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Curso: Engenharia de Alimentos Profa. Dra. Priscila C. B. Vianna Aminoácidos e proteínas Proteínas Componentes essenciais a todas as células vivas e estão relacionadas com praticamente todas as funções fisiológicas Regeneração de tecidos Catalisadores de reações nos organismos vivos Reações imunológicas Crescimento e reprodução Elemento estrutural do organismo animal Energética Proteínas Vegetais – capazes de sintetizar proteínas a partir de fontes inorgânicas Animais – não possuem essa capacidade Necessitam de alimentos ricos em proteínas e aminoácidos O organismo animal sintetiza as proteínas utilizadas pelo seu próprio organismo a partir das proteínas ingeridas pela alimentação As proteínas obtidas de plantas são sempre deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais proteína de origem animal Diversidade funcional das proteínas Diversidade funcional das proteínas Definição de proteínas Polímeros de alto peso molecular constituídos por unidades monoméricas de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas Constituídas de carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N) e, algumas contêm enxofre (S) 50 – 55% C 6 – 8% H 20 – 24% O 15 – 18% N 0,2 – 0,3% S Existem proteínas nas quais o teor de S pode chegar a 5% Definição de proteínas Construídas a partir de um conjunto básico de 20 aminoácidos, ligados covalentemente, arranjados em várias sequências específicas Cadeias com distintas propriedades químicas – função das diferentes combinações e sequências desses aminoácidos na cadeia Aminoácidos Aminoácidos – unidades estruturais das proteínas Representação da fórmula geral dos aminoácidos –COOH (grupo carboxílico) e –NH2 (grupo amina) estão ionizados em soluções aquosas de pH neutro; O grupo amina pode receber um próton e o grupo carboxílico pode perder um próton, de forma que os aminoácidos apresentam uma característica ácido-básica Aminoácidos 20 diferentes aminoácidos normalmente são encontrados nas proteínas Além destes existem diversos menos comuns Aminoácidos Grupamento amino Grupamento carboxilato (ácido carboxílico) Hidrogênio Grupamento “R”, ou cadeia lateral Grupos R – variam em estrutura, tamanho e carga elétrica e influenciam a solubilidade dos aminoácidos em água Carbono α Centro quiral Isomeria óptica Referência – formas D e L do gliceraldeído Não há relação com o sentido da rotação do plano da luz Somente os aminoácidos L estão presentes nas proteínas Com exceção da glicina todos os aminoácidos exibem atividade ótica Classificação dos aminoácidos Normalmente baseada na polaridade do radical R Aminoácidos não polares (apolares) – R alifático Aminoácidos aromáticos – R aromático Aminoácidos polares – R polar Neutros Aminoácidos básicos (catiônicos) Aminoácidos ácidos (aniônicos) Classificação dos aminoácidos Grupos R apolares, alifáticos Apolares e hidrofóbicos Cadeias laterais da alanina, valina, leucina e isoleucina – tendem a se aglomerar entre si, estabilizando a estrutura proteica (interações hidrofóbicas) Cadeia alifática - flexibilidade Aminoácidos Grupos R aromáticos Relativamente apolares Todos podem participar em interações hidrofóbicas Grupo –OH da Tyr – ligações de H em enzimas Triptofano e tirosina absorvem luz ultravioleta – forte absorbância de luz (280 nm) – caracterização de proteínas Aminoácidos Grupos R polares, não carregados Mais solúveis em água Contêm grupos funcionais capazes de formar ligações de H com a água Serina, treonina, cisteína, asparagina e glutamina Asparagina e glutamina – amidas dos aas aspartato e glutamato (hidrólise ácida ou básica) Aminoácidos A cisteína é oxidada para formar um aminoácido dimérico covalentemente ligado – cistina As ligações dissulfetos entre resíduos de Cys estabilizam a estrutura de muitas proteínas Aminoácidos Grupos R carregados positivamente Lisina – grupo amino (+) Arginina – grupo guanidina (+) Histidina – grupo aromático imidazol Pode estar tanto carregada + quanto não carregada em pH 7 Resíduos de His facilitam diversas reações catalisadas por enzimas – aceptores/doadores de elétrons Aminoácidos