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IBET - RESPOSTAS SEMINÁRIO DE CASA VI- MÓDULO I/TSJ

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SEMINÁRIO VI – REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA – HIPÓTESE 
TRIBUTÁRIA
ALUNO: VINÍCIUS HOLANDA DE VASCONCELOS – T1
1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional
no direito positivo?
Regra-matriz de incidência tributária é uma expressão, como tantas outras, que padece
do conhecido problema da ambiguidade que é comum aos signos podendo ser utilizada tanto
para significar a norma que institui o tributo como pode significar o conhecido esquema
lógico que é utilizado para analisar a estrutura dessa mesma norma. Tal concepção foi
desenvolvida pelo professor Paulo de Barros Carvalho, tomando por base os ensinamentos
de Lourival Vilanova e Alfredo Augusto Becker. Ficou amplamente conhecida como
“expressão mínima e irredutível de manifestação do deôntico com o sentido completo”, pois
na ausência de qualquer um dos seus elementos, fica prejudicada a compreensão da ordem
em todo seu alcance. Ainda segundo o mesmo autor, “dentre os recursos epistemológicos
mais úteis e operativos para a compreensão do fenômeno jurídico-tributário, segundo penso,
inscreve-se o esquema da regra-matriz de incidência.” 
Pois bem, acontece que com o esquema da regra-matriz de incidência é possível
delimitar de forma precisa os aspectos da incidência e verificar, por exemplo, a legalidade
dos critérios operacionalizados pelo aplicador, visto que, na ausência dos elementos
essenciais da norma-padrão, evidenciada pelo esquema da regra-matriz, fica impossibilitada
sua aplicação.
2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há
necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê?
Segundo o professor Paulo de Barros Carvalho, a hipótese de incidência tributária é a
“descrição normativa de um evento que, concretizado no nível das realidades materiais e
relatado no antecedente de norma individual e concreta, fará irromper o vínculo abstrato que
o legislador estipulou na consequência.”. Podemos dizer também, desse modo, que a
hipótese seria a previsão abstrata e estática encontrada no antecedente normativo.
Segundo Geraldo Ataliba, a hipótese de incidência apresenta três aspectos
determinantes: 
(i) Critério Material: Segundo Paulo de Barros, se expressa em um verbo mais o seu
complemento. Indicador de comportamento humano eleito como relevante pelo legislador,
cuja materialidade encontra-se prevista na Constituição Federal.
(ii) Critério Espacial: Localidade, que não se relaciona apenas com a vigência
territorial da norma que instituiu o tributo, mas principalmente com o local de ocorrência do
evento jurídico-tributário.
(iii) Critério Temporal: Oferece critérios de identificação do momento de nascimento
da relação jurídica.
Sobre a necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT, acreditamos
ser a resposta negativa, visto que a identificação dos sujeitos (ativo e passivo) estará
disposta no consequente normativo(prescritor da norma).
3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência
tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito.
Antes de adentrarmos ao núcleo central do tema incidência, é fundamental nos
recordarmos de alguns dos pressupostos essenciais do constructivismo lógico-semântico.
Como se sabe, durante bastante tempo, a produção científica possuía como ponto de partida
o sujeito e/ou um objeto, sendo a linguagem mero instrumento de representação da
realidade. A partir do marco conhecido como giro linguístico, encabeçado por Ludwig
Wittgenstein, a comunidade científico-filosófica passou a ter uma concepção diferente
acerca da formação do conhecimento. Segundo o filósofo, a realidade é constituída pela
linguagem, de modo que o real é uma construção de sentido. Assim, a realidade social e a
realidade jurídica, em planos distintos, serão constituídas pela linguagem.
Dito isto de forma bastante sucinta, e considerando que o Direito possui como objetivo
a regulação das condutas humanas, podemos dizer que a incidência é a projeção da
linguagem jurídica sobre a linguagem social, que é capaz de alterar o mundo social. Diante
desta operação, vários doutrinadores, de diferentes correntes, convergem ao inferir que a
incidência apresenta duas características: infalibilidade e a inesgotabilidade. Infalível,
porque uma vez constituído o fato jurídico na hipótese de incidência, provocará o
nascimento da relação jurídica. Inesgotável, pois haverá incidência sempre que ocorrer
determinado evento no mundo social que esteja descrito na hipótese normativa.
A partir daqui, iniciam-se as divergências. Para a doutrina tradicional, que não faz
distinção entre a linguagem social e a linguagem jurídica, a incidência é automática e
infalível, embora a aplicação ocorra apenas com a formalização, por autoridade competente,
da norma individual e concreta. De acordo com Aurora Tomazini, para a doutrina
tradicional, “nada impede que o fato ocorra, torne-se jurídico com a incidência, mas que a
norma não seja aplicada, porque esta depende de um ato de vontade humano.”
