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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Planejamento e estratégia O planejamento, conforme descrição de Oliveira (2013) refere-se ao planejamento de ações de uma determinada organização, criado pelo setor responsável para orientar atividades a curto, médio e longo prazo, direcionando a missão das organizações e definindo as principais prioridades. Segundo Sampaio (2008), o planejamento pode ser entendido como um processo contínuo e dinâmico, que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar que as decisões sejam tomadas antecipadamente. Estas ações, conforme o autor, devem ser identificadas com o objetivo de permitir a sua execução de forma adequada, considerando diversos aspectos, tais como prazo, custos, qualidade, segurança e desempenho, dentre outros elementos condicionantes. Seu propósito, de acordo com Oliveira (2013), consiste no desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, que tem por objetivo a facilitação da tomada de decisão no futuro de uma maneira bem mais célere, coerente, eficiente e eficaz, proporcionando, assim, uma situação viável para avaliar situações futuras de decisões presentes, em função dos objetivos empresariais. Dessa forma, conforme o autor, o exercício sistemático do planejamento tenderia a reduzir a incerteza envolvida nos processos decisórios, provocando, em consequência, o aumento da probabilidade de realização dos objetivos, desafios e metas estabelecidas para a empresa. Já Dornelas (2001) o trata como uma das fases do ciclo do projeto na qual são organizadas as atividades, recursos e documentos necessários à execução do projeto. Engloba, assim, o detalhamento de tudo aquilo que será realizado pelo projeto, incluindo cronogramas, interdependências entre atividades, alocação de recursos envolvidos, análise de custos etc. O objetivo é que, ao final, o projeto esteja suficientemente detalhado para ser executado, sem dificuldades e imprevistos. É nesse momento que, conforme este autor, os planos auxiliares de comunicação, qualidade, riscos, suprimentos e recursos humanos também seriam desenvolvidos. O planejamento estratégico trata de um método que auxilia na análise de questionamentos e problemas recorrentes dentro da corporação. Segundo Mintzberg (2004), o planejamento significa pensar antecipadamente nos riscos e analisar previamente os objetivos e ações a serem tomadas, baseando seus atos em métodos ou planos concisos e bem definidos. O autor ainda afirma que o ato de planejar auxilia na transformação de pretensões de estratégias em realizações, sendo este o primeiro passo para a implementação de mudanças. O conceito de estratégia foi difundido de forma mais incisiva com as civilizações gregas como forma de obter sucesso nas batalhas contra inimigos (GHEMAWAT, 2000). Com o passar do tempo, a ideologia estratégica passou a tomar forma, porem trazendo muitas contradições nos estudos do campo da administração, por conta da usabilidade de termos e condições de forma global, ao passo que em algumas situações era empregado somente em ocasiões pontuais, gerando diferença na conceituação de estudiosos da área. Com todo o estudo acerca do conceito genérico da estratégia, tem-se como sendo a determinação de oportunidades, capacidades e valores a fim de, por meio de uma integração de fatores, buscar a missão de uma organização, uma vez que esse conceito estratégico auxilia na delimitação do comportamento organizacional, gerindo mudanças necessárias pela inserção num mercado cada vez mais global e competitivo (MINTZBERG, 2004) O principal item de condicionamento da metodologia estratégica traça a observação e busca do cumprimento da missão da organização (KOTLER, 1989). Isso se dá pois, em suma, os contextos de inserção das organizações acabam por fornecer grandes variações de estratégia a serem dotadas, bem como diversos caminhos que podem auxiliar na defesa dos ideais da organização e na busca pelas melhorias e atingimento da missão designada á organização. Formar uma estratégia requer muito da organização como um todo, necessita de engajamento e busca pela melhoria contínua sempre para a manutenção das condições de mudanças impostas, variando de acordo com o mercado de inserção e com as atividades a serem desempenhadas, necessitando que sejam tomadas ações de cunho personalizado