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Emoções na organizacional


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UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE - UNINORTE 
 
 
 
VIVIANE BRANDÃO MAIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMOÇÕES NA ÁREA ORGANIZACIONAL
Rio Branco – Ac
2018
VIVIANE BRANDÃO MAIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMOÇÕES NA ÁREA ORGANIZACIONAL
Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Educacional do Norte, como parte do requisito para obtenção da nota da N2 da disciplina de Processos Psicológicos Básicos I, ministrada pelo Prof. Pádua Custodio.
Rio Branco, Acre
2018
INTRODUÇÃO
As emoções caracterizam-se por um conjunto de respostas integradas que envolvem alterações fisiológicas e motoras e sentimentos associados a experiências internas. As expressões emocionais são cruciais para o desenvolvimento e regulação das relações interpessoais. Saber lidar com as emoções pessoais e com as dos demais tem se tornado um importante requisito nas relações do indivíduo com a organização. 
A inteligência emocional está interligada a vários aspectos como: escolha de carreira, relacionamento interpessoal no dia a dia de trabalho, resolução de conflitos, saber ouvir e como se fazer entender de maneira correta e obter o resultado esperado. Muito se fala em profissionais que se afastam de suas rotinas devido ao estresse e a falta de qualidade de vida. Estudos mostram que a Inteligência Emocional, objeto deste artigo, irá determinar o potencial do indivíduo para aprender os fundamentos do autodomínio, autoconhecimento e controle emocional. O autocontrole, que resulta da inteligência emocional, o hábito da crítica aos próprios pensamentos e paradigmas aumentam o período de pré- reação, possibilitando ao indivíduo basear suas decisões, principalmente nos picos de tensão, em um número maior de variáveis.
DESENVOLVIMENTO
A regulação emocional cumpre um papel importante no processo de ajustamento social, pois é, por meio dela, que se assegura a qualidade das relações sociais, familiares, de amizade e trabalho. A forma como um indivíduo se manifesta vai interferir no comportamento e nas emoções daqueles que com ele se relacionam, criando, assim, laços sociais mais duradouros. Existem muitos componentes emocionais que influenciam no processo de regulação emocional, fazendo com que a regulação seja mais ou menos efetiva para preservar o bem-estar psicológico.
A regulação emocional focada nos antecedentes ou de ação profunda pode ocorrer por meio da seleção e modificação da situação, atenção posicionada e mudança cognitiva. A seleção da situação é uma estratégia comportamental e, como o próprio nome sugere, consiste em escolher situações diante de um cenário com inúmeras alternativas, com o intuito de evitar emoções indesejáveis ou favorecer a emergência de emoções desejáveis. Para que esse processo ocorra, é necessário o autoconhecimento para perceber que emoções as situações evocam, de modo que o indivíduo possa decidir por uma delas.
Uma situação que potencialmente provoca emoção exige esforços ativos para modificar a situação, de forma a alterar o seu impacto emocional inicial. Essa mudança de curso é denominada modificação da situação e consiste na expressão intencional de uma emoção, com o objetivo de mudar o curso da interação em andamento.
Outra estratégia de regulação emocional profunda é a atenção posicionada que se caracteriza por ser uma estratégia para a mudança do foco de atenção na emoção, que pode ocorrer sob a forma de distração, ruminação e concentração. A distração foca a atenção em aspectos não emocionais da situação ou retira completamente a atenção da situação imediata. Ela faz com que o indivíduo dirija seu pensamento para outros eventos prazerosos. A concentração leva o indivíduo a focalizar a atenção no problema para melhor elaborá-lo. Isso exige a mobilização de recursos cognitivos, deixando os demais aspectos em segundo plano. Essa estratégia de regulação emocional, de acordo com Gross, pode ser considerada uma forma internalizada de selecionar a situação. 
A ruminação também dirige a atenção, porém ela é direcionada aos sentimentos e às consequências deles. A ruminação faz o indivíduo focar demasiadamente a atenção no evento eliciador da emoção negativa e nas consequências negativas, com o objetivo de esgotar as possibilidades que o fazem sofrer pelo evento.
