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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Equações Diferenciais - Exercícios Programados 01 Soluções Exercício 1 Resolva a equação diferencial y′ = 2x 1 + x2 utilizando uma mudança de variáveis conveniente. Solução: Sabemos que resolver a equação diferencial y′ = 2x 1 + x2 equivale a calcular a família de primitivas ∫ 2x 1 + x2 dx. Para calcular essa família de primitivas, fazemos a mudança de variáveis u = 1 + x2. Então du = 2x dx. Temos,∫ 2x 1 + x2 dx = ∫ du u = ln|u|+ c = ln(1 + x2) + c Portanto a resposta é: A solução geral de y′ = 2x 1 + x2 é dada por y(x) = ln(1 + x2) + c, onde c representa uma constante real arbitrária (ou - melhor dizendo - um parâmetro ral). Comentário: Note que, apesar de só existirem logaritmos reais de números positivos, não precisamos utilizar o módulo na última passagem, já que 1 +x2 é sempre positivo (qualquer que seja o x escolhido), e portanto |1 + x2| = 1 + x2 Exercício 2 Resolva, utilizando integração por partes: a) dy dx = x e−2x b) dy dx = x2 sen x Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1 Solução: a) dy dx = x e−2x Temos: dy dx = x e−2x ⇐⇒ y(x) = ∫ xe−2x dx. Fazendo as mudanças de variáveis[ u = x du = dx dv = e−2x dx v = ∫ e−2x dx = −1 2 e−2x ] a fórmula de integração por partes no dá∫ xe−2x dx = x · ( −1 2 ) e−2x − ∫ −1 2 e−2x dx. Calculando a última integral: − ∫ −1 2 e−2x dx = −1 4 e−2x + c; Portanto, a solução geral de dy dx = x e−2x é y(x) = 1 2 x e−2x − 1 4 e−2x + c b) dy dx = x2 sen x dy dx = x2 sen x ⇐⇒ y(x) = ∫ x2 sen x dx. Este exercício é semelhante ao anterior, mas precisamos aplicar o processo de integração por partes duas vezes: Primeiramente, façamos as mudança de variáveis[ u = x2 du = 2x dx dv = sen x dx v = ∫ sen x dx = −cos x ] Assim, ∫ x2 sen x dx = x2(− cos x) − ∫ (− cos x) dx = −x2 cos x+ 2 ∫ x cos x dx. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1 Para calcular ∫ x cos x dx usamos novamente a técnica de integração por partes. Fazemos[ u = x du = dx dv = cos x dx v = ∫ cos x dx = sen x ] Portanto ∫ x cos x dx = x sen x ∫ sen x dx Daí ∫ x2 sen x dx = −x2 cos x+ 2 [x senx− ∫ sen x dx] = −x2 cos x+ 2 x sen x+ 2 cos x+ c A solução geral de dy dx = x2 sen x é y(x) = −x2 cos x+ 2 x sen x+ 2 cos x+ c Exercício 3 Determine a solução da equação y′ = x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 que passa pelo ponto (1,2) Solução: y′ = x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 ⇐⇒ y(x) = ∫ x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 dx; fatorando o denominador da função racional, o integrando pode ser escrito como x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 = x3 + 3x− 1 (x− 2)(x+ 2)x2 = A x− 2 + B x+ 2 + C x + D x2 . Eliminando os denominadores, obtemos x3 + 3x− 1 = Ax2(x+ 2) +Bx2(x− 2) + C(x− 2)(x+ 2) +Dx(x− 2)(x+ 2) ou ainda Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1 x3 + 3x− 1 = (A+B +D)x3 + (2A− 2B + c)x2 − 4Dx− 4C Igualando os coeficientes das poitências de x: A+B +D = 1 2A− 2B + C = 0 −4D = 3 4C = −1 Daí D = −3/4, C = 1/4, A = 13/16, B = 15/16 Então x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 = 13 16 · 1 x− 2 + 15 16 · 1 x+ 2 − 3 4 · 1 x + 1 4 · 1 x2 Logo∫ x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 dx = 13 16 ∫ dx x− 2 + 15 16 ∫ dx x+ 2 − 3 4 ∫ dx x + 1 4 ∫ dx x2 = 13 16 ln|x− 2|+ 15 16 ln|x+ 2| − 3 4 ln|x| − 1 4x + c A solução geral de dy dx = x3 + 3x− 