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Reta Final_Direito Internacional1

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XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
 
RETA FINAL - XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
 
Disciplina Direito Internacional 
Aula Única 
 
GUIA DE ESTUDO 
1. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: 
����CONCEITO: Trata de situações jurídicas multiconectadas, isto é, ligadas tanto ao Direito 
brasileiro quanto ao Direito estrangeiro. O Direito Internacional Privado disciplina os casos 
concretos que envolvem PARTICULARES (pessoas naturais ou pessoas jurídicas), cuja solução 
permite ao juiz brasileiro tanto aplicar a lei brasileira quanto aplicar a lei estrangeira. 
 
����APLICAÇÃO CONCRETA DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: Por meio da aplicação do 
Direito Internacional privado é possível chegar a duas conclusões: 
a) Possibilidade de o juiz brasileiro aplicar a lei estrangeira; ou 
b) Execução interna de sentença estrangeira por juiz federal brasileiro, desde que a 
sentença estrangeira tenha sido homologada pelo STJ. 
 
����FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUIZ BRASILEIRO EM MATÉRIA DE DIREITO 
INTERNACIONAL PRIVADO: ARTS. 88 E 89 DO CPC 
• REGRA GERAL (ART. 88 DO CPC): Competência CONCORRENTE do juiz brasileiro com o 
juiz estrangeiro, isto é, a parte do caso concreto pode escolher se ajuíza a ação no 
Brasil ou se ajuíza a ação no exterior (na prática, as ações ajuizadas no Brasil poderão 
permitir que o juiz brasileiro aplique, se a LINDB autorizar, lei estrangeira no 
julgamento; já as ações ajuizadas no exterior poderão dar ensejo à homologação pelo 
STJ da sentença estrangeira emitida). 
• EXCEÇÕES (ART. 89 DO CPC): Existem duas ações judiciais que tornam a competência 
do juiz brasileiro ABSOLUTA, ou seja, as ações judiciais apenas poderão ser ajuizadas 
no Brasil (nestas hipóteses, o STJ não homologará eventual sentença estrangeira). São 
elas: 
a) ações relativas a bens imóveis situados no Brasil; 
b) inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. 
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
����ELEMENTOS DE CONEXÃO: ARTS. 7º, 8º, 9º, 10º E 11º DA LINDB E ART. 5º, INCISO XXXI, 
DA CF/88: Os elementos de conexão correspondem às matérias que devem ser investigadas 
nos casos concretos para, quando presentes, orientar o juiz brasileiro sobre a aplicação da lei 
brasileira ou da lei estrangeira. Perceba que os elementos de conexão não resolvem o caso 
concreto, mas somente conectam o caso julgado ou à lei brasileira ou à lei estrangeira. 
• Existem 05 elementos de conexão no Direito brasileiro, a saber: 
ELEMENTO DE CONEXÃO (matéria a ser 
investigada se está presente no caso 
concreto) 
Lei aplicável 
Direito de Família, Capacidade Civil e 
Personalidade Jurídica 
Deverá ser aplicada a LEI DO LOCAL DO 
DOMICÍLIO das partes. (Observação: no caso 
de noivos com domícilos diferentes, aplicar-
se-á a lei do primeiro domicílio dos nubentes). 
Negócios Jurídicos, Contratos, Obrigações e 
Testamento 
Deverá ser aplicada a LEI DO LOCAL DE 
CELEBRAÇÃO (assinatura) 
(Observação: no caso de contratos entre 
ausentes, aplica-se a lei do domicílio do 
proponente) 
Criação e Funcionamento de Fundações e 
Pessoas jurídicas 
Deverá ser aplicada a LEI DO LOCAL DA 
CONSTITUIÇÃO (registro) 
Classificação de Bens Deverá ser aplicada a LEI DO LOCAL DA 
SITUAÇÃO (local em que os bens se 
encontram). 
Sucessão causa mortis (em Direito 
Internacional Privado, trata-se a 
transferência de herança quando não houver 
testamento) 
Regra geral: Deverá ser aplicada A LEI DO 
DOMICÍLIO DO DE CUJUS. 
Exceção: Será aplicada a LEI BRASILEIRA 
quando houver 03 requisitos cumulativos: 
(i) cônjuge ou filho brasileiro; 
(ii) bens situados no Brasil; 
(iii) lei brasileira mais favorável aos herdeiros 
referidos. 
 
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
2. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
����CONCEITO: Rege as relações jurídicas entre os sujeitos do Direito Internacional Público, isto 
é, entre os Estados, Organizações Internacionais, Santa Sé, Comitê Internacional da Cruz 
Vermelha, Movimentos de Libertação Nacional, Beligerantes ou Insurgentes e o indivíduo 
(este, em especial, no que diz respeito à proteção internacional dos Direitos Humanos). 
 
