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Universidade Federal do Rio Grande Escola de Química e Alimentos Curso de Engenharia Química Disciplina de Laboratório de Engenharia III 1. Identificação Experimento: Esvaziamento de Tanque Autor: Caroline Stürmer de Oliveira Professor responsável: Carlos Alberto Severo Felipe Data da prática: 30 de agosto de 2018 Data de entrega: 27 de setembro de 2018 2. Resumo Experimentos com tanques podem ser utilizados para determinar a vazão de líquidos e o tempo de descarga de um fluído em um tanque cilíndrico vertical. O experimento foi desenvolvido em um sistema com uma torneira acoplada, localizada próximo à base, a fim de permitir a passagem do fluido na saída do tanque. O principal objetivo do experimento é verificar, para diferentes aberturas da torneira, o efeito da altura da coluna de água sobre as vazões de saída. Além disso, determinar experimentalmente os coeficientes de descarga. A medida em que o tanque esvazia, a vazão sofre alteração devido a variação da altura da coluna de água. 3. Introdução Teoricamente, a Equação de Bernoulli (balanço de energia) aplica- se apenas para escoamento em regime permanente. Porém, se considerarmos que o fluído na superfície do reservatório desce com uma velocidade baixa, o erro resultante é desprezível. Considerando uma linha de corrente entre os pontos 1 (topo do reservatório) e 2 (orifício na base) podemos empregar a equação de Bernoulli. Equação (1) O diâmetro do reservatório é muito maior do que o diâmetro de saída da torneira, portanto, considera-se que a velocidade no ponto 1 é muito pequena em relação a velocidade no ponto 2 podendo, assim, ser desconsiderada. Com o topo do reservatório aberto, consideramos que o fluido está sob influência somente da pressão atmosférica e, por isso, a pressão no ponto 1 e ponto 2 (jato livre) são iguais à pressão atmosférica. O nível de referência é o ponto 2, logo h2=0 e h1 é a altura do tanque. Portanto, a equação de Bernoulli para determinar a velocidade teórica resume-se a: 𝑣 = √2𝑔ℎ Equação (2) Para calcular a velocidade real utiliza-se a Equação 3. 𝑣𝑟 = 𝑄 𝐴 Equação (3) Para o cálculo das vazões mássica e volumétrica tem-se, respectivamente: 𝑚 = ρ. 𝐴. 𝑑ℎ 𝑑𝑡 Equação (4) 𝑄 = 𝐴. 𝑑ℎ 𝑑𝑡 Equação (5) 4. Metodologia 4.1 Materiais ● Proveta (tanque) ● Torneira ● Água ● Balde ● Cronômetro ● Régua 4.2. Métodos Para a realização do experimento utilizou-se um tanque cilíndrico de dimensões conhecidas com diferentes marcações que permitia a verificação da altura de líquido. Uma torneira conectada próximo a base do tanque permitia a saída de água, como mostra a Figura 1. Figura 1. Esquema do sistema de esvaziamento de tanque Com a torneira fechada, o reservatório foi preenchido com água até a altura “h” de referência. Após ajustar o volume de água no primeiro ponto da escala, a torneira foi então aberta simultaneamente ao disparo do cronômetro e os tempos correspondentes para cada variação no nível de coluna d’água foram anotados. O procedimento foi realizado para diferentes regulagens da torneira. Primeiro foi dado uma volta na torneira, depois abriu-se até a metade e por fim foi dado 3 voltas para que o líquido escoe na velocidade necessária. 5. Resultados e Discussão Com os dados obtidos foi possível relacionar a altura da coluna de líquido com o tempo, para cada regulagem, conforme mostra os gráficos abaixo. Abertura 1 Gráfico 1. Relação entre a altura da coluna d’água e o tempo para 1 volta. Abertura 2 Gráfico 2. Relação entre a altura da coluna d’água e o tempo para 2 voltas. Abertura 3 Gráfico 3. Relação entre a altura da coluna d’água e o tempo para 3 voltas. Como o tanque não é alimentado, a quantidade de fluido diminui dentro do mesmo, e assim, vai diminuindo gradativamente a vazão. Além disso, foi possível calcular as vazões mássica e volumétrica para cada instante “t” e também a velocidade de saída, conforme mostra as tabelas. Abertura 1 Abertura 2 Abertura 3 t (s) h (m) dh/dt (m/s) m (kg/s) Q (m³/s) v (m/s) 43 0,475 -0,00097 0,00685 6,85E-06 0,17847 79,2 0,44 -0,00063 0,00449 4,49E-06 0,11704 134,4 0,405 -0,00067 0,00475 4,75E-06 0,12377 186,6 0,37 -0,00059 0,00418 4,18E-06 0,10876 246 0,335 -0,00058 0,00409 4,09E-06 0,10661 306,6 0,3 -0,00054 0,00383 3,83E-06 0,09970 371,4 0,265 -0,00053 0,00376 3,76E-06 0,09789 437,4 0,23 -0,00047 0,00333 3,33E-06 0,08684 511,8 0,195 -0,00034 0,00238 2,38E-06 0,06187 619,2 0,159 t (s) h (m) dh/dt (m/s) m (kg/s) Q (m³/s) v (m/s) 6 0,475 -0,00292 0,02067 2,07E-05 0,53838 18 0,44 -0,00350 0,02481 2,48E-05 0,64606 28 0,405 -0,00318 0,02255 2,26E-05 