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Teoria, legislação, jurisprudência, dicas e exercícios. Prof - Pereira

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1 
 
DIREITO PENAL 
Teoria, legislação, jurisprudência, dicas e exercícios. 
Prof. Pereira 
 
MATERIAL DE DEMONSTRAÇÃO - Alguns tópicos da matéria 
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CONTEUDO PROGRAMÁTICO: 
Da aplicação da Lei Penal: princípios da legalidade e da anterioridade; a lei penal no tempo e no 
espaço ...................................................................................................................... 02 
O fato típico e seus elementos ............................................................................................ 21 
Relação de causalidade ..................................................................................................... 26 
Culpabilidade ................................................................................................................... 53 
Superveniência de causa independente ............................................................................... 27 
Crime consumado, tentado e impossível .............................................................................. 28 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz; arrependimento posterior .............................. 32 
Crime doloso e culposo ...................................................................................................... 34 
Erro de tipo: erro de proibição; erro sobre a pessoa .............................................................. 38 
Coação irresistível e obediência hierárquica ......................................................................... 40 
Causas excludentes da ilicitude. ......................................................................................... 41 
Da imputabilidade penal .................................................................................................... 55 
Do concurso de pessoas .................................................................................................... 62 
Do concurso de crimes ...................................................................................................... 94 
Das penas: ...................................................................................................................... 70 
Espécies .................................................................................................................... 70 
Cominação ................................................................................................................ 85 
Aplicação ................................................................................................................... 86 
Da suspensão condicional da pena .............................................................................. 104 
Do livramento condicional .......................................................................................... 106 
Efeitos da condenação .............................................................................................. 112 
Da reabilitação ......................................................................................................... 115 
Das medidas de segurança – Arts. 96 a 99... ..................................................................... 119 
Da ação penal pública e privada – Arts. 100 a 106 .............................................................. 122 
Da extinção da punibilidade ............................................................................................. 135 
Da execução das penas em espécie: das penas privativas de liberdade, das penas alternativas (Lei 
n.º 9.714/98), dos regimes, autorizações de saída, remição e incidentes da execução .... ..192 
Dos crimes contra a fé pública - Arts. 289 a 311 ................................................................. 145 
Crimes contra a Administração Pública .............................................................................. 156 
 
DA LEI PENAL 
Diferença entre lei penal e norma penal 
Lei penal não se confunde com a norma penal. Enquanto a lei é descritiva, a norma é 
impositiva de um comportamento e valorativa. 
A lei penal é fonte da norma, pois é a partir da sua leitura que se interpreta a norma. 
Ex.: Lei = Matar alguém (art. 121, CP) 
Norma = É proibida matar. 
 
ESPÉCEIS DE NORMA PENAL 
2 
 
A lei penal tem como características não ser proibitiva, mas sim descritiva. A lei indica o tipo penal 
e logo após impõe uma sanção. 
a) Norma Penal Primária (preceptum iuris): 
_comando que emana da Lei Penal incriminadora 
_caráter impositivo de conduta: proibitivo ou mandamental 
_revela o bem jurídico tutelado. 
Preceito primário – é proibido matar 
Preceito secundário – penal de 6 a 20 anos. 
 
b) Norma Penal Secundária (sanctio iuris): 
Dirigida ao juiz. É a sanção penal. 
Preceito primário – o juiz deve aplicar a pena 
Preceito secundário – pena de responsabilidade penal. 
 
Aspectos da norma penal 
a) valorativo – revela valor penal do bem > fundamenta o injusto penal 
b) imperativo – impõe conduta > fundamenta a culpabilidade. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL 
a) incriminadoras 
Descreve crimes e cominam penas. 
b) não incriminadoras 
Não descrevem os tipos nem determinam suas penas. 
b.1) permissivas 
São as leis que determinam os casos específicos em que condutas consideradas típicas no cotidiano 
são permitidas. Ex: Legítima defesa. 
1. permissivas justificantes, quando têm por finalidade afastar a ilicitude (antijuridicidade) da 
conduta do agente, como aquelas previstas nos arts. 23, 24 e 25 do Código Penal; 
2. permissivas exculpantes, quando se destinam a eliminar a culpabilidade, isentando o agente de 
pena, como nos casos dos arts. 26, caput e 29, § 1°, do Código Penal. 
DICA DE CONCURSO: 
O dispositivo legal que prevê o estado de necessidade é uma norma penal não incriminadora 
permissiva justificante porque tem por finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente. 
(PromJust.MPE-RO/CESPE/2010) 
b.2) complementares ou explicativas 
Têm como função estabelecer os limites do conteúdo de outras normas. Ex. Art. 5º CP. 
b.3) integrativas 
São utilizadas para que haja a tipicidade de certos fatos. Ex. Art. 14, II e art. 29 do CP. 
 
