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ARTE EDUCAÇÃO E MÚSICA

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PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
1 
PEDAGOGIA 
 
Unidade 1 – O Arte1 e Sua Importância no 
Desenvolvimento Integral da Criança 
WEBAULA 1 
 
VAMOS AS APRESENTAÇÕES!!! 
A arte, não imita objetos, idéias ou conceitos. Ela cria algo novo, porque não é 
cópia ou pura reprodução, mas a representação simbólica de objetos e idéias – que 
também podem ser visuais, sonoros, gestuais, corporais... – presentificados em 
uma nova realidade, sob outro ponto de vista (MARTINS, 1998 p. 23). 
Caros alunos leitores sou a professora Laura, graduada em Educação 
Artística com habilitação em Artes Visuais e especialista em Arte-
educação e Educação Infantil. Estes textos da web aula farão parte 
da disciplina Ensino de Arte e Música do curso de Pedagogia. 
Convido vocês a refletirem sobre a arte, suas manifestações artísticas 
diversas e as contribuições desta no desenvolvimento integral dos 
alunos. 
A arte mexe com sentimentos e emoções, mas é também 
conhecimento, sendo assim, de extrema relevância no contexto 
escolar. 
Apesar de todas as linguagens e modalidades artísticas serem 
importante no processo de desenvolvimento da criança, iniciaremos 
nossa conversa refletindo sobre uma das modalidades das artes 
visuais, o desenho, inicio desta forma, me remetendo a uma matéria 
publicada na Revista Viver Mente e Cérebro – Especial Emília Ferreiro, 
a autora Analice Pilar Dutra mostra o resultado de uma pesquisa 
sobre o desenho e sua relação com a escrita, além de descrever e 
discutir as fases do desenho segundo Luquet. (...), de acordo com a 
autora, “O desenho começa como uma escrita, e a escrita como um 
desenho, depois a criança cria formas de diferenciação e de 
coordenação entre elas..." 
Vocês já observaram as crianças realizando propostas artísticas? É só 
diversão, como os pequenos gostam de pintar, desenhar, recortar, 
colar, dançar, cantar, encenar e tantos outros. Para a criança as 
propostas artísticas é como se fossem um jogo, uma brincadeira é 
um momento lúdico, sendo assim, iniciamos nosso papo nos 
remetendo as teóricas, Ferraz e Fusari (1999), que nos mostram o 
aspecto lúdico que nos confere uma aula de Arte. Em seus dizeres: 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
2 
O brincar nas aulas de arte pode ser uma maneira prazerosa de a criança 
experienciar novas situações e ajudá-la a compreender e assimilar mais facilmente 
o mundo cultural e estético [...] a prática artística é vivenciada pelas crianças como 
uma atividade lúdica, onde o fazer se identifica com o brincar, o imaginar com a 
experiência da linguagem ou da representação (FERRAZ; FUSARI, 1999, p. 84). 
Figura n.1 – Toda Mafalda 
 
Fonte: Toda Mafalda. São Paulo, Martins Fontes, 1991, p. 71. 
Todas as propostas artísticas, das diferentes linguagens, teatro, artes 
visuais, música e dança, têm um aspecto lúdico, portanto importante 
para o desenvolvimento da criança, no entanto, como já 
mencionamos anteriormente, faremos um recorte e focaremos no 
desenho. É importante que o professor tenha conhecimento das 
etapas do desenvolvimento gráfico da criança e esteja atento às 
mudanças, conheça as limitações e potencialidade destas, para que 
as propostas artísticas sejam condizentes com suas faixas etárias. 
Constantemente nos deparamos com exposições de desenhos ou 
pintura infantil e em algumas, fica muito claro que não foi à criança 
quem fez o desenho ou se foi, que este foi direcionado por um adulto. 
Para quem entende um pouco sobre os níveis que a criança passa, 
fica muito explícita a “mão de gato”, ou melhor, a mão do professor 
nos trabalhos ou então o direcionamento, sem contar os trabalhos em 
séries, todos iguais, e o mais grave, é ver exposição de desenhos 
prontos para serem coloridos, estes em nada contribuem no 
desenvolvimento da criança , além do próprio nome já dizer “pronto”, 
não há o que acrescentar, não há criação, pelo contrário, inibem o 
potencial criativo de quem os colore e possibilita a representação e 
repetição de desenhos estereotipados. 
LINKS 
 
1. Jean Piaget - Fases do desenvolvimento 
 
https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go 
2. Grafismo infantil - leitura e desenvolvimento 
https://www.youtube.com/watch?v=DPzYg6Zw8W8 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
3 
3. Desenho na Educação infantil 
https://www.youtube.com/watch?v=k0nxsM78IQc&feature=related 
Ao pedir um desenho, por exemplo, o fundo do mar, o professor 
precisa se certificar se a criança conhece o que poderá ter neste 
desenho do fundo do mar, mostrar alguns elementos, isto é, 
possibilitar que a criança tenha um repertório imagético. É preciso 
nutri-la com imagens, pois, ninguém cria “nada do nada”, precisamos 
ter referências. Ernert Gombrich (apud MARTINS, 1998, p. 25), nos 
diz que: 
Quando vamos desenhar uma árvore, por exemplo, mesmo diante de um modelo 
da natureza, teremos em nossas mentes todas as árvores que já vimos, também 
desenhadas, pintadas, esculpidas, com nossa percepção e emoção frente elas. Com 
esses modelos internos é que criamos [...]. 
Este repertório ao qual nos referimos, deverá ser o mais próximo 
possível do real, por exemplo: fotografias, vídeos e outros, pois, se o 
assunto é sobre “peixes”, quanto mais imagens próximas do real, de 
peixes que apresentarmos à criança, mais conhecimento em relação 
aos diferentes tipos, tamanhos e cores de peixes, ela terá um 
repertório maior, mais referências para realizar seu trabalho artístico. 
Figura n.2 – Os bichos 
 
Fonte: autor Rog Bollen, in MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; 
PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles.Didática do ensino 
de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São 
Paulo: FTD, 1998. (Conteúdo e metodologia: ensino de arte) p.94) 
É importante que o professor apresente imagens diversas e possibilite 
uma conversa, uma reflexão acerca do assunto estudado, que o 
estimule a querer estudar determinado tema, de preferência, que 
parta do contexto do aluno, Gasparin (2007) nos orienta a motivar os 
alunos. Segundo o autor, uma das formas de conquistar a motivação 
dos alunos é conhecendo o cotidiano deles. Outra observação é em 
relação às imagens não reais, como desenhos, ilustrações de 
personagens, por exemplo, estas muitas vezes não são de boa 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
4 
qualidade estética, e também, podem apresentar informações visuais 
incorretas como, por exemplo: uma aranha apenas com 4 ou 6 patas, 
formiga com dente, etc. outro aspecto é que este tipo de abordagem 
possibilita uma aprendizagem equivocada. 
Certa ocasião, uma professora relatou que em um passeio com sua 
filhinha de 3 anos, ela mostrou um pássaro (pica pau) para a criança 
e falou: 
 
- Olha filha, o pica pau! 
 
A criança na mesma hora retrucou: 
 
- Não é. 
 
A mãe insistiu que era, mas a criança não concordou várias vezes, 
mesmo com a insistência de sua mãe, isto porque a única referência 
que ela tinha sobre pica pau, era de um personagem de desenho 
animado, que ela assistia todos os dias. Por isso a necessidade de 
mostrar o real, mesmo que no desenho não fique próximo do real, 
para que ela não seja privada de conhecer o real e de ter um 
repertório de imagens, para realizar suas propostas artísticas com 
maior criatividade e expressividade. 
O professor não deve interferir no desenho da criança, apagar 
desproporções, ditar as cores que a criança deverá utilizar, direcionar 
o trabalho, segundo o seu gosto e padrão de beleza e muito menos 
retocá-lo, para ficar mais “bonitinho”, pois este fará parte deuma 
exposição! 
Pensando na postura de alguns professores quando estão ministrando 
aula de Arte, é importante refletirmos sobre algumas questões, como 
esta apresentada na charge a seguir: 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
5 
Figura n.3 – Balde de água fria 
 
Fonte: Ilustração: CAVA, Thiago Sant’ Ana Cabral in CAVA, Laura 
Célia S. Cabral. Ensino das artes: pedagogia -São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009. 
Nesta tira, a professora, não teve sensibilidade para perceber todo o 
envolvimento de seu aluno com a tarefa lançada, ela direcionou o 
trabalho e emitiu sua opinião pautada em verdades prontas e 
acabadas e equivocadas, como se toda grama fosse verde, todo céu 
fosse azul, o céu dependendo do horário e do clima poderá ser cinza, 
preto, azul, vermelho, laranja, lilás etc. Precisamos refletir sobre o 
que falamos para as crianças, rever nossos conceitos, nossas 
verdades. 
Por fim, outra questão relevante é em relação a situações 
aparentemente “problemáticas”, geralmente encontradas nos 
desenhos infantis, principalmente quando a criança utiliza cores 
escuras como: preto, marrom e outras, ou então, acalcam muito o 
lápis, até rasgar o papel. Nem sempre, a temática, as cores, a 
intensidade dos traços utilizados, significam “problemas”. Existem 
inúmeros motivos para uma criança abordar determinadas temáticas, 
formas de realizar o desenho e cores. Não é função do professor, 
resolver essas situações e sim detectá-las e encaminhá-las à direção 
ou supervisão da instituição. Diante de um suposto problema, isto é, 
depois de muita observação, depois de ouvir o que a criança tem a 
dizer e, com a persistência do possível problema, o professor deverá 
encaminhar o caso a seu supervisor, pedagogo ou coordenador que 
tomará as devidas providências, conversando com a família, 
orientando a levá-la a um profissional da área, um psicólogo, por 
exemplo, se for o caso. 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
6 
Terezinha Telles.Didática do ensino de arte: a língua do 
mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. 
 
DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do 
grafismo infantil. São Paulo: SCIPIONE, 1994. 
 
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar no ensino das artes. 
2a- ed. Porto Alegre: mediação, 2001. 
PARA REFLETIR NO FORUM: 
 
Qual sua opinião em relação a desenhos fotocopiados para colorir? Na 
sua época de escola (educação infantil e/ou ensino fundamental) você 
coloria muitos desenhos? 
CAMPOS CONCEITUAIS DA ARTE1 
Há um consenso entre os teóricos em relação à relevância da arte no 
contexto escolar, pois o ensino desta, estimula o desenvolvimento 
cognitivo, afetivo, social e estético e apesar de todas as linguagens e 
modalidades artísticas serem importantes, como vimos 
anteriormente, é dada maior ênfase ao desenho. Pensando nesta 
importância do ensino de Arte, faz-se necessário compreender a 
proposta contemporânea para o ensino e aprendizagem desta área do 
conhecimento, mas antes vamos refletir um pouco sobre a arte. 
Para muitos professores, a palavra arte está relacionada apenas com: 
dom, intuição, técnicas e produção, pensam que a disciplina propõe 
apenas o “fazer”, excluem a possibilidade de observação, reflexão e 
compreensão da arte, não compreendem a disciplina de Arte como 
conhecimento, apenas como “realização de trabalhos e conhecimento 
de técnicas”, conseqüentemente acreditam ser apenas este, o 
objetivo da disciplina de Arte. 
A disciplina de Arte, na escola, não tem como finalidade ilustrar 
conhecimentos, festas cívicas ou escolares. Como toda área do 
conhecimento, tem como objetivo a construção e aquisição de 
conhecimento. 
AULA DE ARTE 
Figura 1 – Thiago Sant’Ana Cabral Cava – Londrina, 2008. 
 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
7 
Nesta charge, a professora esta planejando uma aula que articula os 
eixos (fazer/produzir – apreciar/fruir e refletir), pena que a outra 
pessoa, que provavelmente seja a diretora ou supervisora, não tem 
este entendimento. 
Ao trabalhar com Arte, o aluno é estimulado à reflexão, investigação, 
experimentações, comparações, a ter curiosidade, levantar hipóteses, 
ao trabalho em equipe, proporcionando desta forma o seu 
desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, cultural e estético. 
A educação em Arte propicia o desenvolvimento do pensamento 
artístico e esse pensamento artístico amplia a sensibilidade, 
criatividade, percepção, originalidade, flexibilidade, reflexão, 
imaginação, inventividade, o senso crítico e o senso estético, 
possibilita também, ao aluno, um grande crescimento e um aumento 
de sua capacidade de visualização e memória visual, além de ajudá-lo 
a resolver problemas de ordem técnica e estética. 
De acordo com Bosi (2001), 
[...] o trabalho de arte passa pela mente, pelo coração, pelos olhos, pela garganta, 
pelas mãos; e pensa e recorda e sente e observa e escuta e fala e experimenta e 
não recusa nenhum momento essencial do processo poético. (p.71). 
Consta nos PCNs de Arte, Brasil (1997), que o conhecimento em Arte 
possibilita ao aluno reconhecer as diversidades, construir uma auto-
imagem positiva, a se integrar com o grupo, pois a maioria das 
propostas artísticas é desenvolvida em grupos, proporcionando 
também a construção de sua autonomia. 
 
1. Texto elaborado e adaptado por CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral retirado 
da: LONDRINA. Secretaria Municipal de Educação. Proposta pedagógica de 1ª a 
8ª série da Rede Municipal de Ensino de Londrina:versão preliminar: arte. 
Londrina, 2006. 
O ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos 
conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando-o 
do universo cultural da humanidade nas suas diversas 
representações. 
Compreendida como área de conhecimento, a arte, apresenta 
relações com a cultura por meio das manifestações expressas em 
bens materiais (bens físicos como: pintura, escultura, desenhos, 
dentre outros) e imateriais (práticas culturais coletivas como: música, 
teatro, dança, etc.). Olhando a arte por uma perspectiva 
antropológica, é possível considerar que toda produção artística e 
cultural é um modo pelo qual os sujeitos entendem e marcam a sua 
existência no mundo. 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
8 
A arte é conhecimento construído pelo homem através dos tempos, 
portanto, importante na escola, ela é um patrimônio cultural da 
humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber. 
Sendo assim, tratar a arte como conhecimento é ponto fundamental e 
condição indispensável para o enfoque contemporâneo do ensino e 
aprendizagem de Arte. 
Conta nos PCNs de Arte, Brasil (1997) que, 
No percurso criador específico da arte, os alunos estabelecem relações entre seu 
conhecimento prévio na área artística e as questões que um determinado trabalho 
desperta entre o que querem fazer e os recursos internos e externos de que dispõe 
entre o que observam nos trabalhos dos artistas, nos trabalhos dos colegas e nos 
que eles mesmos vêm realizando [...] (PCNs, 1997). 
A arte é linguagem, portanto, uma forma de expressão e 
comunicação humana, ela tem um papel fundamental, envolvendo os 
aspectos cognitivos, sensíveis e culturais e isso já é suficiente para 
que se justifique sua presença na vida escolar. 
Por ser uma linguagem, é uma forma de expressar emoções, idéias, 
vivências entre outros, é também, uma forma de comunicação. 
Quando dizemos comunicação,pressupõe que não seja isolada, que 
exista outro para que haja essa comunicação. E a compreensão dessa 
comunicação, só se torna possível, se o outro decodificar a 
mensagem, sendo assim, tornamos a enfatizar a importância da arte 
na escola propiciando à criança, que ela se expresse e compreenda 
certos códigos artísticos. 
Quando nos referirmos à disciplina de Arte, a comunicação se dá por 
intermédio de formas, cores, texturas, volumes, sons, movimentos, 
gestos, expressões dentre outros. 
Nossa abordagem, em relação ao conhecimento em Arte, se baseia 
nos Parâmetros Curriculares de Arte, Brasil (1997), que se baseiam 
na Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa e, segundo esta mesma 
autora, sua Proposta Triangular é construtivista, interacionista, 
dialogal e multicuturalista, é uma proposta pós-moderna que 
apresenta a articulação de três Eixos ou Campos Conceituais que 
envolvem a Produção, a Fruição e aReflexão no ensino de Arte. 
Em uma aula de Arte, esses três Eixos deverão se articular, não 
importando a ordem. Apesar de suas especificidades, esses Campos 
Conceituais são interdependentes e articulam-se entre si, abrangendo 
todos os aspectos do objeto de estudo. Veja a seguir os Eixos ou 
Campos Conceituais de Arte. 
Produção: é a produção do aluno e de produtores de arte em geral, 
é o fazer, a criação, é a parte prática. Na educação, esse fazer diz 
respeito ao conhecimento artístico do aluno e está relacionado 
com o processo criativo. 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
9 
Fruição: a palavra fruir origina-se da palavra usufruir, isto é, 
oportunizar o aluno a ver, ouvir, sentir, assistir a manifestações 
artísticas do universo relacionado à arte (obras de arte, peças 
teatrais, espetáculos de danças, concertos musicais e outros), é a 
apreciação significativa e essa apreciação significativa diz respeito 
ao conhecimento estético e está relacionado à apreensão do objeto 
artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos. 
Reflexão: é pensar sobre o trabalho artístico pessoal, sobre o 
trabalho artístico dos colegas de sala de aula e sobre o trabalho 
artístico de produtores de arte em geral, refletir sobre as formas 
encontradas na natureza e em culturas diversas e também, é a 
compreensão da arte como processo cultural e histórico. A reflexão 
articula-se com o conhecimento contextualizado, pois envolve o 
contexto histórico (político, econômico e sociocultural) dos objetos 
artísticos e contribui para a compreensão de seus conteúdos 
explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na 
investigação desse objeto. 
Para Antunes (2008), quando o professor traz para o contexto do 
aluno os conteúdos a serem apreendidos, conectando esses 
conteúdos com sua sala de aula e com o cotidiano dos alunos, ele 
estará explorando contextos, certamente estará contribuindo para 
transformar informação em conhecimento. 
Apresentaremos um trabalho que articula os eixos ou campos 
conceituais de Arte (apreciar, produzir e refletir), pois envolve a 
apreciação de obras de um pintor, depois utiliza suas obras como 
referência, para um trabalho artístico, isto é, os alunos fazem 
composições com vegetais. Primeiro vamos conhecer algumas obras 
de Giuseppe Arcimboldo. Veja a seguir: 
Giuseppe Arcimboldo 
 
Link 
 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL 
Agora confira o vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=tWmAmrbmPq4
Para refletirmos no Fórum:
 
O que você acha a respeito do trabalho com os eixos ou campos 
conceituais: Produzir, apreciar e refletir, nas aulas de Arte? Em sua 
opinião o conhecimento em Artes, com a aplicação dos eixos ou 
campos conceituais, torna
 
 
Unidade 2 – Leitura de Imagens e a Possibilidade que 
esta Oferece para o Trabalho Interdisciplinar
WEBAULA 1
 
Todos os seres humanos deveriam ter uma experiência artística, pois 
a arte tem o poder de fazer com que o ser humano se conheça 
melhor, seja mais sensível, perceptível, imaginativo, crítico, criativo e
tem também, a magia de provocar em outros seres humanos 
emoções diversas. 
Vamos iniciar nossa leitura com a leitura de algumas imagens!
Curiosidade 
 
O termo Ilusão de óptica
todas ilusões que "enganam" o sistema
ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo
modo errôneo. Algumas são de caráter fisiológico, outras de caráter 
cognitivo. 
 