Do outro lado, embasado no constructivismo, ao qual nos alinhamos, está a teoria do
professor Paulo de Barros Carvalho. Para o autor, como anteriormente sustentado aqui por
nós, existiram dois planos: (a) o plano do direito positivo, materializado em linguagem
prescritiva, e (b) o do mundo social, onde os fatos e relações intersubjetivas se concretizam.
Desse modo, sendo o professor Paulo, os elementos exteriores ao plano do direito positivo,
para nele ingressarem, devem ser introduzidos pelas pessoas e meios adequados previstos
pelo próprio Direito. Nesse sentido, a incidência não seria automática, nem infalível(em
relação ao fato gerador-evento), dependendo da produção de uma linguagem competente
que atribua juridicidade aos fatos. Aurora Tomazini, debruçando-se sobre o posicionamento
de Paulo de Barros, nos ensina que “sob esse enfoque, não prevalece a diferença entre
incidência e aplicação. Para incidir a norma tem que ser aplicada, de modo que incidência e
aplicação não se confundem.”
Acerca da fenomenologia da incidência tributária, o professor Paulo nos ensina,
utilizando-se de esquemas lógicos, que “a hipótese tributária está para o fato jurídico-
tributário como a consequência tributária está para a relação jurídica. Os antecedentes da
proporção figuram no mesmo plano – o plano geral e abstrato; por outro lado, os
consequentes da proporção aritmética – fato jurídico e relação jurídica tributária também se
acham no mesmo plano – o plano que fala do mundo material dos objetos físicos e dos seres
humanos.”
4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das
provas?
O evento, o fato e o fato jurídico, também podem ser identificados nos textos da
doutrina pela conhecida e usada expressão “fato gerador”. Entretanto, é fundamental que
seja feita a distinção entre eles, visto que, apesar de se referirem ao mesmo acontecimento,
ocorrem em planos e dimensões diferentes.
O evento, é algo que ocorre no mundo fenomênico(plano do ser). Segundo a
professora Fabiana Tomé, pode-se dizer que evento é o acontecimento do mundo
fenomênico despido de qualquer relato linguístico. Seria a pura realidade.
O fato, é o relato do evento, um enunciado denotativo de uma determinada situação
com indicação de tempo e espaço. Pode estar vertido em diversas linguagens(política,
social, econômica, etc.). Somente ingressa no sistema do direito positivo quando expresso
em linguagem jurídica.
Já o fato jurídico, segundo Paulo de Barros Carvalho, é aquele que se encontra
expresso em linguagem competente, “é parte suporte fáctico que o legislador, mediante a
expedição de juízos valorativos, recortou douniverso social para introduzir no mundo
jurídico.”. 
Pois bem, considerando que os eventos são acontecimentos físicos/naturais que se
findam no tempo e no espaço, estes são impossíveis de serem alcançados. O aplicador do
direito, por meio das provas, deve estabelecer fatos representativos dos acontecimentos
passados que sejam necessários para a constituição do fato jurídico-tributário. Entretanto,
vale lembrar que o relato do acontecido seja vertido em linguagem competente, de modo
que as provas apresentadas sejam aquelas previstas no âmbito do direito positivo.
5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113,
§1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em que o
termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de suas aparições.
É inegável a disseminação da expressão “fato gerador” no meio jurídico, visto que
bastante disseminada, seja nos enunciados prescritivos do direito positivo, seja nas normas
individuais e concretas aplicadas pelo Fisco e principalmente pela doutrina nacional e
internacional. Tem-se, segundo relato de tributaristas como Paulo Barros Carvalho e
Amilcar Falcão, que o pioneiro na utilização do termo foi o francês Gaston Jèze, de modo
que a tradução direta e literal, naturalmente, gerou uma terminologia dúbia e imprecisa. 
