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DIREITO TRIBUTÁRIO ANDRÉIA MARICATO CF B--------------------------------- ------------------------------------ ------------------------------------ ------------------------------------ ------------------------------------ ------------------------ LEI A-------------------------------- ----------------------------------- ----------------------------------- ----------------------------------- ----------------------------------- ---------------------------- LEI B--------------------------------- ------------------------------------- ------------------------------------- ------------------------------------- ------------------------------------- -------------------------- S1 - Plano da Expressão (enunciados prescritivos) S2 - Plano Proposicional (significações isoladas) S3 - Plano Normativo (normas jurídicas) S4 - Plano da Sistematização (relação entre normas) Percurso gerador de sentido a alíquota é de 10%; pague R$ 1.000 interpretação H → C N1 N2 v N3 N4 leitura Norma jurídica Em sentido amplo: • Significação obtida a partir dos enunciados prescritivos (proposição jurídica) Em sentido estrito: • Elemento que caracteriza o direito: estrutura homogênea D(H → C) • Heterogeneidade no preenchimento de conteúdos semânticos • Sentido completo com caráter prescritivo: mínimo irredutível de manifestação do deôntico (V, O, P) Em sentido completo: composta pela associação da norma em sentido estrito a uma sanção (coerção) para o caso de seu descumprimento Norma jurídica - classificação 1. Normas de estrutura x normas de comportamento 2. Normas individuais x normas gerais e normas concretas x normas abstratas N.G.A H C Abstrata - descrição futura (“se…..”) Geral - sujeitos indeterminados (Sa, Sp) FJ Rj Concreta - descrição passada (“dado…..”) Individual - sujeitos determinados (Fisco Municipal e João) N.I.C Regra-matriz de incidência tributária - estrutura Norma jurídica tributária padrão RMIT H (hipótese) C (consequente) Critério material (v+c) Critério espacial Critério temporal Critério pessoal (Sa, Sp) Critério quantitativo (bc, al) Regra-matriz de incidência tributária Funções operacionais do esquema lógico da regra- matriz: ✓Delimitar o âmbito de incidência normativa; e ✓Controlar a constitucionalidade e a legalidade da norma instituída RMIT H previsão abstrata de fato contingente C previsão geral de relação jurídica de cunho patrimonial Critério material (v+c) Critério espacial Critério temporal Critério pessoal (Sa . Sp) Critério quantitativo (bc . al) Estrutura lógica da RMIT ser proprietário de bem imóvel no perímetro urbano municipal no primeiro dia do ano o proprietário (sp) fica obrigado a pagar ao fisco municipal (sa) 1% (al) sobre o valor venal do imóvel (bc) NGA = D (h c) NIC = D (a c) Fato: acontecimento delimitado no tempo e no espaço Relação jurídica com sujeitos e objeto determinados Ato de aplicação A incidência exige atuação humana Processo de positivação da norma tributária Atribuição de competência para instituir um tributo Instituição do tributo (RMIT) Constituição do crédito tributário Inscrição em dívida Execução fiscal Extinção da obrigação tributária ✓ Subsunção: operação lógica que se verifica entre linguagens de níveis diferentes. ✓ Há subsunção quando o fato jurídico tributário guardar absoluta identidade com o desenho normativo da hipótese de incidência. Esse quadramento tem de ser completo, preenchendo todos os critérios. ✓ NGA: hipótese de incidência tributária e consequência ✓ NIC: fato jurídico tributário e relação jurídica tributária Processo de positivação: subsunção do fato à norma e fenomenologia da incidência Incidência tributária Teoria tradicional Incidência automática e infalível Teoria moderna Incidência não é automática e infalível No momento em que se verifica um acontecimento que preenche as características descritas no antecedente de uma norma jurídica (“fato gerador”), este é por ela juridicizado, desencadeando os efeitos correlatos. Enquanto o “fato gerador” não for relatado em linguagem competente, nada existe para o mundo do direito e, como consequência, nenhum efeito de ordem jurídica é constatado. Incidência ≠ Aplicação Incidência = Aplicação Teorias sobre a incidência e o crédito tributário Marina Vieira de Figueiredo Teoria tradicional Teoria moderna Premissa: Incidência é automática e infalível Premissa: Incidência NÃO é automática e infalível ✓ Crédito é um elemento da obrigação (é o direito de que está investido o sujeito ativo de exigir o montante da prestação) ✓ Obrigação e crédito nascem no mesmo instante: com o lançamento (ou ato