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DIREITO CIVIL I
Professor : Jesus
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DIREITO CIVIL I
 Unidade VI - Dos Negócios Jurídicos . (Aula 10)
Planos de incidência dos negócios jurídicos: plano da existência, plano da validade e plano da eficácia. 
Nulidade: características, espécies, causas e efeitos 
 Anulabilidade: características, espécies, causas e efeitos
Examinar o tratamento da figura da nulidade relativa e absoluta no Código Civil. 
Identificar os elementos fundamentais caracterizadores da inexistência jurídica. 
Reconhecer as características, espécies, causas e efeitos da nulidade nos negócios jurídicos 
 Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos.
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 Objetivos 
Compreender os diferentes planos dos negócios jurídicos. 
- Identificar os elementos de existência do negócio jurídico. 
- Estudar os requisitos de validade do negócio jurídico. 
- Analisar os elementos acidentais do negócio jurídico.. 
DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I
Revisando 
Negócio jurídico: conceito, classificação, estrutura e elementos constitutivos. 
Conceito
É O EVENTO DECORRENTE DA VONTADE HUMANA PARA A OBTENÇÃO DE UM RESULTADO DEFINIDO E DELINEADO PELAS PARTES DA RELAÇÃO JURÍDICA.
	SÃO REGRAS ESTABELECIDAS PELAS PARTES COMO POR EXEMPLO NOS CONTRATOS.
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No negócio jurídico, ocorrem situações em que a vontade efetivamente declarada pelo sujeito é diversa da sua vontade real. Isso ocorre, em geral, ou porque o sujeito mentiu ao manifestar sua vontade, ou porque errou espontaneamente, ou porque foi induzido a erro, ou, ainda, porque foi coagido.
Para resolver o conflito entre a vontade declarada e a vontade real, algumas teorias foram propostas, dentre as quais se destacam a teoria da vontade e a teoria da declaração. 
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A teoria da vontade tem a vantagem de proteger o que o sujeito realmente quer, a teoria da declaração, por outro lado, tem a grande vantagem da objetividade. Afinal, um dos desafios da teoria da vontade é justamente a prova da vontade real, em razão da sua subjetividade.
No Direito brasileiro, adotou-se, como regra geral, a teoria de declaração.
É o que consta na primeira parte do art. 110 do Código Civil: “a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou”.
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Planos de incidência dos negócios jurídicos: 
plano da existência
plano da validade 
plano da eficácia. 
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Plano da existência: O negócio jurídico apresenta três pressupostos ou elementos existência: vontade, objeto e forma. Qualquer negócio jurídico sem ao menos um desses pressupostos é considerado inexistente e não deve produzir efeito. 
plano da validade: O art. 104, CC, estipula os requisitos de validade do negócio jurídico: capacidade das partes; objeto lícito, possível e determinado ou determinável e adequação da forma. 
plano da eficácia:O plano de eficácia do negócio jurídico diz respeito à produção dos efeitos. Nele estão presentes os elementos acidentais do negócio: condição, termo e encargo. 
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Plano da existência:
 O Plano da Existência é aquele no qual ingressam todos os fatos e atos jurídicos. No plano da existência se inicia a vida do fato jurídico. Aqui somente se indaga se o fato jurídico existe, ou seja, se o suporte fático da norma jurídica se concretizou, se todos os elementos previstos pela norma se realizaram.
 O negócio inexistente é aquele que não chegou a ser negócio jurídico, seria aquele que não reúne os pressupostos de sua existência, o suporte fático foi insuficiente para existir.
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Plano da existência:
Marcos Bernardes divide o suporte fático em:
 Plano da Existência: onde estão os elementos nucleares: Agente, vontade manifestada, objeto e forma; Plano da Validade: elementos complementares: Agente capaz, vontade manifestada livremente, objeto lícito possível, determinado ou determinável, e por fim: forma prescrita e não defesa em lei; Por fim, o Plano da Eficácia tem os elementos integrativos: condição, termo e encargo lícitos.
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Plano da existência:
a) A manifestação de vontade (que resulta da vontade interna + a vontade externa);
b) O agente emissor da vontade;
c) O objeto do NJ; e
d) A forma.
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plano da validade: O art. 104, CC.
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plano da validade: O art. 104, CC.