a cada organização, para que seja traçada a melhor forma de mitigação de riscos. Riscos são partes constantes do cotidiano corporativo e do empreendedorismo, sobretudo voltados à economia (MINTZBERG, 2004). Podem ser embasadas na decisão de investimento de capital, contratação de profissionais, obtenções de benefícios e uma série de atividades em que haja previsão de retorno, ainda que a médio ou longo prazo. Tudo isso pode culminar em vertentes que possam diminuir ou inviabilizar o resultado almejado para crescimento, tanto individual como corporativamente. Os riscos podem ser originados interna e externamente. As atenções devem ser voltadas de forma a monitorar movimentos concorrentes, consumidores, oscilações de mercado financeiro, mudança de regimentos, regulamentações, normas e outros a nível de legislação, bem como a inserção de outras tecnologias por exemplo. Mitigar os riscos passa por uma sistemática complexa que trata da investigação e análise dos riscos inseridos na atividade. A análise de riscos consiste no processo de avaliação de eventos e possíveis impactos, além da probabilidade de acontecerem. De forma estatística, definem parâmetros de aceitação para viabilizar, ou não, determinado negócio/atividade. Pode ser dividida de forma a traçar um passo a passo de atuação, de acordo com o andamento e seriedade de avaliação e resultados. A objetivação de melhoria das condições e traçado de um plano estratégico passa por diversas etapas, porém o início é dado com a verificação acerca dos ambientes internos e externos, assim como a influência de cada um desses ambientes na geração de valor ao produto ou serviço a ser prestado e na busca pela melhoria na concorrência e na competitividade. 2.2 O processo de tomada de decisão Shimizu (2001) elucida que, frequentemente, as organizações têm problemas relacionados à tomada de decisão. Quando essa decisão cabe somente a um indivíduo, na resolução de problemas particulares ou individuais, esse processo é mais simplista e menos dotado de conotações amplas por conta da capacidade informal de tomada de decisão. Porém, quando a mesma condição é aplicada à uma organização, este processo se torna mais amplo e, consequentemente, mais complexo. Dessa forma, dentro do ambiente corporativo, a tomada de decisão deve ser feita de forma formalizada e detalhada, para que haja consistência e transparência na resolução do problema. A decisão deve ser tomada frente a situações que oferecem duas ou mais condições de resolução para a situação, gerando um condicionamento de escolha. Isso aplica-se também nas condições onde, em tese, há uma única saída satisfatória para a resolução, mas ainda pode-se considerar a possibilidade de fazer ou não essa atividade (GOMES & GOMES, 2012). Dessa forma, Abramczuk (2009, p.25) define a decisão como: [...] Ato ou efeito de decidir. Decidir significa escolher uma dentre várias alternativas de ação que se oferecem para alcançar determinado propósito e renunciar a todas as outras. Toda decisão é, portanto, um processo que envolve simultaneamente escolha e renúncia. O conceito de tomada de decisão das grandes organizações passa pela consideração de análise quantitativa e qualitativa desses quesitos, uma vez que, nos dias atuais, as empresas estão cada vez mais inseridas num contexto de mercado globalizado e competitivo, devendo então verificarformas de reduzir custos e aumentar a lucratividade, por meio dessas tomadas de decisão abrangentes, rápidas e cada vez mais assertivas (GOMES & GOMES, 2012). Shimizu (2001) afirma que o processo de tomada de decisão é de grande grau de dificuldade e complexidade, pois abrange diversas variáveis e questões a serem postas a prova. Para isso, é necessário que haja a estruturação do processo de tomada de decisão, que pode ser dividido em três níveis, sendo eles o sistema estruturado, semiestruturado e não estruturado. De acordo com Gonçalves (2012), uma das características desse processo é que, para cada nível de tomada de decisão, são necessárias novas condições de informação para os diferentes modos de exibição. O nível estratégico traz como principal relevância a estrutura organizacional como um todo, gerando valor a informação de forma macro. No nível tático, que também pode ser considerado como nível estratégico segundo Gomes e Gomes (2012), há a abrangência de certos quesitos e aspectos relevantes à estrutura da organização, mas não considerando-a em sua totalidade. Assim, o condicionamento da informação se dá por grupos, considerando a necessidade de obtenção de informação referente a cada setor. E por fim, o nível operacional que traz as considerações de influência das partes da organização de forma específica, criando condições para a execução das tarefas rotineiras, considerando então o nível da informação de forma detalhada. 