A mudança cognitiva, como outro meio de regular a emoção de maneira antecedente, refere-se à tentativa de alterar o significado da emoção, seja mudando a forma como se pensa sobre a situação ou sobre a sua capacidade de gerenciar as demandas provenientes dela. Essa estratégia pode ocorrer por meio da negação, reinterpretação ou reavaliação do acontecimento. Entretanto, uma forma de mudança cognitiva que tem recebido atenção especial dos estudiosos da área é a reavaliação, que envolve uma mudança significativa de uma situação, de modo a alterar o impacto emocional e gerar maior congruência entre o que o indivíduo sente e o que expressa.
A regulação focada nos aspectos consequentes, estratégia de regulação superficial, ocorre após o indivíduo já ter sido surpreendido pela emoção, tendo que modulá-la, mudando estados fisiológicos pessoais e expressões da emoção. As estratégias superficiais podem ser de quatro tipos: reações fisiológicas, supressão, intensificação ou compartilhamento social. A regulação emocional pode ser feita pelo controle de reações fisiológicas do corpo, sendo comum que o indivíduo utilize exercícios respiratórios e de relaxamento ou até mesmo busque a compensação com o uso de drogas lícitas ou ilícitas, para aliviar tensões emocionais. A regulação emocional superficial feita pela supressão consiste na tentativa de suprimir e não deixar transparecer a emoção sentida. A estratégia de intensificação consiste em ressaltar a emoção, a fim de modular a experiência emocional pessoal e o comportamento da outra pessoa.
É possível descrever a inteligência emocional como a capacidade de: 
• Identificar e compreender os próprios sentimentos; 
• Aceitar as emoções como habilidades aprendidas; 
• Estabelecer o controle quando as emoções se manifestam;
 • Identificar o reflexo das emoções no comportamento e na motivação;
 • Gerenciar as emoções a fim de influenciar positivamente a manifestação dos sentimentos com a aplicação de técnicas, análise e direcionamento sistemático;
 • Adquirir a capacidade de identificar os sentimentos dos outros para atuar no desenvolvimento efetivo e eficaz de relacionamentos com pessoas e grupos. 
A proposição inicial de Mayer e Salovey para a inteligência emocional classificou seus fundamentos em cinco domínios: autoconsciência, lidar com emoções, motivar-se, reconhecer emoções nos outros e lidar com os relacionamentos. Esta foi adaptada e então modificada após os estudos de Goleman ao considerar a importância dos talentos emocionais para o trabalho que é composto de capacidades vitais denominadas competências emocionais que são habilidades adquiridas, apreendidas e desenvolvidas ao longo da vida, estando distribuídas em cinco dimensões: 
 Auto percepção – saber o que estamos sentindo num determinado momento e utilizar as preferências que guiam nossa tomada de decisão; fazer uma avaliação realista de nossas próprias capacidades e possuir uma sensação bem fundamentada de autoconfiança.
 Auto regulação – lidar com as próprias emoções de forma que facilitem a tarefa que temos pela frente, em vez de interferir com ela; ser consciencioso e adiar a recompensa a fim de perseguir as metas; recuperarmo-nos bem de aflições emocionais. 
 Motivação – utilizar nossas preferências mais profundas para impulsionar-nos e guiar-nos na direção de nossas metas, a fim de ajudar a termos iniciativa e a sermos altamente eficazes, perseverando diante de reverses e frustrações. 
 Empatia – pressentir o que as pessoas estão sentindo, sendo capaz de assumir sua perspectiva ao cultivar o rapport e a sintonia com uma ampladiversidade de pessoas. 
 Aptidões Sociais – lidar bem com as emoções nos relacionamentos e ler com precisão situações e redes políticas; interagir com facilidade e utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em equipe.
