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O Pedagogo Capítulo 2

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O PEDAGOGO E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
CAPÍTULO 2 - QUAL A FUNÇÃO DA ESCOLA NOS ESPAÇOS FORMAIS E NÃO FORMAIS DE 
APRENDIZAGEM? Tatiana Gomes dos Santos Peterle 
Introdução 
Nesse capítulo você aprofundará os estudos sobre a função social da escola. Porém, agora, com 
enfoque maior nas questões que compreendem a educação em seu ambiente formal e não formal, de 
modo que você possa compreender como a escola exerce sua função. A partir da perspectiva histórica 
e cultural da educação, a contribuição das Concepções Epistemológicas na construção dos saberes 
será analisada de maneira que você identifique como os modelos pedagógicos colaboram para a 
formação docente, além de compreender a evolução desses modelos e sua funcionalidade no mundo 
contemporâneo. 
Você já se perguntou para que serve a escola? Já parou para pensar como a educação se deu ao 
longo da história? Sabemos que a escola é resultado de um processo de ação-reflexão-ação advindo 
das construções coletivas sociais ao longo da história da humanidade, e que traz implicações para a 
vida em sociedade. Dessa forma, um dos fins da educação está em habilitar os jovens a modificarem, 
por meio de ações pessoais, a si e ao meio em que vivem, transformando, assim, valores culturais do 
passado em possibilidades de emancipação do presente. 
Portanto, a função da escola está para além dos seus muros. Nesse sentido, onde você entende que 
a educação acontece? Apenas nos espaços da sala de aula ou em salas temáticas? Em quais 
ambientes a escola pode desempenhar sua função? A partir desses questionamentos você terá 
condições de analisar como os ambientes formais e não formais da educação podem colaborar para 
uma prática reflexiva, que tenha por proposta garantir os direitos sociais da educação de modo que a 
escola, ao exercer seu papel, possa oportunizar uma formação para a vida. 
Bom estudo! 
2.1 Função social da escola: ambiente formal 
Você sabe dizer ao certo em que ambiente a educação acontece? Ou melhor, você sabe como a 
escola desempenha sua função social em seu ambiente formal? O que é o ambiente formal? 
Sabemos que a escola é um espaço que tem como responsabilidade primordial realizar a educação 
formal, aquela onde os conhecimentos socialmente construídos ao longo da história, conhecimentos 
científicos, são repassados para o aluno por meio da mediação entre 
professor x conhecimento xalunos. Podemos afirmar que “a pessoa se educada se constrói em 
diversos ambientes – a escola é mais um ambiente que se soma a estes outros – e a partir de diversas 
experiências” (SIQUEIRA, 2004, p. 43). 
Vamos agora conhecer real papel da escola no contexto do ambiente formal e interpretar a função 
social tendo por base a dialeticidade e os pontos paradoxais dentro da ambiência educativa. 
2.1.1 A função social da escola na história 
No decorrer da história da humanidade muitas foram as transformações, contudo, apesar de tantas 
mudanças, até os dias atuais a escola representa uma instituição que tem por objetivo principal 
socializar todo o saber. Desse modo, podemos afirmar que a escola é o lugar onde o conhecimento 
foi, é e será difundido para as gerações. Podemos dizer que diante tantas novidades na sociedade 
contemporânea, nenhuma outra instituição foi capaz de substituir a escola. 
Da maneira como existe entre nós, a educação surge na Grécia e vai para Roma, ao longo de muitos séculos 
da história de espartanos, atenienses e romanos. Deles deriva todo o nosso sistema de ensino e, sobre a 
educação que havia em Atenas, até mesmo as sociedades capitalistas mais tecnologicamente avançadas 
têm feito poucas inovações (BRANDÃO, 2005, p. 35). 
Todavia, a estrutura e a organização do ensino passaram por várias modificações ao longo dos anos 
– e isso inclui o ensino brasileiro –, mas nenhuma permitiu que houvesse outro espaço com os 
mesmos objetivos que a educação escolar. Segundo Becker (2008), partimos do pressuposto de que 
o sistema educacional brasileiro possui seus alicerces na racionalização e democratização do ensino, 
contudo, na prática a escola apresenta formas rígidas de manutenção de características elitistas da 
educação, além de uma burocratização como mecanismo de controle do Estado. 
Dessa forma, a educação tem como uma de suas principais funções a libertação e a emancipação do 
ser humano, e nesse contexto o ambiente formal do ensino é um dos responsáveis por promover o 
desenvolvimento de uma nação. 
Compreendemos que formação, instrução, não ocorre somente por meio do ensino formal. Segundo 
Brandão (2005, p. 9): “Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o 
único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática 
e o professor profissional não é o seu único praticante”. Desse modo, entendemos que ensino e 
educação interferem diretamente nas ações humanas. 