2.3 A gestão de pessoas Dentro da organização, a gestão de pessoal engloba diversos aspectos, estando diretamente relacionados à estrutura organizacional, à cultura da empresa e o contexto de ambiente ao qual se está inserido, que tem influência direta com os colaboradores e com suas realidades e vivências (PIRES; MACEDO, 2006). Uma gestão de pessoas corretamente realizada torna possível a obtenção de resultados expressivos, perpetuando assim a organização. Num mercado tão competitivo como observado atualmente por conta da globalização, é necessário que sejam utilizadas ferramentas para o correto gerenciamento dos recursos humanos distribuídos dentro de uma organização a fim de fazer com que todos os segmentos da mesma estejam rumando numa mesma direção. Isso demonstra a preocupação com o capital humano e com aqueles que farão com que o trabalho seja levado adiante e os produtos e serviços sejam de fatos produzidos e entregues (CHIAVENATO, 1995). Realizar o planejamento de recursos humanos é de grande importância por conta da possibilidade de avaliar as necessidades e dificuldades encontradas pelos colaboradores e os recursos humanos dentro da organização, sanando os possíveis problemas e configurando a descrição de Chiavenato (1995) para recursos humanos, como sendo estes “...os únicos recursos vivos capazes de processar outros recursos, inermes e inertes. A gestão de RH é de suma importância às organizações, sendo cada vez mais valorizadas dentro das organizações. Pires e Macedo (2012) elucidam que há diversas práticas que auxiliam no sucesso de uma organização, sendo elas: a. Senso de segurança no emprego; b. Seletividade no recrutamento; c. A oferta de altos salários; d. O pagamento de incentivos; e. Tornar o funcionário acionista; f. Compartilhamento de informações; g. A participação e a delegação de poder (empowerment); h. A formação de equipes autônomas de trabalho e o redesenho de tarefas; i. O treinamento e o desenvolvimento de habilidades; j. O job-rotation, ou rotação de cargos; k. O igualitarismo simbólico (eliminar símbolos que separam ou discriminam as pessoas); l. A menor distância entre as diversas faixas salariais; m. A promoção interna; n. As perspectivas em longo prazo; o. A definição e aplicação de medidas de avaliação das políticas de gestão de pessoas; p. A definição de filosofias ou visões dominam que indiquem os modos de os indivíduos lidarem com as questões cotidianas (ou valores explícitos de uma cultura organizacional). Embora haja essas premissas relacionadas à gestão de pessoas, as organizações devem mudar de forma contínua, buscando sempre formas de promover uma melhor condição aos colaboradores em prol da organização. Assim, conforme descreve Fleury (2002, p.43): O interesse pela racionalização e pela inovação da empresa são de fundamental importância para torná-la ágil e para fazer com que ela possa acompanhar os grandes avanços da tecnologia que se fazem presentes. Quando a economia é mais estável, a importância da tecnologia para a competitividade empresarial atinge um nível de conscientização mais amplo, que se alastra por toda a sociedade. Essa consciência nos leva a incentivar as inovações na empresa, ou pelo menos a busca delas, levando as empresas a adotarem uma mentalidade mais voltada para os aspectos tecnológicos. Sem uma estratégia de inovação, que favoreça a evolução do conhecimento científico, do desenvolvimento tecnológico e da modernização do setor produtivo, dificilmente se poderá trilhar o longo caminho para se enfrentar os desafios que o futuro nos proporcional. 