Grupos R carregados negativamente Possuem carga líquida negativa em pH 7 2º grupo carboxila Aspartato Glutamato Aminoácidos essenciais Não são sintetizados pelo organismo, portanto, devem ser fornecidos pela dieta São 8 – metionina, valina, leucina, isoleucina, fenilalanina, triptofano, lisina e tirosina A His e Arg são chamados de aas essenciais condicionais, pois são aas essenciais apenas durante a infância, sendo que mais tarde passam a ser sintetizados pelo nosso organismo Propriedades ácido básicas de aminoácidos Solução aquosa – íon bipolar ou zwitterion Capacidade de agir como bases ou ácidos – ANFÓTEROS Doador de prótons Atuação como ácido Receptor de prótons Atuação como base Predomina em pH neutro Propriedades ácido básicas de aminoácidos Em sua forma totalmente protonada um aa pode fornecer pelo menos dois prótons durante sua titulação completa com uma base Se a titulação completa com NaOH ocorrer em dois estágios H3N + CHRCOOH + OH - H3N + CHRCOO - + H2O (estágio 1) H3N + CHRCOO - + OH - H2NCHRCOO - + H2O (estágio 2) Se no radical R houver algum grupo ionizável adicional – também será titulado (estágio adicional) Valores de pK e pI de aminoácidos a 25ºC Aminoácido pK1 pK2 pKR pI Alanina 2,35 9,69 --- 6,02 Arginina 2,17 9,04 12,48 10,76 Asparagina 2,02 8,80 --- 5,41 Ác. Aspártico 2,09 9,82 3,86 2,97 Cisteína 1,96 10,28 8,18 5,07 Glutamina 2,17 9,13 --- 5,65 Ác. Glutâmico 2,19 9,67 4,25 3,22 Glicina 2,34 9,78 --- 6,06 Histidina 1,82 9,17 6,00 7,58 Isoleucina 2,36 9,68 --- 6,02 Leucina 2,36 9,64 --- 6,00 Lisina 2,18 8,95 10,53 9,74 Metionina 2,28 9,21 --- 5,75 Fenilalanina 1,83 9,24 --- 5,53 Prolina 1,99 10,6 --- 6,30 Serina 2,21 9,15 --- 5,68 Treonina 2,71 9,62 --- 6,16 Triptofano 2,38 9,39 --- 5,89 Tirosina 2,20 9,11 10,07 5,65 Valina 2,32 9,62 --- 5,97 pK1 – grupo carboxílico pK2 – grupo amino pKR – radical pI – ponto isoelétrico Curva de titulação da glicina Titulação dos grupos carboxil e amino com NaOH 2 estágios distintos – desprotonação dos 2 grupos diferentes da Gli pH muito baixo – protonada Ponto médio – [ ]s equimolares de COOH e COO- e de NH2 e NH3 + pI – remoção do 1º próton completa e início da remoção do 2º próton 2º estágio – remoção de um próton do grupo –NH3 + da Gli Titulação completa em pH 12 Duas regiões de poder tamponante Região tamponante Ponto médio Concentrações equimolares Carga elétrica dos aminoácidos Relação entre a carga líquida e o pH da solução Ponto isoelétrico (pI) ou pH isoelétrico – carga elétrica líquida é zero Para a glicina: pI = (pKa1 + pKa2)/2 = (2,34 + 9,60)/2 = 5,97 pH > pI – proteína com carga negativa pH < pI – proteína com carga positiva Propriedades ácido básicas dos aminoácidos Todos os aas com um único grupo α-amino, um único grupo α-carboxil e um grupo R que não ioniza – curvas de titulação igual à da Gli Valores de pKa muito semelhantes pKa do grupo –COOH – 1,8 a 2,4 pKa do grupo –NH3 + – 8,8 a 11 Aas com um grupo R ionizável – curvas de titulação mais complexas(3 estágios) Ex.: glutamato e histidina Histidina – grupo R com poder tamponante em pH ~ 6 (fluidos intra e extracelulares de animais e bactérias) Glutamato pI = (2,19 + 4,25) / 2 = 3,22 Histidina pI = (6,0 + 9,17) / 2 = 7,59 Ligação peptídica Proteínas – formadas por aminoácidos unidos entre si por ligações peptídicas Dipeptídeo Ligação peptídica Reação de condensação – remoção dos elementos da água de um grupo α-carboxil de um aa e o grupo α-amino do outro Tripeptídeos, tetrapeptídeos, oligopeptídeos, polipeptídeos e proteínas Peptídeos Peptídeo = Cadeia de aminoácidos N-terminal C-terminal Cadeia polipeptídica Por convenção – N-terminal na esquerda e C-terminal na direita Ligações peptídicas são significativamente estáveis 2 aminoácidos = Dipeptídeo Leu Lis 3 aminoácidos = Tripeptídeo Trip arg cis Muitos aminoácidos = Polipeptídeo PM > 10.000 = Proteína PM < 10.000 = Polipeptídeo VARIEDADES DE PROTEÍNAS = Sequência e tipos de aminoácidos Exemplos: Espécie humana = + de 150.000 E. coli (bactéria) = 3000 Trip cisarg Leu LisTrip CisArg Leu Lis Lis CisArg Leu Trip PROTEÍNAS DIFERENTES Proteínas – ligação peptídica Ionização de