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Gestão de Projetos, Processos e da Qualidade Prof.a Julia Grasiela Busarello Wolff 1a Edição Indaial – 2019 Copyright © UNIASSELVI 2019 Elaboração: Prof.ª Julia Grasiela Busarello Wolff Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: W855g Wolff, Julia Grasiela Busarello Gestão de projetos, processos e da qualidade. / Julia Grasiela Busarello Wolff. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 180 p.; il. ISBN 978-85-515-0327-0 1. Administração de projetos. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 658.404 III aPresentação Prezado acadêmico, saudações. É um enorme prazer estar com vocês novamente para mais uma disciplina do seu curso. Para a sua atuação enquanto secretário, é imprescindível que você conheça todos os processos que ocorrem dentro do ambiente empresarial, correto? É para isso que estamos aqui. A partir da leitura deste material, escrito especialmente para que você possa compreender os conceitos de gestão de projetos, processos e da qualidade, você será capaz de compreender e conceituar o que é um processo, um projeto e a qualidade e de que maneira cada um deles é executado dentro do ambiente empresarial. Na Unidade 1, focaremos na análise dos processos. A diferenciação entre os tipos de projetos e quais são os mais adequados a cada uma das especificidades é importante para a sua área de atuação em secretariado, portanto, aqui trataremos de todas estas questões. Será também a partir deste material que você conseguirá compreender de que maneira ocorre a gestão dos processos e quais são as ferramentas utilizadas para o controle e a execução de cada um deles. Já na Unidade 2, estudaremos os projetos, desde o seu planejamento até a sua execução, para que tudo corra bem e conforme o que se pretende com cada um deles. A gestão dos projetos é função do gestor, portanto, é de suma importância conhecer todas as possíveis estratégias para bem executá-los. Na Unidade 3 deste material, focaremos na qualidade. Como controlar a qualidade dos serviços prestados por uma empresa? Aqui, você será apresentado a algumas estratégias de controle de qualidade, tais como o Fluxograma, Carta de Controle, Histograma, Pareto, Diagrama de Dispersão, Folha de Verificação e o Diagrama de Ishikawa. Esperamos que você visite a trilha de aprendizagem da disciplina para que possa ter acesso a todo o material que lá disponibilizaremos para você. Conte conosco para o que precisar. Desejamos que tenha uma excelente jornada de estudos. Profª. Julia Grasiela Busarello Wolff IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 – GESTÃO DE PROCESSOS ...........................................................................................1 TÓPICO 1 – CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS .......3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 DEFINIÇÃO DE PROCESSO ...............................................................................................................5 3 TIPOS DE PROCESSOS ........................................................................................................................7 4 HIERARQUIA DOS PROCESSOS ......................................................................................................9 5 GESTÃO DE PROCESSOS ................................................................................................................. 11 5.1 KANBAN .......................................................................................................................................... 13 6 INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS ..................................................................................................... 14 7 IMPLEMENTAÇÃO DE PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO ........................................................ 14 8 VARIABILIDADE DOS PROCESSOS ............................................................................................. 15 9 METODOLOGIAS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA A RACIONALIZAÇÃO DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS ......................................................................................... 15 10 PROCESSOS E A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................. 16 11 TOMADA DE DECISÃO PELO SECRETÁRIO EXECUTIVO .................................................. 17 12 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ................................................................................................. 17 13 FERRAMENTAS DE MAPEAMENTO E DE MODELAGEM DE PROCESSOS ................... 18 14 ESCRITÓRIO DE PROCESSOS ...................................................................................................... 20 15 APLICAÇÕES DOS CONCEITOS E FERRAMENTAS NA ROTINA DE ESCRITÓRIO ..........21 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 30 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 32 TÓPICO 2 – MEDIÇÕES DE DESEMPENHO NOS PROCESSOS ............................................... 35 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35 2 A NECESSIDADE DE MEDIR ........................................................................................................... 36 3 INDICADORES DE DESEMPENHO POR PROCESSO .............................................................. 36 4 GEMBA ................................................................................................................................................... 39 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 41 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42 TÓPICO 3 – ESTÁGIOS DO CONTROLE DE PROCESSOS ......................................................... 45 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45 2 CONTROLE DOS PROCESSOS........................................................................................................ 45 3 AUTOCONTROLE DE PROCESSOS ............................................................................................... 46 4 OBJETOS DE CONTROLE ................................................................................................................. 47 5 TRANSFERÊNCIA DE KNOW-HOW .............................................................................................. 47 6 AUDITORIA INTERNA ...................................................................................................................... 48 7 AUDITORIA EXTERNA ...................................................................................................................... 50 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 51 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 55 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 56 sumário VIII UNIDADE 2 – GESTÃO DE PROJETOS ............................................................................................ 57 TÓPICO 1 – CONCEITO, ESCOPO E GERÊNCIA DE PROJETO ................................................ 59 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59 2 IDENTIFICANDO UM PROJETO .................................................................................................... 64 3 GERENCIAMENTO DE PROJETO................................................................................................... 66 4 METODOLOGIAS DE PROJETOS .................................................................................................. 71 5 CICLO DE VIDA DO PROJETO ....................................................................................................... 75 6 PLANEJAMENTO DO ESCOPO DO PROJETO ............................................................................ 77 7 VERIFICAÇÃO E CONTROLE DO ESCOPO DO PROJETO ..................................................... 77 8 DOCUMENTOS ESSENCIAIS NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS ............................... 79 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 81 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82 TÓPICO 2 – ANÁLISE DE RISCOS, EXECUÇÃO E CONTROLE DE PROJETOS .................. 83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83 2 PLANEJAMENTO DA GESTÃO DOS RISCOS ............................................................................ 83 3 IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS ......................................................................................................... 87 4 ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS RISCOS ................................................... 88 5 PLANEJAMENTO DE RESPOSTAS AOS RISCOS ...................................................................... 90 6 CONTROLE DE RISCOS .................................................................................................................... 91 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 92 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 93 TÓPICO 3 – IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ................................................................................... 95 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 95 2 VIABILIDADE DO PROJETO ........................................................................................................... 