com o término da 2ª Guerra Mundial, muitos eram os problemas enfrentados, vivia-se a escassez de recursos em meio a muitas necessidades emergentes. As reorganizações das empresas e das instituições hospitalares se encontravam em andamento, acompanhados pela avaliação da qualidade nos serviços. (QUINTO, 2000, apud FELDMAN; CUNHA, 2006) Na busca pela sobrevivência percebe-se que as dificuldades propiciaram mudanças na história e serviram de impulso para crescimento da humanidade em vários aspectos, entre eles, a qualidade. Donabedian também descreve sobre a importância da avaliação da qualidade na saúde, com o intuito de impedir a incompetência e a exploração dos serviços na área. (QUINTO, 2000, apud FELDMAN; CUNHA, 2006). Seguindo estas mesmas idéias, de se avaliar a qualidade dos serviços prestados na saúde, o Brasil, iniciou as melhorias de qualidade, investindo em diversos programas como o de acreditação hospitalar, auditorias de prontuários e contas, reciclagem e cursos fornecidos aos profissionais, investimentos em tecnologias dos serviços, entre outros. (FELDMAN; CUNHA, 2006). Esta busca pela qualidade dos serviços de saúde fragmentou mais os serviços na área, favorecendo tanto o profissional, com mais oportunidades de atuação, como o cliente, na tentativa de prestar um serviço de melhor qualidade. A qualidade em saúde adota valores e necessidades focando o cliente, como segurança, eficiência, eficácia, acesso oportuno e equidade. (INSTITUTE OF MEDICINE - EUA, 2001) 23 A questão qualidade em saúde sempre se constituiu numa preocupação, desde a era de Florence Nigthingale, enfermeira precursora da enfermagem. Décadas se passaram, e a questão se constituiu numa das grandes buscas dos gestores na área. Os consumidores estão envolvidos e exigentes em relação ao assunto e os órgãos responsáveis investindo no assunto. Todo esse contexto gera transformações, transformações estas que se traduzem no interesse dos clientes em conhecer seus direitos e deveres e na compreensão de que saúde e qualidade andam juntas, constituindo um direito básico, e não mais um privilégio. (ROCHA; TREVIZAN, 2009 apud SMELTZER, 1998). Para se oferecer um serviço de qualidade é preciso manter certo nível de comprometimento e de esforço por parte dos membros envolvidos, em principalmente cumprir as metas e os padrões de procedimentos previamente descritos. Muitos estudos indicam que vários fatores podem influenciar na presença da qualidade dos serviços prestados, entre estes esta a motivação. (STONER, FREEMAN, 1999). Ainda o autor coloca que motivação são fatores que provocam, canalizam e sustentam o comportamento de um individuo. Assim, verifica-se que existe uma estreita relação entre a motivação, qualidade e produtividade do serviço, pois se entende que a motivação é a resultante da parceria do interesse principal da organização com os seus empregados e que a qualidade embora seja de responsabilidade das organizações, é um processo a ser atingido por todos os envolvidos na questão. 24 2.2.2 Qualidade versus satisfação dos serviços Verifica-se a necessidade da compreensão da distinção entre qualidade e satisfação dos serviços e segundo Bateson, pg.363,( 2001) existe diferença entre os termos de qualidade dos serviços com a satisfação que estes provocam nos clientes. No que coloca o autor, a satisfação é um tipo de avaliação passageira e especifica de uma transação enquanto que a qualidade de um serviço é uma atitude que é formada por uma avaliação global a longo prazo de um determinado desempenho. As percepções do cliente em relação a qualidade são avaliações a longo prazo após o fornecimento de um serviço, enquanto que a satisfação traduz- se como uma reação emocional a curto prazo, relativamente a uma experiência específica de um serviço prestado. (LOVELOCK, 2001) Na busca da compreensão do acima citado, verifica-se que a satisfação antevê a qualidade. A satisfação dos consumidores permite que estes reformulem constantemente sua percepção de qualidade de serviço. Esta correlação baseia-se nos seguintes pressupostos: a) As percepções que os clientes têm da qualidade de serviço de uma empresa com a qual não tem experiência prévia, baseiam-se nas suas expectativas como clientes; b) Os encontros subseqüentes com a empresa fazem o consumidor passar pelo processo de reconfirmacão e reconsiderar ainda mais as percepções da qualidadede serviço; c) Cada encontro adicional com a empresa reconsidera ou reforça as percepções de qualidade de serviço; d) As percepções reconsideradas de qualidade de serviço modificam futuras intenções de compra de um serviço pelo consumidor. (BATESON, 2001) Existem dois tipos de qualidade de serviços oferecida a um cliente, aquela apresentada a um cliente numa prestação de serviço considerada normal e aquela que se gera perante uma situação de problema ou exceção. (BERRY, 1992) 25 Acrescenta o autor, que para se alcançar a qualidade de serviço, torna-se imprescindível conhecer com profundidade os clientes, o que ele deseja e o que ele espera que lhe seja fornecido. Quando não se compreendem as expectativas do cliente, dificilmente se atingirá a qualidade de serviço esperado por ele. Assim, deve- se encontrar uma forma de fornecer um serviço que atinja os objetivos do cliente, ou seja, que resolva os seus problemas, priorizando os valores de cada um, ou seja, cada prestação de serviço deve ser individualizada e completamente centrada no cliente. Coompreende-se com a colocação do autor, que a qualidade está atrelada ao que é considerado de valor pelo paciente e, portanto faz-se necessário descobrir e oferecer-lhe. Lovelock descreve que existem cinco critérios de julgamento para determinar a qualidade de um serviço, nomeadamente cita-se: a) Fiabilidade: demonstra a consistência e a certeza do desempenho de uma empresa. Segundo Bateson “... nada pode ser mais frustrante para os clientes do que prestadores de serviços não confiáveis” Tanto Lovelock como Bateson priorizam a fiabilidade como um dos fatores principais para o sucesso de uma