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL 
a) anterioridade - são se aplicam aos crimes antes da criação da lei. 
b) exclusividade - somente as leis penais podem descrever os crimes e as penas. 
c) imperatividade - são impostas a todos. 
d) impessoalidade - não fazem distinção quanto a quem se dirigem. São imparciais. 
e) generalidade - possuem eficácia erga omnes. 
 
NORMAS PENAIS EM BRANCO 
São aquelas cujo conteúdo é indeterminado, cuja descrição da conduta é incompleta, 
necessitando de complementação por outra norma. 
 
Espécies 
a) Em sentido lato ou homogêneo – quando o complemento é outra lei (ex.: art. 237 CP – o 
complemento está no art. 1521, I a VII do CC). 
3 
 
b) Em sentido estrito ou heterogêneo – quando o complemento é ato infralegal, como 
portarias, decretos, etc... (ex.: art. 12 da Lei de Tóxicos – definição de substância entorpecente está em 
portaria do Ministério da Saúde). 
DICA DE CONCURSO: 
A caracterização de um tipo penal a outro dispositivo legal existente ou futuro chama-se norma 
penal em branco. (OAB-MG/2001) 
 
LEI PENAL COMPLETA E INCOMPLETA 
a) completa – é a que não precisa de nenhum complemento de conteúdo 
b) incompleta - é a que possui preceito secundário > carece de complemento. 
 
DICAS DE CONCURSOS: 
A lei penal em branco inversa ou ao avesso é aquela em que o preceito primário é completo, 
mas o secundário reclama complementação, que deve ser realizado obrigatoriamente por uma lei, sob 
pena de violação ao princípio da reserva legal. (Proc.PGE-PA/2009) 
O complemento da lei penal em branco em sentido estrito, se possuir caráter regulador, como 
as tabelas oficiais, segue a regra do artigo3º do Código Penal, que estabelece a ultratividade das leis 
temporárias e excepcionais. (Prom.Just.DFT/2005) 
 
OBS. (CAPEZ): 
1) Normas híbridas, que trazem em seu bojo disposições de natureza penal e processual (ex: art. 
366 CPP), prevalece a disposição penal para fins de se verificar se a norma retroage ou não. A norma 
retroagirá ou não sempre por inteiro. 
2) Normas processuais têm aplicabilidade imediata (art. 2º CPP), não importando a data do fato. 
3) Normas de regime de cumprimento de pena são sempre penais, pois aumentam ou 
diminuem o nível de satisfação do Estado na execução da pena. 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
LEI PENAL NO TEMPO: 
...??? 
 
PENAL NO TEMPO 
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando 
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
A regra da irretroatividade prevista no artigo anterior aplica-se somente à lei penal mais severa. 
Tratando-se de norma penal mais benigna ou benéfica, a regra a ser aplicada é a de retroatividade da 
lei mais favorável. Isso pode acontecer em duas hipóteses: 
a) o fato não é mais considerado crime pela nova lei (abolitio criminis) > cessam todos os efeitos 
penais, principais e acessórios. 
b) a lei nova, de alguma forma, beneficia o agente (lex mitior). 
• Há possibilidade, conforme expressa disposição legal, de retroatividade ou ultratividade da lei. 
Retroatividade: a norma jurídica é aplicada a casos ocorridos antes do início de sua vigência. 
Ultratividade: aplicação da lei após sua revogação. 
DICAS DE CONCURSOS: 
Dado o reconhecimento, na CF, do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica como 
garantia fundamental, o advento de lei penal mais favorável ao acusado impõe sua imediata aplicação, 
mesmo após o trânsito em julgado da condenação. Todavia, a verificação da lex mitior, no confronto de 
leis, é feita in concreto, cabendo, conforme a situação, retroatividade da regra nova ou ultra-atividade da 
norma antiga. (Ofic.Intel.ABIN/CESPE/2010) 
O dispositivo constitucional que estabelece que a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, 
aplica-se à lei penal e à lei processual penal. (OAB/CESPE/2007.3) 
 
Tipos de revogação 
4 
 
Existem quatro tipos de revogação: 
 Expressa: a nova lei declara que ficam revogadas as normas anteriores que disciplinavam a 
questão. 
 Tácita: é quando a nova lei é incompatível com a lei anterior, ou quando regula inteiramente o 
conteúdo de que tratava a lei anterior. 
 Total: é quando a nova lei dispõe inteiramente sobre o conteúdo tratado pela lei anterior. 
 Parcial: quando a nova lei modifica alguns dispositivos tratados pela lei anterior. 
ATENÇÃO! 
 Não há revogação pelo simples desuso da lei. 
 