peptídeos Peptídeos contêm somente um grupo α-amino e um grupo α- carboxil livres, em extremidades opostas da cadeia Estes grupos se ionizam como se estivessem em aas livres Grupos α-amino e α-carboxil dos aas não terminais estão covalentemente unidos e não contribuem para o comportamento ácido-básico total dos peptídeos Grupos R de alguns aas também podem ionizar – contribui para a ionização total da molécula Ionização de peptídeos Alanil-glutamil-glicil-lisina Tetrapeptídeo que possui um grupo α- amino livre, um grupo α-carboxil livre e dois grupos R ionizáveis Comportamento ácido-básico de um peptídeo – grupos livres e natureza e no de grupos R ionizáveis Curvas de titulação e pI característicos Características moleculares de algumas proteínas Maioria das proteínas contém menos de 2.000 resíduos de aminoácidos Proteínas São polímeros de alto peso molecular formados por cadeias de aminoácidos unidos entre si por ligações peptídicas As propriedades de uma proteína são determinadas pelo número e espécie dos resíduos de aminoácidos, bem como pela sequência desses compostos na molécula A degradação de proteínas, seja química (por reação com ácidos ou bases) ou enzimática, leva à formação de polímeros menores, e finalmente aos aminoácidos livres Proteínas Classificação de acordo com sua composição Proteínas Simples: São aquelas que, por hidrólise, liberam somente aminoácidos e nenhum outro produto orgânico ou inorgânico Proteínas Conjugadas: São compostos que, por hidrólise, liberam não somente aminoácidos, mas, também, outros compostos orgânicos ou inorgânicos Grupo prostético – parte não aminoacídica de uma proteína conjugada e exerce papel importante na função biológica da proteína Classificação das proteínas simples Albuminas – ovoalbumina, lactoalbumina, albumina sangue Globulinas – miosina, ovoglobulina, lactoglobulina Glutelinas – glutenina do trigo Prolaminas – proteínas vegetais encontradas em sementes (gliadina, zeína) Escleroproteínas – queratina do cabelo, colágeno Histonas – hemoglobina Protaminas – esperma do salmão Proteínas simples αs1-caseína Proteínas conjugadas Proteínas Proteínas derivadas Compostos não encontrados na natureza, mas obtidos por degradação mais, ou menos, intensa (proteólise) de proteínas simples ou conjugadas pela ação de ácidos, bases ou enzimas A extensão da proteólise pode ser observada pelo aumento do número de grupos carboxílicos e amínicos existentes inicialmente na proteína Conformação das proteínas Arranjo espacial dos átomos em uma proteína Inclui qualquer estado estrutural que ela possa assumir sem a quebra de suas ligações covalentes Cada sequência de aas que forma uma proteína é enovelada em uma conformação tridimensional, específica e única em condições biológicas normais Tipos de estruturas Primária Secundária Terciária Quaternária Estrutura primária Refere-se apenas à sequência de aminoácidos na sua cadeia peptídica, sem levar em consideração outros tipos de ligações como interações causadas por pontes de hidrogênio Já estabelecida para várias proteínas Estrutura secundária As cadeias polipeptídicas não são esticadas, mas torcidas, dobradas ou enroladas sobre si mesmas, podendo então adquirir várias conformações O que determina o tipo de estrutura secundária é a estrutura primária – número e distribuição dos aas ao longo da cadeia polipeptídica As pontes de hidrogênio são as principais forças estabilizadoras de elementos de estrutura secundária -hélice Folhas -pregueada Estrutura secundária Estrutura terciária Refere-se à maneira pela qual a cadeia polipeptídica encurva-se e dobra-se em três dimensões Fixada a estrutura secundária, a cadeia polipeptídica tende a se enrolar no espaço, em torno de si mesma e/ou com outras cadeias semelhantes – maior estabilidade e menor volume Globulares (forma esférica) ou fibrosas (forma cilíndrica) Estabilização – pontes dissulfeto (–S–S–), pontes de hidrogênio, interações dipolo-dipolo, interações de Van der Waals, interações eletrostáticas Estrutura terciária Estrutura quaternária Uma proteína natural pode ser formada por duas ou mais cadeias peptídicas associadas