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CRE1160 – Ética Profissional – Professor Maurício
Resumo do Capítulo 6
Grupo – Profissionalmente Antiéticos
As Morais Brasileiras
O autor inicia o capítulo introduzindo o conceito de formalismo, uma prática comum ao povo brasileiro, que consiste na oposição entre o discurso e a prática, onde o indivíduo prega uma linha moral a ser seguida, no entanto, na prática não exerce suas ações baseadas na mesma. Ele demonstra o formalismo com um exemplo do filme “Central do Brasil”
A partir disso, defende que as relações de dependência e a lógica da proteção seriam as chaves para tornar a cultura brasileira inteligível. As relações de dependência consistem numa série de atributos que, em última análise, resultam numa forma de inclusão social, com alguns agentes participando das tomadas de decisões e outros acompanhando-as de forma passiva. A lógica por trás dessas relações não embutem apenas dominação, mas também uma forma de proteção, pois aqueles que são considerados submissos desfrutam de diversas garantias asseguradas pelos demais, em troca de sua lealdade.
O autor evidencia essas relações de dependência, relações de “apadrinhamento”, a partir do fato de a maioria dos agentes sociais ascenderem nos escalões organizacionais guindados justamente pelas asas de seus padrinhos, sem necessariamente possuir as competências necessárias para tal ascensão. Coloca ainda que esse padrão vem sido altamente questionado nos tempos atuais, apesar de ainda ocorrer em larga escala. Defende que passamos por um período de profissionalismo nas relações de trabalho, trocando as relações de dependência pela “meritocracia”.
Srour destaca, a partir dessa linha de raciocínio, traços que, até a década de 1980, serviam de arcabouço à identidade social brasileira, tais como a informalidade, o velho ideal de colher frutos sem plantar e o próprio formalismo. Esses traços ou padrões culturais, como enuncia, impossibilitariam, no ambiente corporativo, desenvolver práticas de gestão mais avançadas. No Brasil, por predominarem ainda as tecnologias de produção em massa, de baixo valor agregado, as principais estratégias para com as forças de trabalho são de cunho político, visando um controle disciplinar das mesmas.
A transição, portanto, entre as formas de gestão autoritárias e liberais,vem ocorrendo no Brasil de forma gradativa nas empresas, apesar de ainda permanecer nebulosa entre organizações com outras estruturas.
Após essas análises, o autor introduz as duas morais brasileiras, definindo a moral da integridade e a moral do oportunismo. 
A primeira é definida como o sistema de normas que corresponde ao imaginário oficial brasileiro, configurando o comportamento considerado decente e virtuoso. A moral da integridade seria aquela ensinada em igrejas e escolas e serviria de pauta em tribunais. É caracterizada pela probidade, honestidade, idoneidade, lealdade, confiabilidade, fidelidade aos compromissos e respeito à verdade.
Já a moral do oportunismo é definida como o sistema de normas morais que corresponde ao imaginário oficial brasileiro, configurando o comportamento dito esperto e egoísta. Essa moral consiste no sucesso do agente individual, em detrimento do coletivo, baseando-se na malícia, na hipocrisia e na informalidade. É ainda caracterizada pela malandragem, pelo oportunismo e pela vocação do “levar vantagem em tudo”.
Essa oposição desencadeia o que o autor chama de “ruptura ética”, definida pela contradição e ambigüidade das duas morais: enquanto a moral da integridade considera os oportunistas imorais, a moral do oportunismo considera os íntegros inocentes. A primeira é rígida e condiz com expectativas públicas e a segunda é frouxa e inopinada.
O autor encerra o capítulo colocando que a duplicidade moral está na cabeça de cada indivíduo, sendo impossível se dividir a sociedade em agentes oportunistas e agentes íntegros. A maior parte dos brasileiros estaria no meio termo, oscilando entre as duas morais, e caberia ao senso comum determinar quais ações seriam dignas de qual moral e em quais casos poderia-se fazer uso de cada uma.

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