Solução legal das hipóteses de conflito de leis penais no tempo (espécies de norma penal): 
a) Novatio legis Incriminadora – é a lei que passa a considerar o fato criminoso, não aplica a fato 
anterior – irretroativa – face o princípio da legalidade; 
b) Novatio legis in pejus – é a nova lei que prejudica o agente de qualquer modo - a nova lei é 
mais severa que a anterior – irretroativa; 
c) Novatio legis in mellius – é a nova lei que beneficia o agente - retroatividade da lei mais 
benigna; 
d) Abolitio Criminis – é a nova lei que deixa de considerar o fato como crime. Faz desaparecer 
todos os efeitos penais da sentença penal condenatória, permanecendo os efeitos cíveis. Haverá extinção 
da punibilidade nos termos do art. 107, III, do CP. 
DICAS DE CONCURSOS: 
Em matéria de Direito Penal, a lei posterior mais severa é irretroativa; a posterior mais benéfica é 
retroativa; a anterior mais benéfica é ultra-ativa. (OAB-DF/2001). 
A abolitio criminis configura exceção ao princípio da irretroatividade da lei penal. (Notários/TJ-MS/2009) 
A abolitio criminis faz cessar a execução da sentença condenatória e todos os efeitos penais 
decorrentes dessa decisão. (Prom.Just.2002) 
 
Lei intermediária: 
No caso de 03 leis sucessivas, aplica-se a lei mais benigna. 
DICA DE CONCURSO: 
Havendo sucessão de leis penais no tempo é aplicável a lei intermediária se ela for a mais 
favorável. (Proc.MPU/2008) 
 
Conflito intertemporal: 
Se a lei revogada for mais benéfica, aplica-se-a ultrativamente ao fato cometido à sua época. Em 
caso contrário, sendo mais benéfica a lei revogadora, é esta que deverá ser aplicada retroativamente. 
DICA DE CONCURSO: 
 A abolitio criminis é fato jurídico extintivo da punibilidade. (Adv.CRF-SP/VUNESP/2009) 
 
Lei interpretativa: 
Há o entendimento dominante de que esta lei não deve ser considerada in pejus, pois está 
indicando aquilo que deveria estar sendo feito e não criando uma nova ação. Por isso deve ter a liberdade 
da retroação. 
 
Tempo do crime para a fixação da lei aplicável: 
a) Crimes permanentes: A execução dá-se segundo a lei vigente, sendo ela a mais benigna ou 
não, pois há a constante renovação da ação e da incidência da lei. 
b) Crimes continuados: Quando nova lei entra em vigor no momento em que esta em curso uma 
série de crimes. A nova lei, mesmo in pejus, valerá para todo o evento pelo fato deste poder ter sido 
interrompido quando na mudança da lei. 
 
Competência para aplicação da lei mais benéfica: 
Cabe ao Juiz que preside o processo ou ao Tribunal, se estiver em recurso. Se em execução, ao 
Juízo das Execuções Criminais – Art. 66, I, da LEP (Lei de Execução Penal). 
5 
 
 
 
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
Vigência da Lei 
O princípio da retroatividade da lei mais benigna não é aplicável em casos de leis 
excepcionais ou temporárias. Tendo em vista a natureza especial dessas normas, editadas para vigorar 
apenas em situações anormais ou por tempo determinado, o CP abre exceção, com relação a elas, à 
regra da retroatividade da lei posterior mais favorável. 
...??? 
EXERCÍCIOS 
01. (Adv.AGU/CESPE/2009) A respeito da aplicação da lei penal, dos princípios da legalidade e da 
anterioridade e acerca da lei penal no tempo e no espaço, julgue os seguintes itens 
1.[151] Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius em relação a determinado crime praticado por 
uma pessoa definitivamente condenada pelo fato, caberá ao juízo da execução, e não ao juízo da 
condenação, a aplicação da lei mais benigna. 
2. [152] O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, 
não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do 
Código Penal apenas se refere aos crimes e contravenções penais. 
3. [153] A lei processual penal não se submete ao princípio da retroatividade in mellius, devendo ter 
incidência imediata sobre todos os processos em andamento, independentemente de o crime haver 
sido cometido antes ou depois de sua vigência ou de a inovação ser mais benéfica ou prejudicial. 
 
02. (Tec.Adm.MPU/FCC/2007) Dispõe o artigo 1º do Código Penal: “Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Tal dispositivo legal consagra o princípio da: 
a) ampla defesa 
b) legalidade 
c) presunção de inocência 
d) dignidade 
e) isonomia 
 
...??? 
DO CRIME 
O Direito brasileiro comporta dois tipos de infrações penais: 
a) as contravenções; e 
b) os crimes. 
Crime e contravenção são espécies do gênero infração penal. Essas espécies, por sua vez, não 
possuem diferenças significativas entre si, cabendo ao legislador a qualificação de determinado fato comocrime ou como contravenção. 
A distinção entre crimes contravenções reside na maior ou menor gravidade com que a lei vê tais 
condutas, denominando “contravenções” as mais leves e “crimes” as mais graves. 
Tanto os crimes como as contravenções são comportamentos que infringem mandamentos legais, 
que contém como sanção, a imposição de pena1. 
O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (Decreto-Lei nº 3.914/41) assim os definiu: 
Art. 1º. Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a 
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
cumulativamente. 
Em relação às penas cominadas, geralmente as contravenções tem previsão de multa e prisão 
simples. 
 
