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1 Apostila de Cálculo Zero Parte III - Trigonometria Este material visa auxiliar o aprendizado de Matemática do ingressante dos cursos de Engenharias e Ciência da Computação do Instituto de Engenharias e Tecnologias do Centro Universitário de Belo Horizonte UniBH, facilitando a transição do Ensino Médio ao Ensino Superior. Fevereiro de 2012 Eloisa Márcia da Silva 2 Conteúdo 22 TRIGONOMETRIA .................................................................................................................... 3 22.1 Funções trigonométricas básicas .......................................................................................... 3 22.2 Unidades de Medidas de arcos: ............................................................................................ 4 22.3 Arcos de uma volta ................................................................................................................ 5 22.4 Mudança de unidades ........................................................................................................... 5 22.5 Círculo Trigonométrico .......................................................................................................... 5 22.6 Arcos com mais de uma volta ............................................................................................... 6 22.7 Arcos Côngruos ..................................................................................................................... 6 22.8 Seno, Cosseno e Tangente ................................................................................................... 7 22.9 Funções Trigonométricas Inversas ..................................................................................... 11 Bibliografia ........................................................................................................................................... 17 Apostila de Cálculo Zero 3 22 TRIGONOMETRIA A trigonometria possui uma infinidade de aplicações práticas. Desde a antiguidade já se usava da trigonometria para obter distâncias impossíveis de serem calculadas por métodos comuns. Algumas aplicações da trigonometria são: Determinação da altura de um certo prédio. Um engenheiro precisa saber a largura de um rio para construir uma ponte, o trabalho dele é mais fácil quando ele usa dos recursos trigonométricos. Um cartógrafo (desenhista de mapas) precisa saber a altura de uma montanha, o comprimento de um rio, etc. Sem a trigonometria ele demoraria anos para desenhar um mapa. Tudo isto é possível calcular com o uso da trigonometria do triângulo retângulo. Ângulo é uma figura plana formada por duas semirretas de mesma origem. As semirretas chamam- se lados do ângulo e o ponto de origem chama-se vértice. Ângulo raso: ângulo de medida 180º (seus lados formam uma reta). Ângulo reto: ângulo de medida 90º. Ângulo agudo: ângulo cuja medida está entre 0º e 90º. Ângulo obtuso: ângulo cuja medida está entre 90º e 180º. Ângulos congruentes: ângulos de mesma medida (símbolo ). Ângulos Complementares: par de ângulos cuja soma das medidas é 90º. Ângulos suplementares: par de ângulos cuja soma das medidas é 180º. Ângulos adjacentes: ângulos que possuem um lado comum e as regiões determinadas por eles não tem mais pontos comuns. 