As ilusões de ótica podem surgir naturalmente ou serem criadas por 
astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o 
funcionamento do sistema visual humano. Imagens que ca
ilusão de ótica são largamente utilizados nas artes, por exemplo, nas 
obras gráficas de
 
Fonte: Ilusão de óptica:
Disponível em: 
Esta imagem a seguir, é uma imagem estática ou em movimento?
Figura 1 
DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
CIDADE OCIDENTAL –GO 
Agora confira o vídeo. 
https://www.youtube.com/watch?v=tWmAmrbmPq4 
Para refletirmos no Fórum: 
O que você acha a respeito do trabalho com os eixos ou campos 
nceituais: Produzir, apreciar e refletir, nas aulas de Arte? Em sua 
opinião o conhecimento em Artes, com a aplicação dos eixos ou 
campos conceituais, torna-se mais eficaz, mais completo?
PEDAGOGIA 
Leitura de Imagens e a Possibilidade que 
a Oferece para o Trabalho Interdisciplinar
WEBAULA 1 
Todos os seres humanos deveriam ter uma experiência artística, pois 
a arte tem o poder de fazer com que o ser humano se conheça 
melhor, seja mais sensível, perceptível, imaginativo, crítico, criativo e
tem também, a magia de provocar em outros seres humanos 
Vamos iniciar nossa leitura com a leitura de algumas imagens!
Ilusão de óptica ou Ilusão de ótica 
que "enganam" o sistema visual humano fazendo
ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê
Algumas são de caráter fisiológico, outras de caráter 
As ilusões de ótica podem surgir naturalmente ou serem criadas por 
astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o 
funcionamento do sistema visual humano. Imagens que ca
ilusão de ótica são largamente utilizados nas artes, por exemplo, nas 
obras gráficas de M. C. Escher
Fonte: Ilusão de óptica:
 
guir, é uma imagem estática ou em movimento?
Figura 1 - Um pouco de Ilusão de Ótica 
 
10 
O que você acha a respeito do trabalho com os eixos ou campos 
nceituais: Produzir, apreciar e refletir, nas aulas de Arte? Em sua 
opinião o conhecimento em Artes, com a aplicação dos eixos ou 
se mais eficaz, mais completo? 
Leitura de Imagens e a Possibilidade que 
a Oferece para o Trabalho Interdisciplinar 
Todos os seres humanos deveriam ter uma experiência artística, pois 
a arte tem o poder de fazer com que o ser humano se conheça 
melhor, seja mais sensível, perceptível, imaginativo, crítico, criativo e 
tem também, a magia de provocar em outros seres humanos 
Vamos iniciar nossa leitura com a leitura de algumas imagens! 
 aplica-se a 
humano fazendo-nos 
nos vê-la de um 
Algumas são de caráter fisiológico, outras de caráter 
As ilusões de ótica podem surgir naturalmente ou serem criadas por 
astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o 
funcionamento do sistema visual humano. Imagens que causam 
ilusão de ótica são largamente utilizados nas artes, por exemplo, nas 
M. C. Escher. 
Fonte: Ilusão de óptica: 
guir, é uma imagem estática ou em movimento? 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL 
Fonte: Ilusões optica. Disponível em:
Como vocês podem perceber, nossa conversa estará em torno das 
artes visuais e das possibilidades que suas modalidades nos 
permitem. Desta forma, nosso assunto será sobre imagens, com 
maior ênfase nas obras de arte. A leitura e o trabalho com obras de 
arte possibilitammuitas propostas artísticas.
Convido vocês a brincarem com as imagens, em seguida apresentarei 
exemplos de um trabal
obra de arte. 
Link 
 
Agora confira ao vídeo Ilusão ótica:
 
Ao levar uma imagem ou obra de arte, para a sala de aula, 
habilidades de percepção, in
bom que desde cedo os alunos tenham contato com obras artísticas, 
conhecendo certos artistas, suas obras, a técnica e os materiais 
utilizados, o contexto em que foram produzidas, os sentimentos e 
lembranças que ela provoca. Em suma, inseri
cultural, por intermédio da leitura e também releitura de obras. De 
acordo com Martins (1998, p. 74):
Da mesma forma que para ler os livros precisamos decodificar as letras, sílabas, 
dominar a gramática, enfim, s
a arte. Quanto mais uma pessoa entra em contato com as formas artísticas, mais 
se aprofunda nessa linguagem, enriquece seu repertório, conhece autores/artistas, 
tem acesso à compreensão da produção estéti
Quando falamos em leitura de imagens diversas, muitas pessoas 
ficam confusas sobre o que realmente seja, pois não concebem as 
imagens como textos, muito menos para serem lidos. Mas nós lemos, 
fazemos constantemente nossas leituras, não só
verbais como também de outros. Mesmo que essas leituras não 
sejam conscientes, nós lemos. Lemos o mundo a nossa volta e tudo o 
DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
CIDADE OCIDENTAL –GO 
 
Fonte: Ilusões optica. Disponível em: 
Como vocês podem perceber, nossa conversa estará em torno das 
artes visuais e das possibilidades que suas modalidades nos 
m. Desta forma, nosso assunto será sobre imagens, com 
maior ênfase nas obras de arte. A leitura e o trabalho com obras de 
arte possibilitam muitas propostas artísticas. 
Convido vocês a brincarem com as imagens, em seguida apresentarei 
exemplos de um trabalho interdisciplinar a partir da leitura de uma 
Agora confira ao vídeo Ilusão ótica: 
Ao levar uma imagem ou obra de arte, para a sala de aula, 
habilidades de percepção, intuição, raciocínio e imaginação atuam. É 
bom que desde cedo os alunos tenham contato com obras artísticas, 
conhecendo certos artistas, suas obras, a técnica e os materiais 
utilizados, o contexto em que foram produzidas, os sentimentos e 
provoca. Em suma, inseri-los em um contexto 
cultural, por intermédio da leitura e também releitura de obras. De 
acordo com Martins (1998, p. 74): 
Da mesma forma que para ler os livros precisamos decodificar as letras, sílabas, 
dominar a gramática, enfim, ser alfabetizados nessa língua, o mesmo acontece com 
a arte. Quanto mais uma pessoa entra em contato com as formas artísticas, mais 
se aprofunda nessa linguagem, enriquece seu repertório, conhece autores/artistas, 
tem acesso à compreensão da produção estética da Humanidade. 
Quando falamos em leitura de imagens diversas, muitas pessoas 
ficam confusas sobre o que realmente seja, pois não concebem as 
imagens como textos, muito menos para serem lidos. Mas nós lemos, 
fazemos constantemente nossas leituras, não só de textos escritos ou 
verbais como também de outros. Mesmo que essas leituras não 
sejam conscientes, nós lemos. Lemos o mundo a nossa volta e tudo o 
 