1 Pena é a sanção imposta pelo Estado ao autor de uma infração penal (crime ou contravenção). 
6 
 
Os crimes, por sua vez, preveem multa, detenção ou reclusão. Mas esse critério não é absoluto, ou 
seja, a natureza da pena não tem influência sobre a natureza do delito, para caracteriza-lo como crime 
ou contravenção. 
Todas as contravenções possuem pena máxima igual ou inferior a um ano, portanto serão 
sempre julgados pelo Juizado Especial, que é competente2 para julgar não só todas as contravenções, 
mas todos os delitos considerados de menor potencial ofensivo, isto e, com pena máxima igual ou 
inferior a 2 anos, dentre os quais se incluem também as contravenções. 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou 
não com multa. (Art. 91, Lei 9.099/95). 
Assim, crimes propriamente dito são os a lei comina pena multa, de reclusão ou de detenção. 
Portanto, não confunda!! 
- contravenções estão na LCP – Lei de Contravenções Penais; 
- crimes de menor potencial ofensivo, dos quais as contravenções também são espécies, pois 
possuem penas inferiores a 2 anos, encontram-se esparsos, sem um estatuto definido. Ex. Destruir, 
inutilizar ou deteriorar coisa alheia. 
 
Fonte: Aulas de Direito Penal, p.155. Paulo M.Galvão, Ed. Método/2010. 
 
CONCEITO DE CRIME 
Para que haja crime é preciso, em primeiro lugar, uma conduta humana positiva ou negativa 
(ação ou omissão). Mas nem todo comportamento do homem constitui delito. Em face do princípio da 
reserva legal, somente os descritos pela lei penal podem assim ser considerados. 
Portanto, por exemplo, a subtração de coisa com a simples intenção de usá-la (furto de uso) é fato 
irrelevante para a nossa legislação penal, pois não se enquadra na norma penal incriminadora do art. 
155. Falta-lhe o fim de assenhoreamento definitivo contido na expressão “para si ou para outrem” do 
tipo. Sem ele o fato não se ajusta à norma. É atípico. 
Dessa forma, somente o fato típico, isto é, o fato que se amolda ao conjunto de elementos 
descritivos do crime contido na lei, é penalmente relevante. Não basta, porém, que o fato seja típico para 
que exista crime. É preciso que seja contrário ao direito, antijurídico. Assim, não obstante enquadradas 
em normais penais incriminadoras, tornando-se fatos típicos, não ensejam a aplicação de sanção. Ex.: A, 
em legítima defesa, atira em B, matando-o. O fato se enquadra na descrição legal do homicídio: é típico. 
Mas não basta seja típico, necessita também ser contrário à ordem jurídica. No caso, concorre uma causa 
de exclusão da antijuridicidade. Ora, excluída a antijuridicidade, não há crime. 
Doutrinariamente, crime é definido como fato típico3 e antijurídico(ilicitude). Trata-se do 
conceito bipartido. 
Porem, para aplicação da pena, conforme leciona Maximiliano4, é necessário que o fato, além de 
típico e antijurídico, seja também culpável. Trata-se do conceito tripartido. 
Assim, o crime pode ser conceituado sob os seguintes aspectos: 
Conceito Formal: crime é toda conduta que atente, colida frontalmente contra a lei penal editada 
pelo Estado (poderá, no entanto, haver uma causa de exclusão de ilicitude). 
“É todo fato humana proibido pela lei penal” (Bettiol) 
Conceito Material (substancial): crime é a conduta humana que viola bens jurídicos mais 
importantes (pelo princípio da intervenção mínima, nem todos os bens são tutelados pela Direito Penal). 
 
Conceito Analíticos - dogmático ou formal analítico (Teoria tripartida): 
Crime é um fato típico, antijurídico e culpável. A função do conceito analítico é a de analisar todos 
os elementos ou características que integram o conceito de infração penal sem que com isso se queira 
 
2 Súmula 38 do STJ - Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, 
ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. 
3 FATO TÍPICO é o comportamento humano descrito em lei como crime ou contravenção. 
4 Resumo de Direito Penal, Malheiros 2009. 
7 
 
fragmentá-lo. Ou o agente comete um delito ou o fato por ele praticado será considerado um indiferente 
penal. > Enfoca os elementos ou requisitos do crime. 
 
Conceito de crime pela teoria finalista: 
Resulta que são características do crime sob o aspecto formal: 1) o fato típico + 2) a 
antijuridicidade. Assim, presente um fato típico e antijurídico (tipicidade + antijuridicidade), teremos um 
crime, segundo a Teoria Finalista da ação, adotada pelo Código Penal Brasileiro. A culpabilidade, adotada 
a teoria finalista da ação, não é elemento conceitual de crime e sim pressuposto para a aplicação de 
pena. 
DICA DE CONCURSOS. 
Adotada a teoria finalista da ação, a culpa e o dolo integram a tipicidade. (Anal.MPE-
SE/FCC/2009). 
 
