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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Manoel Eduardo Rabelo Coelho RELATÓRIO – REFLEXÃO E REFRAÇÃO CIBELLE LIMA PEREIRA NERY (21850968) MANOEL EDUARDO RABELO COELHO (21853315) MARCELO HENRIQUE PINHEIRO ANDION (21854163) MANAUS (AMAZONAS) 2018 Introdução: O presente relatório trata das leis da reflexão e refração, determinação do ângulo limite para interface acrílico/ar e obtenção do índice de refração do acrílico. A lei básica da reflexão era conhecida por Euclides, o mais famoso matemático da Antiguidade que supostamente viveu entre 325 e 265 AC. De forma experimental, o princípio básico da refração foi descoberto por Willebrod Snell em 1621. E m 1637, René Descartes deduziu a mesma lei a partir de analogias mecânicas. É possível verificar essas leis de várias maneiras, a utilizada nesse trabalho foi: incidir luz sob um corpo transparente configurado sob um instrumento de medição angular e verificar os ângulos que a luz refletida e refratada fazem. Com essas medidas é possível verificar as leis de mudança de meio do comportamento da luz, analisando os ângulos de incidência, refração e reflexão. Além de observar em que ângulo já não é mais possível verificar refração de luz, este é chamado ângulo limite. E com a relação entre os índices de refração conhecida, e posteriormente descrita neste trabalho, é possível chegar ao índice de refração do acrílico, dado como conhecido o índice de refração do ar n=1. Fundamentação teórica: Os fenômenos da óptica geométrica são compatíveis com a teoria corpuscular da luz, da qual se costuma (erroneamente) citar Newton como principal partidário. A teoria rival, teoria ondulatória da luz, teve sua primeira grande contribuição com “Tratados sobre a luz” de Christian Huygens, que foi publicado 1690, onde foi formulado O Princípio de Huygens, que desempenha papel fundamental no tratamento de propagação de ondas. A “Ótica” de Newton publicado em 1704, e revista e m 1717, é uma obra extraordinária. Relata a decomposição espectral e efeitos ondulatórios, como os anéis de Newton, incluindo determinações precisas de comprimento de onda. As teorias de Newton para Ótica relacionavam a teoria corpuscular e a ondulatória, lembrando um pouco a atual teoria quântica. O triunfo da teoria ondulatória sobreveio no início do século passado com as teorias de Thomas Young e Augustin Fresnel sobre interferência e refração. Huygens já discutia em seu trabalho os efeitos de dupla refração, relacionados com a polarização da luz, que também foram relatados por Newton, e posteriormente por Fresnel. O que levou a conclusão que as ondas luminosas são transversais e não longitudinais como as do som. Maxwell, em 1861, após formular as equações básicas para o campo eletromagnético deduziu delas a existência de ondas eletromagnéticas, propagando-se com a velocidade da luz, levando-o a inferir que a luz é uma onda eletromagnética. A confirmação experimental da teoria eletromagnética da luz resultou das experiências de Hertz, em 1888, em que produziu ondas eletromagnéticas e mostrou que tinham propriedades análogas as da luz. Tentativas de encontrar um suporte material para as ondas culminaram nas experiências de Michelson e Morley, em 1887, cujos resultados negativos, juntamente, com outras evidências da inexistência do éter foram à origem para a teoria da relatividade restrita, publicada em 1905, Por Albert Einstein. Curiosamente, foram as experiências de Hertz, onde ele observou as primeiras evidências do efeito fotoelétrico, que contribuíram para o renascimento de uma teoria corpuscular. A luz do sol, sujo espectro contínuo foi revelado por Newton, é produzida por radiação térmica, emitida por um corpo em temperatura elevada. Foram as dificuldades em conciliar as leis da radiação térmica com a física clássica que levaram Max Planck, em 1900 , a formular sua revolucionária hipótese dos quanta, a origem da teoria quântica. Em 1905, Albert Einstein mostrou que os efeitos fotoelétricos que eram inexplicáveis pela física clássica poderiam ser explicados estendendo à luz a hipótese de Planck e a desenvolvendo em termos de fótons, com caráter corpuscular. Reflexão e refração Em muitas situações conseguimos perceber a imagem de um objeto ou de uma