11 
 
Como vocês podem perceber, nossa conversa estará em torno das 
artes visuais e das possibilidades que suas modalidades nos 
m. Desta forma, nosso assunto será sobre imagens, com 
maior ênfase nas obras de arte. A leitura e o trabalho com obras de 
Convido vocês a brincarem com as imagens, em seguida apresentarei 
ho interdisciplinar a partir da leitura de uma 
Ao levar uma imagem ou obra de arte, para a sala de aula, 
tuição, raciocínio e imaginação atuam. É 
bom que desde cedo os alunos tenham contato com obras artísticas, 
conhecendo certos artistas, suas obras, a técnica e os materiais 
utilizados, o contexto em que foram produzidas, os sentimentos e 
los em um contexto 
cultural, por intermédio da leitura e também releitura de obras. De 
Da mesma forma que para ler os livros precisamos decodificar as letras, sílabas, 
er alfabetizados nessa língua, o mesmo acontece com 
a arte. Quanto mais uma pessoa entra em contato com as formas artísticas, mais 
se aprofunda nessa linguagem, enriquece seu repertório, conhece autores/artistas, 
Quando falamos em leitura de imagens diversas, muitas pessoas 
ficam confusas sobre o que realmente seja, pois não concebem as 
imagens como textos, muito menos para serem lidos. Mas nós lemos, 
de textos escritos ou 
verbais como também de outros. Mesmo que essas leituras não 
sejam conscientes, nós lemos. Lemos o mundo a nossa volta e tudo o 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
12 
que ele nos oferece. Lemos as cores, as formas, as texturas, os sons, 
as imagens e as pessoas. Para Rezende (2007) “a leitura implica em 
tramitar por tudo isso, as coisas são vistas em conjunto”. 
Voltando à sala de aula e a leitura de imagens, é aconselhável que 
essa leitura seja oral, para que o educador possa saber como os 
alunos estão observando e interpretando a obra, para provocá-los, 
caso seja necessário, a perceberem maiores detalhes e fazerem 
perguntas, deixando dessa forma, a aula mais dinâmica e completa. 
Em uma proposta de leitura de obra, o professor deverá iniciar 
fazendo alguns questionamentos, mas é bom lembrar que neste tipo 
de proposta, o professor é o mediador, que deverá fazer suas 
intervenções apenas nos momentos oportunos, quem mais deverá 
falar sobre suas percepções e sensações são os alunos. Estas 
intervenções, se necessárias, serão uma forma de instigar o olhar de 
seu aluno, levantando questões que não foram percebidas. 
Quando o aluno faz a leitura de uma obra de arte, geralmente ele cria 
uma história sobre o que está vendo, o professor deve deixá-lo dar 
asas à imaginação, isto contribui para mais tarde, quando ele for 
produzir um texto. Quanto mais o aluno exercitar a imaginação, mais 
facilidade terá em produzir textos. 
Depois da leitura de obra, o educador pode contextualizá-la da 
seguinte forma: tal imagem foi produzida por um sujeito, em um 
determinado contexto, em uma época determinada, segundo sua 
visão de mundo. As informações relativas às obras trabalhadas 
deverão ser breves, pois é fora de propósito dar uma aula de história 
da arte nos moldes da escola tradicional, com memorização de datas 
e locais a alunos do ensino fundamental (series ou anos iniciais). A 
contextualização histórica deverá ser breve, de acordo com a idade 
dos alunos, com seu tempo de concentração e também com a sua 
curiosidade. 
Segundo Pillar (2008), ler uma obra seria perceber, compreender, 
interpretar esta trama de cores, texturas, volumes, formas, linhas 
que constituem uma linguagem. Perceber objetivamente os 
elementos presentes na imagem, sua temática, sua estrutura. Seria 
saboreá-la em diversos significados. A leitura de uma obra de arte é 
uma aventura onde cognição e sensibilidade se interpenetram na 
busca de significados, na leitura de mundo. 
Ao sugerirmos leitura de imagens, dentre elas obras de arte, faz-se 
necessário lembrar, que esta leitura poderá acontecer tanto em sala 
de aula, como também em aulas extraclasse, com visita a museus, 
galerias, exposições, etc. 
Até então falamos de leitura de imagens diversas, dentre elas a de 
obras de arte. Vamos agora abordar a releitura, uma pratica 
difundida por todo o Brasil, mas que muitas vezes é entendida de 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
13 
forma equivocada. A releitura poderá acontecer após, ou antes, da 
leitura de obra de arte. Releitura é uma das possibilidades de um 
trabalho a partir de uma imagem, mas temos muitas outras 
propostas artísticas muito interessantes também, que 
apresentaremos no decorrer deste texto.Muitos professores acreditam ser a releitura é a cópia fiel do quadro 
original e quanto mais próximo do quadro, quanto melhor for a cópia, 
julgam ser melhor o trabalho. Esta concepção é totalmente 
equivocada. Cópia é aprimoramento técnico, sem transformação, sem 
interpretação, sem criação. Na releitura, há transformação, 
interpretação, criação com base num texto visual. 
A releitura de uma obra de arte é, reinterpretação é fazer algo, “por a 
mão na massa”, diferente da leitura. Leitura e releitura são, no 
entanto, criações. Reler é ler novamente, é reinterpretar, criar novos 
significados. Ao interpretarmos, através da pintura ou de qualquer 
outra linguagem artística, uma imagem ou obra, com a ideia de 
recriá-la, reconstruí-la em outro contexto, estamos fazendo uma 
releitura dela. 
Fazer a releitura de uma obra de arte não é copiá-la, é refazê-la, 
segundo o olhar e estilo de quem a refaz, na releitura há criação. 
Reler uma obra é fazer uma nova composição, fazendo referência ou 
citação à obra original, porém, do jeito de quem a refaz, de quem a 
reinterpreta. Numa releitura a essência da obra, o principal elemento 
persiste, porém a composição é elaborada novamente por outra 
pessoa, no nosso caso, o aluno, em outro contexto, segundo seus 
critérios e talvez com outra técnica. Para Barbosa (1991, p. 107): 
Quando o aluno observa obras de arte e é estimulado e não obrigado a escolher 
uma delas como suporte de seu trabalho plástico a sua expressão individual se 
realiza da mesma maneira que se organiza quando o suporte estimulador é a 
paisagem que ele vê ou a cadeira de seu quarto [...]. 
O importante é que o professor não exija representação fiel, pois a obra observada 
é suporte interpretativo e não modelo para os alunos copiarem. 
Veja o exemplo de uma releitura de obra de arte. Esta é a obra 
“Pássaro” de Aldemir Martins, pintada em 1999. 
Figura 2 - Pássaro 
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4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
14 
 
Fonte: 50. Pássaro 1999 Aldemir Martins. Disponível 
em:http://www.4shared.com/photo/7cvT6c2Q/50_Pssaro_1999_Alde
mir_Martins.html 
Os trabalhos a seguir são releituras da obra de Aldemir. 
 
Preste atenção, a essência da obra, o pássaro e as cores fortes, 
permaneceu como principal elemento, no entanto, os alunos não a 
copiaram, eles a recriaram, mas do jeito ou estilo deles, escolhendo 
outras cores, outra posição para o pássaro, mas permanecendo as 
cores fortes. Sendo assim, podemos dizer que eles fizeram uma 
referência, uma citação à obra original, mas não a copiaram, no 
trabalho deles houve um exercício de criação, de organização 
espacial, de qualidade estética. No quadro do pintor a técnica 
utilizada foi tinta acrílica sobre tela, já na dos alunos foi mosaico de 
papel sobre papel. 
Ao olharmos uma obra de arte, vemos o mundo, por intermédio do 
olhar do artista. Ao apreciá-la, podemos descobrir o que o artista 
imaginava, o contexto da época, como ele usava as formas, cores, 
texturas, etc. 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
15 
A leitura de imagens propicia o trabalho interdisciplinar, portanto um 
ótimo recurso para o professor, além das contribuições que este 
exercício traz ao desenvolvimento do aluno. 
O trabalho interdisciplinar é de extrema relevância, pois as áreas do 
conhecimento dialogam entre si, elas têm pontos de interseção e o 
professor não pode perder esta oportunidade de propor atividades 
interdisciplinares. 
Não podemos pensar de forma fragmentada, precisamos ter uma 
visão do todo e possibilitar esta mesma visão a nossos alunos, 
articulando um diálogo entre as diferentes disciplinas, para que o 
conhecimento do aluno aconteça. O aluno que sempre aprende de 
forma fragmentada, que durante toda a sua escolaridade e processo 
de aprendizagem, toma contato com as disciplinas sempre divididas 
em segmentos, forçosamente desenvolverá uma percepção 
igualmente fragmentada dos conhecimentos de cada área. Isso, sem 
dúvida, acaba moldando uma forma de pensar que dificilmente 
incluirá a síntese e, um dos fatores que auxilia o aluno aprender a 
sintetizar é ter uma visão global dos fatos. 
A interdisciplinaridade tem como objetivo construir um conhecimento 
da totalidade, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, 
integrar conteúdos não é suficiente, de acordo com Fazenda (1993), 
precisa atitude, isto é, postura interdisciplinar. Atitude de busca, 
envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento. 
Vejam como realizar um trabalho interdisciplinar a partir da obra de 
Andy Warhol, um artista da Pop Art, mas antes vamos saber um 
pouco mais sobre ele e sua arte. 
Vamos refletir! 
 
Andy Warhol (nasceu em Pittsburgh em 6 de agosto de 1928, com o 
nome de Andrew Warhola e faleceu em Nova Jersey no dia 22 de 
fevereiro de 1987) foi um empresário, pintore cineasta norte-
americano, bem como uma figura maior do movimento pop art. 
 
Os anos 1960 marcam uma guinada na sua carreira de artista 
plástico e passa a se utilizar dos motivos e conceitos 
da publicidade em suas obras, com o uso de cores fortes e brilhantes 
e tintas acrílicas. Reinventa a pop art com a reprodução mecânica e 
seus múltiplos serigráficos são temas do cotidiano e artigos de 
consumo, como as reproduções das latas de sopasCampbell e a 
garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas 
como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis 
Presley, Pelé, Che Guevara e símbolos icônicos da história da arte, 
como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos serialmente com 
variações de cores. 
 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL 
Além das serigrafias Warhol também se utilizava de outras técnicas, 
como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em 
obras de arte. 
 
Disponível em: 
Veja a seguir um trabalho de serigrafia que são repro
de sopas Campbell. 
Figura 5 
Fonte: MATTOS, Paula Belfort. Revista A arte de Educar. Cartilha de 
Arte e Educação para professores
Médio.Antonio Bellini Editora & Cultura. Curitiba, 2003.
 