Conceito de crime pela teoria clássica (causal ou naturalista): 
De acordo com a Teoria Clássica da Ação, crime é um fato típico, antijurídico e culpável. Portanto, 
estruturalmente, o crime é composto dos seguintes elementos: 1) fato típico + 2) antijuridicidade (ou 
ilicitude) + 3) culpabilidade. 
 ATENÇÃO: 
A maioria dos doutrinadores adota a Teoria Clássica (tipicidade + antijuridicidade + culpabilidade) 
para conceituar crime. O legislador, todavia, quando da reforma do Código Penal (Parte Geral), veio a 
adotar a Teoria Finalista (somente tipicidade + antijuridicidade). 
 
SUJEITOS DO CRIME 
Sujeito Ativo: o criminoso, o agente ou delinquente, a pessoa que pratica a conduta5. O Código 
Penal utiliza a expressão “agente”. No inquérito chama-se “indiciado”, no processo, “acusado” ou 
“querelado”, após a sentença, “condenado”, e no Código Penal, repita-se, o nome é “agente”. 
Somente o ser humano, isoladamente ou associado a outros, possui capacidade67 para delinquir 
(autoria ou co-autoria). 
Observa-se, no entanto, que a CF, art. 173, art. § 5º, admitiu a responsabilidade penal da pessoa 
jurídica nos crimes contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular e no art. 225, § 
3º, nos crimes contra o meio ambiente. Assim, a pessoa jurídica também pode ser sujeito ativo de 
infração nesses crimes. 
Sujeito Passivo: é a vítima, a pessoa que experimenta o crime; é a pessoa que sofre a conduta 
criminosa. Tem-se, como regra geral, que a vítima de todos os crimes é o Estado, porque é esse quem 
sustenta o processo, encarcera o criminoso, condena-o e, eventualmente, reembolsa a vítima. 
Podemos distinguir o sujeito passivo sob dos aspectos: 
a) formal, geral ou constante - é o titular do mandamento proibitivo não observado pelo sujeito 
ativo. Ou seja, o Estado. 
b) material, eventual, particular ou acidental - é aquele que sofre a lesão do bem jurídico, ou seja, 
o homem, o Estado, a pessoa jurídica e a coletividade. 
ATENÇÃO!!Os crimes em que os sujeitos passivos são coletividades destituídas de personalidade jurídica, 
como a família, o público ou a sociedade, são denominados vago. 
 
OBJETOS DO CRIME 
Objeto Jurídico: trata-se do bem que a lei protege; é o que foi tutelado8 pela Lei Penal. 
Objeto Material: é a coisa onde recai a conduta criminosa, é a matéria, é a base sobre a qual o 
criminoso age. É o que sofre o crime: o corpo, no homicídio; a carteira, no patrimônio; a honra, na 
injúria etc. 
Exs.: 
No crime de homicídio: o objeto material é o corpo; objeto jurídico é a vida. 
 
5 Entende-se como conduta a ação ou omissão do agente. 
6 Capacidade penal: É o conjunto de condições exigidas para que um sujeito possa se tornar titular de direitos ou obrigações no 
campo do direito penal. 
7 Doentes mentais, desde que maiores de dezoito anos de idade, têm capacidade penal ativa.(Delg.Pol.RN/CESPE/2009). 
8 Tutela: ação de vigiar, proteger, defender. 
8 
 
No crime de difamação: o objeto material é a imagem pública; o objeto jurídico é a honra. 
No crime de furto: o objeto material é a coisa subtraída; o objeto jurídico é o patrimônio. 
ATENÇÃO!! 
Os mortos, animais e entes inanimados podem ser objetos ou instrumentos do crime (ex: sujeito 
que treina cão para matar alguém. O cão é instrumento do crime, e não sujeito ativo). 
 
ATENÇÃO!! 
Não há possibilidade de, ao mesmo tempo, uma pessoa ser sujeito ativo e passivo. O ser humano 
não comete crime contra si mesmo. As condutas ofensivas contra sua própria pessoa, se definidas como 
crime, lesam interesses jurídicos de outras pessoas. 
O suicídio não é crime (somente sua instigação ou auxílio - art. 122. CP); na auto-lesão a vítima é 
a seguradora (crime de fraude contra seguro); quem pratica auto-mutilação para se subtrair do serviço 
militar, ofende o Estado; no incêndio, é a incolumidade pública; na auto-acusação falsa, é o Estado. 
 
ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS9 
Elementos Objetivos 
São os que se referem à materialidade da infração penal – forma de execução, tempo, lugar, etc. 
 
