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Material de Estudo Direito de Família 2ª Avaliação

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D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
DIREITO DE FAMÍLIA 
Prof. Camilo Colani 
(Resumo 2ª Avaiação) 
 
1. EFEITOS DO CASAMENTO - (3 tipos) 
 
1.1. Efeitos Sociais: 
... Não cai na prova 
 
1.2. Efeitos Pessoais: 
 
1.2.1. A Questão do nome 
- Art. 1.565, CC/02 - P/ casamento assumem a condição de consortes, companheiros e encargos familiar; 
- § 1º - Qualquer dos nubentes poderá acrescentar ao seu sobrenome o do outro; 
- § 2º - Planejamento familiar livre, ao estado cabe propiciar condições educacionais e financeiras sem coerção. 
 
1.2.2. Deveres do Cônjuge 
- Art. 1.566, CC/02 - São deveres de ambos os cônjuges: 
- I – Fidelidade; II – Vida no domicílio; III – Mútua assistência; IV – Sustento, guarda e educ filhos; - V – Respeito. 
- Deveres são normas cogentes, contudo os incisos I e II são extremamente intimas não admitindo intervenção. 
 
1.3. Efeitos Patrimoniais: 
- O principal efeito Patrimonial do casamento é a fixação do regime de bens. 
 
1.3.1. Conceito de regime de bens 
- Orlando Gomes “Regime de bens é o estatuto patrimonial dos cônjuges”. Não há casamento ou União sem isso. 
 
1.3.2. Tipos de regimes - (04 tipos) 
- (1) – Comunhão Parcial; (2) – Comunhão Universal; (3) – Participação Final nos Aquestos; (4) – Separação. 
 
1.3.3. Regras gerais 
1.3.3.1. Liberdade de escolha: 
- Art. 1.639, CC/02 – É licito aos nubentes antes do casamento, estipular, quantos aos seus bens o lhe aprouver. 
- Art. 1.641, CC/02 – É obrigatório o regime de separação de bens no casamento: 
I – das pessoas que contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III – de todos que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
 
1.3.3.2. Início da vigência: 
- Art. 1.639, CC/02 – É licito aos nubentes antes do casamento, estipular, quantos aos seus bens o lhe aprouver. 
§ 1º - O regime de bens começa a vigorar desde a data do casamento. 
- A expressão data não se limita a ao dia, mês e ano, mas ao momento exato da celebração (art. 1.514, CC/02). 
 
1.3.3.3. Alteração do regime de bens: 
- O CC/02 trouxe grande novidade em relação ao CC/16, no que diz respeito a mudança de regime na constância do 
casamento. Tem várias justificativas: Questões societárias/empresariais; aplicação de causas suspensivas (regime 
obrigatório de bens, etc.). 
- Art. 1.639, § 2º, CC/02 – É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido 
motivado de ambos os cônjuges, apuradas a procedência das razões e ressalvadas os direitos de terceiros. 
 
1.3.3.4. Fundamento do regime base: 
- O CC/02 adotou a Comunhão Parcial como regime base. Até 1977 o regime base era o da Comunhão Universal. 
- Art. 1.640, CC/02 – Não havendo convenção, ou sendo ela nula/ineficaz, vigorará o regime de Comunhão de bens. 
§ Único – Poderão os nubentes, optar por qualquer dos regimes. Quanto a forma, reduzir-se-á a termo a opção 
pela Comunhão parcial, fazendo-se pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas. 
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1.3.3.5. Limitação decorrente dos demais regimes de bens: 
- Art. 1.647, CC/02 – Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, 
exceto no regime de separação absoluta: 
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II – pleitear como autor ou réu, acerca destes bens ou direitos; 
III – prestar fiança ou aval; 
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possa integrar futura meação. 
§ Único – São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. 
- Enunciado CJF 114 – O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 
apenas caracteriza a inoponibilidade de título ao cônjuge que não assentiu. 
 
