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Pejotização: Entre a Ilegalidade e a Autonomia

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Após as leituras realizadas podemos observar que na “pejotização” o trabalhador, pessoa física, presta o serviço em uma empresa através da constituição de uma pessoa jurídica, utilizando um contrato de prestação de serviços de natureza civil, sem a incidência de qualquer direito trabalhista (ORBEM) , ou seja, o empregador utiliza a lei para se referir à contratação de serviços pessoais, exercidos por pessoas físicas, de modo subordinado, não eventual e oneroso, realizada por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim, na tentativa de disfarçar eventuais relações de emprego que evidentemente seriam existentes, fomentando a ilegalidade e burlando direitos trabalhistas. Esse atípico meio de relação de trabalho é fruto da nova ideologia do empreendorismo assim como das do aumento de suas riquezas que vem fazendo com que as relações trabalhistas sejam cada vez mais multiformes nas permissividades jurídicas atuais. Em geral os contratos atípicos estão embasados pelos típicos, sendo assim estes não obedecem a um modelo legal ou socialmente construído, possibilitando assim que a CLT venha a ser descaracterizada e assim não haja a relação de emprego do trabalhador físico para com empregador, pessoa jurídica e desta maneira há para os contratantes, a diminuição dos custos e encargos trabalhistas que é o objetivo da pejotização, que vem a permitir licitamente a prestação de serviços, golpeando o trabalhador em relação a garantia constitucional de seus direitos constitucionalmente adquiridos.
Assim sendo, podemos analisar a pejotização como positiva para o empregador que se ver livre das obrigações trabalhistas para o contratado, fazendo assim que ele venha a obter mais rendimentos nesta modalidade de prestação de serviços e esteja amparado pela legislação e negativa para o trabalhador, pois este sem opção tente a aceitar a pejotização e assim esta vulnerável e desamparado pela CLT e no caso de demissão, este não terá garantias, pois ao constituir uma pessoa jurídica para a efetivação da contratação, o trabalhador estaria desconfigurando as características da relação de emprego e sendo um colaborador que estaria prestando assim uma colaboração coordenada e continuada, que vende sua força de trabalho como empresário ou trabalhador autônomo, revelando uma hipotética autonomia na execução das atividades. 
O atrai muitos trabalhadores para a pejotização é a possibilidade da prestação de trabalho com autonomia e desta forma um ganho maior e com mais desconto com as despesas, em virtude de que os encargos recolhidos como empresário são menores em comparação a de um trabalhador formal. Contudo, não podemos esquecer que o trabalhador “pejotizado” abrirá mão de seus direitos trabalhistas e passará a arcar com os custos de manutenção desta pessoa jurídica como, por exemplo, como: emissão de notas fiscais, administração contábil, pagamento de impostos, planejamento de reservas e desta maneira assumirá para consigo todos os riscos da atividade econômica exercida.
Com a nova reforma trabalhista, a pejotização tende a ser mais praticada, pois trouxe para consigo a liberação desta prática, contudo, se for comprovado o vínculo empregatício, utilizando diversas meios de provar a relação de emprego exercida (e-mails, mensagens, ponto, horário...) a companhia será obrigada a indenizar o trabalhador. Contudo, ser exclusivo, ou seja, não eventual, não ocasionará um vínculo empregatício, pois o fator indispensável para que este seja estabelecido na relação de emprego é a subordinação, e quando esta fica estabelecida, configura ai a relação de emprego.

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