Portanto, precisamos estar atentos e refletir sempre sobre a função da escola não apenas como um 
espaço de transmissão de conhecimentos, mas, sobretudo, como mais um lugar que atua no processo 
educacional, o qual é o próprio ser humano quem organiza e estrutura os objetivos e fins da 
educação. 
2.1.2 O papel da escola no ambiente formal 
Compreendemos, por ambiente formal, aquele disponível na escola, espaço em que o ensino escolar 
acontece, por exemplo, a sala de aula, o laboratório de informática, a brinquedoteca etc. Enfim, a 
escola é a representação do ambiente formal do ensino. Esse espaço pode ser dividido por etapas ou 
turmas nas quais os alunos são dispostos por faixa etária e que se desdobram em série, ano ou ciclo. 
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394/1996: 
Art.1 A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência 
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da 
sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1 Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.§ 2 A educação escolar deverá vincular-
se ao mundo do trabalho e à prática social (BRASIL, 1996, s. p.). 
Pautados na LDB 9.394/1996, podemos concluir que a educação formal é aquela que ocorre no 
interior da escola sob a mediação do professor, que transfere conhecimentos aos alunos. Contudo, 
na escola atual, os muitos desafios encontrados dificultam esse objetivo. A falta de recursos didáticos, 
remuneração que estimule uma prática de formação continuada dos professores, além dos aspectos 
estruturais e físicos da escola são os grandes limitadores do trabalho docente. 
Nesse cenário, não tem sido fácil para os educadores estimularem os alunos a se manterem 
interessados no ensino, pois muitos ao invés de dedicarem sua atenção às aulas, ocupam-se com o 
uso de aparelhos eletrônicos, conversas com amigos que fogem do tema que está sendo ensinado, 
além dos problemas socioemocionais que nem sempre os alunos conseguem administrar. E tudo isso 
faz com que muito do que é falado em sala de aula pouco seja aprendido. Por isso, podemos dizer 
que a educação formal requer de seus envolvidos um esforço pessoal maior, chamado de extraclasse, 
ou tarefa de casa. 
Assim, o real papel da escola nos ambientes formais é o de ensinar ao aluno, além dos conteúdos 
dispostos na base curricular comum, a apropriar-se dos seus direitos de cidadão de modo que ele se 
torne um sujeito mais crítico e reflexivo e, ainda, possa desempenhar seu papel de cidadão em prol 
da emancipação e desenvolvimento social. 
Por fim, vale destacar que a organização dos tempos e espaços na escola para o processo formativo 
tanto do aluno, quanto do professor, é necessária, além de determinar e deixar explícito que tipo de 
aprendizagem está sendo ofertada. 
2.1.3 Os desafios da educação em ambientes formais 
Presenciara rotina escolar significa adquirir uma experiência de vida, vivência que é flexível e pode 
variar de acordo com a sociedade, os sujeitos e as culturas. Um dos grandes desafios da ação 
pedagógica e da direção escolar é organizar e reorganizar os tempos, os espaços e o trabalho 
docente, de forma que outras propostas pedagógicas possam surgir. E mesmo que isso cause 
conflitos, às vezes é necessária a divergência para que se alcance o sucesso. 
Sobre o desafio de organizar o ambiente escolar, seu tempo e espaço, a escola deve superar alguns 
paradigmas como o tempo cronometrado das aulas, que está arraigado na ascensão de níveis e em 
resultados e avaliações. Reorganizar o ambiente formal de ensino oferece aos alunos condições 
apropriadas para a reflexão crítica sobre o conhecimento e sobre a vida. Uma escola tradicional diante 
de uma organização minuciosa e incisiva do tempo e espaço escolar faz com que seus professores 
não explorem outras possibilidades, muito menos as relações pedagógicas que se dão nas relações 
humanas. 
O programa Roda de Conversa exibido em 8 de abril de 2013, pelo Canal Minas Saúde, traz como tema 
os espaços não formais do conhecimento: a escola além da escola. O enfoque apresenta esses locais 
como ambientes de discussões e reflexões sobre o contexto educacional brasileiro. Para assistir, 
acesse o endereço: <https://www.youtube.com/watch?v=JdLKPMCVPEY>. 
No cotidiano escolar, professores reinventam o currículo, tentam subverter o conteudismo e 
constroem novas práticas; elaboram os projetos políticos das escolas, valorizam a história de vida de 
seus alunos e resgatam a história da comunidade escolar. Também interferem na gestão, nas políticas 
educacionais locais, e rompem normas rígidas e burocráticas que impõem limites aos tempos e 
espaços da organização escolar. 
Quando consideramos o aluno como um sujeito de direitos, entendemos melhor como a educação na 
escola é importante e necessária, já que é um ambiente que favorece a aprendizagem, onde 
professores tornam-se mediadores entre alunos e o conhecimento. Diante disso, também podemos 
reconhecer a importância de a escola organizar tempo e espaço para a formação continuada, na qual 
o professor poderá compartilhar e trocar experiências. 