1.3.4. Pacto Antenupcial: 
- Contrato solene e condicional, onde os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos. 
 
1.3.4.1. Características: (3) 
- (1) Acessório; (2) Solene; (3) Condicional. 
 
1.3.4.2. Regras do pacto antenupcial: 
- Art. 1.653, CC/02 – É nulo se não feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. 
- Art. 1.654, CC/02 – A eficácia do pacto, realizada por menor, fica condicionada a aprovação do representante 
legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. 
- Art. 1.655, CC/02 – É nula a convenção ou cláusula de que contravenha disposição absoluta de lei. 
- Art. 1. 656, CC/02 – No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á 
convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. 
- Art. 1.657, CC/02 – As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, 
em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. 
 
1.3.5. Comunhão Parcial: 
1.3.5.1. - Bens que não entra na comunhão (Art. 1.659, CC/02): 
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação, 
ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens 
particulares; 
III – as obrigações anteriores ao casamento; 
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito para o casal; 
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
 
1.3.5.2. Bens que entram na comunhão (Art. 1.660, CC/02): 
I – bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; 
II – bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; 
III – bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
IV – benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
V – Frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou 
pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
 
1.3.6. Comunhão Universal: 
- Art. 1.667, CC/02 – O regime Universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges 
e suas dívidas passivas, com exceções do artigo seguinte. 
- Não se comunicam (Art. 1.668, CC/02); 
 I – bens doados e herdados com cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; 
II – bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva 
III – dívidas anteriores ao casamento, salvo se proveniente de despesas com seus aprestos, ou à proveito comum; 
IV – doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com cláusula de incomunicabilidade; 
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V – bens referidos aos incisos V, a VII do art. 1.659, CC/02. 
 
1.3.7. Participação Final nos Aquestos: 
- Pode ser considerado uma mistura de separação de bens com comunhão parcial. 
- Tem pouco demanda deste regime em âmbito social. 
 
1.3.7.1. Regras: 
- Art. 1.672, CC/02 - Cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à 
época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na 
constância do casamento. 
- Art. 1.673, CC/02 – Integram ao patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e por eles 
adquirido, na constância do casamento. 
§ Único – A administração destes bensé de exclusiva de cada cônjuge, os que poderá livremente alienar, se móveis 
- Art. 1.674, CC/02 - Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos, 
excluindo-se da soma dos patrimônios próprios: 
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram; 
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; 
III - as dívidas relativas a esses bens. 
§ Único - Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis. 
 
1.3.8. Separação de Bens: 
Não há meação. Não há bens comuns. Pode haver condomínio em bens específicos. 
 
1.3.8.1. Tipos: (2 tipos) 
- (1) Convencional; (2) Obrigatório. 
 
1.3.8.2. Regras: 
- Art. 1.687, CC/02 - Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um 
dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. 
- Art. 1.688, CC/02 - Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos 
rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial. 
- Enunciado CJF acerca da separação obrigatória; 
261 – (1.641, CC/02) - A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta 
anos, quando o casamento for precedido de união estável iniciada antes dessa idade. 
 
1.3.8.3. Histórico: 
01 - Até 1.977, no Brasil, não havia divórcio. Havia desquite. Consequências; 
02 - Lei 6.515/77, regula a EC. nº 9, de 1.977; Sen. Nélson Carneiro. Disputas políticas. Posição da Igreja Católica; 
03 - Regras de desestímulo: dicotomia (separação/divórcio), prazos, tentativas de reconciliação, necessidade de 
partilha etc. 
04 - CF/88: redução dos prazos para o divórcio; 
05 - CC/02: manutenção dos prazos para o divórcio; ampliação das hipóteses de separação; 
06 - Lei 11.441/07 (CPC 1.124-A): Separação/Divórcio extrajudicial (administrativo); 
07 - Emenda Constitucional - EC nº 66 (§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
- Forte polêmica doutrinária: Houve ou não revogação da separação. 
- Enunciados Constitucionais nº 514, 515, e 517, do Conselho da Justiça Federal; 
514 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial e extrajudicial. 
515 - Pela interpretação teleológica da EC 66/10, não há prazo mínimo de casamento para a separação consensual. 
517 - A EC 66/10 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do Código Civil, mantido o divórcio por conversão. 
 