2.4 A organização militar Segundo Rocha (2009), a organização militar forneceu contribuições significativas ao aperfeiçoamento de diversas teorias relacionadas á Administração e Gestão, já que as organizações em linha tiveram suas origens baseadas nas organizações militares desde a Idade Média, onde cada superior possui autoridade absoluta e exclusiva sobre os comandados. As organizações militares possuem núcleo com o princípio da unidade de comando, onde quanto maior a escala de hierarquia maior o poder da responsabilidade e das tomadas de decisão. Esses conceitos eram observados com melhor identificação em táticas de guerra, uma vez que cada militar deve ter conhecimento do que executar e do que espera-se dele, obedecendo assim o princípio da direção, esperando-se a proatividade (LACOMBE, 2011). Como exemplo, pode-se citar Napoleão e sua forma de conduta, conforme descreve Pires e Macedo (2006, p.47): Mesmo Napoleão Bonaparte (1769-1821), o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem explicar o seu objetivo e certificar-se de que o haviam compreendido corretamente. Ainda à época de Napoleão, cada general supervisionava a totalidade do campo de batalha. As guerras de maior alcance e de âmbito continental exigiram novos princípios de organização conduzindo a um planejamento e controle centralizados em paralelo com operações descentralizadas, ou seja, passou-se à centralização do comando e a descentralização da execução. Isso porque, em épocas de guerra, era necessário que houvessem técnicas e estratégias bem delimitadas para que tudo fosse ocorresse conforme o planejamento inicial (CHIAVENATO, 2005). O militarismo auxiliou então, de fato, para o surgimento dos conceitos da administração e para a evolução da mesma aos dias atuais. 2.4.1 A criação da Força Aérea Brasileira A Força Aérea Brasileira faz parte do trio de forças armadas do Brasil, sendo assim parte importante dos mecanismos de defesa nacional por meio da descrição do artigo 142 da CF/88, que diz: As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. A FAB é a maior força aérea da América Latina em número de integrantes, quantidade de aviões e em poder de armamento. Foi criada na década de 40, participando da Segunda Guerra Mundial nos anos seguintes (ROCHA, 2009). Ela é diretamente subordinada ao Ministérioda Defesa, tendo como missão a “manutenção da soberania no espaço aéreo nacional com vistas à defesa da Pátria”, de acordo com a ICA 11-1/2007. Ainda de acordo com o ICA 11-1/2007, são atribuições da Força Aérea Brasileira: a) Defender a pátria e; b) Garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem. Atribuições Subsidiárias: a) Cooperar com o desenvolvimento nacional; b) Cooperar com a defesa civil; c) Orientar, coordenar e controlar as atividades de aviação civil; d) Prover a segurança da navegação aérea; e) Contribuir para a formulação e condução da política aeroespacial nacional; f) Estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante concessão, a infraestrutura aeroespacial, aeronáutica e aeroportuária; g) Operar o correio aéreo nacional e; h) Cooperar na repressão a delitos transnacionais. Para que seja possível que a FAB cumpra com as obrigações aos quais se destina, se faz necessária uma gestão de recursos humanos eficiente, de modo a atender todo o contingente de forma igualitária no que tange à legislação trabalhistas e suas normas e regulamentos (PIRES; MACEDO, 2006). A política de recursos humanos deve buscar estabelecer critérios que busquem a padronização das ações de gestão da Instituição. Desse modo, a FAB possui foco exclusivo em cumprir as normas e regulamentos necessários, sendo então essa a cultura organizacional da Instituição. 2.4.2 As políticas de recursos humanos e gestão de pessoas nas organizações militares O sistema de gerenciamento de recursos humanos dentro de Instituições militares ocorre de forma padronizada em toda a estrutura pertinente as Forças Armadas (ROCHA, 2009). Está estruturada no sistema hierárquico e a atribuição é dada em relevância á posição ocupada. Lacombe (2011, p. 61) descreve: O modelo é simples. A hierarquia é apoiada sobre uma ampla base de recrutas sem especialização, sob o comando de um oficial, assistido por alguns suboficiais de confiança para supervisionar a execução de ordens. A cada sucessivo escalão ou grau, existe um oficial de patente mais elevada O sistema hierárquico abre margem à possibilidade de estabelecimento de planos de carreira que vão desde o início de sua formação até o fim do período de serviço (PIRES; MACEDO, 2006). Essas variações ocorrem de colabo com o a classificação ao término de cada etapa avaliativa, podendo variar de acordo com o