Dessa forma, podemos concluir que os ambientes formais de aprendizagem apesar da sua 
institucionalização e importância para a sociedade como um todo, ainda apresentam muitos desafios 
quanto à organização dos tempos e espaços. 
No tópico a seguir, você conhecerá a função da escola a partir do ambiente não formal de 
aprendizagem. 
2.2 Função social da escola: ambiente não formal na perspectiva histórica e cultural 
Você já parou para pensar que a educação se dá em outros espaços além da escola? Já sabe como 
que acontece? Pois é, a educação também pode ocorrer em ambientes não formais, já ouviu falar? 
A educação em ambiente não formal permite outras possibilidades de aprendizagem, por apresentam-
se menos burocratizadas, mais rápidas, sem hierarquização, portanto mais econômicas. Apesar de 
todas essas características demonstrarem ser positivas, a educação não formal não deve ser 
entendida como a solução do sistema nacional de educação, da educação formal, pois essa 
perspectiva favorece o fim da escola pública transferindo a responsabilidade social que o Estado 
possui para com a sociedade para o setor privado. 
Os movimentos sociais são fundamentais na sociedade moderna, pois eles 
impulsionam as transformações na sociedade, porque os ativistas desses 
movimentos, em coletividade, exigem mudanças, clamam por transformações, 
além de serem uma forma de identificar a satisfação do povo diante dos 
governantes e gestores. Quanto a um movimento bem organizado filosófica e 
politicamente que tende a romper paradigmas e mobilizar discussões 
imprescindíveis para o avanço da sociedade, podemos citar o Movimento dos 
Trabalhadores sem Terra, que hoje já conquistou mudanças das políticas do país 
(GOHN, 2008). 
 
Vejamos agora o papel da escola não formal na história e sua função social assim como os sujeitos 
envolvidos no processo de desenvolvimento da aprendizagem de mediação do conhecimento. 
2.2.1 A escola não formal na história da educação 
A educação não formal aparece na história a partir da Revolução Industrial entre os séculos XVIII e 
XIX, um momento de muitas críticas à formalização do ensino. Firmou-se a partir das diferentes 
práticas, principalmente que visavam à profissionalização do trabalhador, sempre mediadas pelas 
relações entre os envolvidos e como não obedecia à organização das escolas regulares possuía 
diferentes modos de estabelecer e experimentar o processo de ensino-aprendizagem. Porém, tanto o 
campo pedagógico quanto outros setores da sociedade identificaram que, apesar de tantos 
benefícios, a educação não formal não conseguia responder todas as necessidades sociais advindas 
com as transformações do mundo. 
Uma das características da educação não formal é o modo de organizar e perceber as relações do 
processo de ensino-aprendizagem, entre professor-aluno etc., por isso, a práxis e os saberes do 
cotidiano são tão importantes. 
As mudanças ocorridas com a estrutura das famílias burguesas em detrimento do processo de 
industrialização do século XVIII e XIX, além das inúmeras modificações e novas necessidades 
advindas com o processo de industrialização e trabalho, foram também relevantes para o surgimento 
da educação não formal. Assim, revela o quanto as instituições que são mantenedoras da educação 
– como a escola e a família – não desempenhavam seu papel de maneira satisfatória. E por não 
darem conta das demandas da sociedade em transformação, abriram espaços para que novas 
propostas fossem criadas, com o intuito de suprir as falhas deixadas pelas instituições já 
institucionalizadas. 
Veja um exemplo no caso descrito a seguir: 
Erro! O nome de arquivo não foi especificado. 
Um exemplo de ambiente não formal de aprendizagem é a Casa do Menor Irmão Cavanis, em Ponta Grossa, 
no Paraná. Esse é um projeto sem fins lucrativos mantido por uma entidade de assistência social e 
educacional, ou seja, é uma Organização Não Governamental (ONG). Fundada em 1969 por padres italianos, 
desenvolve atualmente projetos em vários estados do país. Somente na unidade de Ponta Grossa (PR), 
atende mais 250 crianças de 6 a 18 anos de idade. A equipe pedagógica é formada por um pedagogo, 
coordenador pedagógico e uma assistente social. Os professores são contratados por meio de seleção. O 
projeto também é voltado para a permanência de jovens no Ensino Médio por meio de um sistema de proteção 
social, e auxilia nas tarefas escolares visando à redução da evasão. A unidade de Ponta Grossa conta com 
mais 37 voluntários (PAULA; SANTA CLARA, 2008, p. 185). 
Desse modo, podemos afirmar que o direito à formação, tanto por meio dos ambientes formais quanto 
em ambientes não formais de acesso ao conhecimento, deve ser oferecido a todos, assim como as 
oportunidades dadas pelas instituições escolares e como as propostas de educação não formal. 