1.3.8.4. Dispositivos acerca da separação no novo CPC: 
- Art. 693, NCPC/15 - As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, 
reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. 
- Art. 731, NCPC/15 - A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, 
poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: 
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- Art. 732, NCPC/15 - As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação 
consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável. 
- Art. 733, NCPC/15 - O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união 
estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser 
realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. 
1.3.8.5. Dissolução da sociedade conjugal X Dissolução do vínculo (CASAMENTO): 
- Uma das chamadas regras de desestímulo, criadas na Lei do Divórcio (lei 6515/77); 
- A lógica era (e é) que a separação não extingue o casamento (vínculo); 
- Subsiste, bastante mitigada pela EC 66, no artigo 1571. 
- Artigo 1.571, CC/02 - A sociedade conjugal termina: 
I - pela morte de um dos cônjuges; 
II - pela nulidade ou anulação do casamento; 
III - pela separação judicial; 
IV - pelo divórcio. 
§ 1º - O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção 
estabelecida neste Código quanto ao ausente. 
§ 2º - Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; 
salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. 
 
1.3.8.6. Tipos de separação (considerando a subsistência da separação o sistema) (5 tipos): 
1.3.8.6.1. Separação Litigiosa (por culpa): 
- Art. 1.572, CC/02 - Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro 
qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum 
- requisitos: grave violação dos deveres conjugais (art. 1.566: São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos. + insuportabilidade da vida em comum 
- “grave” violação e insuportabilidade. 
 
1.3.8.6.2. Separação por Ruptura: 
- Art. 1.562, § 1º, CC/02 - A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da 
vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição. 
- Art. 1.573, CC/02 - Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos 
seguintes motivos: 
I - adultério; 
II - tentativa de morte; 
III - sevícia ou injúria grave; 
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; 
§ Único - O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em 
comum. 
- Requisitos: Ruptura da vida em comum há mais de 1 ano + Impossibilidade de sua reconstituição 
 
1.3.8.6.3. Separação por Doença Mental: 
- Art. 1.572, § 2º - O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de 
doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, 
desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. 
- Art. 1.572, § 3º - No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a 
separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o 
permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal. 
- Requisitos: Grave doença mental + Manifestada após o casamento + Impossibilidade de vida em comum + 2 
anos de duração + Reconhecimento de cura improvável 
 
 
 
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1.3.8.6.4. Separação Consensual: 
- Art. 1.574, CC/02 - Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados 
por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção. 
- § Único - O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção 
não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges. 
- requisitos: Casamento há mais de 1 ano + Manifestação perante o juiz. 
 
1.3.8.6.5. Separação Extrajudicial: 
- Art. 3º Lei 11.441/07 c/c Art. 1.124-A, CPC/73 - A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo 
filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser 
realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens 
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro 
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 
§ 1º -A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro 
de imóveis. 
§ 2º - O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou 
advogados de cada um deles ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 
§ 3º - A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei. 
(Incluído pela Lei nº 11.441, de 2007). 
- Requisitos: Inexistência de filhos menores ou incapazes + Presença de advogado representando as partes + 
Escritura pública + Inexistência de litígio sobre partilha de bens, pensão alimentícia e uso de nome. 
 
1.3.8.7. Tipos de divórcio: 
1.3.8.7.1. Divórcio Indireto ou Por Convenção: 
- Art. 1.580, CC/02 - Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação 
judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá 
requerer sua conversão em divórcio. 
- Não há mais o requisito do prazo. 
 
1.3.8.7.2. Divórcio Direto: 
- Art. 1.580, § 2º - O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada 
separação de fato por mais de dois anos. 
- Não há mais a exigência do prazo, em razão da EC/66. 
 