empresa. (BATESON, 2001, pg. 372, LOVELOCK, pg.109, 2001) b) Tangíbilidade: uma vez que na prestação de serviços, não existem produtos físicos, levando os clientes a avaliar os recursos tangíveis que rodeiam os serviços em si como as instalações físicas, o pessoal e o material de comunicação do fornecedor do serviço. Bateson considera que desde a decoração até a apresentação e aparência do quadro de funcionários da prestação de serviços são itens tangíveis apreciados pelo cliente. (BATESON, pg.371, 2001) c) Sensibilidade: capacidade de se fornecer um pronto atendimento. Verifica-se aqui como a receptividade da empresa e dos seus funcionários resolvem os problemas dos seus clientes de forma e em horários oportunos. Este ponto leva a reflexão da empresa quanto a preparação que esta deve ter na prestação de um serviço, desde o seu quadro funcional até os requisitos dos sistemas de bases de dados consistentes. (BATESON, pg. 373, 2001) d) Segurança: que se avalia da conjunção de três fatores, particularmente da competência, da cortesia e da certeza. A competência relaciona-se com o conhecimento e habilidade em prestar um serviço. A cortesia espelha como os funcionários agem perante os seus clientes e a certeza é o que o cliente precisa ter aquando da prestação do serviço. e) Empatia: define a capacidade de uma pessoa vivenciar os sentimentos de outra. Segundo Bateson uma empresa que possui esta dimensão “...nunca perde de vista o que é ser um cliente da sua empresa” (BATESON, pg.374, 2001). 26 Compreende-se, então, que os profissionais devem ter consciência que o objetivo final de uma prestação de um serviço é a satisfação total do cliente e, que para isto os profissionais devem estar conscientes de suas responsabilidades e totalmente envolvidos com esta. 2.2.3 Processos e alguns conceitos da NBR ISO 9000 Verifica-se relevante na apresentação deste estudo, a compreensão de alguns conceitos que são colocados pelas Normas da Família NBR International Organization for Standardization (ISO) 9000, em vários itens são abordados aspectos sobre os processos das empresas. Dentre eles destacam-se: a) Processo: Conjunto de recursos e atividades inter-relacionados que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas). Nestes recursos podem incluir pessoal, finanças, instalações, equipamentos, métodos e técnicas. b) Procedimento: Forma específica de executar uma atividade. c) Produto: Resultado de atividade ou processos. d) Sistema da qualidade: Estrutura organizacional, procedimentos, processos e recursos necessários para programar a gestão da qualidade. e) Melhoria da qualidade: Ações implementadas em toda organização a fim de aumentar a eficácia e a eficiência das atividades e dos processos, visando propiciar benefícios adicionais tanto à organização quanto para seus clientes. f) Auditoria da qualidade: Exame sistemático e independente para determinar se as atividades da qualidade e seus resultados estão de acordo com as disposições 27 planejadas, se estas foram implementadas com eficácia e se são adequadas à consecução dos objetivos. (CAMPOS, 2009) 2.3 CONCEITO DE PROCESSOS As definições sobre processo são encontradas nas diversas áreas da ciência e sempre com significados semelhantes, embora se refira e aborde assuntos diferentes. Processos são atividades logicamente relacionadas que utilizam recursos dos negócios, produzem resultados reais, os quais adicionam valor a todas as etapas envolvidas. (CAMPOS, 2009) Concorda Gonçalves apud Hammer e Champy (1994), quando descreve processo como um grupo de atividades realizadas logicamente, com o objetivo de produzir um bem ou um serviço, para um grupo específico de clientes. Embora, o termo processo seja encontrado em diferentes áreas e trate de assuntos muito diferentes, sempre há acepções semelhantes. Pois, diante das citações acima, entende-se processo como todo e qualquer fluxo de trabalho das pessoas. Segundo Campos (2009) os princípios do processo são: - Todo trabalho é um processo: todo processo é uma série de atividades repetitivas logicamente organizadas, para a obtenção de um resultado, assim como todo trabalho possui um método de execução com um fim determinado; 28 - Todos os processos têm características semelhantes: todos os processos são semelhantes por receberem uma entrada, transformar e agregar valor, produzindo uma saída como resultado final. - Todo processo deve ter um proprietário: apenas uma pessoa assume a responsabilidade de cada processo, mesmo que suas atividades envolvam outros departamentos da empresa. O proprietário do processo funciona como um líder da equipe para assegurar que todos, em cada etapa do processo estejam trabalhando para alcance do sucesso. Complementando, Gonçalvez (2000, p.71) afirma que não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem um processo empresarial. Da mesma forma, não faz sentido existir um processo empresarial que não ofereça um produto ou um serviço. Assim, entende-se que processos no ambiente de trabalho é a parte operacional, ou seja, as responsabilidades de cada funcionário em seu ambiente de trabalho e que este tem início e final bem determinado. Gonçalvez (2000, p.72) afirma ainda que “Na concepção mais freqüente, processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico”. Assim pode-se entender que todo processo tem um inicio (input) e um fim (output) que produz um resultado. Analisando-se essa afirmação conclui-se que processos que não adicionam valor, devem ser eliminados, pois, assim verifica-se um desperdício, e assim aprimorar a empresa de maneira a torná-la cada vez mais racional e racionalizada. O inicio de um processo pode ser o resultado o fim de um outro processo e o fim de um pode ser o inicio de um novo processo, assim pode-se entender que os 29 processos podem ser consecutivos, não necessariamenteeles são isolados. Como por exemplo, um processo de compra pode ser seguido pelo processo de entrega de uma mercadoria, que pode ser seguido pelo processo de produção de um produto qualquer da empresa. Correia, Leal e Almeida (2002, p. 57) afirmam que Sendo os processos e as atividades os consumidores de recursos, é necessário dispor-se de mecanismos que assegurem uma boa gestão dos mesmos. Esses mecanismos devem questionar tais processos e atividades de tal forma a se obter: redução de custos, diminuição do tempo de ciclo, melhoria da qualidade, redução das atividades não agregadoras de valor (setup, movimentação, filas, esperas, retrabalho, etc) e, conseqüentemente, potencialização das agregadoras de valor (tempo de processamento em atividades gargalo), já que segundo Hines & Taylor (2000), num ambiente de manufatura, somente 5% das atividades realmente agregam valor ao produto final. 