Elementos Subjetivos 
...???? 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES 
ATENÇÃO!!! 
É comum as bancas examinadoras cobrarem questões sobre a classificação dos crimes. Portanto, é 
de fundamental importância o estudo e aprendizado dessa classificação. 
Quanto ao resultado: 
a) materiais – são aqueles em que a lei descreve a conduta do agente e o seu resultado (efeito 
natural) que consuma o crime, necessitando de um resultado externo à ação. Ex: no homicídio (morte); 
furto e roubo (subtração) etc. 
...??? 
FATO TÍPICO: 
Já foi visto que o crime é um fato típico e antijurídico. Para que se possa afirmar que o fato 
concreto tem tipicidade, é necessário que ele se contenha perfeitamente na descrição legal, ou seja, que 
haja perfeita adequação do fato concreto ao tipo penal. Deve-se, por isso, verificar de que se compõe o 
fato típico. 
 
Conceito de fato típico: 
É o fato advindo de um comportamento humano que se amolda ao tipo penal, infringindo-o. 
DICA DE CONCURSO: 
Fato típico é o comportamento humano descrito em lei como crime ou contravenção. (Tec.MPE-
SE/FCC/2009) 
 
Elementos do fato típico: 
O fato típico é composto pelo(a) 
1) conduta do agente (dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva) 
2) resultado naturalístico 
3) nexo de causalidade (ou relação de casualidade) 
4) tipicidade penal (formal + material). 
 
Exemplificando: 
Sujeito A intencionalmente desfere golpes de faca (conduta) em B que vem a falecer (resultado 
naturalístico), em virtude da conduta de A, a qual se amolda perfeitamente ao modelo em lei art. 121 do 
Código Penal (tipicidade). O nexo causal ou relação de causalidade é o elo que liga a conduta do agente 
 
9 FONTE: Alexandre José Granzotto. 
9 
 
com o resultado produzido, e, portanto o resultado será imputado ao agente que lhe deu causa, logo A 
responderá pelo resultado (morte de B). 
ATENÇÃO!! 
Caso um desses 4 elementos (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade) esteja ausente na 
conduta, não haverá fato típico e, consequentemente, não existirá crime. 
 
DICA DE CONCURSO: 
Para haver fato típico é indispensável a existência de relação de causalidade entre a conduta e o 
resultado. (Anal.Jud.TRE-MS/FCC/2007) 
 
1) CONDUTA 
É ação ou omissão humana, voluntária e consciente, dolosa ou culposa, dirigida a um fim. 
 
Elementos da conduta 
Do conceito de conduta, extrai-se que seus elementos são: 
a) vontade 
b) finalidade 
c) exteriorização 
d) consciência 
 
Ausência de conduta 
a) ato reflexo 
b) coação física irresistível 
c) ataque epilético 
d) sonambulismo. 
 
Formas de conduta 
comissiva e omissiva. 
...??? 
TIPO PENAL 
É a norma que descreve a conduta proibida. 
O tipo penal serve-se de ELEMENTARES e CIRCUNSTÂNCIAS. 
 
Elementares do tipo: 
São componentes fundamentais da figura típica sem os quais o crime não existe. 
 
Espécies de elementares ou elementos 
Podemos classificar os elementos do tipo penal da seguinte maneira: 
1. Objetivos - referem-se ao aspecto material do fato. 
1.1 Descritivos – Referentes à ilicitude, ao injusto ou a alguma norma estabelecida. Descrevem 
os aspectos materiais da conduta, como objetos do crime, lugar, meios empregados, o núcleo 
do tipo (verbo), etc. São aqueles que independem de juízo de valor, existem concretamente 
no mundo (ex.: mulher, coisa móvel, filho etc.). 
1.2 Normativos - são os elementos do tipo que exigem, do operador do direito, a formulação de 
um juízo de valoração normativa, no âmbito da própria verificação da tipicidade, já no 
primeiro momento do crime, o fato típico. 
Existem duas espécies de elementos normativo: 
- elemento normativo jurídico: é aquele que depende de interpretação jurídica (ex.: 
funcionário público, documento etc.) 
- elemento normativo extrajurídico ou moral: é aquele que depende de interpretação não 
jurídica (ex.: mulher “honesta”). 
2. Subjetivos = especial fim de agir - referem-se às intenções do agente (dolo) e, a priori e sub 
censura, a sua falta de cuidado (culpa). 
 
10 
 
Circunstâncias do tipo: 
São todos os dados acessórios da figura típica, cuja ausência não a elimina. Influenciam na 
aplicação da pena. 
...??? 
EXERCÍCIOS 
01. (OAB/MG/2007) São elementos do fato típico culposo, exceto: 
a) Conduta humana voluntária. 
b) Previsibilidade objetiva. 
c) Nexo de causalidade. 
d) Consciência da conduta e do resultado. 
 
02. (OAB/MG/2004) Os elementos normativos do tipo são aqueles que 
a) dispensam valor para a apreensão do seu significado. 
b) quando inserido no tipo, reforçam a garantia do princípio da reserva legal. 
c) exigem uma especial valoração para a apreensão do seu significado. 
d) não se encontram previstos na legislação penal brasileira. 
 