1.3.8.7.3. Divórcio Por Procedimento ou Extrajudicial: 
- Art. 3º Lei 11.441/07 c/c Art. 1.124-A, CPC/73 - A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo 
filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser 
realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens 
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro 
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 
- Requisitos: Inexistência de filhos menores ou incapazes + presença de advogado representando as partes + 
Escritura pública + Inexistência de litígio sobre partilha de bens, pensão alimentícia e uso de nome. 
 
1.3.8.8. Aspectos Relativos ao Processo de Separação/Divórcio: 
- Art. 1.575, CC/02 - A sentença de separação judicial importa a separação de corpos e a partilha de bens. 
§ Único - A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este 
decidida. 
- Efeitos da sentença quanto à separação de corpos e quanto à partilha de bens; 
- Art. 1.581, CC/02 - O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens. 
- Art. 1.576, CC/02 - A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime 
de bens. 
§ Único - O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão 
representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão. 
- Efeitos da separação quanto aos deveres de coabitação e fidelidade e quanto ao fim do regime de bens; a questão 
relativa à separação de fato. 
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- Art. 1.578, CC/02 - O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o 
sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar: 
I - evidente prejuízo para a sua identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida; 
III - dano grave reconhecido na decisão judicial. 
§ 1º - O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar 
o sobrenome do outro. 
§ 2º - Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado. 
 
1.3.8.9. Proteção da Pessoa dos Filhos: 
- Com esse título, o Código Civil trata o capítulo referente à guarda (visitas) dos filhos, em razão da separação, 
divórcio ou dissolução da união estável. 
- Art. 1.583, CC/02 - A guarda será unilateral ou compartilhada. 
§ 1º - Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 
1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e 
da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 
§ 2º - Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a 
mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: 
§ 3º - Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender 
aos interesses dos filhos. 
§ 4º - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 5º - A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para 
possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou 
prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a 
saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. 
- Art. 1.584, CC/02 - A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: 
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de 
divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; 
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo 
necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. 
§ 1º - Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua 
importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas 
cláusulas. 
§ 2º - Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os 
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores 
declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. 
§ 3º - Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o 
juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de 
equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. 
§ 4º - A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou 
compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. 
§ 5º - Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa 
que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as 
relações de afinidade e afetividade. 
§ 6º - Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores 
sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo 
não atendimento da solicitação. 
- Art. 1.585, CC/02 - Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar de guarda 
ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo que provisória, será 
proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos 
filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584. 
- Art. 1.586, CC/02 - Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de 
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais. 
- Art. 1.587, CC/02 - No caso de invalidade do casamento, havendofilhos comuns, observar-se-á o disposto nos 
arts. 1.584 e 1.586. 
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- Art. 1.588, CC/02 - O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os filhos, que só 
lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados convenientemente. 
- Art. 1.589 - O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, 
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e 
educação. 
§ Único - O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança 
ou do adolescente. 
- Art. 1.590, CC/02 - As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores estendem-se 
aos maiores incapazes. 
 
 
2. UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO 
 
2.1. Relevância do Assunto: 
- Os dados do último censo do IBGE, apontam que cerca de 36,4% dos casais brasileiros não são casados formalmente; 
- Em alguns Estados esses índices podem alcançar cerca de metade da população; 
- Deve-se lembrar que o conceito de casamento está ligado ao registro (no caso, no Cartório de Registro Civil das P.N) 
 
2.2. Histórico: 
 
2.2.1. Noção histórico-moral de concubinato: 
- Conotação pejorativa; 
- Relação ilegítima. 
 
2.2.2. Fase anterior a Constituição de 1988: 
- A inexistência de divórcio e a questão dos desquitados; 
- Existência de sociedade de fato, quanto aos efeitos patrimoniais (não havia meação, por exemplo); 
- Primeiros reconhecimentos de direitos similares ao casamento: 
•Tornar a companheira(o) beneficiário(a) da Previdência Social (leis 4297/63, 5698/71, 6194/74, 8441/92 etc. 
•Concessão de benefícios de pensão deixada por servidor: Lei 3765/60; 
•Uso do nome: art. 57, §2º da Lei 6015/73: “A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, 
desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, poderá requerer ao juiz competente que, 
no registro de nascimento, seja averbado o patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, 
de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de qualquer das partes 
ou de ambas. (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975). 
 
