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Pierre Bourdieu e a Teoria da 
Reprodução
Pierre Bourdieu (França, 1930-2002)
Oriundo de famíla camponesa, tornou-se professor
universitário;
Escritos de grande repercussão nas décadas de 60 e 70,
especialmente: A Reprodução.
Contexto da Década de 60/70
� transformações políticas, éticas, sexuais e comportamentais.
Marco para os movimentos ecologistas, feministas, das
organizações não-governamentais (ONGs) e dos defensores
das minorias e dos direitos humanos;
� Em 1968: Rejeição aos “aparelhos ideológicos”, aos processos
de manipulação da opinião pública.
� A busca pelas razões do fracasso escolar deixa de se
concentrar no aluno e sua família, para se focar na
Final da década de 60 – Crítica radical
Sociologia do aluno Sociologia da escola
concentrar no aluno e sua família, para se focar na
escola;
� Culpar o aluno e sua família pode ocultar a
responsabilidade das escolas.
Pessimismo na Educação:
�Sistema elitista;
�Desvalorização dos diplomas em função da
massificação do ensino;
Baixo retorno social e econômico;�Baixo retorno social e econômico;
�Sentimento de “promessas falsas”;
�Sentimento de “geração enganada”.
Crítica ao Sistema
Diferenciação dos estabelecimentos de
ensino;
Desvalorização dos diplomas, para assim
garantir a perpetuação das diferenças degarantir a perpetuação das diferenças de
classe.
�“Translação educacional” (P. Bourdieu)
�“Inflação educacional” (R. Collins)
A teoria de Bourdieu
� Influência de Marx, Weber e Durkheim;
� Não crê na total autonomia e consciência do indivíduo.
Isso é uma ideologia;
� As estruturas sociais (família/classe social) moldam o
indivíduo.
Como?Como?
� A família incorpora o habitus da classe social a que
pertence e repassa para os filhos;
� A bagagem cultural é herdada dos pais (herança
cultural) de forma osmótica e contribui para a formação
do habitus dos filhos.
Herança Cultural:
� Comportamentos
� Gostos
� Aptidões
� Ambições
� Postura
�Modos de se expressar, vestir, etc.
� Capital Cultural
Para Bourdieu não é apenas o capital econômico que
se passa de pai pra filho, mas também o capital
social e o capital cultural.
Capital Social: Conjunto de relacões sociais: quem
conhece? Têm influência?
Capital Cultural: Conjuntos de conhecimentos e referências,
domínio da língua e das artes que facilitam o
desempenho escolar.
C. Cultural incorporado: habitus
C. Cultural objetivado: bens materiais: quadros, livros, etc;
C. Cultural institucionalizado: diplomas
Capital 
Cultural
Capital 
Econômico
Capital 
Social
Famílias de:
Capital cultural baixo: 
pouco investimento em escolarização (- chances de sucesso);
Baixas expectativas;
Pouco acompanhamento da vida escolar dos filhos;
Privilegiam carreiras curtas: técnicas e profissionalizantes.
Capital cultural médio: 
Muito investimento em escolarização (+ chances de sucesso);
Altas expectativas;
Muito acompanhamento;
Sacrifício em prol dos estudos dos filhos;
Planejamento familiar
“boa vontade cultural”
• Capital Cultural alto:
Muito investimento em escolarização dos filhos;
Sem sacrifícios, com naturalidade;
O fracasso é improvável;
Não precisam de ascensão social.
A educação pode ser um investimento de alto risco para famíliasA educação pode ser um investimento de alto risco para famílias
mais pobres. As classes sociais incorporam de forma intuitiva
as experiências de sucesso e fracasso em seu meio. Os
membros traçam metas inconscientes: sabem até onde
podem chegar.
A Escola
Há uma ideologia de que a escola é neutra;
A cultura escolar é a cultura da classe dominante, portanto
não favorece as classes mais baixas;
Há hierarquia entre culturas?Há hierarquia entre culturas?