95 3 EXECUÇÃO DO PROJETO ................................................................................................................ 97 4 CONTROLE DOS RESULTADOS DO PROJETO ......................................................................... 98 5 CONCLUSÃO E ENTREGA DO PROJETO ..................................................................................101 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................102 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................103 TÓPICO 4 – ANÁLISE FINANCEIRA DO PROJETO ...................................................................105 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105 2 ESTIMATIVA DE CUSTOS ..............................................................................................................105 3 ORÇAMENTOS ..................................................................................................................................107 4 CONTROLE DOS CUSTOS DO PROJETO ..................................................................................107 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................109 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................111 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................112 UNIDADE 3 – GESTÃO DA QUALIDADE .....................................................................................113 TÓPICO 1 – CONCEITO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS NAS ORGANIZAÇÕES ................ 115 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115 2 CONSTRUINDO UMA VISÃO PARA A QUALIDADE ............................................................115 3 O IMPACTO NAS PESSOAS DO CONCEITO ESTRATÉGICO DA QUALIDADE ...........118 4 A GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS ............................................................................120 4.1 KAIZEN ...........................................................................................................................................121 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................124 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125 IX TÓPICO 2 – MODELOS DE GESTÃO DA QUALIDADE E SUA IMPLEMENTAÇÃO ........127 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127 2 MODELOS PRÁTICOS DA GESTÃO DA QUALIDADE .........................................................127 3 CONTROLE TOTAL DA QUALIDADE – TQC ...........................................................................128 4 MODELOS DE EXCELÊNCIA: O PRÊMIO DEMING DE QUALIDADE ..............................130 5 MODELO BRASILEIRO DE EXCELÊNCIA: O PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE (PNQ) ..........................................................................................................................131 6 AS NORMAS DA SÉRIE ISO 9000 ..................................................................................................132 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................135AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................136 TÓPICO 3 – GERENCIAMENTO PARA A MANUTENÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE ...........................................................................................................137 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137 2 GERENCIAMENTO DE ROTINA ..................................................................................................138 3 INSTRUÇÃO OPERACIONAL – IOP ............................................................................................140 4 UTILIZAÇÃO DO POTENCIAL HUMANO ................................................................................142 5 ORIENTAÇÃO PARA A MELHORIA CONTÍNUA ....................................................................144 6 O CICLO PDCA ..................................................................................................................................144 7 OS CÍRCULOS DE CONTROLE DA QUALIDADE (CCQ) ......................................................146 8 O MÉTODO A3 ...................................................................................................................................147 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................151 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................152 TÓPICO 4 – PROPOSIÇÃO DE MUDANÇAS E MELHORIAS QUE APOIEM OS NEGÓCIOS NAS ORGANIZAÇÕES .................................................................153 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................153 2 POLÍTICA DA QUALIDADE .........................................................................................................153 3 AUDITORIA INTERNA DA QUALIDADE ..................................................................................155 4 FATORES DETERMINANTES E INFLUENCIADORES DA QUALIDADE DOS PROCESSOS ..............................................................................................................................157 5 FASES DA ANÁLISE, MELHORIA DO PROCESSO E CAPACITAÇÃO DE PESSOAS ....159 6 FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS PARA O CONTROLE DA QUALIDADE ........................159 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................163 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................165 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................166 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................167 X 1 UNIDADE 1 GESTÃO DE PROCESSOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conceituar o que é um processo; • diferenciar os vários tipos de processos; • compreender a gestão de processos e suas características; • identificar ferramentas de gestão de processos; • conhecer e analisar o uso dos indicadores de desempenho nos processos; • identificar a hierarquia dos processos; • entender o conceito do programa 5S, bem como a metodologia para implantar e monitorar o programa em uma organização. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS TÓPICO 2 – MEDIÇÕES DE DESEMPENHO NOS PROCESSOS TÓPICO 3 – ESTÁGIOS DO CONTROLE DE PROCESSOS 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico! Nesta unidade, você será apresentado aos diversos conceitos de processo, gestão de processos, tipos, variabilidade e seus objetivos, bem como integração, metodologias e fatores de influência para as tomadas de decisão empresariais. Atualmente, as mudanças tecnológicas e econômicas estão influenciando cada vez mais as profissões, causando um impacto maior nas organizações, em seus projetos, processos e na gestão de ambos. A incerteza cresceu à medida que novas atividades e tecnologias foram rapidamente dominadas, assim como aumentou a demanda pela qualidade nos serviços e da qualidade de modo geral (DUDZIAK, 2010). O conceito de gestão está intrinsecamente ligado ao ser humano, e desde os tempos mais remotos, as pessoas sentem a necessidade de gerir toda e qualquer atividade, seja nos processos ou nos projetos. A importância da gestão teve seu auge na Revolução Industrial, elevando-se em níveis mais ousados para seu crescimento e alcance nas organizações (PIERITZ NETTO, 2010). Para os processos em serviços, o Programa 5S – que é uma ferramenta de melhoria contínua – constitui-se como uma facilitadora no processo de prestação de serviços, com qualidade, que pode ser incorporada no dia a dia do secretário. O profissional de secretariado executivo é responsável por diversas funções e responsabilidades dentro das organizações. Desta forma, a organização dos arquivos em uma empresa é tarefa primordial, pois quando ela é feita de maneira incorreta, pode interferir na situação da empresa e acarretar atraso ou até perda de contratos. Torquato (1991) afirma que o profissional de secretariado executivo tende a desenvolver maiores habilidades comunicativas e usar a comunicação como ferramenta diária, devido às novas responsabilidades adquiridas na administração de departamentos, como gerenciar as questões rotineiras e assessorar os chefes. Considera-se que o profissional de secretariado executivo pode atuar nessa equipe, já que, com a evolução do perfil profissional, além do cumprimento das rotinas secretariais como organização de eventos, arquivística e etiqueta profissional, são capazes de compreender as ações ocorridas no ambiente organizacional (CARVALHO, 1998). UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 4 Azevedo e Costa (2004) complementam o exposto anterior ao identificarem que a profissão de secretariado vem sofrendo mudanças significativas. O quadro a seguir mostra a mudança no perfil profissional do secretário executivo: QUADRO 1 – MUDANÇAS NO PERFIL DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO Atividade antiga do(a) Secretário(a) Executivo(a) Atividade atual do(a) Secretário(a) Executivo(a) Datilografia Gerenciamento de sistemas de informação por meio do controle de rotinas automatizadas multimídia (editores de texto, agendas e planilhas eletrônicas, bancos de dados etc.). Envio e recebimento de correspondências Coordenação de fluxo de informações e de papéis no departamento, muitas vezes, encaminhando-os para uma equipe de apoio. Provisão de material Coordenação de compras, cotação de materiais com fornecedores alternativos e administração dos custos do departamento. Coordenação de viagens Coordenação de fluxo de informações e de papéis no departamento, muitas vezes, encaminhando-os para uma equipe de apoio. Atendimento de telefones e visitas Atendimento com enfoque na qualidade total a clientes internos e externos. Manutenção de arquivos Organização de sistemas de dados e informações em arquivos físicos e eletrônicos. Agendamento de reuniões Apoio a reuniões, já que os próprios executivos marcam seus compromissos utilizando sistemas informatizados de comunicação interna. FONTE: Adaptado de Oliveira (2016) Por esse motivo, acadêmico, essa disciplina prima pela gestão eficiente de processos e projetos, com totalenfoque nas ferramentas da qualidade para o profissional do Secretariado. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 5 ESTUDOS FU TUROS Com a Leitura Complementar, apresentada ao final do Tópico 3, você aprenderá mais sobre o Programa 5S e os demais temas citados nessa breve introdução. Os processos estão associados a todos os acontecimentos nas organizações, visíveis ou não, simples ou complexos, com determinada sequência de ações e valores intrínsecos que serão moldados ou transformados, em prol de um resultado satisfatório, primeiramente para o cliente e, em seguida, para todos os envolvidos. ATENCAO 2 DEFINIÇÃO DE PROCESSO A ideia de “processos” surgiu nos estudos organizacionais a partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, com o objetivo de maximizar o valor ao cliente. O processo pode ser conceituado como uma série de tarefas ou etapas que recebem insumos (materiais, informações, pessoas, máquinas, métodos) e geram produtos (produto físico, informação, serviço) com valor agregado, usados para fins específicos por seu receptor. Portanto, qualquer tipo de trabalho que uma empresa estiver realizando faz parte de um processo (PORTAL EDUCAÇÃO, s.d.). Os processos podem ser definidos como uma série de atividades (objetos), transformando entradas (matérias-primas) em saídas (produtos) de modo a atribuir determinado grau tangível de agregação de valor. Um processo deve, necessariamente, começar e terminar em outro processo ou em um dos seus clientes externos (JÚNIOR; SCUCUGLIA, 2011). Todos os processos podem ser classificados como simples ou complexos e envolvem ações visíveis ou não, com um início e um fim. Por exemplo, ligar e desligar; entrar e sair; comprar e vender; projetar e construir etc. Assim, podemos definir processo como um conjunto sistematizado de ações com o objetivo de atingir uma meta. Os processos realizados nos gabinetes e escritórios são chamados de processos administrativos, e são esses processos que nos interessam nessa disciplina (JURAN, 2009). UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 6 Os processos são caracterizados por uma atividade continuada, a qual deve, sempre, produzir os mesmos resultados (GONÇALVES, 2013). Ainda, podemos definir processo como um conjunto de atividades interdependentes, ordenadas no tempo e no espaço, de forma encadeada, que ocorrem como resposta a eventos e que possui um objetivo, início, fim, entradas e saídas bem definidos. Essas atividades são, geralmente, interfuncionais ou interorganizacionais, e trabalham juntas para criar um produto ou serviço final. As atividades são apresentadas no contexto da sua relação entre si para proporcionar uma visão da sequência e do fluxo. Isso inclui um conjunto definido de atividades ou comportamentos realizados por humanos, sistemas ou uma combinação dos dois; e têm um ou mais resultados que podem levar ao fim do processo ou uma entrega (handoff) a outro processo (ABPM BRAZIL, 2013). Os processos criam eficiências e ajudam as organizações a aperfeiçoarem com maior agilidade as suas atividades, sejam produtivas ou de serviços. A respeito da aplicação e gerenciamento dos processos pelo secretário executivo, a autora Elisabeth Dudziak (2010, p. 39) descreve que: O profissional do secretariado executivo gerencia informações e serviços, organiza as atividades administrativas, mantém a agenda e os contatos, assessora, orienta ações cotidianas e cuida da custódia, organização e gestão de documentos e arquivos. Entretanto, hoje não é mais suficiente apenas organizar. Tornou-se essencial gerenciar os fluxos informacionais e documentais, a partir do estabelecimento de uma política clara de gestão, formada por normas, métodos e procedimentos de trabalho referentes ao protocolo e arquivo dos documentos. A qualidade das decisões empresariais depende, essencialmente, do acesso à informação. Para tanto, o profissional de secretariado executivo precisa aprender os conceitos e a prática da administração estratégica de arquivos e fluxos documentais. Portanto, ficam evidentes as vantagens da aplicação dos processos e da correta gestão da qualidade nos escritórios, independentemente do setor ao qual a empresa pertence. Para tanto, os processos podem ser vistos como ações padronizadas que pretendem atingir um objetivo específico; com isso, fornecendo um resultado satisfatório. Grande parte dos processos administrativos encontrados nas organizações, atualmente, são repetitivos, por isso há uma importância em estabelecer uma padronização de processos, para evitar o retrabalho e atingir o objetivo especificado. A padronização de processos pode influenciar na qualidade dos serviços prestados e diminuir os entraves em uma organização. A solução se dá por meio da aplicação de ferramentas de gestão da qualidade. A padronização reduz a variabilidade dos processos, permitindo que as organizações possam otimizar seu desempenho por meio da redução de anomalias a níveis insignificantes (CAMPOS, 2013). TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 7 Uma característica importante relacionada a um processo é sua capacidade de gerar resultados consistentes e com repetibilidade. Um processo estável é mais fácil de ser controlado e gerenciado. Entre as ações que contribuem para a estabilidade dos processos estão a manutenção preventiva dos equipamentos, no caso de processos produtivos, ou até mesmo em processos de serviços ou de escritório, a padronização dos métodos de operação e a implantação do programa 5S. Campos (2013) argumenta, ainda, que outro benefício atribuído à padronização é que, devido à estabilidade dos resultados, existe a possibilidade da delegação de tarefas rotineiras, permitindo ao gestor tempo e energia para conduzir projetos relacionados a melhorias que tenham impacto direto no posicionamento da organização diante do mercado competitivo em que está inserida. Portanto, caro acadêmico, os próximos subtópicos irão abordar os tipos de processos e a adequada gestão deles. 3 TIPOS DE PROCESSOS Identificar um processo é muito importante para definir os objetivos de uma organização, bem como para disponibilizar, de forma adequada, os recursos da instituição. É um conceito fundamental na projeção dos meios pelos quais a instituição pretende entregar seus produtos ou serviços aos seus clientes. Um processo, em essência, representa uma sequência de atividades a serem realizadas para a obtenção de um produto final (bem ou serviço). Basicamente, podemos considerar que os processos produtivos ou de fabricação são aqueles que acontecem na área de produção de bens, ou seja, no pátio fabril da empresa ou da indústria. Já os processos administrativos são aqueles que acontecem nos gabinetes e nos escritórios. Ambos precisam ser analisados, medidos e avaliados, a fim de fornecer um bom produto ou de serviços para o consumidor final, sem perder a qualidade (valor agregado do bem ou serviço). Quando há uma melhora nos processos administrativos, há também, consequentemente, uma melhora no produto ou no serviço, na qualidade, no prazo de entrega e no custo do mesmo. Para Jairo Martins (2014), Superintendente Geral da FNQ, existem quatro divisões essenciais entre os processos, que são: • os processos principais; • os processos de apoio; • os processos de relacionamento com os fornecedores; • os processos de gestão de finanças. Se os processos desses setores têm funcionamento adequado (ou até mesmo inovador), o desempenho da organização está garantido e uma base sólida para a criação de novos processos está firmada. UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 8 Os processos, em uma organização, devem sempre agregar valor e proporcionar resultados tangíveis. ATENCAO Portanto, classificamos, na sequência, os principais tipos de processos encontrados nas organizações, que são: • processos de negócios; • processos administrativos; • processos produtivos. Estamos interessados nosprocessos de negócios e nos processos administrativos, pois eles constituem as rotinas de escritório vivenciadas pelo profissional do secretariado. Entre os processos de negócios, podemos classificá-los em: • processos primários ou essenciais; • processos de suporte ou de apoio; • processos gerenciais ou de gestão. “Os processos primários ou essenciais são os mais importantes, pois afetam diretamente os clientes externos” (GONÇALVES, 2013, p. 45). Os processos de suporte ou de apoio auxiliam os processos primários e, por fim, os processos gerenciais ou de gestão têm foco na execução de todos os projetos, alocando recursos financeiros e de pessoal para o perfeito desenvolvimento e sucesso da organização. Os processos primários subdividem-se em processos-chave e processos críticos. Os processos-chave têm alto custo para as empresas e alto impacto para os clientes externos. Quando há um problema em um processo primário, de um produto ou serviço, logo o cliente consegue identificar. Os processos podem, também, ser classificados como críticos. Com isso, “os processos críticos são aqueles que apresentam uma relação direta com a estratégia de negócio da empresa” (GONÇALVES, 2013, p. 47). Os processos não possuem fronteiras perfeitamente definidas, portanto, as classificações têm um caráter mais explanatório do que uma limitação em si. Contudo, os processos também podem ser classificados em: • Processos internos: iniciam, são executados e têm fim dentro da mesma empresa. • Processos externos: iniciam, porém, nem sempre são totalmente executados e têm fim dentro da mesma empresa. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 9 • Processos interorganizacionais: são aqueles que não são inteiramente realizados dentro de uma unidade funcional, ou seja, são realizados em diversos setores e em diversas empresas. • Processos intraorganizacionais: são os processos inteiramente realizados dentro de uma unidade funcional, dentro da mesma empresa. Os processos empresarias podem ser classificados como horizontais ou verticais: • Processos horizontais: ou transversais, são aqueles que se desenvolvem ortogonalmente à estrutura vertical das organizações. • Processos verticais: constituem a estrutura típica das organizações. A maioria dos processos são interdepartamentais, transversais ou horizontais (GONÇALVES, 2013). A figura a seguir mostra um esquema dos processos em uma organização: FIGURA 1 – VIDA ÚTIL DO PROCESSO EM UMA ORGANIZAÇÃO FONTE: <http://blog.agens.com.br/?p=1>. Acesso em: 17 nov. 2018. Cliente Processos de Apoio Processos de Gestão Processos Primários Caro acadêmico! É muito importante que você faça essa divisão dos tipos de processos existentes nas empresas, para que posteriormente possa empregar a técnica de gestão e de qualidade mais adequadas ao processo em questão. 4 HIERARQUIA DOS PROCESSOS Os processos são organizados na empresa de acordo com o seu grau de abrangência. A divisão dos processos de forma hierárquica permite às empresas terem uma visão sistêmica sobre todas as suas atividades e tarefas. Portanto, os processos são organizados de forma hierárquica em macroprocessos, subprocessos, atividades e tarefas. UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 10 Os macroprocessos são divididos em subprocessos. Os processos complexos são divididos em subprocessos com objetivos específicos e os processos mais simples são divididos apenas em atividades e tarefas (GONÇALVES, 2013). Os macroprocessos são aqueles que formam o conjunto de processos fundamentais ou críticos para o alcance dos objetivos e a efetiva realização da missão organizacional. Estão diretamente lincados a fornecedores e clientes. Visam primordialmente à obtenção de soluções integradas de produtos e serviços, os quais tenham a capacidade de satisfazer às necessidades dos clientes. Em síntese, “são os processos mais abrangentes e de maior alcance nas organizações, pois envolvem mais de uma função” (NOGUEIRA, 2017, p. 63). Já os subprocessos são as subdivisões dos processos, formando um conjunto de atividades necessárias e suficientes para que os processos sejam executados. “A existência ou não de subprocessos depende da complexidade de cada processo. Seu detalhamento se desdobra em descrições de tarefas e se destina a alcançar um objetivo específico” (NOGUEIRA, 2017, p. 64). A Figura 2 mostra a hierarquia dos processos em uma organização: FIGURA 2 – HIERARQUIA DOS PROCESSOS FONTE: Brasil (2014, p. 11) De acordo com o site da Fundação Nacional da Qualidade, “a hierarquia de processos é uma abordagem que permite à organização visualizar como seus processos se desdobram desde uma ‘visão do todo’ – normalmente representada pela Cadeia de Processos – até uma ‘visão operacional’, em geral, representada por fluxogramas e procedimentos” (FNQ, 2018, s.p.). TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 11 A cadeia de valor é o conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes até o produto final entregue nas mãos do consumidor” (BRASIL, 2014, p. 11). Após apresentados esses conceitos essenciais para a compreensão da hierarquia dos processos, partimos para o estudo da gestão de processos. Vamos lá? 5 GESTÃO DE PROCESSOS Uma empresa é formada por processos e um sistema que os organiza. Segundo Davenport (1994, p. 64), "o processo de negócio é um conjunto de atividades estruturadas e relacionadas, projetadas para produzir uma saída específica (“output”) para um cliente ou mercado particular". Isso quer dizer que os processos visam a um determinado resultado. Quanto mais a empresa exerce uma gestão consciente de seus processos, maior é a possibilidade de inovar nessa área, criando um diferencial ante a concorrência. A gestão de processos é um método que envolve a formalização ou institucionalização do planejamento, estruturação e avaliação dos processos, que pode ser implementada de forma radical (reengenharia) ou incremental (melhoria contínua). Dessa maneira, as organizações que se engajarem na gestão de processos devem aplicar múltiplos métodos para coletar informações, redesenhar e acessar os seus processos (KETTINGER; GROVER, 2000 apud VALÉRIO NETO, 2018). Entender e gerenciar processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia e a eficiência da organização no que diz respeito a atingir os resultados pretendidos. “Essa abordagem habilita a organização controlar as inter-relações e interdependências entre processos do sistema, de modo que o desempenho global da organização possa ser elevado” (NBR ISO 9001, 2015, s.p.). Portanto, o profissional do secretariado executivo deve estar comprometido com a organização, com sua missão, visão e valores, bem como com seus objetivos, e ainda assumir novas responsabilidades que venham a ser delegadas, pois isso irá proporcionar crescimento profissional e pessoal não só para a empresa, mas também para o profissional. As organizações passaram a buscar intensamente a qualidade total nos seus produtos e processos, o que as levou a realizar um processo de melhoria contínua, por isso o secretário executivo tem um papel importante nesse contexto. Las Casas (2010 p. 16) define qualidade em serviços como “a capacidade que uma experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer benefícios a alguém”. Gerir processos é útil para qualquer organização, pois a necessidade de governar deriva exatamente da própria ação de dividir e organizar o trabalho em si (PAIM et al., 2009). UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 12 A gestão de processos e serviços possibilita melhorar o desempenho de uma organização prestadora de serviços com base na definição, análise e gerenciamento dos processos envolvidos na produção do serviço. Processos que, na maioria dos casos são complexos, pois consideram um conjunto significativo de atores(humanos e computacionais), bem como um conjunto de recursos intangíveis inerentes ao serviço, como o conhecimento tácito e explícito (NGS, 2010). Davenport (1994) se posiciona sobre a necessidade de uma ordenação das diversas atividades, de forma a serem desempenhadas de maneira claramente identificável, com começo, meio e fim. “É mister afirmar que a busca por qualidade é fundamental, para alcançar os objetivos da organização por meio de uma gestão adequada dos processos desenvolvidos na instituição” (SANTANA; SANCHES, 2018). Para tanto, são utilizadas ferramentas da qualidade, tais como: PDCA, Kaizen, A3, 5S, PLOC, POP, Círculos de Controle da Qualidade, Kanban, entre outras, a fim de garantir a qualidade dos serviços prestados pelo secretário no exercício de sua profissão. O controle de processo é exercido por meio do Ciclo PDCA, que é um método utilizado para promover a melhoria contínua através de quatro etapas sequenciais: planejar, executar, verificar e atuar, corretivamente. Sua finalidade principal é facilitar a análise dos processos de gestão da empresa, buscando torná-los mais claros e objetivos, alcançando melhoria nos resultados no sistema de gestão do negócio. O ciclo PDCA pode ser aplicado tanto para manter os padrões de algum processo, ou seja, concentrando-se na etapa “C” do controle, como pode ser aplicado na melhoria de processos, concentrando-se, então, na etapa “P” do planejamento (VON GILSA, 2012). O Procedimento Operacional Padrão – POP – consiste em um “meio” para conseguir “fixar um padrão” e permitir a manutenção das melhorias conquistadas (VON GILSA, 2012). O Círculo de Controle da Qualidade – CCQ – consiste em um pequeno grupo de cinco a doze pessoas, as quais se reúnem voluntariamente e com regularidade para identificar, analisar e propor soluções para problemas de qualidade e de produção (FERRO; GRANDE, 1997). O CCQ teve início no Brasil na década de 1970. São objetivos da adoção de grupos de CCQ nas organizações: • aumentar a produtividade; • envolver os colaboradores no processo de solução de problemas; • melhorar a qualidade; • ter também uma função motivacional. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 13 5.1 KANBAN O kanban, originalmente desenvolvido pela Toyota, em meados de 1940, foi disseminado pelo mundo por sua simplicidade e eficácia. No kanban, as atividades em andamento devem ser limitadas, ou seja, uma nova atividade só começa quando dispomos de recursos e quando a atividade anterior já tenha sido encerrada. A tradução literal para kanban é “quadro”. Tem como característica marcante o aspecto visual. No quadro, tudo fica disponível para todos, isso ajuda na transparência dos processos da organização. Identificamos quem está fazendo e o que está fazendo (ZAMBON, 2016). O Trello é um programa gratuito que pode ser utilizado em escritórios para facilitar a técnica de Kanban. Ele pode ser acessado no sítio: http://www. trello.com. Nele, caro acadêmico, você trabalhará com colunas e cartões. Zambon (2016, s.p.) cita que “nos quadros utilizamos as seguintes colunas: “não iniciada”, “em andamento”, “com impedimento”, e “concluída”. Para mudar um cartão de lugar, basta clicar e arrastar para a coluna desejada. É permitido, também, anexar arquivos, inserir comentários, definir datas limite, atribuir um recurso, criar checklists e classificar as atividades através de etiquetas”. IMPORTANT E Acadêmico: Não existe a ferramenta perfeita, por isso não tente gerir todos os processos com a mesma ferramenta! QUADRO 2 – SOFTWARES PARA A GESTÃO DE PROCESSOS FONTE: <https://administradores.com.br/noticias/4-ferramentas-online-para-fazer-a-gestao-de- processos-do-seu-negocio>. Acesso em: 25 jun. 2019. ● Adonis Em sua própria descrição, a ferramenta diz ter como principal tarefa “melhorar continuamente processos e o desempenho empresarial nas organizações através da construção de um sistema integrado de gestão e prestação de informações transparentes para a tomada de decisão”. ● Infoland Este software ajuda você a ter uma visão inovadora em seus processos organizacionais, permitindo a criação de novos e acompanhamento dos existentes, de forma inteligente e eficiente. ● Microsoft Visio Esse software é “para você que está capturando os processos de negócios existentes, analisando a sua cadeia de fornecimento, ou monitorando o desempenho do processo de negócio”. ● Serena Business Manager O time do PMG Academy realizou uma análise sobre esse sistema e afirma que é “a plataforma de gerenciamento de processos de escolha para as empresas que querem criar e adaptar as aplicações baseadas em processos. Para melhorar a agilidade corporativa, produtividade e responsabilidade rapidamente”. UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 14 6 INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS A função do desenvolvimento de processos é criar os meios para atingir as metas (JURAN, 2009, p. 222). Um exemplo de integração de processos que o profissional do secretariado executa, na prática, é a Gestão de Eventos, pois para o sucesso dessa tarefa ele precisa, além de outros fatores: [...] Conforme enfatizam Neiva e D’Elia (2009), as competências do(a) Secretário(a) Executivo(a) vão desde sua capacidade de atuar como elo entre os clientes internos ou externos e os parceiros, os fornecedores e, ainda, a liderança da empresa. As autoras comentam que o planejamento, a tomada de decisões e a supervisão de serviços também são qualidades que compõem o perfil desse profissional e que a gestão de eventos acontece melhor quando essas qualidades estão presentes (NEIVA; D’ELIA apud ROQUE; MEDEIROS, 2016, p. 38). 7 IMPLEMENTAÇÃO DE PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO As empresas adquirem sistemas distintos para atender as suas necessidades de negócio. Adotando uma visão por processos é possível detectar que existe um fluxo de informações que vai transitando ao longo desses sistemas à medida que os processos vão sendo executados. Assim, é muito comum termos informações geradas por um sistema sendo geridas por outros sistemas. Processos de integração nada mais são que frutos dessa necessidade para viabilizar a troca, o envio e o recebimento de informações diversas entre diferentes sistemas, representando o desejo da organização em automatizar essa transição de informações, agilizar o processo e reduzir o risco de erros. Normalmente são comuns, em processos desse tipo, necessidades de tratamento ou transformações de dados quando é realizada a integração entre sistemas, visto que as informações podem ser manipuladas ou armazenadas de maneiras diferentes dependendo do modelo de dados de cada sistema. Além da integração direta entre um sistema e outro (point-to-point), que é o cenário mais frequente nesse tipo de processo, não são raras as necessidades de orquestrar o fluxo de informações entre mais de dois sistemas. A implementação de processos de integração exige ferramentas, conhecimentos e metodologias especiais para se alcançar o sucesso. O principal objetivo da implementação de processos de integração é reduzir os erros nas trocas de informações entre os diversos sistemas, tornando os processos de negócio mais ágeis e permitindo o monitoramento e visibilidade do fluxo de informação entre as integrações. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 15 8 VARIABILIDADE DOS PROCESSOS Como todos os processos de produtos apresentam falhas, mesmo aqueles em que o seu projeto foi desenvolvido para evitar ou reduzir as possíveis falhas, portanto, até mesmo a padronização de processos empresariais/administrativos em uma organização pode vir a apresentá-las quando o gestor ou secretário responsável não atentar para tal fim. Segundo Von Gilsa (2012), devemos criar processos e empresas “livres de sustos”, ou seja, um processo não pode variar de um setor para outro, nem de um dia para outro. Como exemplo da variabilidade de processos, o autor cita o processo de digitação de contratos decompra, venda ou aluguel de imóveis em uma imobiliária, porém podemos citar diversos processos de rotina de escritório, em que se deve evitar a variabilidade nos processos. São eles: • escrita de e-mails, cartas comerciais; • arquivamento de documentos importantes e clientes por ordem alfabética; • manutenção da agenda do seu gestor superior; • escrita das atas de reuniões; • planejar, organizar e executar eventos; • abrir, classificar e despachar a correspondência recebida; • anotar ditados ou transcrever um ditado gravado; • atender aos telefonemas e anotar recados; • fazer anotações e avisos; • cuidar do perfeito andamento de todos os setores da empresa; • atender às pessoas que se dirigem ao escritório; • organizar o esquema de trabalho do seu gestor imediato; • ler a correspondência e esboçar a resposta para cartas rotineiras; • entrevistar e recrutar pessoas; • planejar itinerários; • providenciar a compra dos materiais de escritório; • cuidar de pequenas despesas de caixa, selos etc. (quando for o casso); • preencher cheques, pagar contas e realizar depósitos em bancos; • verificar extratos bancários etc. Deve-se levar em consideração que existem, naturalmente, variações de métodos de acordo com cada escritório. Cada empresa tem suas próprias particularidades e cada executivo tem seu próprio ideal de eficiência. Espera-se que o secretário seja capaz de absorver e desempenhar cada um dos processos da melhor maneira. 9 METODOLOGIAS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA A RACIONALIZAÇÃO DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS Na medida em que as organizações forem alcançando uma maior maturidade em processos, poderão ser implementadas gradativamente novas estruturas, competências e maneiras de motivar e recompensar os colaboradores. UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 16 Programas de gerenciamento de mudanças são tipicamente utilizados para promover melhorias nos processos de negócios. Com os avanços na tecnologia de fornecedores de plataformas de grande porte, os modelos de BPM tornam-se plenamente executáveis. Processos complexos, como já discutimos, são processos multidimensionais que são, por sua vez, constituídos de outros procedimentos que operam em diferentes esferas, órgãos, departamentos ou áreas. O resultado é uma estrutura ou uma hierarquia de processos, conforme vimos anteriormente. Se o sistema de processos é estudado hierarquicamente, compreende-se que seja mais adequado de entender e gerenciar, entretanto, para construir uma arquitetura de processos é preciso compreender os padrões lógicos de relação entre os processos que constituem uma arquitetura coerente e fidedigna com a dinâmica real dos processos na organização. A Gestão da Qualidade Total é uma opção para a reorientação gerencial das organizações. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em equipe, permeando toda a organização; decisões baseadas em fatos e dados; busca a constante solução de problemas e da diminuição de erros (LONGO, 1994). De acordo com Xavier (1994), a Gestão da Qualidade não deve ser vista como um processo de modernização da empresa, mas, sim, envolver as pessoas de maneira que se conclua que o benefício comum é maior do que os benefícios isolados das partes envolvidas. A Gestão da Qualidade deve ser baseada em processos de melhoria contínua, porém sabemos que só podemos melhorar aquilo que podemos medir. 