2.4 GESTÃO DE PROCESSOS EM SAÚDE As definições do conceito de processos já demonstram que sua compreensão se faz relevante para se entender a gestão de processos na saúde, o qual sugere-se como um dos primeiros passos a compreensão do modelo de Fleming. O modelo de Fleming coloca que os resultados dependem de processos que inevitavelmente estão relacionados com a estrutura e meio ambiente. A estrutura segundo o modelo é definida pelos insumos, como área física, recursos materiais, recursos humanos e instrumentos de gestão, incluindo-se a estrutura organizacional e os modelos teóricos aplicados na gestão da empresa. (FLEMING, 1981) A figura a seguir descreve a idéia do autor: 30 Figura 01: Modelo de Fleming Fonte: FLEMING (1981) Na leitura da figura acima entende-se que tanto a estrutura como meio ambiente estão relacionadas com o processo e que ambos vão influenciar os resultados, ou seja, tudo o que for usado num processo influenciará no seu resultado. Outro modelo que segue esta linha é o de Bittar, o qual demonstra que diferentes fatores com suas variáveis interferem nos processos de produção de serviços, como demonstra a figura a seguir: 31 Figura 02: Modelo de Bitar Fonte: BITTAR O modelo de Bittar defende a construção de processos planejados, organizados e coordenados, que sejam elaborados programas e serviços baseados em necessidades e desejos levantados. (BITTAR, sd) Na analise da figura compreende-se que o processo pode sofrer vários tipos de interferências durante a sua aplicabilidade, o que pode vir a comprometer a qualidade dos serviços. Na área da saúde os recursos nem sempre abundantes, o controle da questão custo torna-se imprescindível, para a manutenção da qualidade e para o cumprimento das atividades, o que confirma a necessidade de avaliação e controle dos processos, quanto a sua efetividade, eficácia, eficiência, produtividade, produção e qualidade. A percepção, assim como, a compreensão, as condições de trabalho e satisfação dos profissionais envolvidos nos processos também deve ser considerado. (BITTAR, sd) 32 Assim, percebe-se que conhecer as atividades no processo de gestão deve ser uma preocupação para os tomadores de decisão, pois diante da realidade vivida pelo mercado a tendência é o enfoque nos resultados das atividades, e como são afetados pelas interações no ambiente de trabalho e os ambientes interno e externo. 2.5 O PAPEL DA INFORMACAO NOS PROCESSOS Segundo dicionário Michaelis (2009, p.476), informação é o ato ou efeito de informar, é a transmissão de comunicação e de notícias. Entende-se, assim, que a informação consiste em ser uma ferramenta básica para qualquer empresa que pretenda manter-se competitiva no mercado de trabalho. Neste caso não poderia ser diferente, já que o mapeamento de processos tem como fundamento trabalhar informações de tal forma que possam ser interpretadas e internalizadas pelos seus responsáveis. Todo o processo deve dispor de entradas (insumos), saídas (resultados), tempo, espaço, ordenação, objetivos e valores que, interligados logicamente, irão resultar em uma estrutura para fornecer produtos ou serviços ao cliente, e a sua compreensão se faz essencial para o sucesso de qualquer negócio. (VILLELA, 2000) Em análise, uma organização é tão efetiva quanto forem os seus processos, pois eles são responsáveis pelo que será ofertado ao cliente (JOHANSSON et al., 1995). Entende-se então que o produto ou serviço final que chega ao cliente é o resultado de um mix de fatores. 33 As relações entre informações e processos podem ser analisadas sob os seguintes aspectos, segundo Davenport (1993): - como as informações apoiam os processos; - como as informações podem ser produzidas por processos; - e como as informações devem ser gerenciadas nos processos. Segundo as Normas da NBR ISO 9001 devem-se trabalhar as informações de três maneiras: - Identificar os requisitos dos clientes: Identificar o que de fato os clientes esperam é premissa básica para que esses processos atendam suas expectativas. Entende-se este requisito como relevante para que não se desenvolvam processos sobre premissas equivocadas. - Estabelecer medidas de desempenho: A definição de indicadores, como já ressalta várias literaturas, deve ser considerada para garantir o sucesso da aplicação do enfoque por processos. Verifica-se a medição de desempenho dos processos como uma forma de alocar melhor os recursos e, portanto administra-los de maneira mais coesa e inteligente e, entende-se que as informações em qualquer setor auxilia na avaliação e na tomada de decisão dos responsáveis. - Melhorar o desempenho do processo: A busca pelo aprimoramento e pela evolução dos processos deve ser constante, alicerçada principalmente nos índices de satisfação dos usuários. (VALLS, 2004) Desta forma, a informação pode desempenhar várias funções, uma delas é a busca da sustentação de tornar os processos mais eficientes e eficazes. Usar a informação no acompanhamento do desempenho de processos tem sido uma estratégia bastante utilizada por profissionais como engenheiros e 34 analistas de sistemas que defendem os chamados “ciclos de feedback” nos seus sistemas de trabalho. Utilizar a informação para avaliação de desempenho também é bastante útil para especialistas da área de qualidade, que consideram difícil melhorá-la sem melhorar a qualidade das atividades