É o plano qualificativo do negócio, porque, em verdade, esse plano não estuda a estrutura do negócio (que está no plano da existência); o que se analisa aqui são os pressupostos de validade do negócio, os pressupostos que qualificam o negócio, que dão aptidão para que ele possa produzir efeitos. É um plano adjetivo, ao passo que o plano de existência é um plano substantivo.
Faltando um pressuposto de validade o negócio é inválido (nulo ou anulável).
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plano da validade: O art. 104, CC.
Plano da existência:
a) A manifestação de vontade
b) O agente emissor da vontade;
c) O objeto do NJ; e
d) A forma.
plano da validade:
→ totalmente livre e de boa-fé
- agente → capaz e legitimado
- objeto → lícito, possível e determinado, ou ao menos determinável
- forma → livre* ou prescrita em lei
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plano da eficácia:
São também denominados de acidentais (podem ocorrer ou não). Neste 3° plano, lembra-nos Antônio Junqueira de Azevedo, que é estudada a eficácia jurídica do negócio e os elementos acidentais que nela interferem. São eles:
- condição
- termo
- modo ou encargo
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plano da eficácia:
CONDIÇÃO : evento futuro e INCERTO que condiciona o início dos efeitos do negócio jurídico. Classifica-se em: a) pura (própria/simples): aquela que depende somente da vontade das partes; b) imprópria (legal/conditio iuris): requisito imposto pela lei para que o negócio jurídico produza efeitos). 
É o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico, tendo sua regulação nos arts. 121 a 130 do Código Civil.
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plano da eficácia:
TERMO
É o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. Como ele subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo, não há suspensão da aquisição direito, já que existe plena convicção da ocorrência do evento
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plano da eficácia:
ENCARGO
É uma cláusula acessória mais comum aos contratos em que há uma liberalidade, como a doação. Ela é imposta pelo doador, geralmente restringindo a liberdade do beneficiário no que diz respeito à forma de utilização do bem ou do valor doado. O encargo também é admitido em declarações unilaterais de vontade
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A teoria tricotômica do negócio jurídico, refere-se à verificação de elementos essenciais para caracterização do negócio jurídico. A existência, a validade e a eficácia, constituem os planos elementares do negócio jurídico.
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Nulidade: características, espécies, causas e efeitos
Há duas categorias de nulidade: absoluta e relativa, ou seja, os atos ou negócios jurídicos ou são nulos, ou são anuláveis. Se a manifestação da vontade vem de agente capaz, tiver objeto licito e obedecer à forma prescrita em lei, tem-se aí um ato ou negócio jurídico perfeito e, por isso, produz os efeitos desejados pelas partes. 
Ao contrário, se a manifestação de vontade vem de pessoa absolutamente incapaz, tiver objeto ilícito ou não obedecer á forma prescrita em lei, não gerando os efeitos desejados pelas partes, não será valido, o ato é nulo; se a manifestação de vontade origina-se de uma pessoa incapaz ou o manifestante do ato tenha sido enganado por fraude, o ato é anulável. 
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Ato nulo: hipóteses (arts. 166 e 167) 
A) Ausência de um dos requisitos de validade; 
B) O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
C) For preterida alguma solenidade que a lei considere essencialpara a sua validade; 
D) Tiver por objeto fraudar a lei; 
E) A lei assim determinar; 
F) Negócio jurídico simulado. 
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A expressão “invalidade” abrange a nulidade e a anulabilidade do negocio jurídico. Empregada para designar o negócio jurídico que não produz os efeitos desejados pelas partes, o qual pode ser classificado pela forma retro mencionada conforme o grau de imperfeição verificado. 
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O negocio Inexistente: é falta de algum elemento estrutural do negocio jurídico, como p. ex. quando não houver manifestação ou declaração de vontade.
O negocio nulo (nulidade absoluta) é negocio jurídico praticado com ofensa a preceitos de ordem publica, é a falta de elemento substancial ao ato jurídico (art. 166 ao 170, do CC). O negócio anulável (nulidade relativa) é o negocio jurídico que ofende o interesse particular de pessoa que o legislador buscou proteger (art. 138 ao 165, do CC). o negocio anulável pode se tornar válido se suprida a deficiência (art. 172, do CC).
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Anulabilidade: características, espécies, causas e efeitos
O Código Civil brasileiro menciona e regula seis defeitos: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores. No art. 171, II, diz ser anulável o negócio jurídico que contenha tais vícios. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: a) no caso de coação, do dia em que ela cessar; b) no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico (art. 178, I e II).