Dessa maneira, haverá sempre um trânsito livre e democrático entre os sujeitos, de modo que possam 
buscar sua emancipação. 
2.2.2 A função social da escola no ambiente não formal. 
O principal objeto da educação não formal é a cidadania, e seus aspectos que compreendem a 
coletividade, que se dá por meio das práticas sociais. Como a educação não formal não tem 
compromisso com a elaboração de um currículo padronizado, sua proposta está em atender as 
necessidades e interesses dos sujeitos participantes das ações e práticas desse modelo de ensino. 
Desse modo, vários objetivos são propostos na educação não formal dentre os quais enriquecer a 
biografia dos sujeitos, acrescendo suas experiências formativas. Sendo assim, na educação não 
formal é comum a mistura de idades, experimentosem locais e tempos flexíveis, a não obrigatoriedade 
de frequência mínima. Podemos citar como exemplos algumas de suas áreas de abrangência: 
aprendizagem política e cidadã, capacitação para o trabalho, práticas e objetivos comunitários 
voltados para solução de problemas, aprendizagem de alguns conteúdos da educação formal – 
porém, em ambientes diferenciados –, desenvolvimento de práticas que envolvem diversas mídias 
(como a eletrônica). Nesse sentido, podemos complementar: 
Os espaços onde se desenvolvem ou se exercitam as atividades da educação não-formal são múltiplas, a 
saber: no bairro-associação, nas organizações que estruturam e coordenam os movimentos sociais, nas 
igrejas, nos sindicatos e nos partidos políticos, nas organizações não governamentais, nos espaços 
culturais, e nas próprias escolas, nos espaços interativos dessas com a comunidade etc. (GOHN, 2008, p. 
101). 
No Brasil, desde 2010, a educação não formal tem apresentado propostas voltadas para as camadas 
mais pobres, promovidas pelos órgãos públicos ou por diferentes segmentos da sociedade, ora 
também por meio de parcerias entre o público e o privado, e tem aparecido na mídia com maior 
frequência quando compreende as ações relativas às questões ambientais. Temos como exemplo a 
Agenda 21 brasileira, que é um “[...] instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento 
sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira” (BRASIL, 2008, s. p.). 
Foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) e Agenda 21; 
construído a partir das diretrizes da Agenda 21 Global, e entregue à sociedade, por fim, em 2002 
(BRASIL, 2008). 
2.2.3 O professor na escola não formal 
O educador da escola não formal precisa voltar-se para as questões que envolvam as mudanças 
políticas e sociais no mundo. O professor deve ser um profissional reflexivo e questionador, fazendo 
com que sua prática seja sempre autoavaliativa e tendo em vista a colaboração para uma formação 
crítica dos alunos, na qual a aprendizagem é uma troca de experiências. Segundo Gadotti (2007, p. 
42): “[...] o professor precisa saber muitas coisas para ensinar, mas o mais importante não é o que é 
preciso saber, mas como devemos ser para ensinar. O essencial é não matar a criança que existe 
ainda dentro de nós. Matá-la seria matar o aluno que está à nossa frente”. 
Na educação não formal a flexibilidade na prática docente é de suma importância, uma vez que não 
é a atividade em si que vai determinar a educação não formal, mas sim a escolha do projeto político 
de experiência do educador que, consequentemente, refletirá na aprendizagem dos educandos. 
Assim, de acordo com Freire (1996, p. 53): “[...] a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, o 
que permite, na educação não formal, que o educador aguce a curiosidade dos educandos e promova 
a reflexão crítica que leva à construção da autonomia. Nesse sentido, sobre o trabalho docente: 
Para os professores, uma oportunidade ímpar de aprender e crescer, um momento mágico de revisão 
crítica e decisões corajosas; para os professauros, o angustiante retorno a uma rotina odiosa, o eterno 
repetir amanhã tudo quanto de certo e de errado se fez ontem (ANTUNES, 2014, p.13). 
Importante ressaltar, ainda, que na educação não formal o trabalho docente necessita de muita 
dedicação, estudo, vivências e criatividade, pois para que os alunos se mantenham ativos, as aulas e 
atividades devem ser dinâmicas, atrativas e prazerosas, de modo a envolvê-los e permitindo que 
compreendam o espaço de aprendizagem não formal como um lugar em que o conhecimento fará 
deles cidadãos críticos, reflexivos e atuantes na sociedade. 
A partir dos conhecimentos que englobam a educação formal e não formal, a seguir você conhecerá 
as contribuições da concepção epistemológica na perspectiva da construção dos saberes 
pedagógicos. 