PROPOSTA DE UM TRABA
Há sugestões de trabalho tanto para educação infantil, como também 
para o ensino fundamental.
CONCEITOS A EXPLORAR
Artes Visuais 
• Aprender sobre a técnica da serigrafia;
• Realizar desenhos sobre bandejas de isopor (destas que vem com 
frios), este desenho deverá ser feito com um prego ou a ponta da 
tampa da caneta, deixando vincos, cortes nos contornos do suporte, 
em seguida o aluno deve
ou outra, e utiliza a bandeja como se fosse um carimbo, semelhante 
à técnica da gravura ou mesmo da serigrafia, que a partir de uma 
matriz, imprime várias cópias, como se fosse um carimbo;
• Fazer um trabalho de col
• Fazer uma instalação utilizando embalagens industrializadas;
• Fazer um trabalho de construção com sucatas;
• Fazer a releitura do trabalho utilizando um produto brasileiro e mais 
próximo do nosso contexto.
Ciências 
• Pesquisar sobre os alimentos enlatados;
• Pesquisar alguns nutrientes de alguns vegetais;
DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
CIDADE OCIDENTAL –GO 
Warhol também se utilizava de outras técnicas, 
como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em 
 
Veja a seguir um trabalho de serigrafia que são reproduções das latas 
Figura 5 – Lata de Sopa Campbell’s II 
Fonte: MATTOS, Paula Belfort. Revista A arte de Educar. Cartilha de 
Arte e Educação para professores do Ensino Fundamental e 
Médio.Antonio Bellini Editora & Cultura. Curitiba, 2003.
PROPOSTA DE UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR 
Há sugestões de trabalho tanto para educação infantil, como também 
para o ensino fundamental. 
CONCEITOS A EXPLORAR 
render sobre a técnicada serigrafia; 
Realizar desenhos sobre bandejas de isopor (destas que vem com 
frios), este desenho deverá ser feito com um prego ou a ponta da 
tampa da caneta, deixando vincos, cortes nos contornos do suporte, 
em seguida o aluno deverá pintar sobre o desenho com tinta guache 
ou outra, e utiliza a bandeja como se fosse um carimbo, semelhante 
à técnica da gravura ou mesmo da serigrafia, que a partir de uma 
matriz, imprime várias cópias, como se fosse um carimbo;
Fazer um trabalho de colagem utilizando produtos de consumo;
Fazer uma instalação utilizando embalagens industrializadas;
Fazer um trabalho de construção com sucatas; 
Fazer a releitura do trabalho utilizando um produto brasileiro e mais 
próximo do nosso contexto. 
ar sobre os alimentos enlatados; 
Pesquisar alguns nutrientes de alguns vegetais; 
 
16 
Warhol também se utilizava de outras técnicas, 
como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em 
duções das latas 
 
Fonte: MATTOS, Paula Belfort. Revista A arte de Educar. Cartilha de 
do Ensino Fundamental e 
Médio.Antonio Bellini Editora & Cultura. Curitiba, 2003. 
Há sugestões de trabalho tanto para educação infantil, como também 
Realizar desenhos sobre bandejas de isopor (destas que vem com 
frios), este desenho deverá ser feito com um prego ou a ponta da 
tampa da caneta, deixando vincos, cortes nos contornos do suporte, 
rá pintar sobre o desenho com tinta guache 
ou outra, e utiliza a bandeja como se fosse um carimbo, semelhante 
à técnica da gravura ou mesmo da serigrafia, que a partir de uma 
matriz, imprime várias cópias, como se fosse um carimbo; 
agem utilizando produtos de consumo; 
Fazer uma instalação utilizando embalagens industrializadas; 
Fazer a releitura do trabalho utilizando um produto brasileiro e mais 
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4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
17 
• Estudar o processo industrial que passa um determinado alimento 
enlatado; 
• Fazer a pirâmide dos alimentos. 
• Fazer uma pesquisa sobre alimentação saudável; 
• Perceber que somos diferentes com características diferentes como 
(cor de olhos, cabelos, estrutura do corpo, altura, peso, sexo, etc.) e 
que devemos respeitar o outro, seja ele como for, em seguida fazer 
uma pesquisa sobre o bullying. 
Quadro 1 – Figura 5 - PIRÂMIDE ALIMENTAR 
 
Fonte: Arte Brasilis: PIRÂMIDE ALIMENTAR: PREVINA O CÂNCER DE INTESTINO - 
Alimentação: a pirâmide alimentar. Disponível 
em: http://artebrasilis.blogspot.com.br/2010/02/piramide-alimentar-previna-o-
cancer-de.html 
Matemática 
• Aprender e fazer trabalhos de geometria; 
• Fazer uma pesquisa na sala de aula para saber quais as frutas e 
vegetais mais consumidos pelos alunos. Confeccionar um gráfico com 
o resultado da pesquisa (Tratamento da informação). 
Língua Portuguesa 
• Pesquisar receitas de sopa e cada aluno trazer uma receita para a 
sala de aula, para posteriormente trocarem as receitas e fazerem 
alguma, caso seja possível; 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
18 
• Escolher uma das receitas para encontrarem e circularem nela 
(verbos ou adjetivos ou substantivos ou ocorrências ortográficas) 
conteúdos de acordo com a série ou ano do aluno; 
• Fazer uma produção de texto sobre vida saudável; 
• Produzir um texto falando sobre a obra de Andy Warhol, as 
impressões que ela lhe causou, sobre o consumismo. 
Geografia 
• Fazer uma pesquisa sobre a reciclagem. Que efeitos causam no solo 
determinados produtos industrializados como: papelão, plástico, 
latas, etc.; 
• Localizar no mapa, onde surgiu a Pop Art; 
• Pesquisar qual o produto alimentício mais produzido no seu estado ou 
cidade. 
História 
• Fazer uma entrevista com os avós e em seguida com os pais. 
Perguntar aos avós como eles alimentavam seus filhos (no caso os 
pais dos alunos) quando eram bebês e começaram a comer alimentos 
sólidos. Em seguida fazer a mesma entrevista aos pais, em relação à 
alimentação deles (os alunos), por fim comparar, se houve mudanças 
no tipo de alimentação, na papinha, se os alimentos eram os 
mesmos, no que mudou; 
• Fazer uma pesquisa sobre o movimento artístico Pop Art. 
Música 
• Ensinar a cantar e apresentar o clip da Palavra Cantada “Sopa”; 
• Perceber os instrumentos que constam na canção, se reconhecem 
algum; 
• Perceber se é cantada por vozes masculinas ou femininas ou mistas, 
por adultos ou por crianças. 
Educação Física 
• Conhecer o que seja IMC (índice de massa corpórea) ver como é feito 
o cálculo e aprender os cuidados que deverá ter com a alimentação, 
para ter um peso adequado ao seu tamanho e qualidade de vida. 
Para Refletirmos no Fórum 
 
Você que já está em sala de aula, já trabalhou com imagens? Com 
que frequência? 
 
E você que em breve iniciará sua carreira de educador, pretende 
trabalhar com imagens em sala de aula? 
 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
19 
Vocês concordam sobre a importância no desenvolvimento da criança 
o trabalho a partir de imagens? 
Imaginem a quantidade de comerciais que as crianças vêm por dia, 
as propagandas são ótimos materiais didáticos, dá para mostrar 
diversas coisas sobre elas. O comercial do cigarro cria um mundo 
fantasioso, aparecem pessoas bonitas, saudáveis e que se dão bem. 
Os comerciais dos carros nos induzem a achar que, se os compramos, 
nos tornaremos mais bonitos e poderosos. 
Sugestão de Leitura 
 
 
Jandira Mansur 
 
Fonte: Mansur, Jandira. O frio pode ser quente? São Paulo: Ática, 
1985 
A preocupação no âmbito educacional em torno do processo de 
fragmentação do conhecimento escolar não é recente, por este 
motivo, desde o início do século XX, teóricos vem pesquisando e 
propondo o trabalho interdisciplinar. Apesar dos esforços destes 
teóricos, paira uma dúvida em relação à aplicabilidade do trabalho 
interdisciplinar, a dúvida é se os professores realmente sabem 
elaborar e aplicar uma aula interdisciplinar. 
O processo de fragmentação do conhecimento escolar manifesta suas 
características de diversas formas e em várias instâncias educativas, 
praticadas de forma consciente ou inconscientemente pelos 
educadores. Há professores que se dizem interdisciplinares, no 
entanto não são, por outro lado, há professores que tem uma postura 
interdisciplinar, conseguem articular alguns conteúdos de diferentes 
disciplinas, porém, não tem consciência de que estão trabalhando 
interdisciplinarmente. 
LINK 
 