10 PROCESSOS E A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Conforme as funções acumuladas por um profissional do secretariado, ele pode tornar-se fundamental para a gestão organizacional de alta qualidade dentro das empresas. Vamos relembrar quais são as habilidades necessárias para a gestão da organização? Estas habilidades que, de acordo com o Manual da Secretária, se encontram acima das habilidades técnicas, possuem três componentes básicos. São a ferramenta CHA: • Conhecimento = saber; • Habilidades = saber fazer; • Atitudes = querer. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 17 NOTA acadêmico, é importante ressaltar também que ser um secretário bem informado sobre os assuntos e fatos que possam ser de interesse para a empresa é essencial. Para se tornar um grande profissional dessa área é necessário primeiro se especializar nas diversas áreas que englobam a prática de secretariado, pois só com o conhecimento adquirido será possível progredir e alcançar posições mais estratégicas e importantes no mercado de trabalho. FONTE: <https://manualdasecretaria.com.br/secretaria-executiva/>. Acesso em: 11 nov. 2018. 11 TOMADA DE DECISÃO PELO SECRETÁRIO EXECUTIVO Os secretários gerenciam as informações por correspondências, e-mails, jornais e, de certa forma, sintetizam tudo para que seu superior imediato possa ter as melhores condições para tomada de decisão. Ao decidir o que precisa ser feito, primeiro têm-se em mente as atividades que agregarão valor para a organização sem se preocupar, inicialmente, em saber qual é o departamento que as executará (BALDAM; VALLE; ROZENFELD, 2014). Para que uma decisão seja acertada, supõem-se muito estudo, análises, exames de recomendações, entre outros dados. Essa tarefa enseja ao profissional de secretariado, que a executa, acesso a dados e informações que são levados ao conhecimento daqueles executivos a quem assessoram e que exercem a função de decidir (WHITAKER; CAVALCANTI, 2010). Mata (2009, p. 222) complementa: O atual Secretário Executivo personifica um agente de conexão, atuando como interface entre clientes internos e externos, parceiros, fornecedores, gerenciando informações, administrando procedimentos de trabalho, preparando e organizando processos, para que soluções e decisões sejam tomadas com qualidade e foco em resultados. Para finalizar, cabe lembrar aos profissionais do secretariado executivo que, nos processos de tomadas de decisões, a preservação do sigilo é fundamental. Há países onde o Código Penal prevê graves sanções para quem violar as leis de sigilo empresarial. 12 MAPEAMENTO DE PROCESSOS O mapeamento de processos consiste em gerenciar as partes envolvidas, as capacidades, as competências e os recursos para atender a todos os componentes necessários, fazendo com que todas as atividades de uma empresa ou negócio saiam conforme o planejado, com poucas alterações e sem problemas. UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 18 Para uma empresa iniciante no mapeamento de processos é imprescindível começar executando os principais processos de forma padronizada e documentada, para garantir seu controle. Esse cuidado visa à satisfação do cliente (que é o resultado final) e à identificação de problemas a serem corrigidos. O mapeamento de processos visa estabelecer de forma organizada e eficiente as atividades que sustentam uma empresa, priorizando e classificando essas tarefas. Caso haja alguma dificuldade por parte do secretário executivo ou do seu gestor para gerir os processos, há programas e softwares de gestão de processos que podem ajudar nessa atividade. Por fim, o mapeamento de processos possibilita a redução de custos no desenvolvimento de produtos e serviços, traz à tona as falhas de integração entre sistemas e promove o melhor entendimento dos processos utilizados, para que eles sejam simplificados ou substituídos, caso haja necessidade. Concluímos, portanto, que o mapeamento de processos é esclarecedor e possibilita a inovação dentro das organizações. Para tanto, utiliza-se de ferramentas para alcançar tal intuito. 13 FERRAMENTAS DE MAPEAMENTO E DE MODELAGEM DE PROCESSOS O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial com foco em identificar as informações, fluxos e descrições de tarefas. Esse processo acontece por meio da estruturação visual de cada etapa. Assim, é possível conhecer profundamente cada elemento do processo, possibilitando melhorias mais assertivas. Para aplicar o mapeamento de processos em uma empresa, pode-se fazer um questionário que depois servirá de checklist para todos os departamentos e atividades. Algumasperguntas podem ser feitas com o objetivo de levar a liderança da empresa a pensar e passar pelos principais pontos dos processos adotados na organização. Alguns exemplos são a identificação e definição de prioridade dos problemas; a análise deles e suas causas, definição dos processos- chave; mapeamento dos processos e, por fim, a gestão de desempenho. Existem quatro fatores primordiais na utilização de técnicas e ferramentas para mapear processos, são eles: • Experiência do cliente: os pontos do processo que fazem contato com o cliente devem sempre proporcionar uma experiência que impacte a imagem da empresa de forma positiva. • Pontos de acúmulos de tarefas e atrasos: qualquer gargalo que comprometa a eficiência do processo deverá ser solucionado. • Priorização de atividades: é importante identificar o nível de valor agregado de cada atividade para direcionar os recursos e esforços com a devida priorização. • Integração entre sistemas: a passagem de um sistema para outro durante a execução pode causar perda de informações importantes, portanto, sistemas integrados é um fator primordial para manter a assertividade do projeto. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 19 IMPORTANT E A gestão de operações envolve sempre um mapeamento eficaz dos processos. A seguir, elencamos três técnicas para mapeamento, análise e aprimoramento de processos administrativos, a fim de auxiliar o trabalho do secretário executivo. • TÉCNICA 5W2H O 5W2H basicamente é um checklist de determinadas atividades que precisam ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa. Ele funciona como um mapeamento dessas atividades, em que ficará estabelecido o que será feito, quem fará o que, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os motivos pelos quais essa atividade deve ser feita. Em um segundo momento, deverá figurar isso em uma tabela, como será feita essa atividade e quanto custará para a empresa tal processo (PERIARD, 2009). Esta técnica consiste em conhecer o processo respondendo às seguintes questões: What, Where, Who, When, Why, How e How much, que podemos traduzir como: O que, Onde, Quem, Quando, Por que, Como e Quanto. Essa ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. A Figura 3 mostra a técnica 5W2H, que consiste em “sete perguntas que definem uma tarefa desde seu objetivo inicial até os responsáveis e seu cronograma. Então, a organização terá um “mapa” que servirá como um guia para desenvolver e concluir um projeto de forma objetiva. “O 5W2H é uma das ferramentas utilizadas no Lean e no PDCA, e apesar de simples, seus resultados são comprovados. Por isso, não cometa o erro de menosprezá-la e pular essa atividade importante nos seus projetos de gestão” (LEÃO, 2019, s.p.). UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 20 FIGURA 3 – TÉCNICA 5W2H FONTE: <https://www.nomus.com.br/blog-industrial/5w2h/>. Acesso em: 10 ago. 2018. Há, ainda, outros dois tipos de nomenclatura para esta ferramenta: o 5W1H, no qual se exclui o “H” referente ao “How much”, e o mais recente, 5W3H, no qual se inclui o “H” referente ao “How many” ou quantos. Todas essas perguntas podem ser utilizadas perfeitamente dependendo da necessidade do gestor, respeitando sempre as características individuais de cada processo ou projeto (PERIARD, 2009). ESTUDOS FU TUROS Na Unidade 3 serão mostrados exemplos de como utilizar essas e outras ferramentas aplicadas à gestão de processos, projetos e em rotinas de escritório. 14 ESCRITÓRIO DE PROCESSOS NOTA O Business Process Management Commom Body of Knowledge (BPM CBOK®) ou “Corpo Comum de Conhecimentos em Gerenciamento de Processos de Negócio” é um documento mantido pela Association of Business Process Management Professionals (ABPMP), que gerencia um repositório de melhores práticas em Gestão por Processos em nível internacional, dedicada à promoção dos conceitos e práticas de BPM. FONTE: <https://www.abpmp-br.org/>. Acesso em: 20 jun. 2018. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 21 A prática do BPM visa conhecer os processos que são executados dentro de uma empresa, medi-los e finalmente gerenciá-los, a partir daí realizar melhorias e evoluir. BPMS é um conjunto de softwares que visam atender ao ciclo completo de Gestão de Processos, composta por: modelagem, redesenho, implementação, monitoramento e otimização de processos. 