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Prática Jurídica III Apelação

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PRÁTICA JURÍDICA III
PROF. RENAN MARQUES
AULA – APELAÇÃO
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Apelação
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1. Apelação.
1.1 Características.
A) Cabimento. 
1º) REGRA GERAL é o recurso cabível em casos de sentenças judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;   
 
	
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2º) A apelação pode assumir uma natureza residual, pois alguns casos de decisões interlocutórias proferidas pelo juiz singular, NÃO cabendo Recurso em Sentido Estrito (RESE), será cabível a Apelação. 
São as chamadas decisões definitivas latu sensu, pois encerram a relação processual, julgam o mérito, mas NÃO absolvem nem condenam. 
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	Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
	II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
	Ex: Decisões que julgam o pedido de restituição de coisa apreendida (Art. 120, § 1º, CPP); relativas ao sequestro (Art. 127, CPP); ao pedido de arresto (Art. 136, CPP) 
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	OBS: Nas infrações penais de menor potencial ofensivo cabe apelação da decisão que rejeita a denúncia ou queixa, neste sentido o Art. 82, § 1º, da Lei 9099/95:
	Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
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*
3º) Caberá apelação contra decisão proferida no âmbito do Tribunal do Júri, mas com as seguintes peculiaridades: 
-	Existe restrição relativa ao poder de reforma do Tribunal, ou seja, o Tribunal ad quem adstringe-se a reformar a aplicação do direito efetuado pelo juiz-presidente, NÃO podendo modificar a decisão adotada pelos jurados, pois vigora o princípio da soberania dos veredictos. 
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A apelação da decisão do júri é adstrita aos motivos invocados pelo apelante quando da sua interposição, neste sentido: 
 Súmula 713 STF – “O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. 
  
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Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:  
  	III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:  
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
Ex. Se os jurados decidiram que houve homicídio simples o juiz NÃO pode decidir que houve homicídio qualificado.
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c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
 São situações relacionadas a dosimetria da pena, o juiz fixa a pena imposta em patamar muito elevado ou muito reduzido. 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
 Neste caso a decisão dos jurados dissocia, integralmente, de todos os segmentos probatórios aceitáveis do processo.
 Este fundamento da apelação SOMENTE é cabível UMA VEZ, como prevê o Art. 593, § 3º, CPP: 
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 Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.  
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B) Prazo. 
Interposição  5 dias - endereçada para o Juiz do feito. 
Razões e contrarrazões  8 dias – endereçado para o Tribunal. 
Razões e contrarrazões  3 dias – nos casos de contravenções penais. 
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OBS: Quando se inicia a contagem do prazo para interposição da apelação ?
Súmula 710 STF - “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”.
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OBS: No caso de o juiz proferir uma sentença condenatória, mas houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão em sua fundamentação, a primeira providencia recursal será apresentar Embargos de Declaração, com os seguintes prazos: 
Embargos de Declaração - Rito Sumaríssimo – 5 dias (Juizados Especiais) Art. 83, parágrafo 1º CPP. 	
Embargos de Declaração – Rito Comum Ordinário e Sumário – 2 dias, Art. 619 CPP.
 
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2. Estrutura da apelação. 
2.1 Petição de Interposição. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... ( Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE...(Crimes da Competência da Justiça Federal)
*
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE... (Regra geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE ...(Crimes da Competência da Justiça Federal)
*
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Processo número ... (pular 2 linhas)
(Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério Público, à fls..., por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença... (informar o tipo de sentença), conforme fls..., interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO (ou CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO)
com fundamento no art. 593, (indicar inciso)... ou art.600, do Código de Processo Penal. 
*
*
			Requer que, após o recebimento destas, com as razões (ou contrarrazões) inclusas (na prova elas serão feitas juntas), ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde serão processados e provido o presente recurso. (se for contrarrazões – substituir por NÃO provido). 
Nestes termos, pede deferimento.
	Comarca... , Data...
Advogado...
OAB Número...
*
*
OBS: Cuidado com a petição de interposição nos crimes de rito do Tribunal do Júri ! 
 Logo na petição de interposição, o apelante deve indicar a motivação de seu recurso, em consonância com a Súmula 713 do STF. 
 Ao apresentar as razões de apelação, o Tribunal estará adstrito a motivação indicada na interposição. 
 Ou seja, neste caso, a apelação é de fundamentação vinculada e somente cabe nas hipóteses trazidas pelo Art. 593, III, do CPP. 
*
*
2.2 Razões ou Contrarrazões.
Razões (ou Contrarrazões) de Apelação 
Recorrente: ____________________
Recorrido: ____________________ (MP - ação penal pública ou Querelante – ação penal privada)
Processo numero...
*
*
Egrégio Tribunal (colocar o tribunal competente)
Colenda Câmara
Ínclitos desembargadores 
*
*
I. DOS FATOS.
Deve-se fazer um resumo sucinto dos fatos e dar mais ênfase no resumo do processo, mostrando-se como se chegou à sentença. 
No final dos fatos, é para fazer um último parágrafo com o seguinte conteúdo:
“A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.”
	