22.1 Funções trigonométricas básicas As Funções trigonométricas básicas são relações entre as medidas dos lados do triângulo retângulo e seus ângulos. As três funções básicas mais importantes da trigonometria são: seno, cosseno e tangente. As definições dos valores de seno, cosseno e tangente tomam como referência a relação entre as medidas dos lados de um triângulo retângulo, ou seja, um triângulo em que um dos ângulos mede 90º. O lado que fica oposto ao ângulo de 90º é chamado de hipotenusa, Apostila de Cálculo Zero 4 enquanto os lados que formam o ângulo de 90º são os catetos. Tomando um ângulo “a” como referência neste triângulo, nota-se que um dos catetos ficará na frente desse ângulo, e é chamado de cateto oposto, enquanto o outro cateto, cujo lado está junto desse ângulo, é chamado de cateto adjacente. Para facilitar as demonstrações chamamos de: “a” a medida da hipotenusa “b” a medida do cateto oposto ao ângulo “c” a medida do cateto adjacente ao ângulo Agora, tomando β como referência, os valores de seno, cosseno e tangente mudam, pois o lado “c” passa a ser o cateto oposto e o lado “b” o cateto adjacente ao ângulo β. No triângulo, os ângulos de 30°, 45° e 60° são considerados notáveis, pois estão presentes em diversos cálculos. Por isso seus valores trigonométricos correspondentes são organizados em uma tabela, veja: Nas situações envolvendo outros ângulos, os valores trigonométricos podem ser obtidos através do uso de uma calculadora científica, que dispõe das teclas sen (seno), cos (cosseno) e tan (tangente). Outra opção seria dispor de uma tabela trigonométrica. Para o cálculo dos valores trigonométricos envolvendo ângulos obtusos podemos utilizar das seguintes definições: sen x = sen (180º – x) cos x = – cos (180º – x) Exemplo: Obtenha o valor de seno de 120º e cosseno de 120º. sen 120º = sen (180º – 120º) → sen 120º = sen 60º = 0,8660 cos 120º = – cos (180º – 120º) → cos 120º = – cos 60º = – 0,5000 22.2 Unidades de Medidas de arcos: Grau: é a unidade usada quando dividimos uma circunferência em 360 partes congruentes. Cada parte é um arco de um grau (1º). Radiano: um arco de um radiano (1 rad) é aquele cujo comprimento é igual ao raio da circunferência. Um arco de 180º e raio unitário tem comprimento de radianos. Sendo assim podemos afirmar que um arco de 180º equivale a rad. Exemplo: Para determinar a medida em radianos de um arco de comprimento igual a 12 cm, em uma circunferência de raio medindo 8 cm, fazemos, m(AB)= comprimento do arco(AB) comprimento do raio = 12 8 Portanto m(AB)=1,5 radianos Arco geométrico: é uma das partes da circunferência delimitada por dois pontos, incluindo-os Simplificando: Apostila de Cálculo Zero 5 Ângulo central: todo arco de circunferência tem um ângulo central relacionado. 22.3 Arcos de uma volta Se AB é o arco correspondente à volta completa de uma circunferência, a medida do arco é igual a C=2 r, então: m(AB)= comprimento do arco(AB) comprimento do raio = 2π r r = 2π Assim a medida em radianos de um arco de uma volta é 2 π rad, isto é, 2 π rad = 360 graus. Podemos estabelecer os resultados seguintes: Desenho Grau 90 180 270 360 Radiano π /2 π 3π /2 2π • 0 graus = 0 radianos 22.4 Mudança de unidades Consideremos um arco AB de medida R em radianos, esta medida corresponde a G graus. A relação entre estas medidas é obtida pela seguinte proporção, 2 π rad …………… 360 graus R rad …………… G graus Assim, temos a igualdade R/2 = G/360, ou ainda, R π = G 180 Exemplos Para determinar a medida em radianos de um arco de medida 60 graus, fazemos R = 60 180 Assim: R= /3 ou 60 graus= /3 rad Para determinar a medida em graus