Estrutura quaternária – associação entre duas ou mais cadeias polipeptídicas para compor uma proteína funcional oligomérica As subunidades podem ser idênticas ou não, e seu arranjo pode ser simétrico ou não Estabilização – mesmas forças da estrutura terciária com exceção das pontes dissulfeto Estrutura quaternária Estruturas das proteínas Tipos de ligações nas proteínas Proteínas Considerando os níveis de estrutura terciária e quaternária – classificação das proteínas em dois grandes grupos Proteínas fibrosas: são proteínas insolúveis em água e soluções salinas diluídas e fisicamente resistentes Normalmente um único tipo de estrutura secundária Proteínas globulares: são formadas por cadeias polipeptídicas que se dobram firmemente, adquirindo formas esféricas ou globulares compactas Diversos tipos de estruturas secundárias Proteínas fibrosas São constituídas de cadeias polipeptídicas dispostas paralelamente ao longo de um único eixo, formando longas fibras ou lâminas São os elementos estruturais básicos do tecido conjuntivo dos animais superiores Exemplos – colágeno dos tendões e matriz óssea, α- queratina dos cabelos, chifres, pele, unhas e penas, elastina do tecido conjuntivo elástico Proteínas fibrosas Proteínas globulares A maioria das proteínas globulares é solúvel em sistemas aquosos Das 2 mil ou mais enzimas distintas hoje conhecidas, quase todas são globulares, assim como também os anticorpos, inúmeros hormônios e várias proteínas que têm função de transporte, como hemoglobina Proteína fibrosa x globular Propriedades ácido básicas das proteínas Comportamento de uma proteína em soluções ácidas ou básicas – número e natureza dos grupos ionizáveis nos radicais R dos resíduos de aas Pontos isoelétricos característicos (pI) Depende dos valores de pKa dos grupos ionizáveis dos radicais pI > 7 - número de aas básicos pI < 7 - número de aas ácidos Presença de sais – influenciam a ionização dos radicaisR – altera curva de titulação e pI pI da proteína depende do meio onde se encontra Solubilidade das proteínas As proteínas interagem com a água através dos átomos que participam das ligações peptídicas ou através das cadeias laterais de seus aminoácidos Resultante de parâmetros como pH, força iônica e temperatura Para ser solúvel uma proteína deve ser capaz de interagir tanto quanto possível com o solvente – pontes de H, dipolo- dipolo e interações iônicas Solubilidade das proteínas Influência do pH Em valores menores ou maiores que o pI – carga positiva ou negativa e as moléculas de água podem interagir com essas cargas solubilizando a proteína pI – cargas positivas = cargas negativas – precipitados (efeito de repulsão nulo) Valores próximos ao pI – poucas interações das moléculas de proteína com água – formação de precipitados Solubilidade das proteínas Efeito da força iônica Íons de sais neutros em concentração de 0,5 a 1 mol/L - solubilidade da proteína – SALTING IN Íons interagem com as proteínas e as interações eletrostáticas entre as cargas opostas de moléculas vizinhas - solubilidade Concentração de íons de sais neutros > 1 mol/L - solubilidade da proteína – SALTING OUT Competição entre as moléculas de proteína com as dos íons dos sais neutros pela água Água ligada aos sais, interações proteína-proteína fortes – precipitação Ca2+ > Mg2+ > Li+ > Na+ > K+ > NH4 + Salting in – Salting out Solubilidade das proteínas Efeito da temperatura Maioria das proteínas são solúveis a temperatura ambiente Solubilidade tende a aumentar até 40-50ºC Acima de 50ºC – desnaturação proteica e solubilidade Temperaturas extremamente baixas – algumas desnaturam e precipitam e outras não sofrem alteração Desnaturação de proteínas Perda de estrutura tridimensional suficiente para causar a perda de função Não há rompimento das ligações peptídicas envolvidas na estrutura primária Agentes desnaturantes – ácidos, álcalis, soluções salinas concentradas, solventes, calor e radiações Desnaturação de proteínas Calor Efeitos da desnaturação proteica Redução da solubilidade devido ao aumento da exposição de resíduos hidrofóbicos Mudança na capacidade de ligar água Perda da atividade