Já que o assunto é interdisciplinaridade, assista ao clip de dança 
flamenca que faz uma junção de duas linguagens artísticas dança e 
pintura: 
https://www.youtube.com/watch?v=wW5vu07hpNo 
arte conjugada flamenco pintura 
 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
20 
Para Carvalho (1998, p.23), “[...] interdisciplinaridade traduz o 
desejo de superar as formas de aprender e de transformar o mundo, 
marcadas pela fragmentação do conhecimento organizado nas 
chamadas disciplinas”. 
A interdisciplinaridade tem como objetivo construir um conhecimento 
da totalidade, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, 
integrar conteúdos é suficiente, de acordo com Fazenda (1979:8), 
precisa atitude, isto é, postura interdisciplinar. Atitude de busca, 
envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento. 
Carvalho (1998, p. 21) afirma que o trabalho interdisciplinar exige 
estar aberto para mudança: 
[...] uma postura interdisciplinar em educação vai exigir muita abertura para 
mudanças que podem passar, por exemplo, pela construção de novas 
metodologias, pela reestruturação dos temas e dos conteúdos curriculares,pela 
organização de equipes de professores que integrem diferentes áreas do saber e 
pelas instituições de ensino que tenham abertura para experimentar novas formas 
de organizar os profissionais, os currículos e os conteúdos, a estrutura formal das 
séries, [...] 
[...] Pode parecer simples, mas na verdade isso exige uma imensa coragem e 
disponibilidade para deixar o porto seguro de nossas certezas e conviver com as 
diferenças e a pluralidade de pontos de vista. (CARVALHO, 1998, p. 55) 
O potencial de aprendizagem humano é uma característica inerente, 
entretanto ele deve ser estimulado e, para tanto, é primordial haver a 
integração com o mundo, a ação e a experimentação, a reflexão 
sobre a ação – que deve ser resultante da promoção de diálogos e 
trocas. Ora, a velha forma tradicional, na qual alunos ficavam 
fechados em si mesmos, produzindo sozinhos, deve ser modificada, 
abrindo espaço para o trabalho coletivo, para as ações significantes 
desses sujeitos. 
O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está 
na ação. Desta forma, através do diálogo que se estabelece entre as 
disciplinas e entre os envolvidos nas ações, a interdisciplinaridade 
"devolve a identidade às disciplinas, fortalecendo-as" e evidenciando 
uma mudança de postura na prática pedagógica. Portanto, o 
professor que trabalha de forma interdisciplinar, é aquele que sabe 
montar uma rede dialógica entre as diferentes áreas do 
conhecimento. 
Interdisciplinaridade diz respeito à ação recíproca comum e a 
qualidade desta ação, frisando a interdependência, a interação, a 
comunicação existente entre as disciplinas e buscando a integração 
do conhecimento num todo harmonioso e significativo. 
Fazenda (1988) caracteriza a interdisciplinaridade “pela intensidade 
das trocas entre os especialistas e pela integração das disciplinas em 
um mesmo projeto de pesquisa. (...) Em termos de 
interdisciplinaridade ter-se-ia uma relação de reciprocidade, de 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
21 
mutualidade, ou melhor dizendo, um regime de co-propriedade, de 
interação, que irá possibilitar o diálogo entre os interessados”. 
A idéia também não é procurar um caminho para homogeneizar todas 
as ciências ou restringi-las a um enfoque. Para que haja a junção das 
partes, é fundamental que a objetividade de cada uma seja 
plenamente reconhecida e respeitada. Além de reconhecer as 
diferenças, é preciso saber identificar onde se encontram as zonas de 
intersecção entre as áreas, ou seja, localizar os pontos que elas 
apresentam em comum. Para que isso aconteça é necessário abrir 
espaço de diálogo entre as disciplinas e identificar, onde se 
encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições de 
cada uma. E assim, proporcionar que as disciplinas sejam 
solidamente articuladas. 
É importante que os professores percebam os conhecimentos prévios 
de seus alunos sobre o conteúdo que está sendo aplicado e tenham 
em mente, que estes conhecimentos prévios não são obstáculos para 
a aprendizagem, mas o requisito indispensável a ela. De acordo com 
Ausubel (2003), a aprendizagem significativa ocorre quando uma 
nova informação adquirida “ancora-se” em conceitos relevantes 
previamente existentes na estrutura cognitiva do aprendiz. 
Como na vida, as várias facetas se complementam, assim também 
acontece no conhecimento, afinal o processo de aprendizagem se dá 
através de associações com aquilo que já foi adquirido. 
À medida que o ensino propiciar experiências afetivas positivas, essa 
interligação ocorrerá também positivamente e gerará, no aprendiz, 
uma maior predisposição para aprender. Sendo assim, essa 
predisposição, juntamente com a estrutura cognitiva adequada e o 
significado lógico dos materiais educativos do currículo, representa a 
condição indispensável para a aprendizagem significativa. 
Aprender possui um caráter dinâmico, que exige ações de ensino 
direcionadas para que os alunos aprofundem e ampliem os 
significados elaborados mediante suas participações nas atividades. 
Nessa concepção o ensino é um conjunto de atividades sistemáticas, 
cuidadosamente planejadas, em torno das quais, conteúdo e forma 
articulam-se inevitavelmente, cujo professor e o aluno compartilham 
parcelas cada vez maiores de significados com relação aos conteúdos 
do currículo escolar. O professor contemporâneo precisa 
constantemente pesquisar, se atualizar e, conseqüentemente, 
aprender: os ambientes, as pessoas, as relações e os diversos 
saberes. 
Unidade 1 – O Ensino de Música 
WEBAULA 2 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
22 
 
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão 
e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que 
apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o 
desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e autoconhecimento, 
além de poderoso meio de integração social. (RCNEI, p. 49, v.3 1998) 
Vivemos num mundo visual e sonoro. Cores, movimentos, sons e 
uma série de elementos da Arte estão presentes no cotidiano. 
Reagimos a estes elementos de diferentes maneiras de acordo com a 
personalidade, humor e o significado que determinado elemento 
artístico tem para cada um de nós. 
Quem nunca fez uma faxina com o rádio ou o aparelho de som 
ligado? Quem já se aborreceu com um vizinho barulhento que gosta 
de ouvir música às 3 horas da madrugada? 
A música está presente no nosso dia-a-dia, na televisão, nas ruas, 
nas igrejas, consultórios, no cinema, no carro e também, nas escolas, 
e nós nos relacionamos com ela sendo músicos profissionais ou 
“leigos apaixonados”. 
Como professores, usamos a música em vários momentos, como um 
recurso para ensinar fórmulas, para decorar seqüências numéricas, 
disciplinamos, ensinamos lições morais e injetamos motivação em 
nossas crianças. Entretanto, precisamos refletir sobre qual o valor do 
ensino da música nas escolas. Precisamos ter argumentos que 
possibilitem responder qual é a importância de se ensinar música nas 
escolas aliada as outras linguagens artísticas como o teatro, as artes 
visuais e a dança. 
LINK 
 
Música na Educação Infantil 
https://www.youtube.com/watch?v=6G8m8c_QVH4&feature=related 
Podemos aprender música de várias maneiras. É possível freqüentar 
aulas particulares de instrumento, técnica vocal, tocar em uma 
banda, cantar num coral. Todas estas atividades podem se tornar 
ambientes, isto é, para a vivência e a aquisição do conhecimento 
musical. 
Na escola a música pode acontecer por meio das atividades citadas 
anteriormente, mas é mediante a musicalização que esta tem 
acontecido. Segundo Loureiro (1999), “musicalização é o processo de 
desenvolvimento da musicalidade”. 
De acordo com os RCNEIs (BRASIL, 1998), o ambiente sonoro, assim 
como a presença da música em diferentes e variadas situações do 
cotidiano fazem com que os bebês e crianças iniciem seu processo de 
musicalização. 
PEDAGOGIA – GRUPO DE ESTUDO UNOPAR – ARTE, EDUCAÇÃO E MÚSICA 
 
4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
23 
Maura Penna, autora do livro Reavaliações e Buscas em 
Musicalização (1990), usou como ponto de partida para discussão 
sobre musicalização a seguinte afirmação: 
Ato ou processo de musicalizar. 
Musicalizar (-se): tornar(-se) sensível a música, de modo que, internamente, a 
pessoa reaja, mova-se com ela. (PENNA, 1990, p. 22). 
O processo de musicalização deve destinar-se a todos, buscando 
“desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical”. 
Durante este processo, “adquiri-se uma sensibilidade que é 
construída num ambiente onde as potencialidades de cada indivíduo 
são trabalhadas epreparadas de modo a compreender e reagir ao 
estímulo musical” (Penna, 1990). 
Musicalizar é ainda: “[...] desenvolver os instrumentos de percepção 
necessários para que o indivíduo possa ser sensível a música, 
apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical como significativo” 
(PENNA, 1990, p.22) 
Musicalização é um “processo bidirecional e integrado entre homem e 
música” (Penna, 1990). Este processo ocorre dentro e fora da escola. 
Por isto, é muito importante levar em consideração as experiências 
que ocorrem no dia-a-dia nas situações informais onde o ser humano 
esta inserido. 
LINKS 
 
1. Musicalização Infantil - Atividade Lúdica - Cursos CPT 
https://www.youtube.com/watch?v=jg-bSr9LRSo&feature=fvsr 
2. Aulas de Música na Escola Villare - Educação Infantil - 2010 
https://www.youtube.com/watch?v=DXrFd55A4QU&feature=related 
 
A vivência musical promovida pela musicalização permite na criança o 
desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, 
realizando movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma 
música. “O canto é usado como forma de expressão e não como mero 
exercício musical. 
O termo “musicalização infantil” adquiri então uma conotação específica, 
caracterizando o processo de educação musical por meio de um conjunto de 
atividades lúdicas, em que as noções básicas de ritmo, melodia, compasso, métrica, 
som, tonalidade, leitura e escrita musicais são apresentadas à criança por meio de 
canções, jogos, pequenas danças, exercícios de movimento, relaxamento e prática 
de pequenos conjuntos instrumentais (BRITO, 1998 apud JOLY, 2003, p. 116). 
De acordo com Feres (1989) “dizer que uma pessoa é musicalizada 
significa dizer que ela possui sensibilidade para os fenômenos 
musicais e sabe expressar-se por meio da música cantando, 
assobiando ou tocando um instrumento etc.” (Feres, 1989 apud Joly, 
2003, p. 116). 
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4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
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Assim, não apenas as crianças podem ser musicalizadas, mas 
qualquer ser humano de qualquer faixa etária pode passar por esse 
processo de contato significativo com a música seja numa banda ou 
num coral. 
Schaffer, famoso educador musical canadense, apresenta situações 
sonoras do nosso cotidiano que podem ser levadas para a sala de 
aula no contexto da musicalização. Em seu livro “O Ouvido 
Pensante”, Schaffer apresenta termos como “paisagem sonora” e 
evidencia os sons que nos rodeiam e suas características. É como se 
o ouvido acordasse para aquilo que se ouve, mas não se escuta; ao 
som que está presente, mas não é notado. 
Figura nº 1 – nome da figura 
O que é música? 
 