de um arco de medida 1 radiano, fazemos: 1 = G 180 Assim: 1 rad = 180/ graus. Como 60º é 1/3 de 180º, logo é 1/3 derad. Como 30º é 1/6 de 180º, logo é 1/6 de rad. Como 45º é 1/4 de 180º, logo é 1/4 de rad. Como 120º é o dobro de 60º, logo é o dobro de /3 rad. 22.5 Círculo Trigonométrico Considere uma circunferência de raio unitário com centro na origem de um sistema cartesiano ortogonal e o ponto A=(1,0). O ponto A será tomado como a origem dos arcos orientados nesta circunferência e o sentido positivo considerado será o anti-horário. A região contendo esta circunferência e todos os seus pontos interiores, é denominada círculo trigonométrico . Inserindo os eixos x e y nesse círculo: Apostila de Cálculo Zero 6 Os eixos OX e OY decompõem o círculo trigonométrico em quatro quadrantes que são enumerados como segue: 2o. quadrante: Abscissa: negativa Ordenada: positiva 90º<ângulo<180º 1o. quadrante: Abscissa:positiva Ordenada: positiva 0º<ângulo<90º 3o. quadrante: Abscissa: negativa Ordenada: negativa 180º<ângulo<270º 4o. quadrante: Abscissa: positiva Ordenada: negativa 270º<ângulo<360º Os quadrantes são usados para localizar pontos e a caracterização de ângulos trigonométricos. Por convenção, os pontos situados sobre os eixos não pertencem a qualquer um dos quadrantes. Para todo ponto(x,y) pertencente à circunferência unitária, temos: −1 x 1 e −1 y 1. 22.6 Arcos com mais de uma volta Nos estudos trigonométricos existem arcos que possuem medidas maiores que 360º, isto é, eles possuem mais de uma volta. Sabemos que uma volta completa equivale a 360º ou 2 rad, com base nessa informação podemos reduzi-lo à primeira volta, realizando o seguinte cálculo: dividir a medida do arco em graus por 360 (volta completa), o resto da divisão será a menor determinação positiva do arco. Dessa forma, a determinação principal do arco em um dos quadrantes fica mais fácil. Exemplos: 1) Determinar a localização principal do arco de 4380º utilizando a regra prática. 4380º:360º é correspondente a 4320º + 60º, portanto, o resto da divisão é igual a 60º que é a determinação principal do arco, dessa forma, sua extremidade pertence ao 1º quadrante. 2) Qual a determinação principal do arco com medida igual a 1190º? 1190º: 360º, a divisão possui resultado igual a 3 e resto 110, concluímos que o arco possui três voltas completas e extremidade no ângulo de 110º, pertencendo ao 2º quadrante. 22.7 Arcos Côngruos Dois arcos são côngruos quando possuem a mesma origem e a mesma extremidade. Uma regra prática eficiente para determinar se dois arcos são côngruos consiste em verificar se a diferença entre eles é um número divisível ou múltiplo de 360º, isto é, a diferença entre as medidas dos arcos dividida por 360º precisa ter resto igual a zero. Exemplos: 1) Verifique se os arcos de medidas 6230º e 8390º são côngruos. 8390º – 6230º = 2160 160º / 360º = 6 e resto igual a zero. Portanto, os arcos medindo 6230º e 8390º são côngruos. 2) Confira se os arcos de medidas 2010º e 900º são côngruos. Apostila de Cálculo Zero 7 2010º – 900º = 1110º 1110º / 360º = 3 e resto igual a 30. Portanto, os arcos não são côngruos. 