15 APLICAÇÕES DOS CONCEITOS E FERRAMENTAS NA ROTINA DE ESCRITÓRIO O secretário executivo é um assessor executivo e administrador de informações que assessora a direção/chefia a processar e organizar informações. Possui prática nas rotinas de escritório, habilidade para assumir responsabilidades sem supervisão direta, iniciativa e autonomia para tomar decisões e solucionar problemas. Como pessoa mais próxima, desenvolve um conhecimento ímpar do trabalho do executivo, facilitando enormemente a delegação e a implantação de quaisquer novas ideias (PORTAL EDUCAÇÃO, s.d.). Cabe ao profissional do secretariado executivo, no exercício de sua profissão, inovar sempre, pois: Os clientes da secretária julgarão a qualidade dos serviços que foram prestados por ela a partir da maneira de como esses serviços foram executados; da mesma forma que será avaliada a qualidade do processo que ela utilizou para executar tais serviços. No julgamento da qualidade do processo estarão inseridos itens como a pontualidade da secretária, a presteza com que respondeu às solicitações, sua organização, sua empatia pelo cliente, sua cortesia e habilidade de saber ouvir. O que nos remete novamente à preocupação que a secretária deverá ter em relação à qualidade inserida em seus serviços prestados na sua estação de trabalho. Essa qualidade será o elemento preponderante nas avaliações de seus clientes, gerando a sua satisfação ou não (DECKER, 2010, p. 89). Para tanto, é primordial que o profissional do secretariado tenha conhecimento dos assuntos abordados até aqui e, ainda, saiba aplicar com maestria as ferramentas da qualidade e os softwares de gestão, a fim de organizar suas tarefas cotidianas e oferecer um trabalho mais adequado ao seu gestor imediato. Agora, apresentaremos alguns exemplos de rotinas de escritório e ferramentas que o secretário poderá dispor para lhe auxiliar na jornada de trabalho. A organização de reuniões é uma das tarefas que requer do secretário executivo um desempenho eficaz. O sucesso de uma reunião não depende apenas do executivo, mas de vários fatores e de uma série de providências que devem ser tomadas para que tudo saia conforme o planejado. UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 22 Junqueira (1994) informa alguns procedimentos a serem adotados: • confirmar os participantes e providenciar a convocação por correspondência, ou fax; • solicitar a confirmação da presença de todos; • informar com antecedência data, horário, início e término, local, nome dos participantes e assunto a ser abordado; • verificar com o diretor executivo a necessidade de organizar pastas e materiais para os participantes, para serem distribuídos durante o evento. Ao preparar a sala de reuniões, o secretário deverá verificar e providenciar: • ventilação adequada e suficiente; • equipamentos de vídeo, som e computadores; • iluminação, projetores e extensões; • os cestos de lixo, cadeiras, papéis, lápis, canetas e flipchart e outros materiais que possam vir a ser utilizados. O planejamento de viagens é uma das inúmeras técnicas que o profissional de secretariado deve dominar. Entretanto, esse planejamento deve ser feito em conjunto com o executivo. IMPORTANT E Caro acadêmico, é importante estar sempre bem atualizado com as normas que regulamentam as viagens nacionais e internacionais, pois elas são alteradas com frequência. Uma boa opção é ter um guia de viagens, que favorece uma grandeeconomia de tempo, ou, ainda, sugerimos o uso de uma nova ferramenta: o selfbooking. O selfbooking é uma ferramenta digital que permite agregar em um só lugar todos os processos referentes ao planejamento de uma viagem corporativa. Os processos como reservas de voos, hospedagens, aluguel de carros, e muitas outras questões relacionadas à viagem corporativa como um todo passam a ser resolvidas por meio de um sistema, isto é, através dessa ferramenta que chamamos de selfbooking. Essa ferramenta garante que as regras estabelecidas pela empresa serão devidamente respeitadas. FONTE: <https://manualdasecretaria.com.br/selfbooking/>. Acesso em: 18 ago. 2018. Na sequência, mostramos um exemplo de roteiro que o secretário pode seguir: TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 23 QUADRO 3 – EXEMPLO DE ROTEIRO FONTE: <http://planejamentodeviagens.blogspot.com/>. Acesso em: 20 out. 2018. Se a viagem for com muitos compromissos, faça um planejamento geral e converse com o executivo, assim ele poderá fazer modificações, caso deseje, antes que você comece a agir. Planeje todos os compromissos prevendo atrasos de voos, trânsito ou outros imprevistos. Procure se informar com o executivo sobre suas preferências em relação a datas, horários, companhias e hotéis. Providencie toda documentação necessária: como a viagem é para o exterior, providencie o passaporte, visto da saída, atestados de vacinas conforme o país a ser visitado exige. Prepare documentos da empresa que ele precisará levar, como relatórios planilhas, entre outros. Guarde todos em uma pasta com bloco de notas, canetas, agenda com números de telefones, caso ele precise. Prepare, caso ele necessite, uma maletinha com remédios. Verifique também se ele precisa que você prepare equipamentos para uma apresentação. Entregue-lhe um roteiro da viagem com horário, datas, telefones etc. Quando ele for viajar, cheque se está tudo em ordem, e principalmente, verifique se ele está com todos os documentos. Visto isso, passamos para outra tarefa do secretário, que é a escrita de uma ata de reunião, seja ela formal ou informal. NOTA Ata é um registro escrito sobre todos os acontecimentos e assuntos debatidos durante uma reunião ou outro tipo de assembleia. O processo de confecção de uma ata de reunião formal é um aspecto extremamente formal, sendo assinada por todos os integrantes e registrada em cartório, como exemplo podemos citar a alteração contratual, alteração de diretoria, entre outros. Portanto, o secretário deve estar preparado para a realização dessa tarefa. Uma ata formal é constituída de cinco partes: UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 24 a) Abertura: indica a data, horário, local e o nome da entidade que está reunida. b) Legalidade: declaração de legalidade da reunião por existir quórum, conforme os estatutos. Não havendo quórum, a reunião não poderá ser realizada, mas a ata deverá ser lavrada para que o fato fique registrado. c) Expediente: registro informativo no qual constam os nomes dos presentes e as ausências justificadas, além de avisos e outros assuntos. d) Ordem do dia: parte central do texto, corresponde ao registro das discussões e decisões ocorridas durante uma reunião, devendo ser narrados em ordem cronológica e registrados os quesitos, a forma de votação e o resultado. e) Encerramento e desfecho: quando todos os acontecimentos foram registrados. Além de preparar a sala de reuniões, contratar o café, entre outras atividades, o secretário deve se preparar antecipadamente para cada reunião, portanto: • Lembre-se de levar papel e caneta ou seu notebook para fazer todas as anotações necessárias. • Sente-se em um local onde possa ouvir com clareza toda a discussão. • Se preferir redigir a ata diretamente no computador, certifique-se de que você realmente a faça com rapidez; caso contrário, opte por anotar as informações à mão e, mais tarde, com calma, redigir no computador. • Verifique a questão do barulho do teclado do computador. Acredite: ele irrita! Ainda mais em reuniões que exigem concentração. • Arquive o documento e encaminhe por e-mail. Uma opção é disponibilizar a ata via internet para todos os participantes. • Caso sinta-se mais seguro, você poderá gravar a reunião na forma de áudio. Isso ajuda a tirar dúvidas na hora de redigir a ata. Caso opte por essa opção, é importante comunicar a todos que a reunião será gravada com esse objetivo. Por último, vale lembrar que em uma ata de reunião, por mais grosseiro que pareça, a opinião do secretário não interessa. As pessoas devem saber o que foi discutido e decidido, independentemente do seu posicionamento sobre os fatos. Dessa forma, você produzirá uma ata de reunião imparcial e completa, como esperado por todos. O perfil do profissional de sucesso envolve e requer muito além de qualificações técnicas e intelectuais ou simplesmente boa aparência. O secretário executivo deve preservar a postura e a integridade de comportamento. No ambiente de trabalho, o secretário reflete a imagem da empresa e, portanto, deve se preocupar com a impressão que pode causar. ATENCAO Vamos dar sequência aos assuntos de escritório, tratando agora da organização e manutenção do arquivo. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 25 Junqueira (1994) afirma que um arquivo moderno e bem estruturado é um centro atuante de informações, um instrumento de controle para a atividade administrativa que auxilia na correta tomada de decisões. Saiba como organizá-lo de maneira eficiente e com qualidade, seguindo os passos descritos na sequência: QUADRO 4 – INSTRUMENTO DE CONTROLE PARA A ATIVIDADE ADMINISTRATIVA QUE AUXILIA NA CORRETA TOMADA DE DECISÕES Separe as informações em categorias mais amplas possíveis. Algumas categorias comuns são: Contatos de A-H, Contatos de I-P, Contatos Q-Z, Assessorias, Matérias, Informações Gerais etc. Faça um arquivo suspenso para cada uma dessas categorias. Certifique-se de usar arquivos suspensos que podem ser pendurados em várias posições. Depois, comece a dividir em subcategorias com as pastas de arquivo (pastas simples, que vão dentro das pastas suspensas). Você pode, por exemplo, separar seu arquivo pessoal em pastas de acordo com o ano (2001, 2002, 2003, 2004 etc.). Comece a colocar cada folha de papel na pasta correspondente. Marque cada uma com uma data para descarte, dessa forma, quando você for mexer nos arquivos daqui a um ano, você saberá imediatamente se você deve manter aquele papel ou descarta-lo. Se você encontrar um papel que pode ser arquivado em algumas pastas diferentes e você não sabe ao certo em qual arquivá-lo, escolha um deles e coloque uma referência cruzada (uma anotação) dentro do outro arquivo em que ele se encaixaria. Deixe espaço nos arquivos para que as gavetas não fiquem entaladas. Se as gavetas estiverem muito apertadas, arquivar será uma tarefa frustrante e é bem provável que você não a cumpra. Uma vez que você tenha montado seu sistema de arquivo – seja na redação ou em casa – arquive diariamente ou pelo menos semanalmente. Se você deixar seu sistema de arquivos de lado, você vai gastar muito tempo para colocá-lo em ordem novamente e vai perder em produtividade. 