Fonte: Laerte, Folha de SP. 1996 in MARTINS, Mirian Celeste F. D.; 
PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha T.Didática do ensino de 
arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: 
FTD, 1998, p. 69. 
De acordo com, Lino, (2002 p. 73), As crianças que são levadas a 
explorar expressões musicais desde os primeiros meses, ouvindo a 
voz de seus pais, balbuciando [...] realizando emissões vocais em 
diferentes situações, imitando o fraseado rítmico e melódico dos 
adultos e crianças a sua volta [...] estarão mais aptas a organizar 
mentalmente os sons de forma a ordená-los num espectro de altura 
que lhes permita realizar glissandos ou esboços do contorno 
melódico-rítmico de canções. 
Engane-se aquele professor que acredita que para realizar o trabalho 
com música na escola necessita executar um instrumento. Claro que 
o domínio de algum instrumento viabiliza algumas ações e oferece 
outras opões de trabalho, mas não é extremamente necessário já que 
nascemos com um valioso instrumento musical: a voz. A voz bem 
usada na sala de aula proporciona rica vivencia musical e a execução 
de atividades que não precisam de nenhum outro recurso material. 
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4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
25 
Deve-se estar atento, no entanto, para o fato da musicalização ser 
um processo constituído de elementos especificamente musicais. Um 
professor que canta com seus alunos durante a entrada na sala de 
aula está oferecendo um tipo de vivência, mas essa vivência não 
pode se limitar apenas a essa atividade. O professor bem 
fundamentado usa esses momentos de vivencia cotidiana na escola 
conectados a outros momentos onde a criança tem a oportunidade de 
criar e/ou compreender conceitos musicais a partir da vivência. 
Vamos refletir sobre os sons? 
 
SONS NATURAIS: são os sons encontrados na natureza, sem a 
interferência do homem, por exemplo: trovão, barulho do vento, da 
chuva e outros; 
 
SONS CULTURAIS: são os sons criados pelos homens como: buzina, 
sirene, telefone e outros. 
Figura nº 2 - Marcadores charge 
 
http://1.bp.blogspot.com/-EphI3i7t7g0/Tj436-
915DI/AAAAAAAAAy4/neQlpb4qpWo/s1600/charge_mn_26_07_2011.
jpg 
Para refletir no Forum: 
 
Qual foi sua vivência com a música em sua época de educação infantil 
e/ou ensino fundamental? 
 
A educação musical deve ser trabalhada em escolas de todo o país, 
mas não exige formação profissional específica para os professores 
que irão ministrar estas aulas, ficando o trabalho com música, na 
ausência do professor específico, para o professor regente, sendo 
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4º SEMESTRE – POLO CIDADE OCIDENTAL –GO 
26 
assim, faz-se necessário o estudo sobre as contribuições que o ensino 
de música traz? Que conteúdos, trabalhar? Como? Que discografia 
oferecer? 
Os professores devem se fundamentar teoricamente a respeito do 
ensino de música, tanto no ensino fundamental quanto na educação 
infantil, no entanto, faz-se necessário saber o que os professores 
pensam a respeito do ensino de música, se existe alguns equívocos, o 
que entendem por musicalização dentre outros. 
Fuks (1991) realizou uma pesquisa com professores e futuros 
professores que atuariam na área de educação musical. As 
entrevistas coletadas durante a pesquisa apresentam uma realidade 
muito presente nas escolas americanas e brasileiras: 
Eu usava música como um artifício para acalmar as crianças; quando a música 
terminava, já estava todo mundo “dominado” [...]. Fica bem mais agradável você 
dar uma ordem através de uma musiquinha do que dizer: faz isso, faz aquilo [...]. 
O “gestinho” é para incentivar, porque às vezes tem crianças que não entendem a 
letra da “musiquinha”. Então é importante aquele “gestinho” (FUKS, 1991, p. 68 / 
69.) 
Sabemos que a música tem a capacidade de acalmar, concentrar e 
disciplinar. Entretanto, temos na musicalização uma riqueza que deve 
ser explorada em sua totalidade, pois fica muito empobrecido 
focarmos apenas na capacidade de acalmar ou na concentração, o 
acalmar , a concentração que o ensino musical possibilita, são apenas 
conseqüências das inúmeras contribuições do ensino e aprendizagem 
em música. 
LINK 
 
Música na Educação Infantil 
https://www.youtube.com/watch?v=6G8m8c_QVH4&feature=related 
Del Ben e Hentschke (2004) também nos trazem informações sobre 
como a música é vista e utilizada nas escolas. A investigação com 
três professores de música (especialistas) demonstram a 
preocupação em inserir efetivamente a música no currículo, ao 
mesmo tempo em que, demonstram a valorização desse ensino por 
motivos que estão fora do contexto musical, isto é, ensina-se a 
música como um meio (para amenizar a agressividade, para ajudar 
na concentração, para disciplinar, acalmar, facilitar na aquisição de 
novos conhecimentos em outras disciplinas como português e 
matemática etc.) e não o ensino musical visando o conhecimento 
musical em si. 
Encontramos nos depoimentos mais aspectos extramusicais, ligados às emoções e 
às questões culturais, do que elementosintrínsecos à música. Talvez essas 
questões sejam conseqüências da ausência de reflexões mais detalhadas sobre o 
ensino de música. Isso pode ser comprovado nos seguintes depoimentos: A música 
pode contribuir para a formação global do aluno, desenvolvendo a capacidade de se 
expressar através de uma linguagem não-verbal e os sentimentos e emoções, a 
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sensibilidade, o intelecto, o corpo e a personalidade [...] a música se presta para 
favorecer uma série de áreas da criança. Essas áreas incluem a “sensibilidade”, a 
“motricidade”, o “raciocínio”, além da “transmissão e do resgate de uma série de 
elementos da cultura” (DEL BEM; HETSCHEKE, 2002 apud HUMMES, 2004, p. 22). 
Podemos constatar que o ensino de música é de extrema relevância, 
pois propicia o desenvolvimento da sensibilidade, a motricidade, o 
raciocínio, memória auditiva, criatividade, cognição. 
Beyer (2001) pesquisadora em educação musical infantil é enfática se 
referindo ao ensino de música para crianças. A autora constatou que 
várias das concepções reveladas em relação à música são voltadas a 
um pensamento utilitarista: 
Música é importante coadjuvante no trabalho psicomotor, inglês, aprendizagem de 
números, cores, etc [...] música vai ajudar a acalmar as crianças [...] música vai 
organizar as crianças [...] música alegra as crianças [...] música é 
excelente marketing para a escola. (BEYER, 2001 apud HUMMES, 2004, p. 23). 
Precisa-se entender que a educação musical não visa à formação do 
músico profissional. O objetivo da música, entre outros, é auxiliar “no 
processo de apropriação, transmissão e criação de práticas músico-
culturais como parte da construção de sua cidadania” (DEL BEL; 
HENTSCHKE, 2003, p. 181). 
O objetivo primeiro da educação musical é facilitar o acesso à multiplicidade de 
manifestações musicais da nossa cultura, bem como possibilitar a compreensão de 
manifestações musicais de culturas mais distantes. Além disso, o trabalho com 
música envolve a construção de identidades culturais de nossas crianças, 
adolescentes e jovens e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Nesse 
sentido, é importante que a educação musical escolar [...] tenha como propósito 
expandir o universo musical do aluno, isto é, proporcionar a vivência de 
manifestações musicais de diversos grupos sociais e culturais e de diferentes 
gêneros musicais dentro da nossa própria cultura (DEL BEL; HENTSCHKE, 2003, p. 
181). 
De acordo com Brito, educadora musical (1998 apud JOLY, 2003, p. 
116) aprender música significa: 
Ampliar a capacidade perceptiva, expressiva e reflexiva com relação ao uso da 
linguagem musical. É importante que no processo de musicalização a preocupação 
maior seja com o desenvolvimento geral da criança, assegurado pelas 
aprendizagens de aptidões complementares àquelas diretamente relacionadas às 
musicais. É importante também, segundo a autora, que a escolha de cada um dos 
procedimentos musicais tenha por objetivo promover o desenvolvimento de outras 
capacidades nas crianças, além das musicais, tais como: capacidade de integrar-se 
no grupo, de auto-afirmar-se, de cooperar, de respeitar os colegas e professores, 
comportar-se de uma forma tolerante (respeitar opiniões e propostas dos que 
pensam diferente dela), de ser solidário e cooperativo em vez de competitivo, de 
ouvir com atenção, de interpretar e de fundamentar propostas pessoais, de 
comportar-se comunicativamente no grupo, de expressar-se por meio do próprio 
corpo, de transformar e descobrir formas próprias de expressão, de produzir idéias 
e ações próprias. 
Hentschke (1995 apud JOLY, 2003, p. 117) pesquisadora e educadora 
em musica enumera algumas razões importantes para justificar a 
inserção da música na escola: 
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O desenvolvimento das suas sensibilidades estéticas e artísticas, o desenvolvimento 
da imaginação e do potencial criativo, um sentido histórico da nossa herança 
cultural, meios de transcender o universo musical de seu meio social e cultural, o 
desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor, o desenvolvimento da 
comunicação não-verbal. 
É importante destacar que a música esteja presente na escola como 
um dos elementos formadores do indivíduo. Para que isso aconteça é 
imprescindível que o professor “seja capaz de observar as 
necessidades de seus alunos e identificar, dentro de uma 
programação de atividades musicais, aquelas que realmente poderão 
suprir as necessidades de formação desses alunos” (JOLY, 2003, p. 
118). 
Figura 2 – Charges engraçadas de educação 
 