22.8 Seno, Cosseno e Tangente Dada uma circunferência trigonométrica contendo o ponto A=(1,0) e um número real x, existe sempre um arco orientado AM sobre esta circunferência, cuja medida algébrica corresponde a x radianos. Seno: No plano cartesiano, consideremos uma circunferência trigonométrica, de centro em (0,0) e raio unitário. Seja M=(x',y') um ponto desta circunferência, localizado no primeiro quadrante, este ponto determina um arco AM que corresponde ao ângulo central a. A projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo OX determina um ponto C=(x',0) e a projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo OY determina outro ponto B=(0,y'). A medida do segmento OB coincide com a ordenada y' do ponto M e é definida como o seno do arco AM que corresponde ao ângulo a, denotado por sen(AM) ou sen(a). Para simplificar os enunciados e definições seguintes, escreveremos sen(x) para denotar o seno do arco de medida x radianos. Cosseno: O cosseno do arco AM correspondente ao ângulo a, denotado por cos(AM) ou cos(a), é a medida do segmento 0C, que coincide com a abscissa x' do ponto M. Tangente Seja a reta t tangente à circunferência trigonométrica no ponto A=(1,0). Tal reta é perpendicular ao eixo OX. A reta que passa pelo ponto M e pelo centro da circunferência intersecta a reta tangente t no ponto T=(1,t'). A ordenada deste ponto T, é definida como a tangente do arco AM correspondente ao ângulo a. Ampliaremos estas noções para ângulos nos outros quadrantes Ângulos no segundo quadrante Se na circunferência trigonométrica, tomamos o ponto M no segundo quadrante, então o ângulo a entre o eixo OX e o segmento OM pertence ao intervalo /2< a < . Do mesmo modo que no primeiro quadrante, o cosseno está relacionado com a abscissa do ponto M e o seno com a ordenada deste ponto. Como o ponto M=(x,y) possui abscissa negativa e ordenada positiva, o sinal do seno do ângulo a no segundo quadrante é positivo, o cosseno do ângulo a é negativo e a tangente do ângulo a é negativa. Outro caso particular importante é quando o ponto M está sobre o eixo vertical OY e neste caso: cos( /2)=0 e sen( /2)=1 A tangente não está definida, pois a reta OM não intercepta a reta t, pois elas são paralelas. Ângulos no terceiro quadrante O ponto M=(x,y) está localizado no terceiro quadrante, o que significa que o ângulo pertence ao intervalo: < a <3 /2. Este ponto M=(x,y) é simétrico ao ponto M'=(- x,-y) do primeiro quadrante, em relação à origem do sistema, indicando que tanto a sua abscissa como a sua ordenada são negativos. O seno e o cosseno de um ângulo no terceiro quadrante são negativos e a tangente é positiva. Em particular, se a= radianos, temos que cos( )=-1, sen( )=0 e tan( )=0 Apostila de Cálculo Zero 8 Ângulos no quarto quadrante O ponto M está no quarto quadrante, 3 /2 < a < 2 . O seno de ângulos no quarto quadrante é negativo, o cosseno é positivo e a tangente é negativa. Quando o ângulo mede 3 /2, a tangente não está definida pois a reta OP não intercepta a reta t, estas são paralelas. Quando a = 3 /2, temos: cos(3 /2)=0, sen(3 /2)=-1 Simetria em relação ao eixo OX Em uma circunferência trigonométrica, se M é um ponto no primeiro quadrante e M' o simétrico de M em relação ao eixo OX, estes pontos M e M' possuem a mesma abscissa e as ordenadas possuem sinais opostos. Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo correspondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao arco AM', obtemos: sen(a) = -sen(b) cos(a) = cos(b) tan(a) = -tan(b) Simetria em relação ao eixo OY Seja M um ponto da circunferência trigonométrica localizado no primeiro quadrante, e seja M' simétrico a M em relação ao eixo OY, estes pontos M e M' possuem a mesma ordenada e as abscissa são simétricas. Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo correspondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao arco AM'. Desse modo: sen(a) = sen(b) cos(a) = -cos(b) tan(a) = -tan(b) Simetria em relação à origem Seja M um ponto da circunferência trigonométrica localizado no primeiro quadrante, e seja M' simétrico de M em relação a origem, estes pontos M e M' possuem ordenadas e abscissas simétricas. Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo correspondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao arco AM'. Desse modo:sen(a) = -sen(b) cos(a) = -cos(b) tan(a) = tan(b) Relações Trigonométricas Fundamentais Apostila de Cálculo Zero 9 Estudos das funções seno, cosseno Função Seno Gráfico de f(x) = sen(x) 1ª) O domínio de f(x) = sen x é R, pois para qualquer valor real de x existe um e apenas um valor para sen x. 2ª) O conjunto imagem de f(x) = sen x é o intervalo [- 1,1]. 3ª) A função seno não é sobrejetora, pois [-1,1] R, isto é, sua imagem não é igual ao contradomínio. 4ª) A função seno não é injetiva, pois para valores diferentes de x temos o mesmo f(x). 5ª) A função seno é função ímpar, isto é, qualquer que seja x D(f) = R, temos sen x = -sen (-x). Estudo do sinal na Função Seno A função é positiva para valores do 1º e 2º quadrantes e negativa para valores do 3º e 4º quadrantes. Função Cosseno Gráfico de f(x) = cos(x) 1ª) A cossenoide não é uma nova curva, e sim uma senoide transladada /2 unidades para a direita. A maioria dos aspectos relevantes da função cosseno são os mesmos da função seno. 2ª) O domínio é o mesmo: D = R 3ª) A imagem é a mesma: Im= [-1,1]. 4ª) O período é o mesmo: p = 2 5ª) A função cosseno não é nem injetiva nem subjetiva. 6ª) A função cosseno é par, pois temos cosx = cos(-x). Estudo do sinal na Função Cosseno A função é positiva para valores do 1º e 4º quadrantes e negativa para valores do 2º e 3º quadrantes. Apostila de Cálculo Zero 10 Função Tangente Gráfico de y = tgx 1ª) Domínio: D=R – {x R / x = + k , k Z}. 2ª) Imagem: Im = R. 3ª) A função tangente não é injetiva, mas é sobrejetiva. 4ª) A função tangente é função ímpar, isto é, tg x = - tg (-x). 5ª) Período: p = . Estudo do sinal na Função Tangente A função é positiva para valores do 1º e 3º quadrantes e negativa para valores do 2º e 4º quadrantes. Funções Secante, Cossecante e Cotangente Relações trigonométricas para: Cossecante: cossec Secante : sec Cotangente: cotg Função Secante: 1º Domínio: D=R – { n. , n Z}. 2º Imagem: Im= {y R / y 1, ou y -1}. 3º A função y = secx é par, pois sec(-x) = sec(x) Estudo do sinal na Função Secante A função secante tem os sinais iguais aos da função cosseno, em cada um dos quadrantes. Apostila de Cálculo Zero 11 Função Cossecante 1º Domínio: D=R – {n. , n Z}. 2º Imagem: Im= {y R / y -1, ou y 1}. 3º A função y = cossecx é ímpar, pois cossec(-x) = - cossec(x) Estudo do sinal na Função Cossecante A função cossecante tem os sinais da função seno iguais, em cada um dos quadrantes. Função Cotangente 1º Domínio: D=R – {n. , n Z}. 2º Imagem: Im= R 3º A função y = cotgx é ímpar, pois cotg(-x) = - cotgx Estudo do sinal na Função Cotangente A função cotangente tem os mesmos sinais da tangente, em cada um dos quadrantes. 