que compõem um processo empresarial. (DATZ, MELO, FERNANDES, 2004) A informação também pode ser utilizada na integração de processos. A coordenação e integração de atividades e processos têm sido realizadas a partir da troca rápida e precisa de informações entre os processos, desde a solicitação do pedido até a entrega do produto (ou serviço) ao cliente final. Vale ressaltar que, não só informações, mas também recursos humanos voltados à informação podem exercer um papel integrador dentro e através dos processos (DAVENPORT, 1993). Compreende-se com as citações dos autores acima a relevância que a informação exerce na personalização de processos de negócios, pois permite desenvolver produtos ou serviços de acordo com as necessidades dos clientes. Essa detém a posse desde informações sobre os clientes, até tecnologias e formas de pesquisar um diferencial competitivo. Verifica-se que informações são fundamentais aos processos baseados em informação. Esses processos têm como principal função produzir informações que auxiliam a tomada de decisões, ao continuar os outros processos administrativos e fornecer mecanismos de retroalimentação, necessários à tomada de decisões futuras, análises de desempenho e à implantação de ações corretivase, até mesmo, preventivas. Auxilia, também, as organizações na adoção uma postura pró-ativa diante de situações inesperadas. A partir de tais processos, qualquer empresa torna- se capaz de responder a necessidades de mudanças organizacionais, a partir da 35 flexibilidade necessária ao atendimento às requisições de clientes. (DATZ, MELO, FERNANDES, 2004) Para tanto, entende-se que para viabilizar tal flexibilidade, é preciso se ter ou desenvolver conhecimento das atividades que constituem tantos os processos essenciais da organização como os processos que os apoiam, considerar as finalidades, pontos de início e fim, entradas, saídas e influências que limitam os processos. Contudo, faz-se necessário mapear a organização, revisar processos e (re) modelar aqueles onde sejam identificados com problemas. Desta forma, o mapeamento de processos tem por objetivo sugerir soluções para possíveis problemas ou, se necessário, propor a implantação de novos processos (HUNT, 1996). 2.6 MAPEAMENTO DE PROCESSOS A incerteza no mercado, a necessidade de flexibilização, a antecipação das necessidades produtivas, são alguns fatores que surgem no dia-a-dia das empresas de forma imperativa. Estes fatores diante de uma realidade competitiva de mercado exigem das empresas uma capacidade especial de se conduzirem em busca dos seus objetivos e metas. (CAMPOS, 2009) Entende-se que com um mercado que se mostra cada vez mais competitivo as empresas devem evitar erros e desperdícios, e que estas ainda devem estar focadas em modelos que propiciem qualidade e segurança. Uma das grandes tarefas dos gestores é facilitar o acesso as informações sobre processo (como um todo) aos seus funcionários, para aproveitar o potencial 36 dos colaboradores e não desperdiçar “tal” potencial. Em ambientes competitivos é preciso pensar num modelo de gestão que consiga capturar este potencial pensante e empreendedor de grande parte dos funcionários. O mapeamento de processos é uma das alternativas possíveis. (CAMPOS, 2009) É neste contexto de mundo globalizado e competitivo que surge a necessidade imperativa dos gestores de fazerem uso de novas ferramentas no seu ambiente de trabalho. Entre essas ferramentas pode-se citar o mapeamento de processos, que é uma ferramenta gerencial analítica e de comunicação que tem o objetivo de melhorar os processos existentes ou de programar uma nova estrutura voltada para processos. (CORREIA, LEAL, ALMEIDA, 2002) Ainda, comenta o autor, que o mapeamento de processos tem uma análise estruturada, que permite a redução de custos no desenvolvimento de produtos e serviços, a redução nas falhas de integração entre sistemas e melhoria de desempenho da organização, além de ser uma excelente ferramenta para possibilitar o melhor entendimento dos processos atuais e eliminar ou simplificar aqueles que necessitam de mudanças. Compreende-se com as colocações acima, que o processo mapeado é uma ferramenta estratégica, que permite encontrar alternativas para melhorar o processo de trabalho, neste caso o atendimento aos clientes, sobre tudo no que diz respeito ao seu tempo de espera. Ainda, pode-se entender que o autor prevê mais um beneficio para a empresa, uma vez que se formalizem seqüências de rotinas. 37 2.7 OBJETIVO DO MAPEAMENTO DE PROCESSOS Identificar e buscar um melhor entendimento dos processos de negócios existentes e dos futuros, para melhorar o nível de satisfação do cliente e aumentar o desempenho do negócio. (BPMN, 2008). Pode-se perceber que a visão do autor é racional e impessoal,ou seja, visa o alcance de objetivos organizacionais através da racionalização dos processos, independente dos interesses pessoais. 2.8 TÉCNICAS DE MAPEAMENTO DE PROCESSOS Com analise da literatura encontram-se algumas técnicas de mapeamento com diferentes enfoques. A correta compreensão e aplicação destas técnicas é fundamental no processo de mapeamento. A seguir serão citadas algumas técnicas: - Fluxograma (Slack, 1997): é uma técnica de mapeamento que permite o registro de ações de algum tipo e pontos de tomada de decisão que ocorrem no fluxo real; - Mapa de processo (Barnes, 1982): técnica para se registrar um processo de maneira compacta, através de alguns símbolos padronizados; - Mapofluxograma (Barnes, 1982): representação do fluxograma do processo em uma planta de edifício ou na própria área em que a atividade se desenvolve; - Blueprint (Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2000): mapa ou fluxograma de todas as transações integrantes do processo de prestação de serviço; 38 - IDEF3 (Tseng et al, 1999): diagramas que representam a rede de “comportamentos” do cliente; - UML (Booch et al, 2000): fluxograma que dá ênfase à atividade que ocorre ao longo do tempo; - DFD (Alter, 1999): fluxo de informações entre diferentes processos em um sistema. Para o desenvolvimento deste trabalho, usaram-se as duas primeiras técnicas de mapeamento de processo, que são melhores descritas a seguir. 