*
*
II. DAS PRELIMINARES. 
Deve-se apenas fazer a menção da preliminar, para depois aprofundá-la no mérito, devendo ser seguida a seguinte ordem: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade.
2º) Art. 564 CPP – Nulidades
3º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude.
4º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
*
*
III. DO MÉRITO. 
Deve-se alegar todas as matérias que conduziriam à absolvição do acusado na ordem trazida pelo Art. 386 do CPP ou que conduziriam a anulação do julgamento nos casos de apelação do rito do tribunal do júri, bem como reforma da decisão, nos termos do Art. 593, III, do CPP. 
Deve-se fazer o aprofundamento das matérias trazidas em sede de preliminar. 
Deve-se alegar todas as tesessubsidiárias possíveis que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de eventual manutenção da condenação. 
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IV. DOS PEDIDOS. 
Deve-se fazer um pedido principal de PROVIMENTO do recurso e REFORMA da decisão. 
Em seguida deve-se fazer pedidos subsidiários que conduziriam a uma melhora na situação jurídica do condenado. 
Ou
- Nas contrarrazões deve-se um pedido principal de NÃO PROVIMENTO do recurso e MANUTENÇÃO da decisão. 
*
*
 - Ao final deve-se pedir o deferimento:
		Nestes termos, pede deferimento.
	Comarca... , Data...
Advogado...
OAB Número...
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3. Questão prático profissional. 
(OAB 2013.3 / Peça Prático-Profissional / FGV) 
Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2011 (quinta-feira) ao sair da filial de uma grande rede de farmácias após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos, conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor total dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco centavos). 
*
*
Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram normalmente. O Ministério Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita no Art. 155, § 4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado ‘X’ e a ré foi citada para responder à acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade. 
*
*
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta-feira), o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012 (terça-feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela prática do delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. As alegações finais foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. Finda a instrução criminal, o magistrado proferiu sentença em audiência. 
*
*
	Na dosimetria da pena, o magistrado entendeu por bem elevar a pena-base em patamar acima do mínimo, ao argumento de que o trânsito em julgado de outra sentença condenatória configurava maus antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o magistrado também entendeu ser cabível a incidência da agravante da reincidência, levando em conta a data do trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato, bem como a data do cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a incidência de nenhuma causa de aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em 4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa. O valor do dia-multa foi fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a ré não atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade. 
*
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O advogado da ré deseja recorrer da decisão. 
Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as informações contidas no texto, elabore o recurso cabível.
GABARITO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 41ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO X
Processo número ... 
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				RITA, já qualificada nos autos do processo que lhe move o Ministério Público, à fls..., por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença condenatória, conforme fls..., interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no art. 593, I , do Código de Processo Penal. 
*
*
			Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado X, para o processamento e provimento do presente recurso.
Nestes termos, pede deferimento. 
Comarca da Capital do Estado X, data...
Advogado...
OAB Número...
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Razões de Apelação 
Recorrente: RITA
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO DA CAPITAL DO ESTADO X
Processo numero...
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Egrégio Tribunal de Justiça da Capital do Estado X
Colenda Câmara
Ínclitos desembargadores 
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I. DOS FATOS.
				A recorrente foi condenada pelo Juiz da 41ª Vara Criminal da Comarca do Estado X pelo crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, Art. 155, § 4º, inciso I, do CP, a uma pena 4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa, pois teria, no dia 10.11.2011, furtado 5 tintas de cabelo ao sair da filial de uma grande rede de farmácias e, para subtrair os itens, a recorrente teria arrebentado a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos. 
	