 
2.3 Concepções epistemológicas 
Você sabe o que é epistemologia? Epistemologia é um campo da filosofia que estuda as etapas e 
limites do conhecimento humano e sua relação com o conhecimento. Por isso é também conhecida 
como teoria do conhecimento. Segundo Tesser (1994, p. 91) devemos conceituar epistemologia 
como “discurso (logos) sobre a ciência (episteme)”. Ou seja, epistemologia (episteme + logos) é a 
ciência da ciência; filosofia da ciência. É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados 
das diversas ciências. É a teoria do conhecimento (TESSER, 1994). 
Então, o que seriam as concepções epistemológicas? Como as concepções epistemológicas se 
relacionam com a construção dos saberes pedagógicos? Sabemos que há três diferentes 
possibilidades para explicar a relação ente ensino e aprendizagem na educação, que são o empirismo, 
apriorismo e construtivismo – esses seriam os modelos epistemológicos. 
Temos também modelos pedagógicos que, junto com os epistemológicos, colaboram para representar 
o processo de desenvolvimento da aprendizagem. 
A seguir você saberá um pouco sobre mais sobre esses temas e como eles se relacionam com a 
construção dos saberes pedagógicos. 
2.3.1 Construção dos saberes a partir das concepções epistemológicas 
A construção dos saberes contempla a epistemologia no campo das suas concepções. Um exemplo 
é quando, ao pensarmos em desenvolvimento de uma nação numa perspectiva epistemológica, há a 
necessidade de novos conhecimentos para que possamos esclarecer os fenômenos ainda não 
explicados por toda a humanidade. 
Para compreendermos o processo de ensino e aprendizagem, e como ele se deu ao longo da história 
até os dias atuais, é importante que tenhamos claro que tanto o ensino quanto a aprendizagem estão 
dispostos em uma relação que pode ser representada por modelos, ora chamados de modelos 
pedagógicos, ou até de teorias da aprendizagem. Um modelo pedagógico apresenta a metodologia 
de ensino utilizada para o desenvolvimento do processo. Conforme afirma Becker (2008, p. 01): “[...] 
existem três diferentes formas de representar a relação entre ensino e aprendizagem escolar ou, mais 
especificamente, entre o exercício da docência e as atividades de sala de aula”: 
• pedagogia diretiva; 
• pedagogia não diretiva; 
• pedagogia relacional. 
Esses modelos pedagógicos estão sob os pilares das concepções epistemológicas, e essas 
concepções, por sua vez, são a empirista, a apriorista e a construtivista. Esses modelos têm dialogado 
desde a década de 1970, diante das críticas da sociologia da educação e, mais recentemente, da 
psicologia sócio-histórica. Independentemente do tempo em que se dá a discussão, o que se busca 
é uma forma de apontar para novos caminhos didáticos e metodológicos para a aquisição do 
conhecimento. 
No livro “Educação e Construção do Conhecimento”, de Fernando Becker (2008), o autor debate os 
modelos do conhecimento empirista, apriorista e construtivista, apontando seus reflexos em sala de 
aula. Apresenta também a perspectiva construtivista e sua forma de valorização dos alunos a partir 
da aprendizagem crítica e reflexiva. A obra traz grande contribuição para a educação, na medida em 
que possibilita análises e reflexões sobre as práticas pedagógicas adotadas pelos professores, 
defendendo um ensino menos passivo. 
Toda essa discussão teórica traz avanços para a educação, uma vez que os conhecimentos científicos 
ganham espaço privilegiado, ocupando lugar do conhecimento advindo do senso comum e 
favorecendo o desenvolvimento da aprendizagem de maneira mais reflexiva. 
A seguir, abordaremos os modelos pedagógicos de forma detalhada. 
2.3.2 Modelos pedagógicos e os processos de aprendizagem 
Já sabemos que existem três modelos pedagógicos que auxiliam e podem explicar o processo de 
aprendizagem. 
Temos na pedagogia diretiva o conceito de que o aluno só aprende se o professor ensina, e que 
pode também ser compreendido pela colocação:o professor fala e o aluno escuta. Nesse modelo 
pedagógico, o aluno é compreendido como uma tábua rasa, vazio de conhecimento, e tudo o que ele 
virá a conhecer é porque o professor ensinou. Somente o professor é capar de desenvolver no aluno 
um conhecimento novo. 
Já na pedagogia não diretiva, o papel do professor muda: ele passa a ser um facilitador, um ajudante 
ou auxiliar do aluno no seu processo de aprendizagem. O aluno aprende por si mesmo, não há 
necessidade da interferência do professor, ele apenas facilita a aprendizagem. 
Todavia, na pedagogia relacional o aluno é visto como um sujeito capaz de aprender sempre, assim 
como também ensina. Alunos e professores, juntos, buscam novas possibilidades de aprendizagem 
e novos conhecimentos. 