Quando se considera que a regulação emocional é fundamental para a adaptação do indivíduo ao meio onde está inserido, já que ele atualmente passa, em média, um terço do dia no trabalho, o desenvolvimento dos estudos de estratégias emocionais no ambiente de trabalho é de grande relevância. Miller, Considine e Gardner destacam cinco tipos de emoções no contexto de trabalho: as emoções demandadas pelas organizações, emoções demandadas pela ocupação do cargo, emoções com o trabalho, emoções no trabalho e emoções em relação ao trabalho.
 As emoções demandadas pela organização se referem a manifestações emocionais canalizadas para o cumprimento de normas e regras estabelecidas pela organização. Clientes têm demandando, cada vez mais, melhor atendimento por parte dos trabalhadores, o que contribui para o aumento da cobrança de comportamentos mais condizentes com tais demandas. Nem sempre o trabalhador está emocionalmente disposto a atender bem seus clientes, o que pode levar à dissonância emocional, fazendo com que ele utilize estratégias de regulação superficiais ou profundas.
A estratégia de regulação emocional superficial está relacionada à manifestação de emoções que o indivíduo, efetivamente, não está sentindo, como se colocasse uma máscara, a fim de esconder suas reais emoções. A estratégia de regulação profunda, por sua vez, envolve uma mudança interior que leva à expressão emocional condizente com o contexto organizacional. As emoções demandadas pela organização nem sempre podem ser consideradas autênticas, pois, muitas vezes, há incongruência entre as emoções sentidas pelos trabalhadores e aquelas que a organização acredita que sejam importantes de serem exibidas para atingir suas metas.
As emoções demandadas pela ocupação se referem às expressões emocionais compatíveis com a natureza da profissão ou do cargo que o indivíduo ocupa. Nesse caso, existe uma tendência maior de o indivíduo manifestar emoções positivas, se comparadas com as demandadas pela organização, ou seja, o processo de identificação permite que as emoções sejam manifestações mais autênticas. De acordo com Miller et al., enfermeiras, terapeutas, assistentes sociais, conselheiros e professores podem ser analisados sob essa perspectiva, pois a qualidade das relações interpessoais é central nessas ocupações. As demandas emocionais desempenham um papel relevante nas relações com seus clientes.
As emoções com o trabalho estão relacionadas àquelas que emergem nas relações com os colegas de trabalho. Por compartilharem muitas experiências e, consequentemente, muitas emoções, as relações de trabalho tendem a gerar intimidade entre os colegas. Essas, de acordo com os autores Miller et al., talvez sejam as relações que provoquem emoções mais significativas, principalmente por existir a identificação dos colegas, expressa por meio do suporte emocional.
As emoções no trabalho são referentes às emoções que surgem fora do ambiente de trabalho, mas repercutem no contexto de trabalho, como problemas familiares, luto pela perda de alguém querido, entre outras situações. Por fim, as emoções em relação ao trabalho são aquelas que têm como foco o próprio trabalho e estão relacionadas à satisfação.
Diante do estudo das estratégias de regulação emocional, os esforços se dirigem no sentido de compreender como tais fenômenos ocorrem no ambiente laboral, a fim de auxiliar os indivíduos a se ajustar melhor às demandas do mundo do trabalho atual, preservando o seu bem-estar.
É cada vez mais importante a participação da liderança na administração das emoções no ambiente corporativo. Esta importância está associada ao fato de que pessoas são os recursos mais importantes dentro de um sistema produtivo, pois pensam, agem e monitoram seus procedimentos levando em consideração o ambiente em que vivem. Considera-se necessário que os profissionais que ocupam cargos de liderança possuam habilidades para lidar com suas emoções. Segundo Sobral e Peci “[...] liderança é a capacidade de usar o poder para influenciar o comportamento dos seguidores”. A liderança designa o sucesso do comando dos colaboradores para alcançar finalidades específicas, recebendo enfoque comportamental dentre os membros da organização. O líder atua em uma organização, tal qual em uma família. É designado gestor e precisa conscientizar-se da sua importância à medida que executa ações que são aceitas por todos os membros.