biológica Aumento da susceptibilidade ao ataque por proteases – exposição das ligações peptídicas Aumento da viscosidade Aumento da reatividade química Desnaturação proteica Pode ser reversível ou irreversível A sensibilidade à desnaturação depende das ligações que estabilizam sua conformação, da intensidade e do tipo de agente desnaturante Renaturação: volta da proteína à sua estrutura normal (ou conformação nativa) após uma desnaturação Desnaturação pelo calor – irreversível Desnaturação por ureia – reversível Desnaturação proteica Hidrólise proteica Classificação das proteínas em função da solubilidade Albuminas – solúveis em água e coagulam pelo calor Ovoalbumina e lactoalbumina Globulinas – pouco solúveis ou insolúveis em água, coagulam pelo calor e são solúveis em soluções salinas diluídas em pH 7 Miosina, ovoglobulina e lactoglobulina Prolaminas – insolúveis em água e em soluções salinas e solúveis em soluções de etanol Gliadina, zeína Glutelinas – insolúveis em água, soluções salinas e de etanol Glutenina Curso: Engenharia de Alimentos Profa. Dra. Priscila C. B. Vianna Enzimas Enzimas Catalisadores biológicos de natureza proteica PM – 12.000 a > 1.000.000 Responsáveis diretas pela maioria das reações bioquímicas dos seres vivos Reações enzimáticas são fundamentais para manutenção da vida Aplicações industriais das enzimas ENZIMA APLICAÇÃO Proteases Fabricação de aspartame Obtenção de insulina humana a partir de insulina suína Amilase (Bacillus subtilis) Indústria de fermentação alcoólica Produção de glicose Tripsina (pâncreas animal) Amolecimento de carnes Papaína (mamão) e Bromelina (abacaxi) Auxiliar digestivo Amolecimento de carnes Pepsina (estômago animal) Auxiliar digestivo Renina (estômago de bezerros) Fabricação de queijo Pectinase (Aspergilus niger) Retirada de pectina na clarificação de sucos de frutas Enzimas Propriedades/características Eficiência catalítica maior que os catalisadores químicos Alto grau de especificidade pelo substrato Funcionam em soluções aquosas Atuam em condições suaves de temperatura e pH Aparecem com estrutura inalterada ao final da reação Não alteram o equilíbrio químico das reações, apenas o aceleram Atuam em quantidades mínimas (E < S) Toda enzima é uma proteína? Com exceção das ribozimas, moléculas de RNA com atividade catalítica, todas as enzimas são proteínas A atividade catalítica depende da integridade das suas conformações nativas – desnaturação ou hidrólise Várias tem atividade independente de qualquer grupo químico Outras precisam estar ligadas à grupos químicos adicionais para realizar sua atividade – cofatores Íons inorgânicos – Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+ Molécula orgânica (vitaminas) ou metalorgânica complexa – coenzima Enzimas são catalisadores biológicos Que diferenças existem entre catalisadores inorgânicos, como íons metálicos, e as enzimas? Enzimas são mais eficientes: podem acelerar reações até 1014 vezes contra 102 – 103 vezes dos catalisadores inorgânicos Enzimas são específicas: catalisam reações envolvendo às vezes apenas um único tipo de reagente Enzimas são estereoespecíficas e não produzem subprodutos reacionais Enzimas operam em condições amenas de temperatura, pressão e pH Enzimas podem ser altamente reguladas através de fatores extrínsecos à reação, tanto por ativadores como por inibidores E + S ES P + E Equação geral de uma reação enzimática representa o estado de transição Nomenclatura e classificação Adição do sufixo “ase” ao nome dos seus substratos ou a uma palavra que descreve sua atividade Urease – catalisa hidrólise da ureia DNA-polimerase – polimerização de nucleotídeos para formar DNA Algumas enzimas mantém seu nome comum, sem associação com reação enzimática Pepsina – digestão Lisozima – degradar a parede celular de bactérias Tripsina – obtida do tecido pancreático Nomenclatura e classificação Comitê de Nomenclatura da União Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular Nome sistemático – exatos e informativos Enzimas são divididas em 6 classes, cada uma com subclasses, com base nos tipos de reações que catalisam 1) Oxidorredutases 