*
*
			A denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado ‘X’ e a recorrente foi citada para responder à acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade. 
			Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta-feira), o recorrido apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012 (terça-feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava a recorrente pela prática do delito de estelionato.
	
*
*
			Na dosimetria da pena, o magistrado entendeu por bem elevar a pena-base em patamar acima do mínimo, ao argumento de que o trânsito em julgado de outra sentença condenatória configurava maus antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o magistrado, equivocadamente, também entendeu ser cabível a incidência da agravante da reincidência, levando em conta a data do trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato, bem como a data do cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a incidência de nenhuma causa de aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em 4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa.
	
*
*
		Por entender que a recorrente não atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. 
		Ocorre que a respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.
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*
II. DO MÉRITO. 
II.I DA MANIFESTA ATIPICIDADE MATERIAL DO CRIME DE FURTO. 
- 	Fazer fundamentação demonstrando a manifesta atipicidade da conduta pela falta de tipicidade material: a subtração de cinco tintas de cabelo, embora esteja adequada, formalmente, à conduta descrita no tipo penal, não importa em efetiva lesão ao patrimônio da farmácia. Incide, portanto, o princípio da insignificância. Assim, ausente a tipicidade material, a conduta é atípica. 
	
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II.II DO FURTO PRIVILEGIADO. 
- Subsidiariamente, fazer fundamentação, no sentido de, em sendo mantida a condenação, requerer a aplicação do privilégio contido no § 2º do artigo 155 do CP, já que a coisa furtada é de pequeno valor (R$ 49,95), bem como Rita seria considerada primária já que o furto foi cometido antes do trânsito em julgado da condenação do crime de estelionato. 
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II.III DA IMPOSSIBILIDADE DE BIS IN IDEM. 
- Fazer fundamentação no sentido de demonstrar a impossibilidade de bis in idem: o magistrado, ao utilizar uma mesma circunstância (trânsito em julgado da sentença condenatória por crime de estelionato) para elevar a pena-base na primeira fase da dosimetria e também para elevar a pena-intermediária na segunda fase da dosimetria, feriu o princípio do ne bis in idem. 
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II.IV DA NÃO CONFIGURAÇÃODA REINCIDÊNCIA. 
Fazer fundamentação demonstrando a NÃO configuração da reincidência. 
 O Art. 63, do Código Penal, disciplina que somente haverá reincidência se o novo crime (no caso, o furto) for cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença condenatória de crime anterior. Não foi esse o caso da ré, pois o furto foi cometido antes do trânsito em julgado definitivo da sentença relativa ao estelionato. Não se verifica, portanto, a reincidência. 
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*
II.V DA FIXAÇÃO ERRADA DO REGIME INICIAL SEMIABERTO DE CUMPRIMENTO DE PENA. 
- Fazer fundamentação no sentido de demonstrar que a fixação errada do regime inicial semiaberto para cumprimento de pena: como a recorrente não é reincidente, faz jus ao regime aberto, conforme disposto no Art. 33, §2º, ‘c’, do CP. 
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II.VI DA POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. 
Fazer fundamentação no sentido da possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. 
 Demonstrar que estão presentes os requisitos do Art. 44 do CP:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa;   
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
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III. DOS PEDIDOS. 
			Diante do exposto, requer-se a reforma da decisão condenatória para decretar a absolvição do recorrente com fundamento no Art. 386, VI, tendo em vista a existência de circunstância que exclui o crime, a atipicidade material do fato.
			Apenas por cautela, caso não haja o acolhimento dos pedidos acima, o que não se espera, requer-se a reforma da sentença para que:
 
*
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a) Seja reconhecido o furto privilegiado, aplicando-se o disposto no §2º do artigo 155 do CP; 
b) Seja aplicada a pena no mínimo legal, devendo ser afastada a circunstância agravante da reincidência do Art. 61, I, do CP;
c) Seja fixado o regime aberto de cumprimento de pena, nos termos do Art. 33, §2º, ‘c’, do CP; 
d) Seja substituída a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito, nos termos do Art. 44 do CP. 
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Nestes termos, pede deferimento. 
Comarca da Capital do Estado X, data...
Advogado...
OAB Número...

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