22.9 Funções Trigonométricas Inversas Uma função f, de domínio D possui inversa somente se f for bijetora, por este motivo nem todas as funções trigonométricas possuem inversas em seus domínios de definição, mas podemos tomar subconjuntos desses domínios para gerar novas funções que possuam inversas. Exemplo: A função f(x)=cos(x) não é bijetora em seu domínio de definição que é o conjunto dos números reais, pois para um valor de y correspondem infinitos valores de x. Por exemplo, se cos(x)=1, podemos tomar x=0, x=2 , x=4 , x=-2 , etc, isto é x=2k , onde k é um número inteiro, isto quer dizer que não podemos definir a inversa de f(x)=cos(x) em seu domínio. Devemos então restringir o domínio para um subconjunto dos números reais onde a função é bijetora. Como as funções trigonométricas são periódicas, existem muitos intervalos onde elas são bijetoras. É usual escolher como domínio, intervalos onde o zero é o ponto médio ou o extremo esquerdo e no qual a função percorra todo seu conjunto imagem. Função arco-seno Consideremos a função f(x)=sen(x), com domínio no intervalo [- /2, /2] e imagem no intervalo [-1,1]. A função inversa de f, denominada arco cujo seno, definida por f-1:[-1,1] [- /2, /2] é denotada por f-1(x) = arcsen(x) Apostila de Cálculo Zero 12 Função arco cosseno Seja a função g(x)=cos(x), com domínio [0, ] e imagem [-1,1]. A função inversa de f, denominada arco cujo cosseno é definida por g-1:[-1,1] [0, ] e denotada por g-1(x) = arccos(x) Função arco tangente Dada a função f(x)=tan(x), com domínio (- /2, /2) e imagem em R, a função inversa de f, denominada arco- tangente é definida por f-1:R (- /2, /2) e denotada por f-1(x) = arctan(x) Algumas Fórmulas: Fórmulas de adição e subtração Fórmulas do arco duplo Apostila de Cálculo Zero 13 Fórmulas do arco metade Fórmulas de transformação em produto Exercícios resolvidos de Trigonometria 1) (UNESP) Se x e y são dois arcos complementares, então podemos afirmar que A = (cosx - cosy)2 + (senx + seny)2 é igual a: a) 0 b) ½ c) 3/2 d) 1 e) 2 Solução: Desenvolvendo os quadrados, vem: A = cos2 x - 2 . cosx . cosy + cos2 y + sen2 x + 2 . senx . seny + sen2 y Organizando convenientemente a expressão, vem: A = (cos2 x + sen2 x) + (sen2 y + cos2 y) - 2 . cosx . cosy + 2 . senx . seny A = 1 + 1 - 2 . cosx . cosy + 2 . senx . seny A = 2 - 2 . cosx . cosy + 2 . senx . seny Como os arcos são complementares, isto significa que x + y = 90º y = 90º - x. Substituindo, vem: A = 2 - 2 . cosx . cos(90º - x) + 2 . senx . sen(90º - x) Mas, cos(90º - x) = senx e sen(90º - x) = cosx, pois sabemos que o seno de um arco é igual ao cosseno do seu complemento e o cosseno de um arco é igual ao seno do seu complemento. Logo, substituindo, fica: A = 2 - 2 . cosx . senx + 2 . senx . cosx A = 2 + (2senxcosx - 2senxcosx) = 2 + 0 = 2 , e portanto a alternativa correta é a letra E. 2) Calcule sen2x sabendo-se que tg x + cotg x = 3. Solução: Escrevendo a tgx e cotgx em função de senx e cosx , vem: Daí, vem: 1 = 3 . senx . cosx senx . cosx = 1 / 3. Ora, sabemos que sen 2x = 2 . senx . cosx e portanto senx . cosx = (sen 2x) / 2 , que substituindo vem: (sen 2x) / 2 = 1 / 3 e, portanto, sen 2x = 2 / 3. Resposta: 2 / 3 3) Simplifique a expressão: cos(x + y).cos y + sen(x + y).sen y Solução. Desenvolvendo as operações de acordo com as relações fundamentais e simplificando, temos: ( ) ( ) xsenyyxsenyyx xysenyxxysenysenysenxysenxsenyyx senyxsenyysenxysenxsenyyxsenyyxsenyyx cos)(cos)cos( )1.(cos)(coscoscoscoscoscoscos .coscoscos.coscos)(cos)cos( 2222 =+++⇒ ⇒=+=++−= =++−=+++ 4) Calcule o valor: Apostila de Cálculo Zero 14 a) cos 105º b) tg 75º Solução. Aplicando as fórmulas da soma e diferenças de arcos, temos: a) 4 62 2 2 . 2 3 2 2 . 2 1 º45º60º45cosº60cos)º45º60cos()º105cos( −=−=−=+= sensen b) 23 39 3369 33 33 . 