Para Bourdieu não há uma cultura “superior” por isso a
cultura escolar foi escolhida arbitrariamente;
Tudo na escola, até os conteúdos curriculares são frutos dos
interesses das classes dominantes;
� Para a classe dominante, a educação escolar representa
continuidade à educação familiar;
� Ao tratar como iguais crianças com bagagens culturais
diferentes, é natural que crianças com maior capital
cultural vá melhor na escola, eliminando continuamente
as classes desfavorecidas;
� Ao fazer isso: a escola legitima e reproduz as
desigualdades de classe;
� A escola é dissimulada: convence de que as diferenças de
desempenho se explicam pela capacidade cognitiva e
força de vontade.
A escola exerce a violência simbólica: 
� Favorece a aprendizagem aos que já são favorecidos 
culturalmente;
� Emite julgamentos culturais e morais que vão além da 
avaliação da aprendizagem dos conteúdos: os destinos 
escolares são traçados a partir da:
� Elegância verbal;
� Desenvoltura intelectual;
� Comportamento;
� Aparência, etc.
Elementos que são fruto da socialização familiar e não do
trabalho escolar.
Críticas:
A classe social não é suficiente para explicar as
práticas educativas das famílias;
Há muitas variações mesmo dentro das mesmas
classes;classes;
O habitus familiar não necessariamente é o
habitus de classe;
• A transmissão da herança cultural não se dá 
por osmose;
• Indivíduos e suas famílias não se reduzem à 
posição de classe;
• As escolas e os professores não são todos 
iguais: existem muitas variações.
Na Paraíba, um estudante pobre, com renda familiar de no máximo
um salário mínimo, tem apenas 3% de possibilidade de estar no
grupo de 10% dos candidatos do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) que obtêm as melhores notas.
Um estudante considerado rico, com renda a partir de nove salários
mínimos, possui a probabilidade de 49% de fazer parte do grupo
das melhores notas. Em comparação, um estudante pobre
precisa se esforçar 16 vezes mais que um estudante considerado
rico.rico.
O relatório aponta ainda que, além da renda familiar, o grau de
escolaridade dos pais dos estudantes interfere diretamente no
desempenho no Enem. A possibilidade de um estudante filho de
mãe analfabeta tirar uma nota superior à média nacional é de
aproximadamente 27% contra 69% caso a mãe seja graduada,
aponta o estudo.
Fonte: http://www.clickpb.com.br/noticias/educacao/paraibano-pobre-tem-apenas-3-de-
chances-de-ter-boa-nota-no-enem-diz-estudo/
Duas pesquisas da USP indicam que alunos negros têm maior
possibilidade de fracassar na escola do que os brancos. Para os
pesquisadores o menor êxito dos negros é resultado de
condições socioeconômicas e culturais. Um deles é o
preconceito desenvolvido por professores (...)
O conjunto de fatores determina que, quando os estudantes
chegam ao 6º ano do ensino fundamental, 7% dos alunos
brancos tenham mais de dois anos de atraso escolar, e entre os
negros, o indicador chega a 14% (...)
O artigo é baseado no questionário socioeconômico da Prova
Brasil 2011 (...). No Norte e no Nordeste, a probabilidade de umBrasil 2011 (...). No Norte e no Nordeste, a probabilidade de um
aluno preto repetir o ano ou abandonar a escola é
respectivamente 53% e 52%. Para os alunos pardos, o índice
chega a 47% e a 45%. Nas mesmas regiões, a possibilidade de
fracasso entre alunos brancos é 46% na Região Norte e 44% na
Região Nordeste. O Sudeste apresenta os menores índices
nacionais, 36% para os alunos pretos, 27% para os pardos e 22%
para os brancos.
• Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/destaques/estudantes-negros-
tem-maior-probabilidade-de-insucesso-na-escola-dizem-pesquisas/

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