O professor Dr. Mario Sérgio Cortella, no vídeo Conteúdo e conhecimento do programa Café 
Literário, discute o que é conhecimento e como, muitas vezes, nos confundimos com a informação 
que recebemos. Para assistir, acesse o endereço: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Y9aImcSqp2U&t=402s>. 
É importante compreender que a educação e a construção do conhecimento se dão à medida que 
haja interação tanto para o aluno quanto para o professor, o que favorece a busca pela solução de 
problemas do cotidiano, da consolidação e aquisição do conhecimento já constituído e da construção 
de novos saberes. 
2.3.3 Modelos epistemológicos 
Podemos dizer que os modelos epistemológicos antecedem os modelos pedagógicos, contudo os 
complementam. Desde os primórdios da história, com Aristóteles na Antiguidade, e principalmente na 
Idade Moderna entre os séculos XVI e XVII, com Descartes, o conhecimento é questionável. Para 
Descartes, os homens tinham suas opiniões, mas estavam distantes de ter certeza dos fatos e das 
coisas do mundo. A partir de então, surge o movimento filosófico chamado empirismo: “[...] só é 
verdadeiro aquilo que é demonstrável” (FRANCO, 1986, p. 24). 
No modelo empirista, a fonte do conhecimento de todo o mundo está na experiência vivida no meio 
físico por meio dos sentidos, do ambiente. O homem nasce vazio, como uma “tábula rasa”. Segundo 
Locke (2012), o homem nunca atinge uma verdade plena, pois sempre haverá nos fatos fonte de 
explicação para o mundo. 
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, descrito no site ebiografia (s. d., s. p.) como “[...] o 
principal representante do empirismo, teoria que afirmava que o conhecimento era determinado pela 
experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto interna, a partir das reflexões. Sua teoria 
política deixou grande contribuição ao desenvolvimento do liberalismo, principalmente a noção de 
Estado de direito”. Para saber mais, acesse o endereço: <https://www.ebiografia.com/john_locke/>. 
Desse modo, segundo a concepção de Piaget encontrada nos estudos de Becker (1994), o empirismo 
“[...] tende a considerar a experiência como algo que se impõe por si mesmo, como se fosse impressa 
diretamente no organismo sem que uma atividade do sujeito fosse necessária à sua constituição.” 
(BECKER, 1994, p. 12). 
Portanto, a concepção empirista na educação dialoga com a pedagogia diretiva, em que o aluno só 
aprende se o professor ensinar. O professor acredita na transmissão do conhecimento, na qual ele é 
o detentor absoluto do saber: “[...] o professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. O 
educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador.” (FREIRE, 
1985, p. 38). 
Já o modelo epistemológico apriorista apresenta-se de maneira oposta ao empirismo, uma vez que o 
sujeito deixa de ser uma “tábula rasa” para tornar-se um indivíduo com conhecimentos prévios, que 
são determinados pelo seu processo de maturação. Ou seja, o conhecimento se constitui porque o 
homem possui a capacidade interna, biológica e, portanto, inata de aprendizagem e de produção do 
conhecimento. É uma concepção que retoma a teoria da Gestalt, também conhecida como a 
aprendizagem por insight, que veio colocar em pauta o associacionismo americano (movimento da 
psicologia que se dedicou à concepção de que a aprendizagem ocorre por associação de ideias). 
O modelo apriorista possui relação direta com a pedagogia não-diretiva, pois, tanto em um quanto em 
outro o professor é um ajudante do aluno sendo, assim, difícil identificar a sua prática em sala de aula. 
O aluno é o próprio conhecimento e só precisa saber organizar seus pensamentos. 
Enfim temos o construtivismo, ou interacionismo, advindo da contribuição de Jean Piaget, com sua 
teoria construtivista: 
[...] a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais complexas e uma equilibração progressiva entre 
essas formas e o meio. Dizer que a inteligência é um caso particular de adaptação biológica é, pois, supor 
que ela é, essencialmente, uma organização e que sua função consiste em estruturar o universo da mesma 
forma que o organismo estrutura o meio imediato (PIAGET, 1979, p. 10). 
De acordo com essa concepção, a inteligência se constrói por meio de estruturas formadas 
mentalmente. Assim, o pensamento não cria nada novo. O conhecimento é desenvolvido a partir da 
interação do sujeito com o objeto. E cada nova aprendizagem passa por um processo de adaptação, 
que é o equilíbrio entre a assimilação do conhecimento e sua acomodação – conhecimento 
consolidado pronto para servir de base para um novo conhecimento. Sobre a inteligência, o teórico 
construtivista afirma: 
A inteligência é assimilação na medida em que incorpora nos seus quadros todo e qualquer dado da 
experiência. Quer se trate do pensamento quer graças ao juízo faz ingressar o novo no desconhecido e 
reduz assim o universo às suas noções próprias, quer se trate da inteligência sensório-motora que 
estrutura as coisas percebidas, integrando-as nos seus esquemas (Piaget, 1979, p. 1). 