...??? 
5. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE 
Não excluem a tipicidade, mas é conduta típica justificada. 
Heleno Fragoso classifica as causas de exclusão da ilicitude em três grandes grupos: 
a) causas que defluem de situação de necessidade (legítima defesa e estado de necessidade); 
b) causas que defluem da atuação do direito (exercício regular do direito, estrito cumprimento do 
dever legal); e 
c) causas que deflui de situação de ausência de interesse (consentimento do ofendido). 
Segundo a doutrina tradicional, as causas de exclusão de ilicitude podem ser de duas formas a 
saber: 
1) Causas legais – são as previstas em lei: legítima defesa, estado de necessidade, exercício 
regular do direito e estrito cumprimento do dever legal; 
2) Causas supralegais – são aquelas que, embora não previstas em lei são admitidas pro meio 
do consentimento do ofendido. 
 
5.1 CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE: 
...EXERCÍCIOS 
01. (Anal.Jud.TRE-MA/CESPE/2009) Em relação aos institutos de direito penal, assinale a opção correta. 
a) Tentativa imperfeita ocorre quando o agente pratica todos os atos de execução, mas não chega a 
atingir a vítima. 
b) A desistência voluntária e o arrependimento eficaz provocam a exclusão da adequação típica indireta, 
respondendo o autor pelos atos até então praticados e, não, pela tentativa. 
c) Ocorrendo erro de tipo essencial escusável que recaia sobre elementar do crime, exclui-se o dolo do 
agente, que responde, no entanto, pelo delito na modalidade culposa, se previsto em lei. 
d) Pela teoria da acessoriedade limitada, o partícipe somente responde pelo crime se o fato principal for 
típico e ilícito, e o autor, culpável. 
e) Ainda que favoráveis as circunstâncias judiciais, é inadmissível a adoção do regime prisional 
semiaberto aos reincidentes condenados à pena privativa de liberdade igual ou inferior a quatro anos. 
 
02. (Fisc.Trib.PM RioBranco/CESPE/2007) Julgue os itens que se seguem, acerca da licitude de condutas 
1 [98] O Código Penal brasileiro previu as hipóteses de exclusão da ilicitude de condutas praticadas pelo 
agente e as restringiu ao seguinte universo: legítima defesa, estado de necessidade, estrito 
cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. 
2 [99] A legítima defesa ocorre quando, por exemplo, um atleta lesiona outro durante a prática de uma 
competição esportiva, ainda que dentro das regras previstas para o combate. 
11 
 
3 [100] Quando um agente pratica uma conduta típica, a regra é a de que essa conduta também é 
antijurídica ou ilícita, contudo, há ações típicas que se apresentam perante o direito como ações 
lícitas. 
.... 
DA CULPABILIDADE 
1. INTRODUÇÃO 
O crime é um fato típico, antijurídico e culpável. O fato típico está caracterizado pela subsunção 
do ato concreto ao ordenamento jurídico penal. A antijuridicidade é caracterizada por ser determinada 
conduta contrária ao Direito. A culpabilidade é o juízo de reprovação que a conduta humana provoca no 
ambiente da coletividade, que somada às características da tipicidade e antijuridicidade caracterizam o 
crime. 
Assim, do ponto de vista jurídico o delito é toda conduta humana que o legislador tornou 
merecedora de uma sanção. Contudo, como previsão constitucional “não há crime sem lei anterior que 
o defina”, nem “pena sem prévia cominação legal”, consubstanciando o Estado Brasileiro como um 
Estado Democrático de Direito. 
 
2. DEFINIÇÃO DE CULPABILIDADE 
Segundo Fernando Capez 
“A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. 
Por essa razão, costuma ser definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém 
que praticou um fato típico e ilícito. Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de 
pena, porque, sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe possa, ao 
mesmo tempo, estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente. 
Para censurar quem cometeu um crime, a culpabilidade deve estar necessariamente fora dele.” 
É, pois, o liame subjetivo entre o autor e o resultado; é o pressuposto da imposição da pena. 
 
3. DIFERENÇA ENTRE CULPABILIDADE E IMPUTABILIDADE 
Imputabilidade diz respeito exclusivamente ao sujeito, sendo dele um atributo. Já 
culpabilidade (com ou sem dolo) se refere às relações desse sujeito com a ação ou acontecimento em 
tais e quais circunstâncias. 
 
