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MOBILIDADE URBANA: DESAFIOS E OPORTUNIDADES Área temática: Logística Vilson Vieira de Paula vilson.adm@bol.com.br Luciano Franco Leonardelli luciano.franco@cgerl4.com.br Resumo: Este trabalho tem como proposta analisar o que a mobilidade urbana tem enfrentado para promover o bem estar da população, analisando alguns dados bibliográficos, e trazendo as questões ambientais que se fazem tão presente neste século. Discutimos também a respeito da construção dos corredores dos BRT’s (Bus Rapid Transit) que comporá o sistema de transporte da cidade do Rio de Janeiro em virtude dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016. No primeiro momento trazemos a definição de mobilidade urbana dentro do contexto histórico dos transportes contextualizando a históriaautomobilística. Em segundo momento refletimos sobre os benefícios a cerca da mobilidade urbana para a população tendo em vista as dificuldades enfrentadas nas cidades. Posteriormente trazemos os impactos para a população com foco na grande demanda de usuários dos transportes públicos, pois os mesmos são os mais beneficiados e afetados por tais ações. Por último trazemos os projetos de transporte que estão sendo criados pelo governo no Estado do Rio de Janeiro em face aos eventos que ocorrerão na cidade no ano de 2016 e para a transformação da cidade. Por último concluímos o trabalho analisando os impactos ambientais, os problemas burocráticos do governo e trazendo a proposta central do trabalho que são os desafios e as oportunidades acarretadas pela mobilidade urbana. Em suma o tema de mobilidade urbana é extremamente atual, sendo categórico seu crescimento, no passado houve ações inconsequentes e inconstantes de obras para várias funções, muitas vezes injustificadas, porém hoje após reuniões e propostas mais modernas a mobilidade urbana tem se encaixado nas propostas mundiais trazendo grandes benefícios para todos. Palavras-chaves: Logística de transporte, Mobilidade Urbana, TransCarioca e BRT. ISSN 1984-9354 XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 2 INTRODUÇÃO Como a mobilidade urbana impacta o cotidiano das pessoas? Esta é a principal pergunta que permeia o presente trabalho, trazemos aqui discussões referentes a este tema, pois objetivamos analisar os desafios da mobilidade urbana em decorrência dos atuais acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro. A mobilidade urbana é uma questão de extrema importância, principalmente nas grandes cidades do País, em função de sua influência nas esferas sociais e econômicas. No caso do Rio de Janeiro, segundo a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), 83% dos usuários de transporte público em 2011 eram impactados de alguma forma pelo intenso trânsito na cidade. Não apenas porque o ônibus é o principal meio de transporte da grande maioria da população, mas também por haver poucos investimentos em transporte de alta capacidade. (FETRANSPOR, 2013). Entre as ações do governo que visam à melhoria da mobilidade é a implantação deuma rede de transporte de alta capacidade. Para isso, estão sendo construídos corredores de BRT’s (Bus Rapid Transit), temos como exemplo neste trabalho a TransCarioca, que, juntos aos sistemas metroviário e ferroviário, comporão a rede de transporte de alta capacidade da cidade. Neste trabalho trazemos discussões a respeito do que é mobilidade urbana, e mobilidade urbana no contexto das políticas públicas que tem como proposta o bem estar da população, não só na questão da movimentação, mais também nas condições de transporte público, neste contexto se encaixa este trabalho. No desenvolvimento deste trabalho começamos por definir o conceito demobilidade, para logo contextualizar a mobilidade urbana no espaço e no tempo, e mostrar sua evolução sempre atrelada ao modelo de desenvolvimento vigente nas últimas décadas, apresentando também o histórico do transporte automobilístico. Nosso diagnóstico começa a mostrar a mudança da época que vivemos e o alcance e formato do paradigma tradicional ao tratar a mobilidade e comparamos o mesmo com o paradigma de complexidade. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 3 METODOLOGIA A metodologia escolhida para permear o presente trabalho é a pesquisa bibliográfica, onde buscamos autores que de certa forma já tenham discutido o assunto e trazem ideias e conceitos a respeito do tema com o intuito de justificar tal escolha Rauen (2002) afirma “a pesquisa bibliográfica opera com o acervo bibliográfico da humanidade”. Partindo de tal análise observamos que o advento automobilístico vem tomando proporções inimagináveis e nesse contexto se insere a pesquisa que tem como objetivo investigar a condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano de um Município, em outras palavras investigar a mobilidade urbana no contexto do Município do Rio de Janeiro. O paradigma envolvendo o transporte público não é um assunto novo, é algo que tem estado na mídia constantemente. O nome mobilidade urbana não é constantemente utilizado, o Ministério das Cidades (BRASIL, 2005) traz a seguinte definição: A mobilidade urbana é um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas ebens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infraestrutura (vias, calçadas, etc) que possibilitam esse ir e vir cotidiano. Isso significa que a mobilidade urbana é mais do que oque chamamos de transporte urbano, ou seja, mais do que o conjunto de serviços e meios de deslocamento de pessoas e bens. É o resultado da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade (p.3). O tema mobilidade urbana está interligado ao dia a dia da população, pois todos os dias as pessoas precisam se locomover de um município a outro ou mesmo de uma cidade a outra para ir trabalhar e estudar, quando existe uma política que é voltada para tal as condições se tornam favoráveis, pois os transportes que auxiliam nessa locomoção têm manutenção favorecendo um bom serviço à população. Partindo dessa premissa analisaremos também o contexto político voltado para a mobilidade urbana, pois há muitos desafios em torno de tal tema, pois como nos mostra Brasil (2005) “A construção de uma política nacional de mobilidade urbana é necessária”. Assim como podemos observar para melhorar a mobilidade urbana em nosso país são necessárias mudanças estruturais a médio e longo prazo. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 4 2.0 A MOBILIDADE URBANA Assim como já afirmado há uma necessidade de políticas nacionais voltadas para o tema da mobilidade urbana, pois a mesma está cercada de desafios que necessitam de análises mais sistemáticas visando à melhoria dos transportes públicos, pois como observamos na história dos transportes no Brasilhá uma forte influência da indústria ferroviária inglesa até a década de 1930, tendo como objetivo principal a exportação de produtos primários. Após a crise de 1929 e com o advento da 2ª Guerra Mundial, houve uma crescente industrialização no Brasil paralelamente ao fortalecimento do mercado interno, o que acarretou a necessidade de construção de estradas para atender a distribuição dos produtos fabricados na região sudeste. Porém foi a partir da segunda metade da década de 1950, com a expansão da indústria automobilística, que o transporte rodoviário realmente se consolidou no país. Da década de 1940 à década de 1970, a rede rodoviária foi expandida de 185 mil quilômetros para cerca de 1,5 milhões de quilômetros (malha pavimentada e não pavimentada). Nesse mesmo período a rede ferroviária foi reduzida de 38 mil para cerca de 30 mil quilômetros(BANCO MUNDIAL, 2010). Tal crescimento acelerado da frota de veículos automotores na última década ratificaa importância do setor rodoviário no Brasil. A frota total de veículos produzidos nesse período mais que dobrou. Fica evidente que a frota circulante vem evoluindo em patamares de taxas maiores que do PIB e da População, sendo que a diferença tem se acentuado nos últimos 10 anos, deixando clara a importância da dimensão da evolução, bem como das perspectivas de evolução futura, das taxas de motorização no país. As políticas de investimento na mobilização urbana atualmente têm sido discutidas em virtude dos veículos automotivos terem se tornado o principal veículo de transporte da população, obrigando os governantes a atentarem mais para tal temática. “Nunca se falou tanto em problemas estruturais das vias de transportes”. Ultimamente tem-se discutido muito a temática do transporte público em virtude da TransCarioca que vem se consolidando no município do Rio de Janeiro, no jornal Folha de São Paulo há uma afirmação a esse respeito “Nunca se anunciou tanto investimento em transporte público”. Há grande preocupação de investimento financeiro no meio automobilístico público. Observamos que a grande demanda da população para a utilização dos transportes públicos tem provocado um enxerto no uso do ônibus urbano. Nesse caminho que tem se encaixado a TransCarioca XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 