3 33 3 33 )1.( 3 31 1 3 3 º45º.301 º45º30)º45º30()º75( += − ++ = + + − + = − + = − + =+= tgtg tgtg tgtg 5) Sendo senx = 4/5 e cosy = 12/13, em 0 ≤ x ≤ pi/2e 0 ≤ y ≤ pi/2, determine: a) sen (x + y) b) tg (x – y) Solução. Sabendo que sen2x + cos2x = 1, calculamos as raízes positivas de cosx e seny. i) 5 3 25 9 25 1611cos 2 ==−=−= xsenx ii) 13 5 169 25 169 1441cos1 2 ==−=−= yseny a) 65 63 65 1548 5 3 . 13 5 13 12 . 5 4 coscos)( =+=+=+=+ xsenyysenxyxsen b) 56 33 56 65 . 65 33 65 56 65 33 )cos( )()( === − − =− yx yxsenyxtg 6) Se x e y são dois arcos complementares, calcule A = (cosx - cosy)2 + (senx + seny)2 Solução. .2)0(22º90cos22)cos(.211 )cos(cos2)cos()(cos 2coscoscos2cos 2222 2222 =⇒−=−=+−+= −−+++= ++++−= AyxA senxsenyyxyysenxsenxA ysensenxsenyxsenyyxxA 7) Calcule sen2x sabendo-se que tg x + cotg x = 3. Solução. A cotangente é o inverso da tangente. E podemos escrever sen2x = 2senxcosx. Temos: . 3 22 3 1 .2cos2 3 1 cos cos31 cos3cos3cos cos 3 22 =⇒=⇒= = =+⇒=+⇒=+ xsenxsenxxsenx xsenx xsenxxxsen senx x x senx ctgxtgx Trigonometria: Exercícios sobre elementos gerais 1) Um arco AB de uma circunferência tem comprimento L. Se o raio da circunferência mede 4 cm, qual a medida em radianos do arco AB, se: (a) L=6cm (b) L=16cm (c) L=22cm (d) L=30cm 2) Em uma circunferência de raio R, calcule a medida de um arco em radianos, que tem o triplo do comprimento do raio. 3) Um atleta percorre 1/3 de uma pista circular, correndo sobre uma única raia. Qual é a medida do arco percorrido em graus? E em radianos? 4) Em uma pista de atletismo circular com quatro raias, a medida do raio da circunferência até o meio da primeira raia (onde o atleta corre) é 100 metros e a distância entre cada raia é de 2 metros. Se todos os atletas corressem até completar uma volta inteira, quantos metros cada um dos atletas correria? 5) Qual é a medida (em graus) de três ângulos, sendo que a soma das medidas do primeiro com o segundo é 14 graus, a do segundo com o terceiro é 12 graus e a soma das medidas do primeiro com o terceiro é 8 graus. Apostila de Cálculo Zero 15 6) Qual é a medida do ângulo que o ponteiro das horas de um relógio descreve em um minuto? Calcule o ângulo em graus e em radianos. 7 Os dois ponteiros de um relógio se sobrepõem à 0 horas. Em que momento os dois ponteiros coincidem pela primeira vez novamente? 8) Calcular o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio que marca 12h e 20minutos. 9) Em um polígono regular um ângulo externo mede pi/14 rad. Quantos lados tem esse polígono? 10) Escreva o ângulo a=12°28' em radianos. 11) Escreva o ângulo a=36°12'58" em radianos. 12) Dados os ângulos x=0,47623rad e y=0.25412rad, escreva-os em graus, minutos e segundos. 13) Em uma circunferência de raio r, calcular a medida do arco subtendido pelo ângulo A em cada caso: A=0°17'48" r=6,2935cm A=121°6'18" r=0,2163cm 14) Em uma circunferência de centro O e raio r, calcule a medida do ângulo AÔB subtendido pelo arco AB nos seguintes casos. a) AB=0,16296 cm r=12,587cm. b) AB=1,3672cm r=1,2978cm. Trigonometria: Exercícios sobre o círculo trigonométrico 1) Calcule a primeira determinação positiva do conjunto de arcos de mesma extremidade que o arco A de medida: A= 810 graus. 2) Calcule a primeira determinação positiva do conjunto de arcos de mesma extremidade que o arco A de medida A=-2000 graus. 3) Calcule a primeira determinação positiva do conjunto de arcos de mesma extremidade que o arco de medida 38 /3. 