2) Transferases 3) Hidrolases Para cada enzima – um número de classificação de 4 partes e um nome sistemático 4) Liases 5) Isomerases 6) Ligases Exemplo de nomenclatura Nomenclatura e classificação Como as enzimas funcionam Catálise enzimática – essencial para os sistemas vivos Reações não catalisadas – lentas Reações necessárias para digerir os alimentos, enviar sinais nervosos ou contrair os músculos – não ocorrem em velocidades adequadas sem catálise ENZIMAS Proporcionam um ambiente específico adequado para que as reações possam ocorrer mais rapidamente Como as enzimas funcionam Moléculas enzimáticas possuem regiões específicas em forma de fenda ou bolso – sítios ativos Substrato – molécula sobre a qual age a enzima Superfície dos sítios ativos – cadeias ativas de aminoácidos que ligam o substrato Como as enzimas funcionam Especificidade Enzimas são altamente específicas Interação com um ou poucos substratos Catalisam apenas um tipo de reação química Sítio de ligação do substrato Arranjo tridimensional especial dos aas de uma determinada região da molécula ideal para a ligação do mesmo Capaz de reconhecer isômeros óticos "D" e "L" Sítio catalítico ou sítio ativo – próximo ao sítio de ligação – local onde ocorre a reação enzimática Modelos de ligação enzima-substrato Modelo chave-fechadura de Fischer Especificidade enzimática é comparada a um conjunto de chave e fechadura Enzimas seriam estruturalmente complementares aos seus substratos Ação da enzima limitada a um número de compostos – pouco eficiente Modelos de ligação enzima-substrato Modelo de encaixe induzido de Koshland Enzima flexível Considera que o sítio ativo não precisa preexistir sob uma forma geométrica rígida Moldável à molécula do substrato – a enzima se ajustaria à molécula do substrato na sua presença Modelos de ligação enzima-substrato Formas rígidas E e S se deformam, para otimizar o encaixe Modelo Chave- Fechadura Modelo de encaixe induzido Um catalisador diminui a barreira energética criando percursos alternativos da reação para formação do estado de transição Energia de ativação ou barreira energética: quantidade de energia que é preciso fornecer aos reagentes para a reação ocorrer Estado de transição ou complexo ativado: forma molecular intermediária entre o reagente e o produto, existe somente no alto da barreira energética. É altamente instável. Progresso da reação En er gi a Estado de transição Reação não catalisada Reação catalisada Energia de ativação Substrato (S) Produto (P) O gráfico mostra a variação de energia ao longo de uma reação. Fatores que influenciam a ação enzimática Efeito do pH pH ótimo de atividade O sítio ativo pode conter aas com grupos ionizados que podem variar com o pH A ionização de aas que não estão no sítio ativo pode provocar modificações na conformação da enzima O substrato pode ser alterado por variações de pH Fatores que influenciam a ação enzimática Efeito da temperatura Temperatura ótima Temperaturas baixas – enzimas encontram-se muito rígidas Temperaturas altas – desnaturação e perda da atividade A cada aumento de 10ºC na temperatura – velocidade de reação duplicada Fatores que influenciam a ação enzimática Efeito da concentração da enzima A velocidade máxima da reação é diretamente proporcional à concentração da enzima E1 < E2 < E3 < E4 Fatores que influenciam a ação enzimática Efeito da concentração do substrato Velocidade: número de moléculas de substrato convertidas em produto/unidade de tempo Velocidade aumenta com aumento do substrato até uma velocidade máxima Saturação: todos os sítios de ligação ocupados tempo c o n c e n tr a ç ã o • A [S] cai na mesma razão em que a [P] aumenta em função do tempo • A enzima existe sob duas formas: enzima livre E e complexo ES • No início da reação, a [E] livre e a do complexo [ES] e atinge um máximo, em que não há mais [E] livre no meio • Nessa situação, diz-se que a enzima está saturada (só existe no complexo ES) • A velocidade da reação é a máxima O gráfico abaixo ilustra como as concentrações de E, S e P variam ao longo do tempo da reação
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