Segundo o professor Paulo, o uso de tal expressão – como o de outras utilizadas pela
doutrina – carrega consigo um problema, pois pode ser empregada para referir-se à situações
que são distintas: (i) descrição hipotética, prevista em lei, de fato do mundo social que,
ocorrendo, faz nascer a relação jurídica tributária; (ii) fato jurídico-tributário presente no
antecedente da norma individual e concreta. Por tal motivo, valiosa é a orientação do
referido autor para decifrar o uso indiscriminado do termo pelo legislador negligente:
Devemos nos atentar sempre ao tempo verbal que as prescrições normativas empregam. A
hipótese tributária está sempre expressa com o verbo empregado no infinitivo e o fato
jurídico-tributário está expresso com o verbo empregado no pretérito. Nesse sentido,
concluímos que sempre que o enunciado normativo estiver se referindo ao fato gerador
como situação definida em lei que faz nascer a obrigação tributária, estaremos diante da
hipótese de incidência(arts.4º e 16º do CTN). Quando se referir a ocorrência do fato
gerador, este será o fato do mundo social(fenômeno físico) que preenche os pressupostos
instituídos na lei, descrito em linguagem competente (arts.105, 113 § 1º, 144, AREsp
215273). Ainda no que diz respeito a identificação da significação correta da expressão
“fato gerador”, o professor Paulo de Barros Carvalho1 nos chama atenção para o duplo
sentido do art.114 do CTN: “Num terceiro esforço de interpretação, o versículo relataria, a
um só tempo, a conjugação das duas entidades” [...]
6. Diferençar: a data do fato jurídico-tributário da data no fato jurídico-tributário
(vide anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito.
Diante da ambiguidade imbuída na expressão “fato gerador”, alguns importantes
doutrinadores já se atentaram a importância da distinção entre o fato gerador como fato
jurídico-tributário e o fato gerador como termo utilizado para designar o evento jurídico-
tributário. 
Desse pressuposto, nasce a necessidade de se diferenciar o tempo e o local em que
ocorreu o evento(data no fato), do tempo e do local onde o fato foi constituído(data do fato).
Paulo de Barros Carvalho se refere ao tempo do fato como aquele que atesta o momento
exato em que o enunciado protocolar, produzido por pessoa competente, ingressa no sistema
jurídico, irradiando seus efeitos. Já o tempo no fato, segundo o mesmo autor, seria aquele da
ocorrência concreta de um evento, no mundo fenomênico.
Para Silvia Zomer, essa diferenciação é relevantíssima, uma vez que a cada um
desses episódios será aplicada determinada legislação em vigor na data de suas ocorrências.
Válido mencionar também, observação da autora, acerca da impossibilidade de coincidência
dos “tempos” mencionados, de modo que um sempre vai ocorrer após o outro(Evento – Fato
Jurídico).
Ainda segundo a referida autora, com relação ao “erro de fato” e “erro de direito”,
“pode-se dizer que ambos decorrem de uma falha na interpretação da linguagem
normativa”. O erro de fato, segundo Zomer, seria “uma falha na constituição do fato
jurídico-tributário(na construção da linguagem competente), resultado de uma inadequação
da interpretação dos conceitos denotativos da norma individual e concreta, quando da
elaboração da motivação”, ou seja, a fundamentação apontada pela autoridade
administrativa não se sustenta pela linguagem das provas, seja pela ausência de dados
probatórios, seja pela ausência dos requisitos formais exigidos pela lei. Nessa linha de
raciocínio, Paulo de Barros nos lembra que o erro de fato “é um problema intranormativo,
um desajuste interno na estrutura do enunciado”.
E por fim, quanto ao erro de direito, poderíamos dizer que decorre de uma falha na
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed.
incidência normativa, pois não há, desse modo, a chamada subsunção do fato jurídico à
norma(constituição de fato diverso do previsto). 
7. Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência
tributária objeto da ação judicial:
a) Critério Material, visto que a questão trata do fato gerador/hipótese;
b) Critério quantitativo, visto que a questão trata da base de cálculo do PIS/COFINS;
c) Critério Material, visto que a questão trata do fato gerador/hipótese;
d) Critério pessoal, visto que a questão trata acerca da possibilidade de pessoa natural ser
contribuinte de IPI;
e) Critério Material, visto que a questão trata do fato gerador/hipótese;
8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art.
25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-
matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo
se relaciona com o domínio espacial de vigência.
O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art.
25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua diretamente sobre o critério espacial da
regra-matriz de incidência. De um modo geral, existe uma conexão entre o tema da
vigência da norma tributária no espaço e certos limites geográficos/territoriais, visto a
importância da preservação da competência de distintas pessoas políticas para tributar. Por
outro lado, nada impede que se estabeleça uma extensão da sua territorialidade em alguns
casos. Acontece que, a partir da edição da Lei nº 9.249/1995 o Brasil passou a aplicar o
princípio da universalidade da renda também para as pessoas jurídicas, de modo que os
lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior sofrerão a incidência do
IRPJ. 
Acerca deste tema, o professor Paulo de Barros nos alerta que, o princípio da
universalidade apenas estabeleceu um critério de conexão pessoal(ex.: domícilio), mas
não afastou a aplicação do princípio da territorialidade. Segundo o autor, “o princípio da
universalidade implica o da territorialidade, e esta servirá como nexo para determinar o
regime jurídico das rendas no interior do Estado brasileiro, seja por residentes ou não
residentes.”