4) Calcule a primeira determinação positiva do conjunto de arcos de mesma extremidade que o arco de medida: (a) A=1620° (b)A=-37 /3 (b) (c)A=-600° (d) A=125 /11 5) Unindo as extremidades dos arcos da forma (3n+2) /6, para n=0,1,2,..., obtém-se qual dos polígonos regulares? (a) Quadrado (b) Hexágono (c) Octógono 6) Verifique se os arcos de medidas 7 /3 e 19 /3 são arcos côngruos? 7) Marcar no círculo trigonométrico as extremidades dos arcos de medidas x = 2k /3, onde k é um número inteiro. 8) Marcar no círculo trigonométrico as extremidades dos arcos de medidas x = /4+2k /3, onde k é um número inteiro. Trigonometria: Exercícios sobre seno, cosseno e tangente 1) Determine o valor de sen(4290°). 2) Determine os valores de cos(3555°) e de sen(3555°). 3) Determine o valor de sen(-17 /6). 4) Determine o valor de cos(9 /4). 5) Determine o valor de tan(510°). 6) Determine o valor de tan(-35 /4). 7) Se x está no segundo quadrante e cos(x)=-12/13, qual é o valor de sen(x)? 8) Quais são os valores de y que satisfazem a ambas as igualdades: Apostila de Cálculo Zero 16 sen(x) = (y+2)/y e cos(x) = (y+1)/y 9) Quais são os valores de m que satisfazem à igualdade cos(x) = 2m-1? 10) Quais são os valores de m que satisfazem à igualdade sen(x) = 2m-5? 11) Mostre que a função definida por f(x) = cos(x) é par, isto é, cos(-a) = cos(a), para qualquer a real. 12) Mostre que a função definida por f(x) = sen(x) é ímpar, isto é, sen(-a) = -sen(a), para qualquer a real. 13) Mostre que a função definida por f(x)=tan(x) é ímpar, isto é, tan(-a) = -tan(a), para qualquer a real, tal que cos(a) ≠ 0. 14) Se x está no terceiro quadrante e tan(x) = 3/4, calcular o valor de cos(x). 15) Se x pertence ao segundo quadrante e sen(x) = 1/ , calcular o valor de tan(x). Trigonometria: Exercícios sobre secante, cossecante e cotangente 1) Calcular: (a) sec(405°) (b) csc(-150°) (c) cot(19 /3) 2) Calcule: (a) sec(-15 /6) (b) csc(300°) (c) cot(15 /4) 3) Verifique a igualdade: 4) Mostre que: 5) Mostre que: 6. Verifique que sen4(x) - cos4(x) = sen²(x) - cos²(x) 7. Fazendo a substituição x=5 cos(t), com t no primeiro quadrante, demonstre que (25-x²)1/2 = 5 sen(t) 8. Fazendo a substituição x=2 tan(t), com t no quarto quadrante, demonstre que 1/(4+x²)1/2 = cos(t)/2 Apostila de Cálculo Zero 17 Bibliografia ARANHA, Álvaro Zimmermann. Apostila de Matemática - Fascículo 04. Disponível em < http://pt.scribd.com/doc/3196577/Matematica-Fasciculo-04-Trigonometria>. Acesso em 18 fev. 2012. ESCOLA, Brasil. Exercícios. Disponível em <http://www.brasilescola.com/matematica>. Acesso em 18 fev. 2012. HERACLITO. Exercícios Tio Heráclito. Disponível em <http://www.tioheraclito.com/>. Acesso em 18 fev. 2012. IEZZI, Gelson, DOLCE, Osvaldo, MURAKAMI, Carlos. Matemática – Volume Único. Atual Editora: São Paulo, 2005. MACCARINI, Justina Motter. Projeto ECO Matemática - Ensino Médio. Volumes 1,2 e 3 – Editora Positivo. 2011. MATEMÁTICA. Exercícios. Disponível em <http://www.exatas.mat.br/>. Acesso em 18 fev. 2012. MATEMÁTICA. Só matemática. Exercícios. Disponível em <www.somatematica.com.br/> Acesso em 18 fev. 2012. SANTOS, Cristiano A. Matemática Essencial. Disponível em http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/trigonom/trigon1/mod114.htm>. Acesso em 18 fev. 2012. SILVA, Joselias S. da. Apostila de Matemática. Disponível em <http://www.seuconcurso.com.br/Matematica/matematica08.pdf>. Acesso em 18 fev. 2012.
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