2.2.3. Constituição Federal de 1988: 
- Art. 226, § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como 
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
- Diversidade de sexos (ou gênero, como expressão mais atual); conversão em casamento; não equiparação ao 
casamento. 
 
2.2.4. Lei 8.971/94: 
- Regulava direito a alimentos e à sucessão 
- Trazia a questão do tempo como requisito para a sua configuração: 
- Art. 1º - A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, que 
com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 5.478, de 25 de julho 
de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade. 
§ Único - Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher solteira, separada 
judicialmente, divorciada ou viúva. 
 
2.2.5. Lei 9.278/96: 
- Regulava as questões dos deveres dos companheiros e do regime de bens. 
- Afasta a questão do tempo como requisito para a configuração da união estável: 
- Art. 1º - É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma 
mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
 
2.2.6. Código Civil de 2002: 
- Art. 1.723 - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
§ 1º - A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência 
do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
§ 2º - As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável. 
- Art. 1.724 - As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e 
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
- Art. 1.725 - Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no 
que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
- Art. 1.726 - A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e 
assento no Registro Civil. 
- Art. 1.727 - As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. 
 
2.2.7. ADPF 132 e ADIN 4.277: 
- Rel. Min. Carlos Ayres Brito 
- Caso originário: 
- Principal efeito: interpretação dada ao art. 1723 do CC/02: 
- É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência 
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
- E ao próprio art. 226; § 3º da CF/88: Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento 
 
2.3. Requisitos Para a Configuração 
- Art. 1.723, CC/02 - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
 
2.3.1. Requisitos Subjetivos (ligados a pessoa): 
- 2 pessoas; 
- Maiores e capazes 
- Quanto às relações de poliamorismo? 
- Quanto à condição de capacidade? 
 
2.3.2. Requisitos objetivos: 
- convivência: pública, contínua e duradoura. 
- Pública; 
- Contínua; 
- Duradora. 
- Não há necessidade de escritura pública. 
 
2.3.3. Requisitos Negativos: 
- Art. 1.723, § 1º, CC/02 - A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se 
aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
- Art. 1.723, § 2º, CC/02 - As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável 
- E o problema da separação de fato? 
 
2.4. Efeitos da União Estável 
 
2.4.1. Efeitos Pessoais: 
- Art. 1.724, CC/02 - As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e 
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
 
2.4.2. Efeitos Patrimoniais: 
- Art. 1.725, CC/02 - Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações 
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
- Requisito formal: “contrato escrito”. Não há exigência de escritura pública, portanto. 
 
2.5. Conversão em Casamento 
- Art. 226, § 3º, CF/88 - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher 
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
- Art. 1.726, CC/02 - A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e 
assento no Registro Civil. 
 
2.6. Concubinato 
- Art. 1.727, CC/02 - As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem 
concubinato. 
- Relações não eventuais; “homem e mulher”; Parte da doutrina ainda usa as denominações: concubinato puro e 
concubinato impuro, segundo a Profa. Maria Helena Diniz: 
•PUROseria para pessoas desimpedida de casar, ou seja, seria a própria união estável; 
•IMPURO seria: 1 – adulterino, se o concubino for casado; ou 2 – incestuoso, se houver parentesco entre as partes. 
3. PARENTESCO 
 
3.1. Conceito: 
- É a relação jurídica de direito de família, que vincula 2 ou mais pessoas, por laços de consanguinidade, afinidade, 
adoção ou afetividade. 
- Todas as pessoas possuem relação de parentesco. É algo inerente ao ser humano. O direito, de certa forma, reduz as 
relações biológicas de parentesco, discriminando aquelas que geram efeitos jurídicos. 
 