1 x4 − 4x2 é y(x) = 13 16 ln|x− 2|+ 15 16 ln|x+ 2| − 3 4 ln|x| − 1 4x + c Para completar o exercício, precisamos determinar (caso seja possível) a solução que passa pelo ponto (1, 2), isto é a solução que vale 2, quando x = 1. Isto equivale a determinar o valor de c que satisfaz à igualdade 2 = 13 16 ln|x− 2|+ 15 16 ln|x+ 2| − 3 4 ln|x| − 1 4x + c, ou seja, devemos ter 2 = 13 16 ln| − 1|+ 15 16 ln|3| − 3 4 ln|1| − 1 4 + c Daí conclui-se que c = 2 + 1 4 − 15 16 ln|3| e a solução procurada é Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1 y(x) = 13 16 ln|x− 2|+ 15 16 ln|x+ 2| − 3 4 ln|x| − 1 4x + 9 4 − 15 16 ln|3| Exercício 4 Calcule, usando o Teorema Fundamental do Cálculo, a derivada de F (x) = ∫ x a sen10(t) dt Solução: Uma das maneiras de (tentar) resolver o exercício dado é utilizar a fórmula de recorrência ∫ senn(x) dx = −sen n−1 x cos x n + n− 1 n ∫ senn−2x dx+ c. (Obs: É possível obter esta fórmula a partir da fórmula de integração por partes e usando indução.) Depois é só avaliar em x e em a, subtrair uma da outra e · · · derivar. No exercício dado, temos n = 10 e vamos precisar aplicar a fórmula de recor- rência umas cinco vezes, o que torna a solução, no mínimo, muito �cara�. Um problema bem pior é que algumas vezes (muitas vezes ) não conhecememos fórmulas de recorrência, e nem sabemos fazer mudanças de variáveis quer per- mitam calcular as integrais. Precisamos encontrar de um método alternativo. E este método utiliza nossos conhecimentos sobre a equação diferencial fundamental. Ele parte da observação de que qualquer derivada de ∫ x a sen10(t) dt não é nada além de uma solução da equação diferencial y′ = sen10(x) Quem nos garante isso é o 1 0 Teorema Fundamental do Cálculo . Vamos recordar o seu enunciado: Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1 Seja f Riemann-integrável em [a,b], e defina F em [a,b] por F (x) = ∫ x a f(t) dt. • Se f é contínua em c ∈ [a, b], então F é derivável em c, e F ′(c) = f(c) • (Se c = a ou b, então F ′(c) é entendido como sendo a deriva à direita ou à esquerda de F em c) Obs: Em particular, quando f é contínua em todos os pontos de um intervalo aberto, o qual pode ser o intervalo R = (−∞,+∞), então F (x) = ∫ x a f(t) dt é derivável naquele intevalo e F ′(x) = f(x) em todos os pontos do intervalo. P MAS ISTO SIGNIFICA EXATAMENTE QUE F É UMA PRIMITIVA DE f NO INTERVALO CONSIDERADO!!! Ou seja: F (x) = ∫ x a f(t) dt É UMA SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL dy dx = f(x). Ou ainda, observando que x 7→ sen10(x) é contínua em R, temos que as derivadas de F (x) = ∫ x a sen10(t) dt são as soluções da equação diferencial dy dx = F ′(x) e a resposta é simplesmente F ′(x) = sen10(x) Exercício 5 Calcule a derivada de F (x) = ∫ b a x 1 + t2 + sen2 t dt Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1 Solução: Neste exercício, os limites de integração são números bem determinados. Não estamos nas condições do 1 0 teorema fundamental do cálculo. Mas, observemos que a variável de integração é t, e que o x que está no numerador do integrando é uma constante com relação à integração. Podemos escrever: F (x) = x ∫ b a 1 1 + t2 + sen2 t dt, e notamos imediatamente que F (x) é da forma F (x) = αx, com α = ∫ b a 1 1 + t2 + sen2 t dt. Temos imediatamente que F ′(x) = α = ∫ b a 1 1 + t2 + sen2 t dt. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2008/1
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