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) FONTE: <https://manualdasecretaria.com.br/como-organizar-e-arquivar-documentos/>. Acesso em: 23 set. 2018. A perfeição do trabalho do secretário depende, em grande parte, da agenda. Ela assume vital importância no decorrer da rotina diária desse profissional. Seu objetivo é facilitar a eficiência, pois possibilita organizar e lembrar compromissos. Para tanto: UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 26 • liste todas as tarefas que terá de realizar no dia seguinte, ou durante o mês; • anote os compromissos do seu chefe, indicando data, horário e local de realização; • deve haver coerência entre a sua agenda com a de seu chefe, isto é, mantenha- as identicamente anotadas; • entre um compromisso e outro, reserveuma hora para atrasos ou compromissos urgentes que não foram marcados. Você pode ter muitas tarefas para realizar, mas se estabelecer prioridades, o tempo se tornará maior. Seja rigoroso quanto às tarefas estabelecidas em sua agenda. Uma boa técnica para ser utilizada ao fazer anotações é o uso de um código de cores. A escolha da cor fica a seu critério. O que importa é a localização rápida do compromisso, facilitando a elaboração de relatórios. Faça da sua agenda o seu “centro de informações”. Use as duas contracapas internas para colar todas as informações que você precisa para o seu dia a dia, em fotocópias reduzidas. NOTA Dentre os requisitos imprescindíveis a um secretário estão elementos como discrição e sigilo, capacidade de relacionamento multicultural e de respeito aos seus interlocutores, domínio de informações e gerenciamento a partir de critérios, e habilidade na solução de problemas. No quesito comunicação, na visão de Portela e Schumacher (2007), a comunicação é um processo bastante complexo e o executivo gasta a maior parte de seu tempo se comunicando, por isso, é necessário destacar algumas técnicas que facilitam esse processo quanto à assessoria do secretário executivo: • transmitir as informações e instruções de forma clara, objetiva e breve; • que o conteúdo a ser transmitido tenha início, meio e fim, focando no objetivo principal; • fazer um roteiro do que será apresentado para não desviar-se da meta; • fazer anotações dos pontos importantes; • fazer relatórios, atas dos assuntos tratados para efeito de registro; • pensar cuidadosamente sobre o que será transmitido; • não usar termos rebuscados, mas termos simples, de acordo com o nível de atendimento dos receptores; • dominar o assunto; • pedir feedback; • saber ouvir. TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 27 Portela e Schumacher (2007), ainda afirmam que o secretário executivo é responsável por intermediar muitos contatos e desenvolver um papel de canal de comunicação entre as pessoas dentro de uma organização. IMPORTANT E Lembre-se acadêmico: sempre trate bem o cliente. Não se esqueça de que você também é cliente e deseja ter um bom atendimento e ser tratado com respeito. Por isso, faça o mesmo! O telefone ainda é um instrumento de networking e de vendas muito importante, por isso é necessário levar em conta alguns fatores quando precisar falar com um cliente, ainda mais se pretende conquistá-lo ou mesmo encantá- lo. Portanto, acadêmico, quando estiver no exercício de sua profissão como secretário, dê especial atenção à qualidade do atendimento que dá às ligações internas, que também compromete a comunicação e a agilidade no andamento dos negócios de sua empresa. Segundo Junqueira (1994), o telefone é um importante instrumento de trabalho que faz parte dos requisitos básicos para um secretário, por se tratar de um meio de comunicação eficiente, moderno e prático, tornando-se o ponto- chave de ligação entre a empresa e o cliente. Muitos dos contatos com os clientes, fornecedores e outros são feitos diariamente via telefone, nos fazendo lembrar de que apenas a nossa voz é o nosso intermediário direto. Portanto, esse contato é definitivo, pois se a voz não causar boa impressão, provavelmente essa comunicação será um fracasso. A seguir, descrevemos o protocolo para o adequado atendimento telefônico, segundo a secretária e autora Mirian Nasser (2010, s.p.): • Nunca fale o habitual “alô”. Use a prática utilizada pela empresa: nome da empresa, seu nome e sua saudação para ligações externas e apenas seu nome ou, se preferir, também identifique seu departamento para as chamadas internas; • Evite o terrível “quem fala?”, “quem é?”, “quem gostaria?”. Seja cortês ao telefone e pergunte de uma outra forma como “por gentileza, quem deseja falar ou quem quer falar?”; • Se o cliente precisar aguardar na linha, não o deixe esperando por muito tempo, pois correrá o risco dele desligar o telefone ou atender a outra linha interna; • Nunca digite enquanto fala ao telefone e evite fazer barulho ao redor que possa prejudicar a conversa com o cliente; • Caso esteja em uma ligação particular e seu telefone tocar (linha interna ou externa), desligue ou coloque sua chamada em “espera ou hold”. Dê prioridade às ligações da empresa; UNIDADE 1 | GESTÃO DE PROCESSOS 28 • Se tiver uma crise de riso, soluço ou tosse, peça licença ao cliente e coloque o telefone em “espera”; • Se tocar uma outra linha, peça licença por um minuto, atenda à segunda linha e diga que está em outra ligação e que retornará em seguida; • Evite comer, beber, mascar chiclete ou chupar bala enquanto fala ao telefone; • Caso seu chefe não esteja disponível para atender ao cliente, jamais peça para o cliente ligar mais tarde ou de novo. Quem deve retornar a ligação é você; • Se combinar dia e horário para retornar a ligação, faça-o conforme o combinado, ou, caso haja algum imprevisto, avise ao cliente. Cumpra o que prometeu; • Se a ligação for feita para um celular, sempre inicie a conversa perguntando se a pessoa está disponível para atender sua chamada; • Nunca diga “Ele não se encontra”, afinal, ele não está perdido. Diga apenas “Ele não está”; • Quando for transferir uma ligação externa a algum funcionário da sua empresa, tenha a delicadeza de adiantar o assunto ao colega de trabalho e só assim transferir a ligação. Não cometa a grosseria de transferir diretamente a ligação sem mesmo saber se seu colega está em seu local de trabalho ou mesmo se ele poderá atender a chamada. Saiba que o cliente voltará a ligar para você, e, provavelmente, estará irritado. Caso seu colega não possa atendê-lo, anote o recado e entregue ao seu colega o mais rápido possível; • Use um tom de voz firme, claro e gentil ao telefone. Evite gírias, diminutivos, gritos, intimidades (amor, bem, querida, flor, docinho, paixão); • Se estiver ao telefone com o cliente, evite conversar com a colega de trabalho quando ele sair da linha por alguns instantes. Ele poderá ouvir algum assunto pessoal ou da empresa; • Se estiver resfriada, evite tossir ou espirrar ao telefone enquanto fala. Peça um minuto e coloque o telefone em “espera”. Caso a situação esteja crítica, peça desculpas e ligue em seguida, quando estiver se sentindo melhor; • Sorria ao telefone. Você pode não perceber, mas fará toda a diferença. Você não se sente mais à vontade quando alguém fala com você sorrindo? Pois é… • Quando alguém ligar para seu chefe e ele não quiser ou não puder atender naquele momento, evite falar “Ele saiu”, “Está em reunião” ou “Não pode atender”. Evite esses clichês e procure ser atenciosa e sincera na medida do possível; • Seja natural ao telefone. Você não percebe quando alguém está mentindo ao telefone? Tenha certeza de que os outros também! • Tente se conter com clientes mal-educados. Mantenha sua classe e postura e tente acalmá-lo. Jamais o interrompa, grite ou seja agressivo com ele. Aos poucos, ele irá se acalmar; • Na necessidade de anotar um recado para o chefe ou colega de departamento, tenha sempre à mão papel e caneta. Escreva-o com letra legível e anote a mensagem corretamente. Atenção: não faça o cliente repetir várias vezes o recado. Ninguém suporta isso! Se estiver em dúvida de como escrever um nome, peça para o cliente soletrar. • Não se esqueça de anotar dia, hora e assinar o recado ou, se preferir, envie um e-mail. Não faça o que geralmente a maioria faz, que é o de transmitir o recado quando se encontrar com o colega. E se você não vê-lo? Ele ficará sem receber o recado? TÓPICO 1 | CONCEITO DE PROCESSO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS 29 • Quando precisar deixar um recado no celular ou no escritório do cliente, fale de forma clara e pausada, repita apenas o telefone de contato e agradeça. • Por fim, quando ligar para alguém, cumprimente-o, diga já na primeira frase seu nome, empresa e o motivo da ligação. Assim você mostrará eficiência, ganhará tempo
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