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Anulabilidade: características, espécies, causas e efeitos
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO:
1) ERRO:
É disciplinado a partir do art. 138, CC.
- Erro x Ignorância: O erro é um estado de espírito positivo, é uma falsa representação positiva da realidade (falsa percepção da realidade), em outras palavras, uma atuação positiva em equívoco; ao passo que a ignorância é um estado de espírito negativo, traduzindo desconhecimento (completo desconhecimento da realidade).
O erro é causa de anulação do negócio jurídico (o erro, se substancial, torna o negócio jurídico anulável).
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Espécies de erros que tornam anulável o negócio jurídico:
Substancial (ou essencial)
Escusável 
Real.
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Substancial (ou essencial)
O erro essencial ou substancial é aquele que incide sobre a causa do negócio que se prática, sem o qual este não teria se realizado. Um exemplo seria, uma pessoa compra um brinco achando que é de prata, mas na verdade é de bijuteria.
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Escusável 
O erro escusável aquele que dentro do que se espera do homem médio que atue com grau normal de diligencia. Não se admite, outrossim, a legação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência, pois o direito não deve amparar o negligente, como dispõe no art. 138 do CC. Adotando assim, o critério de comparar a conduta do agente, como a da média das pessoas, considerando, em casa hipótese as condições pessoas. 
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Real.
É o erro efetivo, tangível, palpável, ou seja, que causa prejuízo concreto ao agente interessado.
O erro deve ser de tal monta que qualquer pessoa de inteligência mediana não cometeria.
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Segundo o art. 139, é o que: a) interessa à natureza do negócio (error in negotio). Exemplo: o contrato é de compra e venda e o adquirente imagina tratar-se de doação; concerne ao objeto principal da declaração (error in corpore).
Exemplo: aquisição de um terreno que se supõe valorizado porque situado em rua importante mas que na verdade tem pouco valor, pois se situa em rua do mesmo nome, porém de outra localidade; versa sobre qualidades essenciais do objeto (error in substantia). Exemplo: aquisição de candelabros prateados, mas de material inferior, como se fossem de prata; compra de um relógio dourado como se fosse de ouro;
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Examinar o tratamento da figura da nulidade relativa e absolu
Quando o sistema jurídico considera um negócio jurídico inválido, ele está se
defendendo. O reconhecimento da invalidade significa a privação dos efeitos que representam
afronta ao ordenamento.
Invalidade é um termo genérico, que se desdobra em:
a) Nulidade absoluta: negócio nulo;
b) Nulidade relativa (ou anulabilidade): negócio anulável.
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Assim, negócio nulo e anulável são espécies de negócio inválido.
A nulidade absoluta é mais grave do que a nulidade relativa. O negócio nulo viola norma
de ordem pública, norma cogente (a violência é maior). Ao passo que o negócio anulável viola
apenas norma dispositiva, que tutela interesse particular.
Em razão dessa maior violência, o negócio nulo é tratado de forma mais grave pelo
sistema brasileiro.
A regra geral é a de que tanto a nulidade absoluta como a relativa pressupõem previsão
legal (toda nulidade, em princípio, pressupõe previsão em lei), e, além disso, é preciso que haja,
ainda, um prejuízo dela decorrente (não há nulidade sem prejuízo).
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Identificar os elementos fundamentais caracterizadores da inexistência jurídica. 
Teoria do negócio inexistente.
O negócio jurídico inexistente é aquele que falta a expressão da declaração negocial. É, portanto, um negócio aparente.
MIRANDA[10] situando o contexto histórico da teoria do negócio jurídico inexistente, esclarece que:
“a doutrina francesa que, em face do aforismo do seu sistema, pas de nullité sans texte, construiu a teoria da inexistência, inicialmente em matéria dos casamentos, considerando-os inexistentes quando realizados sem um dos elementos constitutivos (v. g. Identidade dos sexos, falta de celebração por autoridade competente), mas para os quais não havia texto legal prevendo a nulidade.”
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A teoria, porém, em sua concepção francesa, sustenta que o ato inexistente é uma categoria jurídica (ao lado do ato nulo e do ato anulável) e que prescinde de declaração judicial para a desconstituição dos efeitos (ao contrário do que ocorre com o ato nulo e o anulável).