3.2. Tipos: 
- Consanguíneo (também chamado de natural); 
- Afinidade; 
- Adoção; 
- Socioafetivo 
- Quanto ao parentesco socioafetivo. Implicações recentes. Enunciado 256 CJF: “A posse do estado de filho 
(parentalidade socioafetiva) constitui modalidade de parentesco civil” 
 
3.3. Regras Gerais: 
- Art. 1.591, CC/02 - São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de 
ascendentes e descendentes. 
- Este artigo explicita quais são os parentes na linha reta. 
- Ascendentes: pai (mãe), avô(avó), bisavô (bisavó), trisavô (trisavó) etc. 
- Descendentes: filha (filho), neta (neto), bisneta (bisneto), trineta (trineto) etc. 
- Art. 1.592,CC/02 - São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só 
tronco, sem descenderem uma da outra. 
- Este artigo explicita quais são os parentes na linha colateral. 
- Irmãos, sobrinhos, tios, primos, tios-avós, sobrinhos-netos. 
- Art. 1.593, CC/02 - O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. 
- Art. 1.594, CC/02 - Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo nº de gerações, e, na colateral, também pelo 
número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. 
- Art. 1.595, CC/02 - Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 
§ 1º - O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou 
companheiro. 
§ 2º - Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. 
 
3.4. Filiação – Presunção de Paternidade: 
 
3.4.1. Princípio da Igualdade Entre Filhos: 
- CC/02. Art. 1.596 - Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
- CF/88. Art. 227, § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos 
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
 
3.4.2. Presunção de Paternidade: 
- Regra: “pater is est quem nuptiae demonstrant” (pai é o marido na constância do casamento); 
- Trata-se de presunção relativa, ou seja, admite prova em contrário. 
- Aplicação: somente para homens casados. 
- Art. 1.597, CC/02 - Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; 
II - nascidos nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade 
e anulação do casamento; 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial 
homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. 
- Art. 1.598, CC/02 - Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a 
mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos 
300 dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já 
decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1.597. 
3.4.3. Filiação – Reconhecimento de Paternidade: 
 
3.4.3.1. Aplicação: 
- Homens não casados: Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou 
separadamente. 
 
3.4.3.2. Formas de Reconhecimento (2 tipos): 
- (1) Voluntário; (2) Forçado – Investigação de Paternidade. 
 
3.4.3.3. Reconhecimento Voluntário da Paternidade: 
- Art. 1.609, CC/02 - O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: 
I - no registro do nascimento; 
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; 
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; 
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e 
principal do ato que o contém. 
§ Único - O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar 
descendentes. 
 
3.4.3.4. Outras Regras Incidentes no Reconhecimento Voluntário: 
- Art. 1.610, CC/02 - O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento. 
- Art. 1.611, CC/02 - O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar 
conjugal sem o consentimento do outro. 
- Art. 1.612, CC/02 - O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se 
ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor. 
- Art. 1.613, CC/02 - São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho. 
- Art. 1.614, CC/02 - O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o 
reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação. 
 
3.4.3.5. Reconhecimento Foçado (Investigação de Paternidade): 
- Norma básica do ECA: 
Art. 27 - O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo 
ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. 
- Normas básica do Código Civil: 
Art. 1.616, CC/02 - A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do 
reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe 
contestou essa qualidade. 
- Art. 1.603, CC/02 - A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil. 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
- Art. 1.604, CC/02 - Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo 
provando-se erro ou falsidade do registro. 
- Art. 1.605, CC/02 - Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo 
admissível em direito: 
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; 
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. 
- Art. 1.606, CC/02 - A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele 
morrer menor ou incapaz. 
§ Único - Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo. 
 