comandante responsável. Além disso, o sistema de gestão de pessoas e recursos humanos trata também de situações do cotidiano e que tangem tanto à organização quanto ao colaborador (ROCHA, 2009). Isso ocorre por meio da distribuição dos profissionais dentro das áreas pertinentes, por meio de suas formações e aptidões. Dentro da Instituição, existem organizações que são responsáveis pelo gerenciamento desses processos. A Diretoria de Administração de Pessoal (DIRAP), que é subordinada ao Comando da Aeronáutica (COMAER), é responsável pela Administração de pessoal militar e civil dos integrantes do COMAER. Além dele, há o Comando Geral do Pessoal (COMGEP), organização de comando da aeronáutica, cuja responsabilidade está em realizar o planejamento, controle e gestão das atividades do conjunto civil e militar dos integrantes do COMAER. Já a Comissão de Promoções Oficiais (CPO) refere-se ao estudo de todos os assuntos pertinentes ao Corpo de Oficiais na Ativa da Aeronáutica, auxiliando assim o Comandante da Aeronáutica. Há ainda as atividades desenvolvidas pela Secretaria da Comissão de Promoções e Oficiais (SECPROM), voltadas à planejar e executar ações relativas ao CPO. Porém, um dos principais problemas enfrentados dentro da FAB para a execução dessas tarefas se dá, primeiramente pela ausência dos interessados em localidades próximas ás tomadas de decisão, já que o indivíduos permanecem a maior parte do tempo deslocados, em missões e em unidades aéreas. Para que então se diminuísse a burocracia incorrida na observação das necessidades, levantamentos de dados e tomada de decisões, foram criados grupos de apoio que passaram a tomar as decisões e analisar as questões relativas à gestão de pessoal para estes indivíduos que atuam em unidades aéreas. 2.4.3 Os Grupamentos de Apoio como medida de descentralização de resolução de questões administrativas Os Grupamentos de Apoio (GAP’s) foram criados, inicialmente, com a intenção de melhoria na comunicação entre os responsáveis pela gestão de pessoal com os comandados como forma de agilizar o processo de tramitação e informações. Porém, do ponto de vista operacional, essa condição representou um retrocesso no que tange a agilidade de ações, tomadas de decisões e demais medidas relacionadas à administração desses indivíduos. Esses grupos de trabalho, em suma, detinham a objetivação de descentralizar os serviços administrativos relacionados ao contingente, ficando a cargo deles as tomadas de decisão relacionadas aos indivíduos. Ao todo, a Força Aérea Brasileira conta com 29 grupamentos, alguns deles responsáveis somente por idades ou regiões, como no caso do GAP-SJ, responsável por São José dos Campos ou então o GAP-DF, responsável por todo o Distrito Federal. O resultado esperado pelos responsáveis era o aumento da eficiência em detrimento da concentração dessas atividades fora do núcleo de decisões das Forças Aéreas por conta da melhoria do recrutamento de mão de obra, além da padronização de procedimentos, economia na prestação de serviços e uso de insumos e nos custos gerais, além da possibilidade de atender, em sua totalidade, as expectativas tanto das altas patentes como do contingente a ser gerenciado. Porém, o gerenciamento das ações dessa forma acabou por gerar um retrocesso em termos de agilidade de informações e tomadas de decisão. Por conta da forma de atuação da Instituição e a ausência de boa parte do contingente em localidades próximas aos gestores de recursos humanos, o que deveria ser um processo menos complexo e demorado, acaba por servir somente de descentralização de serviços ao centros, organizações e comissões relacionadas à FAB, já que os processos, que deveriam ser menos burocráticos, acabam por solicitar liberações e autorizações que, de certa forma, tiram a autoridade dos grupamentos em determinadas questões. Dessa forma, a criação desses grupamentos acabou por gerar custos extras com locação de funcionários e demais custos envolvidos, sem um retorno palpável ou visível. Dessa forma, a descentralização que deveria reduzir custos e melhorar os processos, gera custos adicionais ao passo que reduz o tempo hábil de ações, gerando descontentamento do contingente a ser gerenciado, contingente esse que já possui dificuldade em acessar e buscar informações sobre questões a eles relacionada por conta da condição de ação e unidades aéreas.