Todavia, há sérias críticas à teoria. Marcos Bernardes de Mello, por exemplo, conclui que a teoria do ato inexistente, embora seja uma categoria aceitável do ponto de vista lógico, é inútil do ponto de vista prático. Aponta que a teoria incide em dois graves erros: a) considerar o ato inexistente como uma categoria jurídica, quando, na verdade, trata-se de realidade fática; "a inexistência é conceito próprio do mundo dos fatos, jamais do mundo jurídico. O fato ao ser juridicizado entra no mundo jurídico pelo plano da existência", e b) entender que o ato inexistente não precisa ser desconstituído judicialmente, o que não é verdade.
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Reconhecer as características, espécies, causas e efeitos da nulidade nos negócios jurídicos
Erro x Vício Redibitório: o erro atua no psiquismo do agente, invalidando o negócio jurídico; o vício redibitório, por sua vez, é defeito da própria coisa, sendo, portanto, exterior ao agente. Além disso, o vício redibitório gera responsabilidade civil, mas não invalida o negócio. O vício redibitório é um defeito oculto na coisa que diminui o seu valor e prejudica a sua utilização. 
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DOLO:
O dolo, causa de invalidade do negócio jurídico (anulação), consiste no erro provocado.
É o artifício malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro, com o propósito de enganar a outra parte do negócio, causando-lhe prejuízo. É o ardil, o engodo.
O dolo gera a anulação do negócio jurídico. Quem conhece erro, conhece o dolo (a essência é a mesma). “Dolo é o erro provocado”.
É o erro carregado de má-fé (quem erra, erra sozinho; no dolo o erro é induzido por outrem).
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COAÇÃO:
Enquanto o dolo se caracteriza pelo ardil, a coação se caracteriza pela violência psicológica. Em outras palavras, podemos conceituá-la dizendo: a coação (moral), causa de invalidade do NJ (anulação) opera-se quando uma das partes é vítima de violência psicológica
pararealizar NJ que a sua vontade interna não deseja efetuar (art. 151, CC). A coação é ameaça.
A coação moral, que embaraça a vontade.
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Lesão
Conceito: A lesão, causa de invalidade do negócio jurídico, consiste na desproporção existente entre as prestações do negócio jurídico, em face do abuso, da necessidade ou inexperiência de uma das partes, que assume obrigação excessivamente onerosa.
A tônica da lesão, o que está por trás dela, é o abuso do poder econômico, o interesse econômico, especialmente. O contrato de adesão é um terreno fértil para isso. Esse defeito tem uma característica multidisciplinar.
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Quando o sistema jurídico considera um negócio jurídico inválido, ele está se defendendo. O reconhecimento da invalidade significa a privação dos efeitos que representam afronta ao ordenamento. Invalidade é um termo genérico, que se desdobra em:
a) Nulidade absoluta: negócio nulo;
b) Nulidade relativa (ou anulabilidade): negócio anulável.
Assim, negócio nulo e anulável são espécies de negócio inválido. A nulidade absoluta é mais grave do que a nulidade relativa. O negócio nulo viola norma de ordem pública, norma cogente (a violência é maior). Ao passo que o negócio anulável viola apenas norma dispositiva, que tutela interesse particular.
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Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
O negócio jurídico não existente, inexistente ou irrelevante advém da ausência de elemento de fato que a norma considerou imprescindível para sua configuração, seja como categoria abstrata ou como realidade concreta de regulação dos interesses privados. Segundo Marcos Bernardes de Mello com apoio em abalizada doutrina:
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Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
O ato inexistente, segundo a concepção clássica, seria aquele que não reuniria os elementos de fato supostos por sua natureza ou seu objeto, e em cuja ausência é logicamente impossível de conceber-lhe a existência e por isso, deve ser considerado não somente como nulo, mas como não havido. (....) ... um ato é inexistente quando lhe falta um elemento essencial à sua formação de tal modo que não se possa conceber o ato na ausência desse elemento.