4. CULPABILIDADE COMO PRESSUPOSTO DA PENA 
A culpabilidade, tido como componente do crime pelos doutrinadores causalistas, é conceituada 
pela Teoria Finalista como o grau de reprovabilidade da conduta que liga o homem ao fato típico e 
antijurídico. É, em última análise, a contradição entre a vontade do agente e a vontade da norma 
(valoração social 
Dessa forma, dolo e culpa não podem integrar o elemento da culpabilidade, porque são partes do 
fato típico. De acordo com a própria Teoria Finalista, dolo e culpa são elementos psicológicos que 
assumem a conduta, ligando o agente ao seu fato. Dolo e culpa não são, portanto, a causa de 
reprovabilidade da conduta. Não fazem parte do conceito de Culpabilidade. 
... 
6. ELEMENTOS (REQUISITOS) DA CULPABILIDADE 
Código Penal adotou a teoria normativa pura, segundo a qual são seus pressupostos: 
 
a) Imputabilidade (arts. 26, 27 e 28) 
É a capacidade psíquica que o agente possui para entender o que a lei determina, e agindo ele de 
forma diversa a lei, sofrerá uma sanção, anotada na própria lei. 
 
b) Potencial consciência da ilicitude ou antijuridicidade (art. 21 – Erro de proibição) 
A sanção penal só poderá ser corretamente aplicada ao indivíduo imputável que no momento / local 
da prática da conduta tinha a possibilidade de entender que seu ato era ilícito. 
 
c) Exigibilidade de conduta diversa (art. 22 – Coação moral irresistível e Obediência 
hierárquica) 
Somente se pune o agente, se no momento em que ele praticou o ato existia outra forma, 
manifestamente licita, de, o praticar. 
 
7. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE 
12 
 
As causas de excludentes de culpabilidade, também conhecidas como dirimentes ou excludentes, 
são: 
1) Por ausência de imputabilidade: 
a) Menoridade (art. 27); 
b) Doença mental ou Desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26, caput); 
c) Embriaguez acidental (completa, proveniente de caso fortuito ou força maior – Art. 28). 
 
2) Por ausência de potencial consciência da ilicitude: 
a) Erro de proibição inevitável (art. 21, caput). 
 
3) Por ausência de inexigibilidade de conduta diversa: 
a) Coação moral irresistível10 (art. 22, 1ª parte); 
b) Obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte). 
 
4) Além de outras: 
a) previstas em lei 
b) supralegais. 
... 
MUITO IMPORTANTE!!! 
Causas exclusão 
de Ilicitude 
(não há crime - 
Art. 23) 
Causas exclusão da 
Culpabilidade (é isento da 
pena) 
Excludentes da 
tipicidade (o 
fato é atípico) 
Causas que não 
excluem a 
Imputabilidad
e – art. 28 
Causas de extinção 
da Punibilidade 
(extingue-se a pena) 
Art. 107: 
a) Estado de 
Necessidade; 
b) Legítima 
defesa; 
c) Estrito 
Cumprimento 
de dever legal 
d) Exercício 
Regular de 
Direito. 
e) Outras 
previstas em lei 
e supralegais. 
1.Por ausência de 
imputabilidade: 
a) Menoridade (art. 27); 
b) Doença mental ou 
Desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado (art. 
26, caput); 
c) Embriaguez acidental 
(completa, proveniente de 
caso fortuito ou força maior – 
Art. 28). 
2.Por ausência de potencial 
consciência da ilicitude: 
a) Erro de proibição inevitável 
(art. 21, caput). 
3.Por ausência de 
inexigibilidade de conduta 
diversa: 
a) Coação moral irresistível11 
(art. 22, 1ª parte); 
b) Obediência hierárquica (art. 
22, 2ª parte). 
4.Outras previstas em lei e 
supralegais. 
a) Coação física 
absoluta; 
 
b) Aplicação do 
princípio da 
insignificância; 
 
c) Adotada a 
teoria da 
tipicidade 
conglobante: 
Estrito 
Cumprimento 
do dever legal e 
Exercício 
regular de 
direito. 
 
a) Emoção ou a 
paixão; 
 
b) Embriaguez, 
voluntária ou 
culposa, pelo 
álcool ou 
substância de 
efeitos 
análogos. 
 
a) morte do agente; 
b) anistia, graça ou 
indulto; 
c) retroatividade de 
lei que não mais 
considera o fato 
como criminoso; 
d) prescrição, 
decadência ou 
perempção; 
e) renúncia do direito 
de queixa ou pelo 
perdão aceito, nos 
crimes de ação 
privada; 
f) retratação do 
agente, nos casos 
em que a lei a 
admite; 
g) perdão judicial, 
nos casos previstos 
em lei. 
 
... 
 
 
 
 
10 A coação moral será irresistível quando não poderia ser vencida, superada,no caso concreto. Apesar de o agente encontrar-se em 
liberdade no aspecto físico, não conserva nenhuma liberdade no aspecto moral, estando preso, totalmente vinculado à pessoa que o 
está ameaçando, coagindo. 
11 A coação moral será irresistível quando não poderia ser vencida, superada, no caso concreto. Apesar de o agente encontrar-se em 
liberdade no aspecto físico, não conserva nenhuma liberdade no aspecto moral, estando preso, totalmente vinculado à pessoa que o 
está ameaçando, coagindo.

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