9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA
deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo
neste Estado”. Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e,
considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da
legislação paulista.
R.M.I.T. DO IPVA NO ESTADO DE SÃO PAULO : 
1. ANTECEDENTE:
• Critério Material: Ser proprietário de veículoautomotor;
• Critério Espacial: Local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo
neste Estado;
• Critério Temporal: (i) No dia 1º de janeiro de cada ano, em se tratando de veículo
usado; (ii) a data de sua primeira aquisição pelo consumidor, em se tratando de
veículo novo; (iii) na data de seu desembaraço aduaneiro, em se tratando de veículo
importado diretamente do exterior pelo consumidor; (iv) na data da incorporação do
veículo novo ao ativo permanente do fabricante, do revendedor ou do importador; (v)
na data em que deixar de ser preenchido requisito que tiver dado causa à imunidade,
isenção ou dispensa de pagamento; (vi) na data da arrematação, em se tratando de
veículo novo adquirido em leilão; (vii) na data em que estiver autorizada sua
utilização, em se tratando de veículo não fabricado em série; (viii) na data de saída
constante da Nota Fiscal de venda da carroceria, quando já acoplada ao chassi do
veículo objeto de encarroçamento; (ix) na data em que o proprietário ou o
responsável pelo pagamento do imposto deveria ter fornecido os dados necessários à
inscrição no Cadastro de Contribuintes do IPVA deste Estado, em se tratando de
veículo procedente de outro Estado ou do Distrito Federal; (x) elativamente a veículo
de propriedade de empresa locadora: (a) no dia 1º de janeiro de cada ano, em se
tratando de veículo usado já inscrito no Cadastro de Contribuintes do IPVA deste
Estado, (b) na data em que vier a ser locado ou colocado à disposição para locação no
território deste Estado, em se tratando de veículo usado registrado anteriormente em
outro Estado e (c) na data de sua aquisição para integrar a frota destinada à locação
neste Estado, em se tratando de veículo novo.
2. CONSEQUENTE:
• Critério Pessoal: (i) sujeito ativo: Estados e Distrito Federal; (ii) sujeito passivo:
(a) todo proprietário de veículo automotor; (b) No caso de pessoa jurídica,
considera-se contribuinte: cada um dos seus estabelecimentos ou o conjunto dos
estabelecimentos para fins de garantia do cumprimento das obrigações. 
• Critério Quantitativo: (i) Valor de mercado do veículo usado; (ii) o valor total
constante do documento fiscal de aquisição do veículo, caso seja 0 Km; (iii) o
valor constante do documento de importação; (iv) Na hipótese de incorporação do
veículo novo ao ativo permanente do fabricante, do revendedor ou do importador:
(a) para o fabricante, o valor médio das operações; (b) para o revendedor, o valor
da operação de aquisição do veículo, constante do documento fiscal de aquisição;
(c) valor constante no documento de importação; (v) valor de arrematação; (vi) na
hipótese dos incisos VII e VIII do artigo 3º desta lei, a soma dos valores
atualizados de aquisição de suas partes e peças e outras despesas, também
atualizadas, que incorrerem na sua montagem. 
Dentro do que é relevante aqui mencionarmos, os arts.109 e 110 do CTN não nos
deixam dúvidas acerca do reconhecimento, por parte do legislador tributário, da importância
das normas concernentes à definição, conteúdo e alcance dos institutos de Direito Privado,
consagrando aquela ideia, defendida fervorosamente pelo professor Paulo de Barros, de que
a “ordenação jurídica é una e indecomponível” e a autonomia do direito tributário é
meramente didática. 
Desse modo, analisando o critério espacial adotado pela legislação paulista,
podemos identificar uma incompatibilidade com as prescrições do Código Civil. Acontece
que, a referida lei paulista, em seu art.4º, certamente com intuito político e arrecadatório,
tenta dificultar o recolhimento do imposto em estado diverso, pressupondo que o
proprietário do veículo licenciado no Detran-SP teria que ter obrigatoriamente um domicílio
em São Paulo.
 Ora, o Código Civil é claro ao estabelecer, em seu art.70, que o domicílio da pessoa
natural é o lugar onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo, reconhecendo
ainda a possibilidade da existência de várias residências (art.71, CC). 
No tocante as pessoas jurídicas, o mesmo código, em seu art.75, também admite a
pluralidade de domicílios, devendo-se, nesses casos, observar o local de ocorrência dos atos
referentes as atividades exercidas, que estarão vinculados ao estabelecimento situado
naquela localidade. 