equivalente) ✓Obrigação ≠ Crédito ✓Obrigação nasce com o “fato gerador”, mas sua exigibilidade apenas com o ato de constituição. ✓Crédito é um estágio da obrigação: surge quando ela se torna exigível pelo lançamento (é formalizada) Fenomenologia da incidência Incidência = subsunção + implicação Marina Vieira de Figueiredo Norma geral e abstrata Norma individual e concreta Dado o fato de ser proprietário de imóvel Deve ser o dever de pagar IPTU Dado o fato de Maria ser proprietária de um imóvel Deve ser o dever de Maria pagar IPTU Maria é proprietária de um imóvel Implicação S u b s u n ç ã o S u b s u n ç ã o Subsunção: ✓ operação lógica que se verifica entre linguagens de níveis diferentes. ✓ ocorre quando o fato jurídico tributário guardar absoluta identidade com o desenho normativo da hipótese de incidência. Esse quadramento tem de ser completo, preenchendo todos os critérios. Implicação: desencadeamento dos efeitos previstos no consequente da norma geral e abstrata, ou seja, instalação da relação jurídica tributária e, consequentemente, do dever de pagar o tributo. Norma Geral e Abstrata: norma que institui o tributo (RMIT) Norma Individual e Concreta: fato jurídico tributário e relação jurídica tributária Fenomenologia da incidência Marina Vieira de Figueiredo Fato jurídico tributário Incidência da RMIT = norma individual e concreta Marina Vieira de Figueiredo Incidência da RMIT Norma individual e concreta Antecedente: fato determinado no tempo e no espaço Consequente: relação jurídica com sujeitos (ativo e passivo) e objeto determinados Relação jurídica tributária Acontecimento passado que se enquadra na descrição abstrata prevista na hipótese da RMIT Relação entre duas pessoas específicas, com objeto determinado que atende os critérios do consequente da RMIT Fato e evento Fato: elemento linguístico capaz de organizar uma situação existencial como realidade Evento: é a situação existencial organizada linguisticamente pelo fato. É um acontecimento empírico descrito pelo fato. •O fato nunca captura a completude do evento (curva assintótica) •O evento se perde no tempo e espaço de sua realização •Só temos acesso aos fatos (experiência colateral) Fato jurídico tributário: enunciado protocolar, denotativo, posto na posição sintática de antecedente de norma individual e concreta. É o relato, em linguagem competente do evento que se subsome à hipótese tributária. Hipótese X Fato jurídico ➢ A dicotomia hipótese normativa X fato jurídico corresponde à diferença entre abstração e concretude. ➢ Abstrato: que não é concreto;que resulta da abstração, que opera unicamente com ideias, com associações de ideias, não diretamente com a realidade sensível. ➢ Concreto: que ou o que é real, existente, verdadeiro; ligado à realidade, ao que é palpável, ao que pode ser captado pelos sentidos. Hipótese X Fato jurídico ➢ Quando o legislador descreve um fato, trata de apontar os traços (notas conceituais) que permitam a sua identificação. Estes aspectos correspondem aos critérios material, espacial e temporal. ➢ O preenchimento dos critérios ocorre mediante enunciação dos fatos jurídicos. Transformam-se os eventos em fatos. Tempo do fato X Tempo no fato ⚫ Tempo do fato ✓ instante da constituição do crédito (lançamento, auto de infração ou lançamento por homologação); ✓ legislação que deve ser observada na confecção do lançamento (procedimento e sujeito competente): é vigente na data do ato de constituição do crédito. ⚫ Tempo no fato ✓ instante em que ocorreu o evento; ✓ legislação que deve ser observada no que respeita à definição do conteúdo do lançamento: é vigente na data da ocorrência do evento tributário. Fato jurídico e teoria das provas ➢ O fato jurídico tributário é a representação do evento jurídico tributário em uma linguagem competente. Sem a representação em linguagem adequada para efeitos de teoria das provas os eventos correspondentes às hipóteses normativas não desencadearão os seus efeitos legais, não propagarão os direitos e deveres correlatos. ➢ “Qualquer fato social que pretenda ingressar no reino da facticidade jurídica precisa revestir-se da linguagem própria que o direito impõe.” (PBC) Hipótese de Incidência Tributária Função: estabelece os critérios de identificação do fato jurídico tributário. • Hipótese de Incidência Tributária: descrição fáctica contida no antecedente da regra-matriz de incidência tributária. É um conceito conotativo (ex: se for proprietário de veículo auto motor, no Estado de São Paulo, no 1º dia do ano civil). Cm (v + c) Ce Ct Fjt Fs Ser Dever Ser RMIT - Hipótese Verbo + complemento (núcleo de hipótese): - conduta