O despreparo emocional ocasiona vários problemas. Um deles, normalmente encontrado, são líderes sem nenhum preparo emocional, que se utilizam dos seus cargos para menosprezar os demais, que usam a autoridade e o poder, que explodem ao menor sinal de tensão, que afastam e não atraem seus liderados, fazendo do ambiente de trabalho um verdadeira balburdia emocional. O gestor é responsável por um processo de mudanças e dinâmico em seu cotidiano, seu poder político social. Entende-se, desse modo, que além de espectros pragmáticos, os futuros (e atuais) líderes necessitam desenvolver habilidades emocionais para a condução de seus processos, haja vista que organizações são células sociais formadas essencialmente por pessoas, com as mais variadas características e percepções.
A gestão do estresse no ambiente de trabalho deve ter como principal objetivo à melhoria da qualidade de vida e isso deve estar assegurado na política de qualidade e recursos humanos da empresa e identificado em sua visão e missão. Um programa de gestão do estresse no trabalho deve ser sempre encarado com muita responsabilidade e comprometimento de todos os níveis de liderança da empresa. Ele deve contemplar os seguintes critérios:
 Avaliação sistemática dos níveis de estresse no ambiente de trabalho;
Aumento da variedade de rotinas através do rodízio de funções a fim de evitar a monotonia dos trabalhos repetitivos;
 Evitar o excesso de horas extras, pois isso acarreta em desgaste orgânico, ou selecionar pessoas com aptidão física para suportar um maior volume de horas de trabalho; 
 Melhorar as condições físicas do trabalho com a adoção de ferramentas adequadas às pessoas e as tarefas ale de um ambiente físico adequado conseguido com o apoio da ergonomia; 
 Investir no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos funcionários, oportunizando a realização de cursos profissionais
 Oferecer oportunidades para que os funcionários possam apresentar ideias que melhorem a qualidade e produtividade da empresa, sempre dando feedback para essas ideias;
 
O estresse negativo, é um problema de saúde pública que afeta todas as camadas da sociedade e a maior parte dele tem relação com o modelo socioeconômico dominante no atual contexto. Logo a gestão do estresse corporativo é uma ação de responsabilidade social digna de empresas comprometidas com o desenvolvimento equilibrado de nossa sociedade.
O mercado de trabalho requer profissionais versáteis, tolerantes, que sejam capazes de desenvolver-se em cenários tempestivos, gerenciando crises e que sejam capazes de absorver e utilizar sempre que necessário em suas decisões novos conceitos e situações pelas quais já passaram. O novo profissional que surge na era da informação deve ter mais que habilidades técnicas, mas habilidades conceituais e de comunicação, que possam ampliar seus horizontes, num processo de crescimento que não acontece individualmente, mas em conjunto com as organizações onde ele se encontra integrado. O profissional procurado pelas organizações é aquele que tem a sensibilidade necessária para adaptar-se à nova realidade existente, o mundo organizacional se transformou nos últimos anos e mais do que nunca é necessário que o profissional tenha como lema adaptabilidade e motivação.
CONCLUSÃOÉ possível perceber que a inteligência emocional é fator de muita importância nas organizações contemporâneas, apesar de não ser o único fator que determina o sucesso ou fracasso do indivíduo. É necessário observar que os tempos atuais são de incerteza, ao mesmo tempo em que a mudança é a única constante. O ambiente organizacional e o comportamento das pessoas envolvidas é fascinante, esse é um tema que merece muita atenção e muitos estudos, devido a sua complexidade e importância na vida de todos nós. Devido a toda essa complexidade e mutação faz-se necessário cada dia mais desenvolvermos nossas habilidades enquanto indivíduos flexíveis, capazes da adaptação nesse ambiente incrível.
REFERÊNCIAS 
- A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL
http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_M_036.pdf
- EMOÇÕES NO TRABALHO 
file:///D:/CCE/Desktop/Adriana_Pires.pdf
 
- A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL 
http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/a-importancia-da-inteligencia-emocional-no-ambiente-organizacional/92543/