0,58733 39 0,37 -0,00350 0,02481 2,48E-05 0,64606 49 0,335 -0,00206 0,01459 1,46E-05 0,38004 66 0,3 -0,01944 0,13783 1,38E-04 3,58922 67,8 0,265 -0,00449 0,03181 3,18E-05 0,82828 75,6 0,23 -0,00417 0,02953 2,95E-05 0,76912 84 0,195 -0,00353 0,02502 2,50E-05 0,65149 94,2 0,159 t (s) h (m) dh/dt (m/s) m (kg/s) Q (m³/s) v (m/s) 4 0,475 -0,007 0,04962 4,96E-05 1,29212 9 0,44 -0,009 0,06202 6,20E-05 1,61515 13 0,405 -0,007 0,04962 4,96E-05 1,29212 18 0,37 -0,007 0,04962 4,96E-05 1,29212 23 0,335 -0,006 0,04135 4,13E-05 1,07677 Nota-se que medida em que o tanque se esvazia, as vazões de saída sofrem alterações devido a variação da altura da coluna de líquido. Estas alterações podem ser melhor observadas através dos gráficos a seguir. Abertura 1 29 0,3 -0,007 0,04962 4,96E-05 1,29212 34 0,265 -0,005 0,03544 3,54E-05 0,92294 41 0,23 -0,006 0,04135 4,13E-05 1,07677 47 0,195 -0,004 0,02835 2,84E-05 0,73835 56 0,159 0 0,000001 0,000002 0,000003 0,000004 0,000005 0,000006 0,000007 0,000008 0 100 200 300 400 500 600 V az ão ( m ³/ s) Tempo (s) Vazão volumétrica x Tempo 0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0 100 200 300 400 500 600 700 V az ão ( k g/ s) Tempo (s) Vazão mássica x Tempo Observa-se que as vazões de saída (mássica e volumétrica) diminuem com o tempo e assim pode-se comprovar o efeito que a altura da coluna de água provoca sobre as vazões. Ou seja, se diminuirmos a altura da coluna de água, consequentemente a vazão será menor, sendo que com o passar do tempo a altura tende a diminuir pois está ocorrendo perda de massa e de volume do tanque. Abertura 2 0 0,000005 0,00001 0,0000150,00002 0,000025 0,00003 0,000035 0 20 40 60 80 100 V az ão ( m ³/ s) Tempo (s) Vazão volumétrica x Tempo 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0 20 40 60 80 100 V az ão ( k g/ s) Tempo (s) Vazão mássica x Tempo Os gráficos acima são referentes ao momento em que a metade da torneira foi aberta, porém, nota-se que não se obteve resultados favoráveis graficamente. Ao que tudo indica, houve erros experimentais durante a execução do experimento, impossibilitando, assim, a demonstração do comportamento da vazão volumétrica com o tempo para a abertura 2. Abertura 3 0,00000 0,01000 0,02000 0,03000 0,04000 0,05000 0,06000 0,07000 0 10 20 30 40 50 60 V az ão ( k g/ s) Tempo (s) Vazão mássica x Tempo 0,00E+00 1,00E-05 2,00E-05 3,00E-05 4,00E-05 5,00E-05 6,00E-05 7,00E-05 0 10 20 30 40 50 V az ão ( m ³/ s0 Tempo (s) Vazão volumétrica x Tempo Na ultima regulagem da torneira (3 voltas) notou-se também uma diminuição das vazões em relação ao tempo, porém não apresentou um resultado muito exato, devido a erros cometidos durante a execução do experimento. Por fim, obteve-se os coeficientes de descarga plotando um gráfico da velocidade real versus velocidade de Bernoulli. A relação da descarga real com a descarga ideal é representada pelo coeficiente de descarga, sendo de extrema importância o conhecimento deste para a medição correta da vazão em escoamentos, visto que para isso considera-se a perda de carga por atrito. Abertura 1 Abertura 2: Não foi possível determinar o coeficiente de descarga. y = 0,0645x - 0,0587 R² = 0,9232 0,00000 0,02000 0,04000 0,06000 0,08000 0,10000 0,12000 0,14000 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 V el o ci d ad e re al Velocidade de Bernoulli Coeficiente de descarga 1 Abertura 3 Os gráficos acima mostram coeficientes de descarga iguais à 0,0645 e 0,5709 para as aberturas 1 e 3, respectivamente. Este comportamento já era esperado, visto que, de acordo a literatura o coeficiente de descarga varia entre 0 e 1. 6. Conclusão A partir do experimento realizado pôde-se determinar as vazões de saída (mássica e volumétrica) e o coeficiente de descarga para diferentes aberturas na saída do tanque. Além disso, foi comprovado que a vazão diminui com o tempo devido à uma diminuição na altura da coluna de água. Porém, devido à alguns erros como, por exemplo, imprecisão na leitura e coleta dos valores de tempo e altura, houve alguns gráficos que não saíram como o esperado. Contudo, conclui-se que a Equação de Bernoulli se demonstra muito eficiente para descrever o comportamento de fluídos em tanques cilíndricos. y = 0,5709x - 0,3592 R² = 0,9098 0,00000 0,20000 0,40000 0,60000 0,80000 1,00000 1,20000 1,40000 1,60000 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 V el o ci d ad e re al Velocidade de Bernoulli Coeficiente de descarga 3 7. Referências Introdução a mecânica dos fluidos/ Robert W. Fox, Alan T. McDonald, Philip J. Pritchard, 2006.
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