5 com o objetivo de diminuir o tempo de viajem de uma cidade a outra, para melhor conforto dos passageiros, assim como Silva (2013) salienta em nível de Brasil: Os recentes acontecimentos no Brasil, provocados pelo anúncio (e várias tentativas) de aumento das tarifas dos transportes urbanos e metropolitanos, vieram mostrar, em toda a sua extensão, como a questão da mobilidade urbana é cada vez mais percebida como um direito de cidadania e uma exigência de equidade social, com um potencial mobilizador que vai muito para além das reivindicações tradicionais, promovidas e enquadradas pelas estruturas sindicais e partidárias habituais (p.379). Desta maneira podemos afirmar que o transporte público é uma questão de prioridade urbana tendo em vista que os usuários (as pessoas) devem ser vistos como os principais sujeitos beneficiados por tais politicas. Nesta premissa observamos o que o Ministério das Cidades (BRASIL, 2005) afirma: Pensar a mobilidade urbana é, portanto, pensar sobre como se organizam os usos e a ocupação da cidadee a melhor forma de garantir o acesso das pessoas e bens ao que a cidade oferece (locais de emprego, escolas, hospitais, praças e áreas de lazer) não apenas pensar os meios de transporte e o trânsito. Parece um pouco óbvio mas se olharmos nossas cidades, veremos que, muitas vezes, o carro parece mais importante que as pessoas! Precisamos inverter tal lógica, e privilegiar as pessoas e suas necessidades de deslocamento, para garantir o acesso amplo e democrático à cidade e ao que ela oferece. (p. 3) A partir do exposto analisamos que o processo de mobilidade urbana faz-se necessário para a população da atualidade, pois os meios de transportes são essências para o atual modelo de sociedade. O histórico automobilístico nos revelou que este meio de transporte seria para a população. Em decorrência das politicas públicas que foram implementadas entre os anos setenta e noventa podemos afirmar que a mobilidade urbana expandiu-se categoricamente. Analisamos que os problemas decorrentes da falta de planejamento urbano no Rio de Janeiro são salientados pela falta de estrutura organizacional, porém esse não é o foco de nosso trabalho, objetivamos aqui trazer uma perspectiva voltada para o transporte público urbano, mais precisamente a mobilidade urbana da população. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 6 2.1 BENEFÍCIOS A mobilidade urbana é algo típico da modernidade, a sociedade encontra-se em constante mudança, muitas pessoas se locomovem km por dias de uma cidade a outra, seja a trabalho, a passeio, entre outras atividades, como já visto acima a mobilidade urbana não é uma coisa nova, pois antes desse século já se fazia mudanças para ajudar na locomoção de pessoas e automóveis. A escolha da população por um determinadomodo de deslocamento, dentre os disponíveis em uma localidade tem forte relação com o financeiro envolvido – talvez até mais do que outros fatores, como tempo de deslocamento ou conforto.Mas por gerarem altos custos externos ao meio ambiente e à sociedade, Breithaupt (2006) salienta que “a melhor maneira de inibir seu crescimento é fazer com que os usuários do transporte individual paguem pelo total de custos externos que seus deslocamentos geram”. Ou seja, direta e indiretamente a economia está ligada a sociedade, sendo uma dependente da outra para gerar uma boa mobilidade urbana. De certa forma toda a população está envolvida com a mobilidade urbana, pois o custo benefício de transportes, a construção de viasetc, está diretamente ligado a economia do país, gerando emprego entre outros benefícios a toda população. Observamos no Estado do Rio de Janeiro que com a construção da TransCarioca grande parte da população tem sido beneficiada desde o início da sua construção vemos isso no livro Cidade Olímpica (2014) as obras do BRT TransCarioca começaram, em março de 2011, milhares de moradores das Zonas Oeste e Norte já foram beneficiados. As cidades estão em constantes transformações, observamos isso principalmente no Estado do Rio de Janeiro, onde em face dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, pois têm acontecido obras para a melhoria da cidade e conforto da população, principalmente para aqueles que visitarão a cidade prestigiando tal evento. Nas imagens abaixo procuramos sintetizar a construção da TransCarioca, desde o início de sua obra até a obra finalizada, pois este é um típico exemplo de mobilidade urbana: Foto 01: Obra de construção da TransCarioca XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 7 Fonte: Autor deste trabalho, 2015.XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 8 Foto 02: Obra da finalizada da TransCarioca Fonte: Autor deste trabalho, 2015. A política de mobilidade urbana está inteiramente ligada às políticas ambientais, pois como salienta Brasil (2005) “Uma boa política de mobilidade urbana estimula a economia de energia e meios de transporte não poluentes”. Ou seja, podemos afirmar então que existe nos projetos de construção de vias de locomoção da população a preocupação com a não emissão de gases poluentes. Afirmamos então que é necessário ter presente que se deve existir uma correspondência entre as regras de jogo do desenvolvimento nas instituições locais e o modelo de desenvolvimento em vigência no mundo, pois quem dita às orientações das principais políticas do desenvolvimento é o contexto mundial. Daí, a preocupação ambiental, a sustentabilidade, a priorização do transporte não motorizado (a pé e de bicicleta), demandas que não são modismos como muitos gestores públicos acreditam. Um evento importante que teve influencia para as políticas de mobilidade urbana serem remodelas foi realizada no ano de 2012 a Conferência do Meio Ambiente, Rio mais 20, a qual tinha por objetivo renovar e afirmar a participação dos líderes dos países em relação ao desenvolvimento sustentável (ANTP, 2012, pág. 126 e 128). XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 9 2.2 IMPACTOS NO COTIDIANO Como já apontado acima à política de mobilidade urbana atualmente tem se debruçado nas questões ambientais, tendo em vista que a política de sustentabilidade tem encabeçado tais discursões podemos também afirmar que quanto aos impactos no cotidiano da população há preocupação também entre os governantes, Terán (2007) caracteriza a mobilidade urbana da seguinte maneira: [...] um sistema de mobilidade que se caracteriza por: uma alta demanda por deslocamentos de longa distância, grande dependência dos meios de transporte motorizados e sistema de transporte coletivo insuficiente e nem sempre integrados e o sistema de acesso e trânsito de pessoas e cargas à cidade e pela cidade que é insuficiente e ineficiente. (p.7) Observamos que a logística que envolve a locomoção de pessoas está intimamente ligada à mobilidade urbana, tendo como foco tal perspectiva e analisando a afirmativa do autor quanto a isso afirmamos que mobilidade urbana sempre se fez e se faz necessário a população. O tema mobilidade urbana não se limita apenas a locomoção das pessoas em vias, vai muito, além disso, pois mobilidade urbana é integração, não sendo somente transporte, sendo a integração de cidades. Este tema se faz necessário na atualidade, tendo em vista que é a estratégia mais viável para o crescimento das cidades que investem e se mobilizam em favor dos cidadãos. Outro interferente no cotidiano das pessoas é a questão da desapropriação de imóveis para dar continuidade à determinada obra, iniciada em algum local, para que os engenheiros possam dar continuidade aos projetos de mobilidade urbana e criação de vias os as licitações feitas e aprovadas pelo governo devem estar totalmente fechadas e se necessário desapropriar imóveis em tal local. De acordo com o relatório mensal das desapropriações e/ ou das remoções/realocações da Cidade do Rio de Janeiro (2013) onde observamos um mapa esquemático com os avanços do processo de desapropriação no mês de setembro do referido ano fica claro para nós como se dá tal processo: XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 10 Quadro 01: Glossário de desapropriações GESTÃO DE DESAPROPRIAÇÕES SIGNIFICADO Concluído Significa dizer que o processo foi realizado por completo. Liberado para demolição Imóvel encontra-se liberado para realização das obras. Liberado parcialmente para demolição Quando um imóvel possui mais de uma unidade e nem todas foram liberadas. Não liberado para demolição Situação em que o imóvel encontra-se sem liberação para realização das obras. Não liberado - valor baixo Situação em que o valor encontra-se abaixo do previsto para liberação das obras. Não terá processo Situação sem processo e sim negociação direto com proprietário (pequenas invasões, tais quais jardineiras e outros). Sem processo montado Situação em que não há processo formado. Demolido em andamento do acabamento Situação onde ocorre a demolição, porém o muro ou reconstituição da fachada não foram concluídos. Liberado com pendência Imóveis liberados, porém possuem interferências diversas que impedem a execução da obra. Acordo Pago Situação onde o acordo com o proprietário já foi pago. Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho, 2015. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 11 Então podemos afirmar que o processo de desapropriação além de ser burocrático é governamental também, pois tange em acordos estabelecidos pela empresa responsável do projeto e, além disso, o governo da cidade beneficiada. Além de trazer benefícios de movimentação para a população traz também uma preocupação com o bem estar daquele que será “lesado” por tal ação de movimentação das obras. Abaixo também podemos observar o status de desapropriação utilizada para a leitura das obras em processo de início: Estes dados expostos acima foram retirados do relatório mensal que integra a construção da TransCarioca, como nosso objetivo no presente trabalho é trazer discursões sobre o percurso de tal obra achamos importante relatar como se deu o início do processo de desapropriação da mesma, pois a mobilidade urbana vem para beneficiar a população em todos os sentidos, não somente na questão da locomoção, mais também no bem estar de todos os envolvidos e beneficiados pelo processo de mobilidade urbana. Sabemos que os impactos no cotidiano das pessoas vão muito além dos benefícios, pois não é somente consertar vias, alargar ruas, construir meios para ajudar no transporte das pessoas, criação de novas vias de transporte, tendo em vista que a mobilidade urbana está para, além disso, precisamos solucionar problemas estruturais para todos (BRASIL, 2005). XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 12 2.3 PROJETOS DE MOBILIDADE URBANA No presente trabalho focamos na discursão a respeito da TransCarioca, pois nosso trabalho foi em cima de talprojeto do Estado do Rio de Janeiro, porém existem outros projetos sendo iniciados. Entre as ações do governo que visam à melhoria da mobilidade é a implantação de uma rede de transporte de alta capacidade. Para isso, estão sendo construídos outros dois corredores de BRT’s (TransOlímpica e TransBrasil), que, juntos aos sistemas metroviário e ferroviário, comporão a rede de transporte de alta capacidade da cidade. Sendo o primeiro projeto a sair do papel a construção da TransOeste foi impulsionada pelos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no livro Cidade Olímpica (2014) observamos a importância da obra: A TransOeste liga a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande e possibilita a redução do tempo de viagem dos passageiros em até 50%. A seguir, na foto 03, observa-se a construção da TransOeste: Foto 03: Obra de construção da TransOeste Fonte: Autor deste trabalho, 2015. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 13 Foto 04: Obra finalizada da TransOeste Fonte: Autor deste trabalho, 2015. A partir da obra dos referidos projetos acima, observamos o crescimento alargador de locomoção da população no estado, as construções dos projetos veem de encontro aos jogos que serão sediados pela cidade em 2016, sabemos que ainda há melhores a serem feitas, porém as que já se iniciaram se mostram com viabilização do governo, pois será benéfico para todos mesmo após o acontecimento dos jogos. Mostrando assim que a mobilidade urbana tem sido a grande preocupação dos governantes, impactando na economia do Rio de Janeiro e acarretando mais turistas para a cidade. Já a TransOlímpica, tem outra proposta como foco reduzir o tempo de viagem da Barra d Tijuca a Deodoro, com a função de trazer mais conforto aos usuários durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, como vemos no livro Cidade Olímpica (2014) Importante obra prevista no Dossiê de Candidatura do Rio para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, o BRT TransOlímpica ligará o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ao Parque Olímpico de Deodoro, as duas principais regiões do evento, e vai beneficiar cerca de 100 mil passageiros por dia. Quanto ao corredor do BRT TransBrasil que terá como principal atividade conectar a Baixada ao Centro do Rio de Janeiro. O projeto base já está concluído. A expectativa é de que após a XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 14 conclusão sejam atendidas 900 mil pessoas por dia, sendo provavelmente o BRT que terá a maior demanda de passageiros do mundo (CIDADE OLÍMPICA, 2014). Temos como exemplo também outro projeto que visa a melhoria do transporte público em função dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, porém