humana (fazer algo), ou estado (ser algo) - a conduta ou estado deve estar no campo das possibilidades - verbo pessoal, no infinitivo, de predicação incompleta • Critério Material: é a expressão, ou enunciado, da hipótese que delimita o núcleo do acontecimento a ser promovido à categoria de fato jurídico tributário. Ex: importar (v) produto industrializado (c) realizar (v) operação de circulação de mercadorias (c) prestar (v) serviços (c) ser (v) proprietário de bem imóvel (c) Critério Material Critério espacial • Critério espacial: é a expressão, ou enunciado, da hipótese que delimita o local em que o evento deve ocorrer para configuração do fato jurídico tributário. - Nem sempre o critério espacial coincide com o âmbito territorial de vigência da norma jurídica tributária 4 níveis de detalhamento: i) local determinado II, IE (repartições aduaneiras) ii) área específica IPTU, ITR (zona urbana, rural) iii) campo de vigência territorial ICMS, IPVA (território estadual) iv) universal IR (qualquer lugar) Critério temporal • Critério temporal: é a expressão, ou enunciado, da hipótese que demarca o instante em que se considera ocorrido o evento tributário. passando a existir um liame jurídico que amarra devedor e credor, em função de um objeto, ou seja, o pagamento da obrigação. Este critério é muito importante, pois, por ele verifica se ocorreu a contagem da decadência ou prescrição. A vigência da lei no tempo marca o período de vigência da norma. Desta forma uma lei deixará de existir somente por outra que a revogue. No caso das normas tributárias que instituem ou majoram tributos devem respeitar o principio da anterioridade comum e nonagesimal (art. 150, inciso III ‘b’ e ‘c’ da CF) Critério temporal - Fatos geradores instantâneos, continuados e complexivos Instantâneos - se verificariam e se esgotariam em certa unidade de tempo (IPI, ICMS) Continuados - configurariam situações duradouras (IPTU, ITR) Complexivos - se completariam com o transcurso de certo período de tempo (IR) - Crítica à classificação em função do momento de sua ocorrência (PBC) Confusão de planos: evento (realidade social) e fato jurídico (realidade para o direito) Nenhum deles, isoladamente, faz nascer a relação obrigacional tributária, que somente nasce no momento do relato em linguagem jurídica legalmente estipulada. O fato jurídico nasce em determinado momento, de acordo com o determinado legalmente. Todo fato jurídico é instantâneo. Exercício 1. Imaginemos, que o aplicador, diante das provas constantes nos autos de que A matou C, constitui o fato jurídico descrevendo que B matou C, há um erro de fato ou de direito?. Agora imaginemos que ao fixar a pena ele extrapole o limite legal prescrito na legislação, há um erro de fato ou de direito direito? 2. Em 2008, Maria matou seu marido João, na presença de seu amante Emanuel. No entanto, Emanuel confessou o crime e, em 2010, ao final do processo judicial, foi condenado à pena de 10 anos de reclusão. (i) Identifique “evento” e “fato jurídico”. (ii) Qual destes “acontecimentos” é juridicamente relevante? (iii) Trata-se de erro de fato ou de direito? Estabeleça a diferença entre esses dois conceitos. Qual o tempo no fato e do fato? 3. Em 2010 José Lineu calculou que sua renda, auferida no período relativo àquele ano, era de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). No entanto, em 2011, ao apresentar declaração do imposto de renda, cometeu um equívoco, informando apenas o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (i) Identifique “evento” e “fato jurídico tributário”. (ii) Qual das “rendas” é juridicamente relevante? (iii) Trata-se de erro de fato ou de direito? Qual o tempo no fato e do fato? 27 Evento é um acontecimento no mundo fenomênico que se perde no tempo e no espaço, no caso em questão, o ganhar a renda de R$ 120.000,00; Fato jurídico é o relato do evento em linguagem jurídica, no caso em questão, fato jurídico é o ganho da renda de R$ 12.000,00. Juridicamente relevante é o ganho da renda de R$ 12.000,00. O direito desconhece a renda de R$ 120.000,00 dado que esta não foi constituída em linguagem competente. l)Erro de fato: utilização inadequada de técnicas lingüísticas de certificação dos eventos, é engano lingüístico na composição do fato. Erro de direito: problema de subsunção, o enunciado é construído com fundamento em uma norma quando deveria ter fundamento em outra. No caso em questão, trata-se de erro de fato, pois a construção do enunciado lingüístico não corresponde ao evento. 28 Obrigado andreia.maricato@anhanguera.com
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