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Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
A invalidade por seu turno integra o gênero fato ilícito lato sensu, isto é, trata-se de uma classe de ilícito invalidante com natureza especial, distinta dos demais atos ilícitos. Leciona Emílio Betti a respeito do tema:
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Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
A invalidade é aquela falta de idoneidade para produzir, de forma duradoura e irremovível, os efeitos essencias do tipo... que provém da lógica correlação estabelecida entre requisitos e efeitos, no mecanismo da norma jurídica... e é, ao mesmo tempo, sanção do ônus imposto à autonomia privada de escolher meios idôneos para atingir seus escopos de regulamentação dos interesses
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Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
A ineficácia por seu turno compreende a inaptidão temporária ou permanente do negócio jurídico em irradiar os efeitos próprios e finais que a norma jurídica lhe imputa. Conforme Manuel Antonio Domingues de Andrade:
O negócio jurídico é ineficaz quando por qualquer motivo legal não produz todos ou parte dos efeitos que, segundo o conteúdo das declarações de vontade que o integram, tenderia a produzir.
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Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos
É utilizada no sentido lato quando o instituto não produz ou ainda não produziu efeitos, uma vez que é inerente ao próprio negócio jurídico (nulidade, anulação, resolução, etc.) e está no sentido stricto quando diz respeito ao negócio jurídico em que a eficácia própria e final não se irradiou ainda (condição suspensiva) ou se já produziu, foi excluída do mundo do Direito
10. Caso Concreto.
Em 1993, o jogador de futebol Oswaldo Giroldo Junior, conhecido por Juninho, foi cedido, por contrato, pelo Ituano Futebol Clube ao São Paulo Futebol Clube por $350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil dólares) com a seguinte condição: pela cláusula quinta do referido contrato, o Ituano Futebol Clube teria uma participação de 50% (cinquenta por cento) no lucro que fosse auferido com a venda do passe do jogador a outro clube, caso esta fosse efetuada até o dia 31.12.1994, e 25% (vinte e cinco por cento), caso a venda fosse efetuada entre 01.01.1995 e 31.08.1995. Depois desse período, todo o lucro percebido com a venda do passe do jogador seria do São Paulo Futebol Clube. 
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10. Caso Concreto.
Sentindo-se lesado, o Ituano Futebol Clube ajuizou ação pleiteando o pagamento do percentual acertado no contrato, alegando que o São Paulo Futebol Clube, por estar em uma situação privilegiada, vendeu o jogador depois para afastar a repartição dos lucros. 
Com base na no Código Civil, principalmente no que tange a teoria dos negócios jurídicos, analisando os planos da validade e da eficácia da referida cláusula quinta do negócio celebrado entre o Ituano Futebol Clube e o São Paulo Futebol Clube, responda se há fundamento jurídico para a irresignação do Ituano Futebol Clube. 
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10. Caso Concreto.
Durante a vigência do contrato, o São Paulo Futebol Clube recusou algumas propostas de compra do passe de Juninho, vindo a vendê-lo no dia 10.10.1995 por $7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil dólares) ao Middlesbourg, time da Inglaterra, sem pagar qualquer percentual ao Ituano Futebol Clube. Ressalte-se que durante a vigência do contrato, o mesmo Middlesbourg havia oferecido quantia pouco inferior ao valor posteriormente ajustado, mas tal oferta foi recusada pelo São Paulo Futebol Clube. 
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10. Caso Concreto.
Questão objetiva (Procurador do Trabalho/2015) Assinale a alternativa CORRETA consoante o Código Civil: 
a) A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
b) São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
 
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10. Caso Concreto.
c) o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, ainda que expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. 
d) Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, não constitui omissão dolosa, ainda que se prove que sem ela o negócio se teria celebrado.
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10. Sugestão de Gabarito.
a) Trata-se de um ato jurídico em sentido estrito. 
b) Não. No ato jurídico em sentido estrito o agente não tem autonomia para estipular os efeitos do ato, devendo sujeitar-se aos regramentos legais. Demais disso, o direito ao nome é direito de personalidade e, por isso, Augusto não pode dispor do nome de Ana. 
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10. Sugestão de Gabarito.
Questão objetiva 01
Alternativa B.
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Referências:
GOMES,Orlando.Introdução ao Direito Civil, 19ª.Ed.,RJ:Forense, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto.Direito Civil Brasileiro,voII Parte Geral, 7ª.Ed.,SP:Saraiva, 2009.
-NADER,Paulo.Curso de Direito Civil–Parte Geral,vol.1,5ª.Ed.RJ:Forense,2008.
DINIZ,Maria Helena.Curso de Direito Civil Brasileiro,vol.1,26ªEd.SP:Saraiva,2009.
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Referências:
https://jus.com.br/artigos/29095/as-caracteristicas-dos-direitos-da-personalidade
OBRIGADO

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