está obra ainda não está totalmente concluída, mas o processo de obra já foi iniciado como podemos observar na foto5. A construção da linha 4 do metrô é um projeto que tem como proposta ir do bairro da Barra da Tijuca ao bairro de Ipanema em 15 minutos e, da Barra da Tijuca ao Centro do Rio de Janeiro, em 34 minutos. Foto 05: Obra de construção da Linha 4 do Metrô Fonte: Autor deste trabalho, 2015. Os exemplos apresentados são projetos de mobilidade urbana, são projetos que a cidade do Rio de Janeiro está se comprometendo a fazer em virtude dos Jogos que a cidade sediará no ano de 2016, são exemplos de um ideário que visa a locomoção da população a fim de trazer conforto para todos com diminuição de trajetos quando as obras forem concluídas. Afirmamos que tais projetos são de suma importância para a cidade que é calcada na mobilidade urbana. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 15 3.0 CONCLUSÃO A análise trazida neste trabalho tem como proposta investigar o processo automobilístico como uma forma de mobilização urbana, tendo como ponto de partida o bem estar da população, pois mobilidade urbana tem como foco implementar políticas que tenha a garantia de enriquecer os meios de transportes da população. Sabemos que para tais políticas serem consolidadas é necessários planejamentos em longo prazo, nesse caminho Vasconcellos (2000) analisa: O processo de planejamento de trans-portes foi orientado para o automóvel, baseado na ideologia da mobilidade ir-restrita, mas normalmente limitando esta mobilidade àqueles que podem pagar os custos do transporte individual. Por conta disso, segundo estudo do Banco Mundial (2010) realizado para o Brasil, no caso do transporte de passageiros, a troca de modos de transportes individuais ou de baixa capacidade, para o Sistema de Trânsito de Ônibus Rápido (BRT) e para o Metrô, associada a medidas de gestão de trânsito, seriam potenciais alternativas para a redução das emissões de poluentes e gases de efeito estufa. A dificuldade de obtenção de dados de transporte é algo que deve ser considerado desde a fase de concepção do estudo. Dessa forma, é fundamental elaborar um cronograma que contemple toda a burocracia e lentidão que os órgãos públicos e empresas do setor podem levar até o momento da entrega dos dados. É recomendado que fossem elaborados estudos que melhorem o entendimento dopotencial de utilização de maiores concentrações de biocombustíveis em corredores do tipo BRT. Desta maneira faz-se necessário que a politicas públicas vão de encontro à economia mundial. Os investimentos do governo em obras de mobilidade urbana têm sido cada vez maiores, obviamente que as preocupações também têm acompanhando tais ações, a partir das análises feitas no presente trabalho analisamos que é de extrema importância a investidura nas questões ambientais, pois a mobilidade urbana deve atentar-se não somente para beneficiar a população, mais também para a sustentabilidade do ambiente. Todavia, o futuro da mobilidade urbana também não pode ser perspectivado como uma simples projeção de tendências observadas no passado, tal como foi usual fazer quando os modelos de transportes se limitavam a extrapolar a anterior evolução da procura e a considerar a mobilidade motorizada como ilimitável, a que era forçoso dar resposta através de mais e melhor oferta de XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 16 infraestruturas e serviços. Nesse caso, não só o ponto de chegada dessas projeções talvez nem tivesse sequer condições de existir, como a destruição dos espaços urbanos, tal como hoje os conhecemos, e os impactos ambientais irreversíveis que tal acarretaria seriam os resultados intrínsecos e incontornáveis dessa dinâmica, aliás, mais teórica que realista.XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015 17 4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ANTP, “Premissas para um plano de mobilidade urbana”, Ed. ANTP, SPTrans e PMSP, São Paulo, 2012. BANCO MUNDIAL. Estudo de Baixo Carbono para o Brasil: Relatório de Síntese Técnica – Transportes. 2010. BRASIL, Ministério das Cidades. Mobilidade Urbana é desenvolvimento Urbano! 1ª Edição. Novembro de 2005. BREITHAUPT. M; Economic and fiscal policy instruments. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON SUSTAINABLE TRANSPORTATION & CLEAN AIR, 2000. Proceedings... Jakarta, Germany: Deutsche GesellschaftfürTechnischeZusammenarbeit GTZ, 2000. Disponível em: <www.gtz.de>. 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