Fonte: http://www.essaseoutras.com.br/charges-engracadas-de-
educacao-ensino-critica-alunos-e-professores/ 
De acordo com o RCNEI, (Referencial Curricular Nacional de Educação 
Infantil) Brasil, (1998) o trabalho com música deve organizar-se de 
forma que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades: 
• Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes 
sonoras e produções musicais; 
• Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; 
• Explorar e identificar elementos da música para se expressar, 
interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo; 
• Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por 
meio de improvisações, composições e interpretações musicais. 
Na Educação Infantil, as crianças começam a vivenciar ritmos, 
gestos, jogos motrizes através de canções e danças. Os conteúdos 
são organizados em dois blocos, o fazer musical e a apreciação 
musical que abarcarão, também, questões referentes à reflexão: 
a) O Fazer Musical de crianças de zero a três anos 
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• Exploração e produção do silêncio e de sons com a voz, o corpo, o 
entorno e materiais sonoros diversos; 
• Interpretação de músicas e canções diversas; 
• Participação em brincadeiras e jogos cantados e rítmicos. 
O Fazer Musical de crianças de quatro a seis anos 
• Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das 
diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura 
(graves ou agudos), duração (curtos ou longos), intensidade (fracos 
ou fortes) e timbre (característica que distingue e “personaliza” cada 
som). 
• Reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade 
na organização e realização de algumas, produções musicais. 
• Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e/ou a 
improvisação musical; 
• Repertório de canções para desenvolver memória musical. 
b) Apreciação Musical de crianças de zero a três anos 
A apreciação musical refere-se à audição e à interação com músicas 
diversas: 
• Escuta de obras musicais variadas; 
• Participação em situações que integrem músicas, canções e 
movimentos corporais; 
Apreciação Musical de crianças de quatro a seis anos 
• Escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e 
culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e 
países. 
• Reconhecimento de elementos musicais básicos: frases, partes, 
elementos que se repetem etc. (a forma); 
• Informações sobre as obras ouvidas e seus compositores para 
iniciar seus conhecimentos sobre a produção musical. 
Jogos e Brincadeiras 
“Escravos de Jó jogavam o caxangá, tira, põe, deixa o Zambelê ficar! Guerreiros 
com guerreiros, fazem zigue, zigue, zá. Guerreiros com guerreiros, fazem zigue, 
zigue, zá”. (Jogo/canção popular). 
Canção ou jogo? Tanto faz, se um ou outro, ou mesmo os dois, e 
também brincadeira, que por sua vez pede um objeto, que pode ser 
caracterizado por brinquedo, pois durante todacanção, há um jogo 
de movimentos com as mãos e com objetos, que fazem seus zigs e 
zags. 
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 
Brasil (1998, p. 70), a música mantém uma forte ligação com o 
brincar. Em todas as culturas as crianças brincam com a música. 
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Jogos e brinquedos musicais são transmitidos por tradição oral, 
envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e o faz-de-conta, 
esses jogos e brincadeiras são expressões da infância. 
Os jogos e brinquedos musicais da cultura infantil incluem os 
acalantos, as parlendas, as rondas (canções de roda), as adivinhas, 
os contos, os romances e outras. 
AS FONTES SONORAS 
Consta no o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, 
Brasil (1998, p.72-73) que: 
O trabalho com a música deve reunir toda e qualquer fonte sonora: brinquedos, 
objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa qualidade. É preciso lembrar 
que a voz é o primeiro instrumento e o corpo humano é fonte de produção sonora. 
O professor deve estar atento à faixa etária de seus alunos quando 
for propor uma atividade. O trabalho musical a ser desenvolvido nas 
instituições de educação infantil deve incluir materiais simples do dia-
a-dia ou presentes na cultura infantil. 
Os brinquedos sonoros e os instrumentos de efeito sonoro são 
materiais bastante adequados ao trabalho com bebês e crianças 
pequenas. Com relação aos brinquedos, devem-se valorizar os 
populares relativos às regiões onde vivem e também, explorar 
timbres variados como: sons de pássaros, sinos, brinquedos que 
imitam sons de animais dentre outros. 
Não é aconselhável que a criança de educação infantil seja treinada 
para a leitura e escrita musical, o mais importante é que ela possa 
ouvir, cantar e tocar muito, criando formas de notação musicais com 
a orientação dos professores. 
QUALIDADES DOS SONS 
As crianças nos primeiros anos de vida dão importância a toda e 
qualquer fonte sonora, sendo assim, exploram sons diversos. 
Interessam pelos modos de ação e produção dos sons, sendo que 
sacudir e bater são os primeiros modos de ação. De acordo com o 
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Brasil (1998), 
as crianças.estão sempre atentas as características dos sons ouvidos 
e produzidos, se gerados por um instrumento musical, pela voz ou 
qualquer objeto, descobrindo possibilidades sonoras com todo 
material acessível. 
Nesta fase a característica mais marcante da criança, é a exploração 
dos sons, portanto, um ótimo momento para trabalhar as qualidades 
dos sons. Quando falamos de qualidades dos sons, estamos falando 
de: altura, duração, intensidade e timbre. Para a criança, em posse 
de um instrumento musical, irá explorar livremente, as qualidades 
dos sons: os registros graves ou agudos (altura), as batidas fortes 
ou fracas(intensidade), a produção de sons curtos ou longos 
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(duração), e a percepção das fontes sonoras, isto é, dos diferentes 
tipos de sons – animais (latido, miado), seres humanos, (voz, 
risadas, espirro), sons culturais (buzina, sirene, sino) e fenômenos 
naturais, (trovão, som da cachoeira, do vento), estamos 
reconhecendo os diferentes tipos de sons, isto é, seus timbres. 
Quando percebemos ao ouvir uma sirene, que aquele som é uma 
sirene estamos reconhecendo o timbre ou quando distinguimos o 
latido de um cachorro, um gato miando, um pássaro cantando, 
estamos reconhecendo seus timbres. Pensando nas vozes humanas, 
podemos dizer que o timbre é a nossa identidade sonora, cada 
pessoa tem um timbre de voz, que é única. 
PROPOSTAS DE MUSICALIZAÇÃO 
Se o professor deseja realizar atividades de musicalização, precisa ter 
o conhecimento do público alvo, aqui no caso, crianças da faixa etária 
da educação infantil. Conhecer o desenvolvimento cognitivo de cada 
idade e as potencialidades proporciona uma direção para que o 
educador escolha determinada atividade e que esta venha de 
encontro com seus objetivos. 
O quadro abaixo adaptado por Ilari (2002) apresenta características 
do desenvolvimento musical de crianças de 0 à 6 anos. 
Quadro 2 - Conteúdos de música 
IdadeAcontecimento 
0-6 
meses 
- Memória de música ouvida durante a gestação 
- Reconhecimento da voz materna 
- Preferência por sons muda do grave ao agudo no final 
da etapa 
- Procura de fontes sonoras, inicialmente com um 
movimento de olhos e depois com virada de cabeça 
- Diminuição do movimento corporal quando há música 
- No final desse período, respostas corporais 
generalizadas aos sons musicais 
7-12 
meses 
- Balbuciar musical 
- Movimentos corporais não necessariamente 
sincronizados à música 
- Percepção de contornos melódicos, padrões rítmicos, 
forma, timbre, vozes, modos de cantar 
- Modulação de comportamento em resposta aos tipos 
de música 
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- Preferência por consonância, música a capella 
- Reconhecimento de música conhecida, ouvida 
repetidamente. 
13-18 
meses 
- Vocalizações: experimentação vocal 
- Jogos musicais – aprendendo a vez de cada um 
(Cadê?) 
- Fala as primeiras palavras 
19-24 
meses 
- Aumento de vocabulário 
- Experimentação livre com canções 
- Surgimento de canções espontâneas curtas, 
consistindo, geralmente, em pequenos intervalos 
melódicos, com padrão rítmico flexível 
2 
anos 
de 
idade 
- Uso de padrões melódicos de canções conhecidas em 
cantos espontâneos 
- Surge a habilidade de cantar partes de canções 
- Imitação de partes de canções, embora sem acertar 
todas as notas 
- Movimentos de braços e pernas; sincronização 
temporária com o pulso (10%) 
- Ritmos constantes porém nem sempre corretos 
- Nenhuma evidencia da consciência de forma 
3-4 
anos 
de 
idade 
- Imitação de canções melhora 
- Aprendizado de canções na seguinte seqüência: 
movimento, palavras, ritmo, frase 
- Variedade dos movimentos corporais diminui, 
crianças se tornam mais seletivas com relação aos 
movimentos 
- Período de prática e exploração de movimentos 
conhecidos 
- Coordenação motora melhora sensivelmente 
- Padrões rítmicos aparecem, inclusive em 3. repetição 
é fundamental 
- Ritmos corretos / Ostinato 
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- Senso de tonalidade começa a emergir 
- Representações inventadas – rabiscos que seguem o 
curso do ritmo musical 
5-6 
anos 
de 
idade 
- Senso de tonalidade mais estável, estável no final da 
etapa 
- Consegue cantar a maioria das canções aprendidas 
de maneira cuidadosa 
- Resposta mais comum ao ritmo: palmas/movimentos 
curtos são mais fáceis de controlar 
- Pulso correto e firme 
- Repetições rítmicas e melódicas são comuns nesta 
fase 
- Senso de forma e padrão na improvisação 
- Representações inventadas – uso de figuras e 
símbolos abstratos para mostrar estruturas musicais ou 
elementos de forma 
- Aos 6-7 anos: uso de primeiras representações 
figurativas, agrupando unidades de duração em 
notações inventadas; abertura para música de outras 
culturas 
Fonte: ANDRADE, Klésia Garcia e CAVA, Laura Célia S. Cabral. 
Fundamentos e metodologias do ensino das artes e da música. In: 
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. Curso de pedagogia: módulo 
4. Londrina: Unopar, 2007. 
Joly (2003, p.124-125) destaca que a música é fator preponderante 
no processo de ensino e aprendizagem e que alguns fatores podem 
ser considerados importantes para o sucesso

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