����04 ETAPAS DA INTERNALIZAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS NO BRASIL: 
O processo de internalização de tratados internacionais comporta 04 fases segundo o STF e 
a doutrina especializada: 
1ª ETAPA: NEGOCIAÇÃO E ASSINATURA: Cabe ao Presidente da República atuar nesta fase 
(art. 84, inciso VIII, da CF/88). É possível que o Presidente da República envie alguém que o 
represente, os chamados plenipotenciários. 
2ª ETAPA: REFERENDO, APROVAÇÃO OU DECISÃO DEFINITIVA DO CONGRESSO 
NACIONAL: Nos termos do art. 49, inciso I, da CF/88, os tratados onerosos ao patrimônio 
nacional deverão ser submetidos à decisão definitiva do Congresso Nacional. Nesta fase, o 
Congresso expede decreto legislativo autorizando a ratificação do tratado. 
3ª ETAPA: RATIFICAÇÃO DO TRATADO: A ratificação é competência do Presidente da 
República – que pode ser representado por um plenipotenciário - e deverá ser realizada por 
ato definido no próprio tratado (ex. troca de notas diplomáticas, depósito perante uma OI 
etc.). A importância da ratificação deve ser considerada, pois, em regra, é a ratificação que 
confere VIGÊNCIA INTERNACIONAL aos tratados. 
4ª ETAPA: PROMULGAÇÃO INTERNA DO TRATADO RATIFICADO MEDIANTE DECRETO 
PRESIDENCIAL: Depois de ratificado, o tratado internacional deverá ser promulgado 
internamente para poder ser aplicado pelas autoridades brasileiras. Tal promulgação é 
realizada mediante edição de decreto presidencial pelo Chefe do Executivo, cabendo ao 
decreto assegurar ter efeitos ao tratados: promulgação, publicação e executoriedade internas 
ao tratado já ratificado. 
 
����DEFINIÇÃO DE TRATADO INTERNACIONAL: ART. 2º DA CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE 
DIREITO DOS TRATADOS DE 1969: 
“Tratado significa um acordo internacional concluído POR ESCRITO ENTRE 
ESTADOS e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento 
único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua 
denominação específica” 
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
Coordenação Pedagógica OAB 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
• Observações: 
1. A Convenção de Viena de 1969 sobre Direito dos Tratados não impede que outros 
sujeitos que não os Estados celebrem tratados (ex. Organizações Internacionais). Entretanto, 
os tratados que apresentem outros sujeitos do Direito Internacional como partes não serão 
regidos por esta Convenção. Aplica-se o costume internacional para disciplinar esses tratados; 
2. O Brasil ratificou a Convenção de Viena de 1969 sobre Direito dos Tratados no ano de 
2009; 
3. Embora o nome do tratado seja irrelevante para sua caracterização (ex. protocolo, 
declaração, convenção, tratado etc.), pois o que importa é que seja um acordo por escrito 
celebrado entre Estados para a incidência da Convenção de Viena de 1969, existe um tipo de 
tratado cujo o nome é relevante. Trata-se da CONCORDATA, tratados celebrados pela Santa 
Sé. 
 
����LIMITES À CRIAÇÃO DE TRATADOS POR PARTE DOS ESTADOS: JUS COGENS 
INTERNACIONAL (ART. 53 DA CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITO DOS TRATADOS DE 
1969) 
Os Estados gozam de ampla liberdade para definir o conteúdo dos tratados que 
celebram, pois são soberanos. Essa liberdade,no entanto, não é ilimitada ou absoluta, pois 
nenhum tratado celebrado poderá violar o chamado JUS COGENS (normas imperativas do 
Direito Internacional). Isso porque o art. 53 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados 
de 1969 é expresso ao definir que tratado que viola o jus cogens é nulo. 
“Art. 53 – É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com 
uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente 
Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma 
aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um 
todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser 
modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma 
natureza”. 
����Conclusão: Tratado internacional contrário ao jus cogens não revoga o jus cogens, pois o 
tratado será nulo. 
O conceito de jus cogens é indeterminado, cabendo aos meios auxiliares do Direito 
Internacional (doutrina e jurisprudência) ir, aos poucos, definindo quais são as normas 
internacionais que podem ser consideradas pertencentes ao jus cogens internacional. 
 
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
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����MEIOS DE EXCLUSÃO DOS INDIVÍDUOS DO TERRITÓRIO NACIONAL: 
Existem 04 instrumentos que podem ser empregados pelo Estado brasileiro para excluir 
os indivíduos do território nacional. São eles: deportação, expulsão, extradição e entrega. 
 