pessoa através de seu reflexo em um espelho , no vidro de uma janela ou na superfície da água ( superfícies refletoras ). Portanto na reflexão os raios de luz incidentes sobre uma superfície retornam ao mesmo meio após a interação com a superfície.. Quando a reflexão ocorre em uma superfície lisa formando uma imagem tal como a de um espelho, é chamada de reflexão especular. Por outro lado, os objetos ao seu redor só são visíveis graças a reflexão, que neste caso é denominada de reflexão difusa. Os feixes de luz provenientes da lâmpada que ilumina o laboratório, ao incidirem em um objeto tal como um caderno sobre a mesa, é espalhado em todas as direções, permitindo que qualquer aluno no laboratório possa ver este caderno. A superfície do caderno é aparentemente lisa, mas na verdade funciona para luz como uma superfície irregular. Observe na figura 1 que o feixe de raios paralelos da luz incidente permanecem paralelos após a reflexão especular mas são espalhados após a reflexão em uma superfície irregular, figura 2. As leis da reflexão já eram conhecidas na Grécia antiga. Na figura 3 ilustramos os elementos principais da óptica geométrica: o raio luminoso, a normal no ponto de incidência e os ângulos que sempre são medidos em relação a normal. Na figura, um raio luminoso incide sobre uma superfície refletora em um ponto P. Traçamos neste ponto a normal à superfície N, reta perpendicular ao plano da superfície e passando no ponto P e destacamos os ângulos θ1 = θr , denominados ângulo de incidência e ângulo de reflexão respectivamente. As leis da reflexão afirmam que: • o raio refletido permanece no plano de incidência, formado pelo raio incidente e a normal à superfície no ponto de incidência . • o ângulo de incidência θ1 é igual ao ângulo de reflexão θr , ou seja, θ1 = θr . Outro fenômeno fundamental na óptica geométrica é a refração. Este é caracterizado pela mudança na direção de propagação da luz ao mudar de meio de propagação. A figura 2 exemplifica também a refração. Observe que o raio de luz aproxima-se da normal à superfície quando passa do ar para a água, alterando sua direção de propagação. No nosso cotidiano são muitos os fenômenos devido a refração: a miragem, causada pela refração da luz nas camadas aquecidas próximas ao solo, o prolongamento do dia pela refração da luz solar na atmosfera., o arco-íris, etc. Este último ilustra também a dispersão da luz branca em suas componentes, as cores do arco – íris, mostrando que a refração e portanto o desvio na direção de propagação da luz é dependente da cor da luz que incide sobre o objeto refrator, que no caso do arco-íris são gotículas de água em suspensão na atmosfera. As leis da refração, descobertas por Willebrord Snell em 1621, afirmam que: • o raio refratado estão em um mesmo plano. • ângulo de incidência θ1 e o ângulo de refração θ2 obedecem a seguinte relação: n sen θ = n sen θ onde n é uma constante característica do meio dada pela razão entre a velocidade da luz no meio v ( que depende da cor e portanto da frequência da luz incidente) e a velocidade da luz no vácuo c, ou seja, 𝐧 = 𝐯 𝐜 O índice de refração da água vale 4/3, o do vidro comum aproximadamente 1,5 e o do ar 1,00 . O índice de refração é uma grandeza adimensional, pois é calculado a partir da razão de duas velocidades.Geralmente quanto maior a densidade de um meio maior é seu índice de refração. Na figura 4 exemplificamos em escala a refração na superfície lateral de uma esfera de vidro. Observe que o raio incidente aproxima-se da normal à superfície, caracterizando o fato do índice de refração do vidro ser maior do que o do ar. Como a superfície é curva e esférica, a normal está na direção radial. Nos exemplos acima temos parte da luz absorvida pelo meio e parte é transmitida. Por exemplo, a transparência do vidro de um automóvel está em torno de 75%, significando que 25% da luz é absorvida pelo vidro ou refletida e apenas 75% transmitida para o interior. Um outro tipo de absorção ocorre quando incidimos luz branca sobre um objeto, só a componente, a cor, correspondente a do objeto é refletida, sendo as demais absorvidas pelo material. Um fenômeno interessante, denominado reflexão interna total, ocorre quando a luz passa de um meio mais refringente ( maior índice de refração) para um meio