Assim, podemos concluir que o modelo construtivista é relacional, pois “o professor, além de ensinar, 
passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar.” (FREIRE apud BECKER, 1994, p. 
72). 
Jean Piaget (1896-1980), biólogo e cientista, durante a primeira metade do século XX foi considerado 
o maior nome do campo da educação. As principais contribuições de Piaget foram no campo do 
raciocínio lógico-matemático. Apesar de nunca ter atuado como pedagogo seus estudos ampliaram 
as discussões sobre o processo de aquisição do conhecimento humano principalmente da criança. 
Os estudos piagetianos, apensar de seu grande impacto na pedagogia demonstrou que o processo 
de transmissão de conhecimentos é limitado. Para o cientista suíço a criança aprende por um 
processo de descoberta, a partir da sua relação com o objeto de aprendizagem (FERRARI, 2008). 
Portanto, considerando as contribuições de Becker (1994), ao traçar o paralelo entre modelos 
pedagógicos e modelos epistemológicos compreendemos que ambos se encontram relacionados e 
contribuem positivamente para a construção dos saberes pedagógicos a partir do momento em que 
abrem possibilidades didáticas e metodológicas para a prática docente. A partir desse conhecimento, 
veremos os modelos pedagógicos e sua importância para a formação docente e para a práxis na 
contemporaneidade. 
2.4 Modelos pedagógicos 
Durante toda a vida nos deparamos com a palavra “modelo”, que pode apresentar diferentes 
significados, entre os quais um paradigma, um padrão de beleza, um boletim, um conjunto de ideias 
etc. Mas você sabe o que são modelos pedagógicos? Como podemos defini-los? Há relação entre 
modelos pedagógicos e a formação do professor? 
De antemão, vamos esclarecer o conceito de modelo pedagógico que iremos abordar. Modelo 
pedagógico, muitas vezes, ganha a conotação de teorias da aprendizagem ou de metodologia de 
ensino, mas esses não são sinônimos. 
Um modelo pedagógico é sempre um padrão esquemático fundamentado em teorias de 
aprendizagem que colabora e orienta metodologicamenteo currículo escolar que se materializa na 
práxis docente e na relação entre professor-aluno-conhecimento. 
Nesse sentido, na sequência você saberá mais sobre os modelos pedagógicos e sua relação com a 
prática e formação docente. 
2.4.1 Os modelos pedagógicos e a formação docente 
De acordo com o que você estudou nos tópicos anteriores, a escola, durante anos, teve como objetivo 
único a transmissão de conhecimentos de forma vertical, na qual o professor era o detentor do saber. 
Nessa perspectiva a escola tinha como prática metodológica a memorização, a repetição de 
exercícios e o treino, pois se acreditava que essa era a única forma de alcançar sucesso através do 
conhecimento. 
Hoje, já se sabe que a escola não é a única detentora do conhecimento, e que o professor não é o 
dono do saber. Com a globalização e a tecnologia, a escola mudou muito e, da mesma maneira, 
também mudaram as práticas pedagógicas que, cada vez com maior frequência, precisam ser 
inovadas para atender às demandas da sociedade contemporânea e quebrar paradigmas arraigados 
nas posturas de professores frente aos alunos. 
O professor passa a ter uma formação para atuar como mediador do processo de ensino-
aprendizagem, aquele que mostra os caminhos, auxilia na busca e esclarece as dúvidas para que, 
juntos, possam buscar conhecimentos e construir novos saberes. O trabalho docente passa a ser 
cooperativo e no, fim, todos ensinam e aprendem. 
Desse modo, os modelos pedagógicos passam por adaptações diante das necessidades da escola 
atual. É possível encontramos numa mesma escola diferentes modelos sendo aplicados, ora porque 
temos professores que não conseguem romper com a prática tradicional, ora porque não possuem 
formação apropriada que lhes dê condições de refletir sobre os desafios em sala de aula. 
O importante é termos como objetivo, na formação docente, a possibilidade de conhecer as práticas 
pedagógicas da história da educação de modo a identificar qual a que melhor se encaixa no cotidiano 
escolar, que varia de escola para escola. É necessário que o professor seja dinâmico, crítico e 
reflexivo da sua própria ação de tal modo que possa buscar caminhos para a garantia do direito a 
aprendizagem e acesso ao conhecimento. 
2.4.2 O professor e os desafios do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) 
Como você já viu, a escola hoje apresenta inúmeros desafios, e um deles está relacionado a saber 
que práticas e modelos pedagógicos devemos utilizar frente a essa realidade. Começaremos o estudo 
desse tema pegando como exemplo o uso das tecnologias na escola e sua relação com os modelos 
pedagógicos. 