1. DEPORTAÇÃO: medida administrativa aplicada apenas ao estrangeiro que entrou ou 
permanece de forma IRREGULAR no Brasil. Não se trata de uma punição, por isso o estrangeiro 
deportado pode retornar ao Brasil se regularizar sua situação e ressarcir o Tesouro Nacional 
das despesas que causou quando foi deportado. No país, a deportação é um ato discricionário 
efetuado pela Polícia Federal. 
 
2. EXPULSÃO: penalidade aplicada apenas ao estrangeiro que VIOLOU O INTERESSE NACIONAL 
ou COMETEU FRAUDE PARA INGRESSAR O PERMANECER no Brasil. O art. 5º, inciso XLVII, da 
CF/88 proíbe o banimento, isto é, a expulsão dos brasileiros (natos ou naturalizados). A 
expulsão é um ato discricionário de competência do Presidente da República e é 
instrumentalizada mediante expedição de um decreto expulsório. Por ser uma penalidade, 
enquanto não for revogado o decreto da expulsão, o estrangeiro expulso não poderá retornar 
ao Brasil, sob pena de cometer crime previsto no art. 338 do Código Penal (reingresso de 
expulso). O estrangeiro que apresentar cônjuge ou companheiro/a há mais de 05 anos e filho 
BRASILEIROS DEPENDENTES não poderá ser expulso. 
Pegadinha: Cônjuge ou companheiro/a e filho brasileiros dependentes somente não poderá 
ser expulso, mas sofre deportação, extradição e entrega. 
 
3. EXTRADIÇÃO: medida de cooperação judiciária penal, por meio da qual o Estado brasileiro 
disponibiliza indivíduo que cometeu crime no exterior e se encontra foragido no país. A 
extradição alcança ESTRANGEIROS E BRASILEIROS NATURALIZADOS (somente brasileiros 
natos não podem sofrer extradição). O art. 5º, inciso LI, da CF/88 prevê as duas hipóteses de 
extradição do brasileiro naturalizado, a saber: 
i) cometimento de crime comum antes da naturalização; 
ii) comprovado envolvimento no tráfico ilícito de entorpecentes (antes ou depois de 
naturalizado). 
Não haverá extradição na hipótese de cometimento de crime político ou crime de 
opinião, conforme determina o art. 5º, inciso LII, da CF/88. 
A extradição poderá ser fundada em tratado internacional entre o Brasil e o Estado 
requerente ou sobre promessa de reciprocidade entre os Estados, isto é, na hipótese de não 
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existir tratado de extradição, os países se comprometem a atender um o pedido do outro 
sobre a matéria. Logo, o tratado internacional é prescindível (dispensável) na extradição. 
 
4. ENTREGA: ordem expedida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para que o Brasil envie 
indivíduo para ser julgado por esta Corte Internacional. A entrega alcança ESTRANGEIROS, 
BRASILEIROS NATURALIZADOS E BRASILEIROS NATOS, haja vista que, conforme prevê o art. 
5º, § 4º, da CF/88, o Brasil está submetido à jurisdição de Tribunal Penal Internacional cuja 
criação tenha manifestado adesão. 
 
����TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI): 
Trata-se de uma Corte Internacional Penal, o que indica que o TPI julga INDIVÍDUOS, não 
Estados. 
Criado pelo Estatuto de Roma, assinado em 1998, mas cuja ratificação apenas se 
concluiu no ano de 2002, o Tribunal Penal Internacional têm COMPETÊNCIA COMPLEMENTAR 
à jurisdição dos Estados para o julgamento de 04 crimes (isto é, tanto os juízes nacionais 
quanto o TPI poderá julgar esses crimes): 
i) crime de genocídio; 
ii) crimes de guerra; 
iii) crimes contra a humanidade; 
iv) crime de agressão. 
A competência do TPI para julgamento apenas alcançam fatos POSTERIORES AO ANO 
DE 2002, ou seja, crimes que ocorreram depois do início do funcionamento do referido 
Tribunal Internacional. 
Nenhuma imunidade de chefe de Estado ou de funcionário público vale perante o TPI, 
de modo que esta Corte Internacional pode julgar qualquer pessoa que tenha cometido os 
crimes referidos no território de um Estado-parte do Estatuto de Roma ou crimes que tenham 
sido praticados por nacional de um Estado-parte do Estatuto de Roma. 
Em situações excepcionais, quando um dos 04 crimes aludidos forem praticados no 
território de um Estado que não seja parte do Estatuto do Roma ou por um indivíduo que não 
seja nacional de um Estado-parte do Estatuto, o Conselho de Segurança da ONU poderá 
solicitar o julgamento do indivíduo perante o TPI. 
O TPI pode aplicar 02 tipos de penas aos indivíduos que julgar: prisão perpétua ou prisão por 
um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 anos

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