2.8.1 Fluxograma O fluxograma é fundamental para a padronização e entendimento do processo, pois facilita a visualização ou identificação dos produtos produzidos, dos clientes e fornecedores internos e externos dos processos, das responsabilidades, funções e pontos críticos. (CAMPOS, 1992) Entende-se que o fluxograma é um aliado importante para os que pretendem ter o sistema de trabalho organizado e eficiente. Nesta fase é muito importante a verificação da multiplicidade de caminhos no fluxo de trabalho, pois se todo o trabalho não flui exatamente através do mesmo caminho é importante registrar os pontos no qual ele pode se dividir, igualmente importante é registrar a porcentagem de trabalho que flui através de cada caminho. (PINHO et al, 2007) Ainda acrescenta o autor, fluxograma traça o fluxo de informação, pessoas, equipamentos, ou várias partes do processo. Estes são traçados com caixas 39 contendo uma breve descrição do processo e com linhas e setas que mostram a seqüência de atividades. O retângulo é a usual escolha para a caixa do fluxograma, contudo outras formas geométricas podem diferenciar tipos de atividades, cores e sombreados e podem também ser utilizados para chamar a atenção em diferentes atividades, tais como as mais importantes no processo. Compreende-se que fluxograma representa graficamente de forma detalhada a seqüência lógica dos processos, permitindo a representação das ações, o que torna muito relevante a padronização do sistema utilizado, para que o fluxograma seja de fácil entendimento, mesmo porque este é o objetivo da técnica. A figura a seguir mostra um exemplo de fluxograma com alguns símbolos mais comumente utilizados. 40 Figura 03: Exemplo de Fluxograma 2.8.2 Mapa de processo O mapa de processo é uma técnica que se utiliza para registrar um processo de maneira compacta, com o intuito de promover a sua melhor compreensão e posterior melhoria. O mapa representa os diversos passos que ocorrem durante a execução de uma tarefa específica. (BARNES, 1982) O diagrama, geralmente tem inicio com a entrada da matéria-prima na empresa se segue em cada um dos seus passos, até que se torne um produto acabado ou parte de um subconjunto. Evidentemente, o mapa de processo pode 41 registrar o andamento do processo através de um ou mais departamentos. (PINHO et al, 2007) Ainda acrescenta o autor, que o estudo detalhado deste mapa, fornecendo a representação gráfica de cada passo do processo, certamente indicará melhorias. Após analise do mapa, é comum concluirque certas operações podem ser inteiramente, ou em parte, eliminadas. Além disso, operações podem ser combinadas, soluções mais econômicas podem ser empregadas, o tempo pode ser otimizado e esperas entre as operações podem ser eliminadas. Somado a isso, melhoramentos podem ser feitos, contribuindo para a busca da padronização dos serviços, que é o que se busca alcançar com a presente consultoria para o setor de recepção da clinica. O mapa de processo ajuda a demonstrar que efeitos as mudanças, em uma parte do processo, terão em outras fases ou elementos. Além disso, poderá auxiliar na descoberta de operações particulares do processo produtivo que devam ser submetidas a uma analise mais cuidadosa. (PINHO et al, 2007) 2.8.3 Modelos de mapeamento de processos Depois de serem definidos e compreendidos os conceitos e as técnicas utilizadas no mapeamento de processos, torna-se relevante estudar o modelo que será utilizado neste estudo, ou seja, BPMN (Business Process Modeling Notation) e UML (Unified Modeling Language). 42 2.8.3.1 Modelo BPMN A BPMN é uma proposta da Business Process Modeling Notation, uma organização sem fins lucrativos que tem como missão promover e desenvolver o uso da Gestão de Processos de Negócios através do estabelecimento de padrões para projeto, distribuição, execução, manutenção e otimização de processos. (OBJECT MANAGEMENT GROUP et al, 2008; FARIAS, 2009). Além de modelar os eventos de negócio, este modelo serve para descrever como a organização se comporta no momento da execução das suas exceções e suas regras de negócio, possibilitando, caso haja necessidade, tomadas de decisões rápidas e eficazes. (FERREIRA, 2008) O objetivo primário deste modelo é fornecer uma notação que fosse facilmente entendida por todos os usuários de negócios, desde os analistas de negócio que criam os rascunhos iniciais dos processos, passando pelos desenvolvedores técnicos responsáveis pela implementação da tecnologia que os executa até as pessoas pertencentes ao negócio e que irão gerenciar e monitorar este processo. (FERREIRA, 2008) Segundo dicionário Escolar da Língua Portuguesa pg.779 (1986) notação é: 1. ato de notar, de representar algo por meio de símbolos ou caracteres; 2. sistema de representação gráfica de elementos de determinado campo de conhecimento; 3. símbolo ou conjunto de símbolos ou caracteres que é feita essa representação. Por possuir uma notação gráfica, entende-se que este modelo contribui para uma melhor compreensão dos processos de negócios e serviços, e que desta 43 maneira pode colaborar para o processo de avaliação do desempenho e da colaboração dos departamentos e das transações dos negócios. Segundo Rochetti, Campos e Carvalho (2010, p.8) a BPMN provê um conjunto básico de diagramas para representar os processos de negócio de uma forma simples, mas que ao mesmo tempo são capazes de controlar a complexidade inerente aos processos de negócio. Este conjunto básico está dividido em quatro categorias: - Objetos de Fluxo (Quadro 1) - Objetos de Conexão (Quadro 2) - Swimlanes (Quadro 3) - Artefatos (Quadro 4) 44 ELEMENTO DESCRIÇÃO FIGURA Evento Acontecem durante um processo de negócio, estes eventos afetam o fluxo do processo e tem geralmente uma causa ou um impacto. São três tipos de eventos, baseados sobre quando afetam o fluxo: inicio, intermediário e fim respectivamente. Atividade