Desse modo, a Lei 13.296/2008 do Estado de São Paulo, traz, no mínimo, uma
disposição dúbia, gerando incerteza ao contribuinte no que diz respeito a sua aplicação por
parte do Fisco.
	SEMINÁRIO VI – REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA – HIPÓTESE
	TRIBUTÁRIA
	ALUNO: VINÍCIUS HOLANDA DE VASCONCELOS – T1
	1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional no direito positivo?
	Regra-matriz de incidência tributária é uma expressão, como tantas outras, que padece do conhecido problema da ambiguidade que é comum aos signos podendo ser utilizada tanto para significar a norma que institui o tributo como pode significar o conhecido esquema lógico que é utilizado para analisar a estrutura dessa mesma norma. Tal concepção foi desenvolvida pelo professor Paulo de Barros Carvalho, tomando por base os ensinamentos de Lourival Vilanova e Alfredo Augusto Becker. Ficou amplamente conhecida como “expressão mínima e irredutível de manifestação do deôntico com o sentido completo”, pois na ausência de qualquer um dos seus elementos, fica prejudicada a compreensão da ordem em todo seu alcance. Ainda segundo o mesmo autor, “dentre os recursos epistemológicos mais úteis e operativos para a compreensão do fenômeno jurídico-tributário, segundo penso, inscreve-se o esquema da regra-matriz de incidência.”
	Pois bem, acontece que com o esquema da regra-matriz de incidência é possível delimitar de forma precisa os aspectos da incidência e verificar, por exemplo, a legalidade dos critérios operacionalizados pelo aplicador, visto que, na ausência dos elementos essenciais da norma-padrão, evidenciada pelo esquema da regra-matriz, fica impossibilitada sua aplicação.
	2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê?
	Segundo o professor Paulo de Barros Carvalho, a hipótese de incidência tributária é a “descrição normativa de um evento que, concretizado no nível das realidades materiais e relatado no antecedente de norma individual e concreta, fará irromper o vínculo abstrato que o legislador estipulou na consequência.”. Podemos dizer também, desse modo, que a hipótese seria a previsão abstrata e estática encontrada no antecedente normativo.
	Segundo Geraldo Ataliba, a hipótese de incidência apresenta três aspectos determinantes:
	(i) Critério Material: Segundo Paulo de Barros, se expressa em um verbo mais o seu complemento. Indicador de comportamento humano eleito como relevante pelo legislador, cuja materialidade encontra-se prevista na Constituição Federal.
	(ii) Critério Espacial: Localidade, que não se relaciona apenas com a vigência territorial da norma que instituiu o tributo, mas principalmente com o local de ocorrência do evento jurídico-tributário.
	(iii) Critério Temporal: Oferece critérios de identificação do momento de nascimento da relação jurídica.
	Sobre a necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT, acreditamos ser a resposta negativa, visto que a identificação dos sujeitos (ativo e passivo) estará disposta no consequente normativo(prescritor da norma).
	3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito.
	Antes de adentrarmos ao núcleo central do tema incidência, é fundamental nos recordarmos de alguns dos pressupostos essenciais do constructivismo lógico-semântico. Como se sabe, durante bastante tempo, a produção científica possuía como ponto de partida o sujeito e/ou um objeto, sendo a linguagem mero instrumento de representação da realidade. A partir do marco conhecidocomo giro linguístico, encabeçado por Ludwig Wittgenstein, a comunidade científico-filosófica passou a ter uma concepção diferente acerca da formação do conhecimento. Segundo o filósofo, a realidade é constituída pela linguagem, de modo que o real é uma construção de sentido. Assim, a realidade social e a realidade jurídica, em planos distintos, serão constituídas pela linguagem.
	Dito isto de forma bastante sucinta, e considerando que o Direito possui como objetivo a regulação das condutas humanas, podemos dizer que a incidência é a projeção da linguagem jurídica sobre a linguagem social, que é capaz de alterar o mundo social. Diante desta operação, vários doutrinadores, de diferentes correntes, convergem ao inferir que a incidência apresenta duas características: infalibilidade e a inesgotabilidade. Infalível, porque uma vez constituído o fato jurídico na hipótese de incidência, provocará o nascimento da relação jurídica. Inesgotável, pois haverá incidência sempre que ocorrer determinado evento no mundo social que esteja descrito na hipótese normativa.