3.4.3.5.1. Ação de Investigação de Paternidade: 
- Estrutura processual: 
- Autor: suposto filho; 
- Réu: suposto pai; 
- Provas: fase pré-DNA e condição atual; 
- Coisa Julgada: ações julgadas sem o exame de DNA 
 
3.4.3.6. Ação Negatória de Paternidade (Ação de Contestação de Paternidade): 
3.4.3.6.1. Aplicação: 
- Homens casados (sujeitos à presunção depaternidade). 
 
3.4.3.6.2. Estrutura Processual: 
- Autor: pai (marido da mãe, sujeito à presunção de paternidade); 
- Réu: filho (nascido dentro das regras da presunção de paternidade e registrado pelo marido da mãe). 
 
3.4.3.6.3. Normas Atinentes à Negatória de Paternidade: 
- Art. 1.599, CC/02 - A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da 
paternidade. 
- Art. 1.600, CC/02 - Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da 
paternidade. 
- Art. 1.601, CC/02 - Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, 
sendo tal ação imprescritível. 
- § Único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação. 
- Art. 1.602, CC/02 - Não basta a confissão materna para excluir a paternidade. 
 
 
4. ALIMENTOS 
 
4.1. Conceito: 
- Tudo o que é necessário para satisfazer aos reclamos da vida, são as prestações com as quais podem ser satisfeitas as 
necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. Mais amplamente, é a contribuição periódica assegurada a 
alguém, por um título de direito, para exigi-la de outrem, como necessário à sua manutenção” (Yussef Said Cahali). 
- Observem, inserida no conceito, a noção de obrigação. Portanto, fala-se em credor (na maior parte das vezes, o filho) 
e em devedor (na maior parte das vezes, o pai). 
 
4.2. Legitimidade Para Pedir e Para Pagar os Alimentos – Sujeitos da Obrigação de Alimentos: 
- As obrigações de alimentos obedecem a um ‘numerus clausus’, uma vez que as pessoas que podem vir a ser sujeitos 
(ativos e passivos) da relação são enumeradas por normas.” (José Lamartine C. de Oliveira e Francisco J. F. Muniz); 
- A obrigação de alimentos situa-se entre ascendentes, descendentes e irmãos, não se estendendo aos colaterais de 3º 
e 4º graus. Contra essa ideia, baseados no princípio de solidariedade familiar Maria Berenice Dias e Cristiano Chaves 
entendem que deva ir além do 2º grau. 
 
4.2.1. Regras Acerca da Legitimidade Para Pedir e Pagar Alimentos: 
- Art. 1.694, CC/02 - Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que 
necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de 
sua educação. 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
- Art. 1.696, CC/02 - O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os 
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. 
- Art. 1.697, CC/02 - Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão 
e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais. 
 
4.2.2. A Questão da Obrigação dos Avós: 
- Art. 1.698, CC/02 - Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar 
totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a 
prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma 
delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. 
 
4.3. Princípio da Proporcionalidade: 
- O montante da prestação de alimentos se determina por uma equação de proporcionalidade, que se traduz pelo 
cálculo realizado em razão da necessidade do alimentado e da possibilidade do alimentante, conforme estabelece o 
artigo 1.694, § 1º do CC.; 
- Art. 1.694, CC/02 - Podem os parentes, os cônjuges ou comp. pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem 
para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
§ 1º - Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. 
- Para alguns autores existe um 3º elemento: a condição social. 
4.4. Alteração da Obrigação Alimentícia: 
- Art. 1.699, CC/02 - Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de 
quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração 
do encargo. 
- É o fundamento para as ações de revisão e de exoneração de obrigação alimentícia. 
 
4.5. Transmissão da Obrigação Por Sucessões: 
- Art. 1.700, CC/02 - A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694. 
 
4.6. Características dos Alimentos: 
- Art. 1.707, CC/02 - Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo 
crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. 
 
4.7. Exoneração da obrigação: 
- Art. 1.708, CC/02 - Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos. 
§ Único - Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao 
devedor.

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