Na escola atual, o professor precisa conhecer muito mais que os conteúdos da sua formação 
acadêmica, pois além de saber sobre as teorias do conhecimento a respeito da aprendizagem, deve 
também se apropriar dos recursos tecnológicos disponíveis para que esses conhecimentos cheguem 
por uma linguagem mais clara aos alunos – isso inclui o uso da internet. Toda mídia tecnológica e 
seus recursos comprovam que tanto alunos quanto professores aprendem. 
Sabemos que a internet possibilita não só a busca por informações, mas também auxilia o trabalho 
docente no processo de explanação de conteúdo, da pesquisa e na própria educação a distância, 
oferecendo novos métodos de aprendizagem por meio da interação com os alunos. Navegar na rede 
pode ser uma excelente possibilidade de aproximar o aluno ao conhecimento que se pretende ensinar. 
Mas o questionamento é: como tornar esse uso proveitoso para os alunos e professores? 
O Ministério da Educação (MEC) tem um programa de banda larga para atender 
as escolas públicas de todo o país. Segundo dados do MEC, “[...] as tecnologias 
na educação estão acessíveis a 24,8 milhões de estudantes das escolas públicas 
brasileiras. O número, que corresponde ao total de alunos atendidos pelo 
Programa Banda Larga nas Escolas, do Ministério da Educação, foi anunciado [...] 
durante a conferência O Impacto das Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TICs) na Educação” (BRASIL, 2010, s. p.). Leia mais em: 
<http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/210-1448895310/15361-na-rede-
publica-tecnologia-atende-24-milhoes-de-alunos>. 
É importante compreender que obter conhecimento exige dedicação, e que perguntas simples para 
problemas simples não têm resultado positivo, portanto o segredo está em saber organizar o 
pensamento e os objetivos da aprendizagem – e nesse contexto a internet é a grande aliada. 
Enquanto professor na escola contemporânea, ter domínio das teorias da aprendizagem faz toda a 
diferença, pois quando ele se deparar com os conflitos advindos da prática será capaz de interagir 
com os alunos de modo que, em conjunto, possam utilizar os serviços disponibilizados através das 
tecnologias. 
2.4.3 A formação docente e a escola atual 
Sabemos que a formação do professor para a escola contemporânea é um dos maiores desafios da 
educação. De fato, é muito importante que o profissional docente esteja preparado para enfrentar o 
cotidiano escolar e o processo de aprendizagem, o que não é fácil, por isso ele deve conhecer tanto 
as teorias da aprendizagem já instituídas ao longo da história, quanto os recursos midiáticos e 
tecnológicos disponíveis – e que podem ser utilizados nas mais diferentes metodologias de ensino. 
Para que professor e aluno alcancem resultados positivos no processo de desenvolvimento da 
aprendizagem, é importante o uso dos recursos e mídias que favoreçam a comunicação entre 
educador e educando, como os aparelhos tecnológicos de comunicação, os computadores para 
pesquisa etc., e, até mesmo, estreitem a relação entre o aprender e o conhecer. 
O artigo “Mídia e Educação: reflexões, relatos e atuações”, das professoras-doutoras Jussara 
Bittencourt de Sá e Heloisa Juncklaus Preis Moraes, analisa como as mídias podem colaborar no 
contexto educacional problematizando a escola em face da “sociedade do espetáculo” e diante das 
políticas educacionais que se sobrepõem às mídias e à escola. Para ler, acesse o endereço: 
<http://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/artigos/mdia_e_educao_jussara_bittencourt
_de_s__revista_querubim.pdf>. 
Por fim, vale ressaltar que atuar de forma a buscar a transformação exige muito preparo do educador, 
além da prática de uma ação crítico-reflexiva sobre seu próprio trabalho. Esses aspectos são 
elementares, pois tornam o professor um agente mediador do conhecimento, o que implicará em 
ações transformadoras da realidade a partir da sua interação com os alunos. 
Síntese 
Concluímos este estudo, que abordou o papel do pedagogo e a função social da escola, 
contextualizando os conceitos de modelos pedagógicos e epistemológicos, educação formal e não 
formal dentro da perspectiva histórica. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de: 
• identificar o papel da escola no contexto do ambiente formal; 
• interpretar a função social tendo por base a dialeticidade e os pontos paradoxais dentro da 
ambiência educativa; 
• compreender a função social da escola dentro do contexto do ambiente não formal na perspectiva 
histórica e cultural; 
• identificar a polivalência da escola tendo por base os ambientes não formais; 
• analisar as concepções epistemológicas na perspectiva da construção dos saberes pedagógicos; 
• identificar os modelos pedagógicos e epistemológicos na perspectiva da construção dos saberes 
pedagógicos; 
• entender a grande contribuição dos modelos pedagógicos para a formação docente; 
• compreender a evolução dos modelos pedagógicos e sua funcionalidade no mundo 
contemporâneo. 
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