	A partir daqui, iniciam-se as divergências. Para a doutrina tradicional, que não faz distinção entre a linguagem social e a linguagem jurídica, a incidência é automática e infalível, embora a aplicação ocorra apenas com a formalização, por autoridade competente, da norma individual e concreta. De acordo com Aurora Tomazini, para a doutrina tradicional, “nada impede que o fato ocorra, torne-se jurídico com a incidência, mas que a norma não seja aplicada, porque esta depende de um ato de vontade humano.”
	Do outro lado, embasado no constructivismo, ao qual nos alinhamos, está a teoria do professor Paulo de Barros Carvalho. Para o autor, como anteriormente sustentado aqui por nós, existiram dois planos: (a) o plano do direito positivo, materializado em linguagem prescritiva, e (b) o do mundo social, onde os fatos e relações intersubjetivas se concretizam. Desse modo, sendo o professor Paulo, os elementos exteriores ao plano do direito positivo, para nele ingressarem, devem ser introduzidos pelas pessoas e meios adequados previstos pelo próprio Direito. Nesse sentido, a incidência não seria automática, nem infalível(em relação ao fato gerador-evento), dependendo da produção de uma linguagem competente que atribua juridicidade aos fatos. Aurora Tomazini, debruçando-se sobre o posicionamento de Paulo de Barros, nos ensina que “sob esse enfoque, não prevalece a diferença entre incidência e aplicação. Para incidir a norma tem que ser aplicada, de modo que incidência e aplicação não se confundem.”
	Acerca da fenomenologia da incidência tributária, o professor Paulo nos ensina, utilizando-se de esquemas lógicos, que “a hipótese tributária está para o fato jurídico-tributário como a consequência tributária está para a relação jurídica. Os antecedentes da proporção figuram no mesmo plano – o plano geral e abstrato; por outro lado, os consequentes da proporção aritmética – fato jurídico e relação jurídica tributária também se acham no mesmo plano – o plano que fala do mundo material dos objetos físicos e dos seres humanos.”
	4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das provas?
	O evento, o fato e o fato jurídico, também podem ser identificados nos textos da doutrina pela conhecida e usada expressão “fato gerador”. Entretanto, é fundamental que seja feita a distinção entre eles, visto que, apesar de se referirem ao mesmo acontecimento, ocorrem em planos e dimensões diferentes.
	O evento, é algo que ocorre no mundo fenomênico(plano do ser). Segundo a professora Fabiana Tomé, pode-se dizer que evento é o acontecimento do mundo fenomênico despido de qualquer relato linguístico. Seria a pura realidade.
	O fato, é o relato do evento, um enunciado denotativo de uma determinada situação com indicação de tempo e espaço. Pode estar vertido em diversas linguagens(política, social, econômica, etc.). Somente ingressa no sistema do direito positivo quando expresso em linguagem jurídica.
	Já o fato jurídico, segundo Paulo de Barros Carvalho, é aquele que se encontra expresso em linguagem competente, “é parte suporte fáctico que o legislador, mediante a expedição de juízos valorativos, recortou do universo social para introduzir no mundo jurídico.”.
	Pois bem, considerando que os eventos são acontecimentos físicos/naturais que se findam no tempo e no espaço, estes são impossíveis de serem alcançados. O aplicador do direito, por meio das provas, deve estabelecer fatos representativos dos acontecimentos passados que sejam necessários para a constituição do fato jurídico-tributário. Entretanto, vale lembrar que o relato do acontecido seja vertido em linguagem competente, de modo que as provas apresentadas sejam aquelas previstas no âmbito do direito positivo.
	5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113, §1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em que o termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de suas aparições.
	É inegável a disseminação da expressão “fato gerador” no meio jurídico, visto que bastante disseminada, seja nos enunciados prescritivos do direito positivo, seja nas normas individuais e concretas aplicadas pelo Fisco e principalmente pela doutrina nacional e internacional. Tem-se, segundo relato de tributaristas como Paulo Barros Carvalho e Amilcar Falcão, que o pioneiro na utilização do termo foi o francês Gaston Jèze, de modo que a tradução direta e literal, naturalmente, gerou uma terminologia dúbia e imprecisa.