Representa um trabalho executado. Os tipos de atividades são: Tarefas e sub-processos. O sub- processo é distinguido por uma pequena cruz no centro inferior da figura. Gateway Serve para determinar as decisões tradicionais e controlar a divergência e a convergência da seqüência de um fluxo. Quadro 01: Objetos de Fluxos Fonte: Adaptado da BPMI (2004, p. 28-30) 45 ELEMENTO DESCRIÇÃO FIGURA Fluxo de seqüência É utilizado para mostrar a seqüência com que as atividades ocorrerão no processo. Fluxo de mensagem É utilizado para mostrar o fluxo das mensagens entre dois participantes diferentes que os emitem e os recebem. Associação É usada para associar dados, textos e outros artefatos com os objetos de fluxo. As associações são usadas para mostrar as entradas e as saídas das atividades. Quadro 02: Fluxos de Conexão Fonte: Adaptado da BPMI (2004, p. 28-30) 46 ELEMENTO DESCRIÇÃO FIGURA Pool Um pool representa um participante em um processo. Ele atua como um container gráfico para dividir um conjunto de atividades de outros pools, geralmente no contexto de situações de Business to Business. Lane Uma lane é uma subdivisão dentro de um pool usado para organizar e categorizar as atividades. Quadro 03: Swimlanes Fonte: Adaptado da BPMI (2004, p. 28-30) 47 ELEMENTO DESCRIÇÃO FIGURA Objetos de Dados O objeto de dado é um mecanismo para mostrar como os dados são requeridos ou produzidos por atividades. São conectados às atividades com as associações. Grupo Um grupo é representado por um retângulo e pode ser usado para finalidades de documentação ou de análise. Anotações As anotações são mecanismos para fornecer informações adicionais para o leitor de um diagrama BPMN. ----------[Comentários Quadro 04: Artefatos Fonte: Adaptado da BPMI (2004, p. 28-30) 2.8.3.2 Modelo UML A especificação Unified Modeling Language (UML) foi criada pelo Object Management Group (OMG) para modelagem de comportamentos e estruturas de 48 dados em sistemas de computadores. Atualmente a especificação vem sendo utilizada também para a modelagem de processos de negócios. A literatura, ao defender a aplicação da UML no mapeamento de processos, destaca entre as suas vantagens: a) Simplicidade das notações; b) Padronização encontrada nas aplicações publicadas; c) Aplicabilidade nos processos reais; d) Facilidade de adaptação nas diversas situações. (FARIAS, 2009) A UML (Unified Modeling Language) é uma linguagem padrão para a elaboração da estrutura de software e pode ser utilizada para a visualização, a especificação, a construção e a documentação de artefatos que façam uso de sistemas complexos de software. (PRIEBI, 2008) Acrescenta o autor, que UML é a padronização de uma linguagem orientada a objetos que se propõe a modelar qualquer tipo de processo. Atualmente, é a linguagem padrão para especificar, visualizar, documentar e construir artefatos de um sistema e pode ser utilizada durante todo o processo de desenvolvimento, através da utilização ou não de ferramentas. Dentre os Diagramas disponíveis na UML, o Diagrama de Casos de Uso e o Diagrama de Atividades são os mais usados para a modelagem dos processos. O Diagrama de Casos é usado para delimitar o âmbito dos estudos pela explicitação do rol dos atores envolvidos, dos processos estudados e das relações existentes entre si com outros sistemas e organizações. (FARIAS, 2009) Acrescenta o autor, Diagrama de Atividades é essencialmente um fluxograma porque apresenta a seqüência em que as atividades devem ser executadas. A UMLespecifica entre outros o Diagrama de Seqüência, no qual o componente tempo é 49 bem mais modelado no que no Diagrama de Atividades. No entanto o Diagrama de Seqüência é mais utilizado para modelar o comportamento de sistemas informatizados, razão pela qual foi criada a UML. Já, o Diagrama de Atividades representa em nível macro as atividades que compõe processos e os próprios processos. As figuras a seguir exemplificam alguns diagramas no modelo da UML: Figura 04: Diagrama de caso de uso Fonte: MACEDO (2008) Figura 05: Representação de uma associação Fonte: MACEDO (2008) 50 Figura 06: Representação de um diagrama de seqüência Fonte: MACEDO (2008) Figura 07: Representação dos símbolos do diagrama de atividades Fonte: MACEDO (2008) Do modelo UML utilizou-se com mais predomínio no trabalho o Diagrama de Atividades, por este esboçar as ações e estados de uma atividade em um sistema e por ter como propósito fundamental o fluxo e atividades, dentro de um período de tempo. 51 2.8.4 Ferramentas de Mapeamento de Processos Atualmente, existem no mercado diversos softwares de mapeamento de processos, e em alguns casos o programa é oferecido de forma gratuita, como forma de atrair o cliente. Dentre os softwares disponíveis no mercado está o Bizagi Process Modeler, considerado uma excelente ferramenta para mapeamento de processos (Reis, 2007) A seguir destacam-se alguns detalhes sobre esta ferramenta. 2.8.5 Ferramenta BizAgi Process Modeler A Bizagi é uma companhia européia, fundada em 1989. Possui atualmente uma forte participação no mercado financeiro latino americano e europeu (BIZAGI, 2009). Esta ferramenta permite a criação de fluxos de negócio segundo a notação BPMN e outros diagramas em geral. As relações e os elementos são especificados por meio de frases de ligação. A interface do programa é semelhante a do Office 2007 da Microsoft, contendo na lateral da tela todas as ferramentas para a criação de diagramas e fluxogramas (FUHR, 2009) 52 Figura 08: Ferramenta BizAgi Process Modeler Fonte: FÜHR (2009) 53 3 METODOLOGIA O presente trabalho realiza-se em uma Clínica de Odontologia situada no Planalto Norte de Santa Catarina e baseado em seus processos atuais confrontando-se com seus processos ideais. A partir do reconhecimento inicial da área a ser analisada, através de visitas, observações e conversas com os funcionários, partiu-se para o mapeamento das atividades. Para tanto foi elaborado um questionário, anexo 1, que permitiu ao funcionário da empresa descrever todos os processos da maneira que eles são