menos refringente ( menor índice de refração). Vamos utilizar como exemplo a luz que sai do fundo de uma piscina e atinge o olho de um observador fora da piscina. A origem deste fenômeno está no fato da luz se afastar da normal quando sai da água para o ar. Sabemos que o ângulo de afastamento da normal é máximo para um ângulo de refração de 90º , correspondendo de acordo com a lei de Snell a um ângulo de incidência limite θL . Com isso, para ângulos de incidência maiores que o ângulo limite, não ocorre refração, a luz é refletida na superfície e volta ao meio de incidência. Uma lâmpada no fundo de uma piscina , durante a noite, ilumina com maior intensidade apenas um círculo em sua superfície, caracterizando a reflexão interna total. O restante da piscina é iluminado pela reflexão. Discuta com seus colegas de grupo esta situação. O fenômeno também explica o “desaparecimento” de uma moeda no fundo da piscina para um observador, enquanto a mesma é visível para um segundo observador próximo. Em um prisma também verificamos este fenômeno . Parte experimental Material necessário: • Fonte de luz • Condensador com diafragma • Corpo semicircular de acrílico • Trilho ótico • Disco ótico • Espelho • Regua Graduada • Suportes Processo experimental: A atividade experimental desenvolvida pelo grupo discente realizou as seguintes etapas: 1) Foi montado o equipamento. 2) Foi ajustado o disco de modo que o feixe de luz coincida com a normal do espelho 3) Foi girado o disco nos ângulos especificados e notados os ângulos de incidência . TRATAMENTO DE DADOS: MEDIA = 𝑠𝑖𝑛𝜃 𝑠𝑖𝑛∅ M = 1,426+1,520+1,461+1,468+1,487+1,511+1.1462 7 ≅ 1,48 ∆M = |1,49 + M| 1,49 = |1,49 + 1,48| 1,49 ≅ 0.007 • Índice obtido de refração do acrílico= n=(1,480±0,007) Parte 2 De acordo com o experimento o ângulo de incidência limite, onde o ângulo o ângulo de refração ∅ = 90°, é igual a 𝜃 = 43°, pois a partir disso o sistema sofre reflexão interna total. Então, utilizando a Lei de Snell, obtém-se:” 𝒏𝟏𝒔𝒊𝒏𝜽 = 𝒏𝟐𝒔𝒊𝒏∅ 𝒏𝟏𝒔𝒊𝒏𝟒𝟑 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟎𝟐𝟗𝟑𝒔𝒊𝒏𝟗𝟎 𝒏𝟏 ≅ 𝟏, 𝟒𝟕 ∆𝒏 = 𝟏, 𝟒𝟗 − 𝒏𝟏 𝟏, 𝟒𝟗 = 𝟏, 𝟒𝟗 − 𝟏, 𝟒𝟕 𝟏, 𝟒𝟗 ≅ 𝟎, 𝟎𝟏 • Índice obtido de refração do acrílico = n=(1,47±0,01) Conclusão A partir de dados obtidos experimentalmente em laboratório foi possível observar as leis da refração e reflexão, com experiência relativamente simples, que foram descritas no desenvolvimento desse relatório. Com os dados obtidos no experimento foi possível fazer a verificação da equação de Snell e verificar a existência de um ângulo limite para refração. Este ângulo surge ao raio incidente passar rasante a superfície interface entre os meios, ele é chamado ângulo limite de refração, pois depois dele ocorre reflexão total, ou seja, não há refração. O fenômeno da reflexão é responsável pelo fato de vermos objetos. A luz emitida pelo sol incide na superfície do objeto e em seu campo de atuação ela é absorvida e parte refletida, essa parte é responsável pelo fato de ser possível vermos o objeto, essa reflexão se dá conforme são a estrutura atômica do objeto inclusive seus elétrons (desde que esteja na faixa de luz visível). O fato de o céu ser azul, por exemplo, e o vácuo ser escuro. A atmosfera faz o mesmo papel do prisma, atuando onde os raios solares colidem com as moléculas de ar, água e poeira e são responsáveis pela dispersão do comprimento de onda azul da luz. Outra informação relevante é que índice de refração do ar varia com a altitude, pois sua densidade varia e com isso é possível ver o sol, mesmo depois de ele ter se posto, ou antes, do amanhecer. Portanto essas leis são extremamente relevantes e a compreensão de sua natureza está relacionada com nossa capacidade de percepção do mundo através da visão. Referências Bibliográficas 1) CAPUANO,F.G; MARINO,M.A.M. Laboratório de Eletricidade e Eletrônica. 21ª Edição. Editora São Paulo: Erica,2005. 2) HALLIDAY, D.; and RESNICK, R. Física 4a ed., volume 4. Livros Técnicos e científicos, Rio de Janeiro, 1983. 3) MARTINS, N. Introdução à teoria da eletricidade e do magnetismo. 2a ed. Edgard Blucher, São Paulo, 1975. 4) RAMALHO;NICOLAU; TOLEDO. Os fundamentos da Física. Vol.03,7ªed. Editora Moderna. 5) SERWAY, R.A.;J EWETT Jr., J. W. Princípios de Física, volume 3. Pioneira Thomson Learning, Sã o Paulo, 2004.