	Segundo o professor Paulo, o uso de tal expressão – como o de outras utilizadas pela doutrina – carrega consigo um problema, pois pode ser empregada para referir-se à situações que são distintas: (i) descrição hipotética, prevista em lei, de fato do mundo social que, ocorrendo, faz nascer a relação jurídica tributária; (ii) fato jurídico-tributário presente no antecedente da norma individual e concreta. Por tal motivo, valiosa é a orientação do referido autor para decifrar o uso indiscriminado do termo pelo legislador negligente: Devemos nos atentar sempre ao tempo verbal que as prescrições normativas empregam. A hipótese tributária está sempre expressa com o verbo empregado no infinitivo e o fato jurídico-tributário está expresso com o verbo empregado no pretérito. Nesse sentido, concluímos que sempre que o enunciado normativo estiver se referindo ao fato gerador como situação definida em lei que faz nascer a obrigação tributária, estaremos diante da hipótese de incidência(arts.4º e 16º do CTN). Q uando se referir a ocorrência do fato gerador, este será o fato do mundo social(fenômeno físico) que preenche os pressupostos instituídos na lei, descrito em linguagem competente (arts.105, 113 § 1º, 144, AREsp 215273). Ainda no que diz respeito a identificação da significação correta da expressão “fato gerador”, o professor Paulo de Barros Carvalho nos chama atenção para o duplo sentido do art.114 do CTN: “Num terceiro esforço de interpretação, o versículo relataria, a um só tempo, a conjugação das duas entidades” [...]
	6. Diferençar: a data do fato jurídico-tributário da data no fato jurídico-tributário (vide anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito.
	Diante da ambiguidade imbuída na expressão “fato gerador”, alguns importantes doutrinadores já se atentaram a importância da distinção entre o fato gerador como fato jurídico-tributário e o fato gerador como termo utilizado para designar o evento jurídico-tributário.
	Desse pressuposto, nasce a necessidade de se diferenciar o tempo e o local em que ocorreu o evento(data no fato), do tempo e do local onde o fato foi constituído(data do fato). Paulo de Barros Carvalho se refere ao tempo do fato como aquele que atesta o momento exato em que o enunciado protocolar, produzido por pessoa competente, ingressa no sistema jurídico, irradiando seus efeitos. Já o tempo no fato, segundo o mesmo autor, seria aquele da ocorrência concreta de um evento, no mundo fenomênico.
	ParaSilvia Zomer, essa diferenciação é relevantíssima, uma vez que a cada um desses episódios será aplicada determinada legislação em vigor na data de suas ocorrências. Válido mencionar também, observação da autora, acerca da impossibilidade de coincidência dos “tempos” mencionados, de modo que um sempre vai ocorrer após o outro(Evento – Fato Jurídico).
	Ainda segundo a referida autora, com relação ao “erro de fato” e “erro de direito”, “pode-se dizer que ambos decorrem de uma falha na interpretação da linguagem normativa”. O erro de fato, segundo Zomer, seria “uma falha na constituição do fato jurídico-tributário(na construção da linguagem competente), resultado de uma inadequação da interpretação dos conceitos denotativos da norma individual e concreta, quando da elaboração da motivação”, ou seja, a fundamentação apontada pela autoridade administrativa não se sustenta pela linguagem das provas, seja pela ausência de dados probatórios, seja pela ausência dos requisitos formais exigidos pela lei. Nessa linha de raciocínio, Paulo de Barros nos lembra que o erro de fato “é um problema intranormativo, um desajuste interno na estrutura do enunciado”.
	E por fim, quanto ao erro de direito, poderíamos dizer que decorre de uma falha na incidência normativa, pois não há, desse modo, a chamada subsunção do fato jurídico à norma(constituição de fato diverso do previsto).
	7. Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência tributária objeto da ação judicial:
	a) Critério Material, visto que a questão trata do fato gerador/hipótese;
	b) Critério quantitativo, visto que a questão trata da base de cálculo do PIS/COFINS;
	c) Critério Material, visto que a questão trata do fato gerador/hipótese;
	d) Critério pessoal, visto que a questão trata acerca da possibilidade de pessoa natural ser contribuinte de IPI;
	e) Critério Material, visto que a questão trata do fato gerador/hipótese;
	8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art. 25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo se relaciona com o domínio espacial de vigência.
	O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art. 25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua diretamente sobre o critério espacial da regra-matriz de incidência. De um modo geral, existe uma conexão entre o tema da vigência da norma tributária no espaço e certos limites geográficos/territoriais, visto a importância da preservação da competência de distintas pessoas políticas para tributar. Por outro lado, nada impede que se estabeleça uma extensão da sua territorialidade em alguns casos. Acontece que, a partir da edição da Lei nº 9.249/1995 o Brasil passou a aplicar o princípio da universalidade da renda também para as pessoas jurídicas, de modo que os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior sofrerão a incidência do IRPJ.
	Acerca deste tema, o professor Paulo de Barros nos alerta que, o princípio da universalidade apenas estabeleceu um critério de conexão pessoal(ex.: domícilio), mas não afastou a aplicação do princípio da territorialidade. Segundo o autor, “o princípio da universalidade implica o da territorialidade, e esta servirá como nexo para determinar o regime jurídico das rendas no interior do Estado brasileiro, seja por residentes ou não residentes.”