realizados atualmente e na segunda coluna da maneira que ele julga ser o ideal. Porém, pode-se entender que uma vez que esses processos estejam descritos devem ser submetidos à analise do gestor/decisor da empresa, pode ser que se gere um terceiro mapa de processos, acordando com a sua visão gerencial. Taylor (1978, p. 38), já evidenciava a importância do registro dos métodos de trabalho para que posteriormente fosse disseminada junto aos demais trabalhadores e servisse de ponto de partida para o contínuo aprimoramento. A partir dessa afirmação verifica-se mais um relevante aspecto do mapeamento de processos, que é a sua democratização para que todos os entendam e que todos se sintam prestigiados tornando-os ainda mais responsáveis pelas possíveis melhorias que podem vir a ocorrer em seus postos de trabalhos. Todo o processo de desenvolvimento deste foi dividido em etapas descritas a seguir: - Etapa 1: Reunião com os diretores da Clínica de Odontologia e com todo corpo de funcionários desta, para apresentação da equipe de consultoria, assim como para divulgação do inicio do processo de trabalho dos consultores. 54 - Etapa 2: Reunião com os funcionários da Clínica para descrição dos seus atuais processos de trabalho, paralelamente foi solicitado a descrição dos processos de trabalhos que estes julgassem ser a ideal. Nesta etapa verificou-se uma certa dificuldade por parte de alguns funcionários em descrever suas funções e responsabilidades. - Etapa 3: Análise dos processos descritos pelos consultores, pelos funcionários e diretores, julgando o mais coerente entre os processos os atuais e os julgados ideais. - Etapa 4: Descrição das Atribuições e responsabilidades. Nesta etapa elaborou-se um plano de atribuições e responsabilidades com o objetivo de discriminar as funções e as obrigações de cada um dos funcionários da Clínica. Para tanto, são discriminados abaixo os cargos com as suas devidas responsabilidades e, após, as suas atribuições. No entanto fica estipulado que todos os funcionários envolvidos são responsáveis por zelar pelo bom nome e bom andamento da clinica de maneira a que todos os esforços se direcionem para torná- la e mantê-la como a mais prestigiosa e exclusiva da cidade, agindo sempre de maneira ética e transparente. Contudo, buscou-se direcionar os funcionários a alcançar a padronização dos procedimentos, bem como esclarecer e facilitar esta busca para os mesmos. 55 Igualmente, sabe-se que é de responsabilidade dos consultores indicar e preparar a clinica, caso seja necessário, para futuras situações. Foram mapeados, ao todo, 4 processos referentes à recepção da empresa, sendo eles: 1- novos clientes 2- clientes atuais 3- controle de estoque 4- emergências odontológicas Durante o mapeamento do processo de novos clientes verificou-se a importância do entrosamento entre o setor comercial (administrativo 2) e a recepção, o que gerou o método 11, ou seja, ligar 1 dia antes da consulta e, depois, uma hora antes, para confirmar a presença do cliente. Essa medida reduziu a ausência de clientes em determinados horários, aumentando, assim o faturamento da empresa. Importante ressaltar que esse método passou a ser utilizado tanto para novos clientes como para os já ativos. O mapeamento do processo dos clientes atuais foi mais rápido e menos polêmico, pois segundo todos os envolvidos já era um processo consolidado e racional. Cabe ressaltar aqui, a importância do uso do método 11, como já acima descrito. Mapear o processo das emergências odontológicas permitiu maior tranqüilidade aos funcionários da recepção em relação à tomada de decisões. Já o processo do controle de estoque causou um pouco mais de controvérsia por envolver mais setores (compras, comercial, financeiro, dentistas e consultoria). Percebeu-se nesse momento a necessidade de se dissociar as funções do administrativo, que englobava as funções de compras e financeiro. Importante frisar 56 que ambas as funções são realizadas pelo mesmo profissional, mas para melhor discriminar as atribuições foi necessário definir funções e não cargos. Diretor técnico – Tem por responsabilidade administrar e decidir pelas estratégias gerenciais da empresa de modo que a empresa obtenha um bom funcionamento. Sua função de direção lhe exige liderança, visão de curto, médio e longo prazo e comportamento ético de maneira a servir de exemplo aos demais funcionários da empresa. Suas principais atribuições são: • Contratar e demitir • Representar a empresa, ativa e passivamente, judicial e extra judicialmente • Propor as estratégias de curto, médio e longo prazo da empresa • Delegar poderes • Assinar documentos da empresa • Deliberar e garantir a execução das ações Administrador 1 – Tem por responsabilidade principal o correto andamento da empresa e a supervisão dos trabalhos dos demais funcionários. Sua função degerencia lhe exige liderança e comportamento ético de maneira a servir de exemplo aos demais funcionários da empresa. Suas principais atribuições são: • Realizar cobranças • Realizar lançamentos de contas a pagar • Providenciar as compras - Limpeza - Material de consumo • Digitar diagnóstico 57 • Organizar orçamentos de tratamentos e requisitar assinaturas de aceite • Realizar cobrança ativa • Atender • Organizar folha de pagamento de salários • Realizar pagamento de salários • Organizar agenda Joinville • Auxiliar em questões de cunho pessoal da Direção • Zelar pela paramentaria e estrutura física, sua organização e asseio. Administrador 2 - Tem por responsabilidade os controles gerenciais da empresa, objetivando munir os gestores de informações e índices estatísticos relevantes à tomada de decisão administrativa. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações do Administrador 1 e da Diretoria técnica • Controlar finanças - contas a pagar, - contas a receber, - movimento diário eletrônico (copiar do caderno) • Controlar de pastas - organização - controle financeiro - asseio • Controlar de Relógio Ponto - horas extras, - ponto • Realizar compras 58 • Providenciar e idealizar alterações de site • Zelar pela paramentaria e estrutura física, sua organização e asseio. Administrador 3 – Tem por responsabilidade manter presença na recepção e atendimento aos clientes no período noturno. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações do Administrador 1 e da Diretoria técnica • Organizar Agenda noturna - confirmar horários - separar pastas - agendar horários • Realizar serviços de recepção noturna - organizar ambiente - receber clientes e deixa-los confortáveis • Checar pastas para - estudos - panorâmicas - diagnósticos - modelos • Asseio dos consultórios - listas - pastas • Fechar clínica e todos as atividades relativas através de Check list • Auxiliar na realização do controle financeiro - recebimento - emissão de recibos 59 • Auxiliar dentistas no preenchimento de prescrições de medicamentos e solicitação de exames. • Zelar pela paramentaria e estrutura física, sua organização e asseio. Recepção / Atendimento - Tem por responsabilidade zelar pelos serviços de agendamento e pelo asseio e organização da recepção. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações do Administrador 1 e da Diretoria técnica • Controlar visita, reagendamentos e datas • Controlar estoque • Agendar clientes1 • Confirmar com cliente uma hora de antecedência da consulta, por telefone • Manter a agenda informada em todos os seus campos: (consultório, paciente, dentista, telefone e procedimento) • Receber clientes e deixá-los confortáveis • Zelar pela paramentaria e estrutura física, sua organização e asseio. Auxiliar 1 - Auxiliar os dentistas nos atendimentos e pelo Laboratório de esterilização. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações dos dentistas e da Diretoria técnica • Auxiliar a responsável pela limpeza geral na limpeza dos consultórios na parte da manhã • Confirmar os primeiros pacientes do dia até às 09h00min 1 Questionar Auxiliar 2 antes de agendar clientes de implante. 60 • Montar campos (organizar os materiais que serão utilizados nos procedimentos odontológicos de cada paciente) • Remoção e limpeza dos campos • Zelar pela paramentaria, equipamento, material e estrutura física, em sua organização e asseio. Auxiliar 2 – Responsável por auxiliar os dentistas nos atendimentos e pelas atividades do laboratório. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações dos dentistas e da Diretoria técnica • Confeccionar aparelhos ortodônticos • Montar casos clínicos • Realizar procedimentos de moldagem para laboratórios • Organizar procedimentos de cirurgias de implante e providenciar: - cicatrizadores - peças para confecção de provisório sob implante - moldagem para coroa de porcelana • Atender pacientes de ortodontia • Zelar pelo asseio e organização do laboratório • Zelar pela paramentaria, equipamento e estrutura física, em sua organização e asseio. Auxiliar 3 – Responsável por auxiliar os dentistas nos atendimentos e pela agenda em momentos de falta de um profissional contratado. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações dos dentistas e da Diretoria técnica 61 • Instalar aparelhos ortodônticos fixos • Realizar manutenção de aparelhos ortodônticos fixos • Auxiliar dentistas - organizar campos - organizar bandeja - auxiliar em procedimentos odontológicos • Organizar consultórios - realizar higienização de pisos, mesas, paredes, janelas, cadeiras odontológicas e gavetas. • Zelar pela paramentaria, equipamento e estrutura física, em sua organização e asseio. Dentista 1 – É responsável pelos serviços de odontologia e por atuar de maneira didática e ética perante o cliente e os funcionários. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações da Diretoria técnica • Montar casos clínicos • Manter seu registro do CRO atualizado • Realizar serviços de: - Periodontia - Ortodontia - Ortodontia infantil - Estética dentística - Clínica Geral (restaurações, limpezas e exames clínicos) - Manutenções 62 - Próteses • Zelar pela paramentaria, equipamento e estrutura física, em sua organização e asseio. Dentista 2 – É responsável pelos serviços de odontologia e por atuar de maneira didática e ética perante o cliente e os funcionários. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações da Diretoria técnica • Manter seu registro do CRO atualizado • Realizar serviços de: - Odontopediatria - Clínica Geral (restaurações, limpezas e exames clínicos) • Zelar pela paramentaria, equipamento e estrutura física, sua organização e asseio. Dentista 3 – É responsável pelos serviços de odontologia e por atuar de maneira didática e ética perante o cliente e os funcionários. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações da Diretoria técnica • Manter seu registro do CRO atualizado • Realizar serviços de: - Implantes - Exodontia - Endodontia - Clínica Geral (restaurações, limpezas e exames clínicos) 63 • Zelar pela paramentaria, equipamento e estrutura física, em sua organização e asseio. Dentista 4 – É responsável pelos serviços de odontologia e por atuar de maneira didática e ética perante o cliente e os funcionários. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações da Diretoria técnica • Manter seu registro do CRO atualizado • Realizar serviços de: - Endodontia - Clínica Geral (restaurações, limpezas e exames clínicos) • Zelar pela paramentaria, equipamento e estrutura física, em sua organização e asseio. Serviços gerais 1 – Responsável pela limpeza e asseio geral da Clínica. Suas principais atribuições são: • Seguir as orientações da Diretoria técnica. • Higienizar a estrutura física: Consultórios, escritórios, Recepção (vidros, chão), Jardins, das calçadas e tapetes. • Regar plantas. • Higienizar os uniformes dos dentistas e auxiliares (remover manchas de sangue, lavar passar, disponibilizar nos respectivos lugares para uso) e materiais utilizados com os pacientes (toalhas). • Retirar a água do compressor na parte da manhã. • Fazer chá, shake e frutas 64 • Higienizar as geladeiras: - café - cozinha - estoque - sala Diretoria - corredor • Montar, limpar
Compartilhar