	9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado”. Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e, considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da legislação paulista.
	R.M.I.T. DO IPVA NO ESTADO DE SÃO PAULO:
	1. ANTECEDENTE:
	Critério Material: Ser proprietário de veículo automotor;
	Critério Espacial: Local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado;
	Critério Temporal: (i) No dia 1º de janeiro de cada ano, em se tratando de veículo usado; (ii) a data de sua primeira aquisição pelo consumidor, em se tratando de veículo novo; (iii) na data de seu desembaraço aduaneiro, em se tratando de veículo importado diretamente do exterior pelo consumidor; (iv) na data da incorporação do veículo novo ao ativo permanente do fabricante, do revendedor ou do importador; (v) na data em que deixar de ser preenchido requisito que tiver dado causa à imunidade, isenção ou dispensa de pagamento; (vi) na data da arrematação, em se tratando de veículo novo adquirido em leilão; (vii) na data em que estiver autorizada sua utilização, em se tratando de veículo não fabricado em série; (viii) na data de saída constante da Nota Fiscal de venda da carroceria, quando já acoplada ao chassi do veículo objeto de encarroçamento; (ix) na data em que o proprietário ou o responsável pelo pagamento do imposto deveria ter fornecido os dados necessários à inscrição no Cadastro de Contribuintes do IPVA deste Estado, em se tratando de veículo procedente de outro Estado ou do Distrito Federal; (x) elativamente a veículo de propriedade de empresa locadora: (a) no dia 1º de janeiro de cada ano, em se tratando de veículo usado já inscrito no Cadastro de Contribuintes do IPVA deste Estado, (b) na data em que vier a ser locado ou colocado à disposição para locação no território deste Estado, em se tratando de veículo usado registrado anteriormente em outro Estado e (c) na data de sua aquisição para integrar a frota destinada à locação neste Estado, em se tratando de veículo novo.
	2. CONSEQUENTE:
	Critério Pessoal: (i) sujeito ativo: Estados e Distrito Federal; (ii) sujeito passivo: (a) todo proprietário de veículo automotor; (b) No caso de pessoa jurídica, considera-se contribuinte: cada um dos seus estabelecimentos ou o conjunto dos estabelecimentos para fins de garantia do cumprimento das obrigações.
	Critério Quantitativo: (i) Valor de mercado do veículo usado; (ii) o valor total constante do documento fiscal de aquisição do veículo, caso seja 0 Km; (iii) o valor constante do documento de importação; (iv) Na hipótese de incorporação do veículo novo ao ativo permanente do fabricante, do revendedor ou do importador: (a) para o fabricante, o valor médio das operações; (b) para o revendedor, o valor da operação de aquisição do veículo, constante do documento fiscal de aquisição; (c) valor constante no documento de importação; (v) valor de arrematação; (vi) na hipótese dos incisos VII e VIII do artigo 3º desta lei, a soma dos valores atualizados de aquisição de suas partes e peças e outras despesas, também atualizadas, que incorrerem na sua montagem.
	Dentro do que é relevante aqui mencionarmos, os arts.109 e 110 do CTN não nos deixam dúvidas acerca do reconhecimento, por parte do legislador tributário, da importância das normas concernentes à definição, conteúdo e alcance dos institutos de Direito Privado, consagrando aquela ideia, defendida fervorosamente pelo professor Paulo de Barros, de que a “ordenação jurídica é una e indecomponível” e a autonomia do direito tributário é meramente didática.
	Desse modo, analisando o critério espacial adotado pela legislação paulista, podemos identificar uma incompatibilidade com as prescrições do Código Civil. Acontece que, a referida lei paulista, em seu art.4º, certamente com intuito político e arrecadatório, tenta dificultar o recolhimento do imposto em estado diverso, pressupondo que o proprietário do veículo licenciado no Detran-SP teria que ter obrigatoriamente um domicílio em São Paulo.
	Ora, o Código Civil é claro ao estabelecer, em seu art.70, que o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo, reconhecendo ainda a possibilidade da existência de várias residências (art.71, CC).
	No tocante as pessoas jurídicas, o mesmo código, em seu art.75, também admite a pluralidade de domicílios, devendo-se, nesses casos, observar o local de ocorrência dos atos referentesas atividades exercidas, que estarão vinculados ao estabelecimento situado naquela localidade.
	Desse modo, a Lei 13.296/2008 do Estado de São Paulo, traz, no mínimo, uma disposição dúbia, gerando incerteza ao contribuinte no que diz respeito a sua aplicação por parte do Fisco.