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Fisiologia do Sistema Auditório ● A natureza do som: Os sons são variações audíveis na pressão do ar. Quando um objeto se move, um trecho do ar é comprimido, aumentando a densidade das moléculas. Reciprocamente, quando o objeto se afasta o ar fica rarefeito (menos denso) A frequência sonora é a quantidade de trechos de ar comprimido ou rarefeito que passam pelo nosso ouvido a cada segundo. É medida em Hz (Hertz) Nosso sistema auditório pode responder a ondas de 20 até 20.000 Hz (essa faixa diminui com a idade e exposições à ruídos, especialmente ás frequências mais altas). Ondas de alta frequência são percebidas com sons agudos, e as de baixa frequência em tons mais graves. A intensidade é a diferença de pressão entre os trechos de ar rarefeito e comprimidos. (Amplitude da onda). Ela quem determina o volume que nós percebemos (Ex: alta intensidade = alto volume). É medida em dB (deciBéis), uma unidade logarítimica e comparativa. A audição alcança 120dB, mas a partir de 100dB já ocorre lesão no ouvido e acima de 130dB ocorre dor. A fase é a relação de tempo entre 2 ou mais ondas O timbre é a característica que permite a distinção entre dois sons com a mesma frequência e amplitude. Ex: piano e violino tocando a mesma nota produzem sons diferentes, pois cada instrumento vibra de forma distinta e forma harmônicos de amplitudes e frequências diferentes. ● A estrutura do sistema auditório A orelha externa é formada pelo pavilhão (responsáveis por direcionar as ondas sonoras para as porções mais internas da orelha) e pelo meato acústico externo. (É a entrada da parte interna do sistema auditório, possui função protetória e termina na membrana timpânica). A membrana timpânica inicia a orelha média. Conectado a ela estão os ossículos (martelo, bigorna e estribo) Os ossículos localizamse em uma pequena câmara preenchida de ar. Eles transferem os movimentos da membrana timpânica para uma segunda membrana que cobre um orifício no osso do crânio, a janela oval. Nesse processo ocorre uma amplificação, já que a área da membrana timpânica equivalese a 16x a da janela oval. Os ossículos também se ligam a pequenos músculos (estapédio e tensor do tímpano), que quando contraem enrijecem o sistema = proteção contra sons muito altos e não abruptos). Atrás da orelha oval há a cóclea, preenchida por fluídos (perilinfa nas escalas vestibular e timpânica, endolinfa na escala média), a qual contém mecanismos que transformam o movimento físico da membrana da janela oval em uma resposta neural. Os primeiros estágios da via auditória: onda sonora move a membrana timpânica > membrana timpânica move os ossículos > ossículos movem a membrana da janela oval > movimento da janela oval move o fluído da cóclea > movimento do fluído coclear causa resposta em neurônios sensoriais. Após gerada a resposta neural ao som no ouvido interno, o sinal é transferido para uma série de núcleos do tronco encefálico, onde é processado. A eferência desses núcleos é enviada a um núcleo de retransmissão no tálamo, o núcleo geniculado medial (NGM). O NGM projetase ao córtex auditivo primário (A1) do lobo temporal. ● Ouvido Médio: Composto pela membrana timpânica, ossículos e músculos (estapédio e tensor do tímpano) O ar no ouvido médio está em continuidade com o ar das cavidades nasais pela tuba auditiva. Curiosidade: quando um avião está decolando ou um carro subindo uma montanha, a pressão do ar circulante diminui. Enquanto a válvula da tuba auditiva estiver fechada, haverá portanto uma diferença de pressão (a pressão na parte auditória será igual a de antes da subida). Essa diferença leva a membrana timpânica a se protrair e nos fazer sentir uma pressão desagradável, ou mesmo dor de ouvido. A deglutição ou um bocejo abrem a tuba auditiva, igualando as pressões e aliviando o problema. O mesmo pode ocorrer numa descida, porém a pressão do ar externa que será maior. Amplificação da força do som pelos ossículos: Os ossículos permitem haver movimento da janela oval, que se fosse diretamente ligada à membrana timpânica não vibraria, por estar repleta de flúido. Os ossículos conseguem isso por fazerem maior pressão. A força exercida sobrea janela oval é maior, pois os ossos atuam como alavancas. A área da janela oval é menor que da membrana timpânica Por esses dois motivos, a pressão sobre a janela oval é maior, que permite mover o fluido interno. Reflexo de Atenuação: É o reflexo da contração dos músculos tensor do tímpano e estapédio, ligados respectivamente a martelo e estribo, que torna a cadeia de ossículos mais rígidas e diminui a condução do som ao ouvido interno. É desencadeado por uma resposta neural a um som barulhento, sendo maior em frequências básicas. Age como mecanismo protetor do ouvido. Ineficaz para sons abruptos. ● Ouvido interno: Contém a cóclea (sistema auditório) e o labirinto (sistema vestibular). Anatomia da Cóclea: forma espiralada, lembra um caracol. ‘Canudo enrolado no lápis”: tubo oco de paredes ósseas, e um pilar central cônico e ósseo, o modíolo. Na base da cóclea estão dois orifícios cobertos por uma membrana: a janela oval e a janela redonda. A cóclea cortada transversalmente mostra 3 câmaras: A escala (ou rampa) vestibular, a escala média e a escala timpânica. A Membrana de Reissner separa a escala vestibular da média e a membrana basilar a escala timpânica da média. Apoiados na membrana basilar , está o órgão de Corti (órgão espiral), o qual contém neurônios receptores auditivos. Suspenso sobre esse órgão está a membrana tectorial. No ápice da cóclea,imaginando ela desenrolada, a escala média está fechada, e as escalas timpânicas e vestibular se comunicam por um orifício chamado Helicotrema. Na base da cóclea, também imaginando ela desenrolada, a escala vestibular encontrase com a janela oval e a escala timpânica encontrase com a janela redonda. O líquido das escalas vestibular e timpânica é a perilinfa, com constituição iônica similar à do fluido cefalorraquidiano: baixa concentração de K+ e alta de Na+ A escala média está preenchida pelo endolinfa, fluido extracelular com concentrações iônicas semelhantes a fluidos intracelulares: Alta concentração de K+ e baixa de Na+. Essa diferença de concentração se dá por processo de transporte ativo que ocorre na estria vascular (endotélio que recobre a parede da escala média). A estria vascular reabsorve Na+ e secreta K+ contra seus gradientes de concentração. Isso faz com que o potencial elétrico ( potencial endococlear) da endolinfa seja 80mV mais positivo que da perilinfa. Esse potencial aumenta a transdução auditiva. Fisiologia da cóclea: Os ossículos movem a membrana que cobre a janela oval , funcionando como um pequeno pistão O movimento para dentro da janela oval empurra a perilinfa na escala vestibular. Se as estruturas da cócleas fossem rígidas, a pressão iria da janela oval, subindo a escala vestibular e passando pelo helicotrema e desceria pela escala timpânica até a janela redonda, abaulando a membrana desta para fora.Como a membrana basilar e a de Reissner são flexíveis, o movimento na cóclea não é tão preciso. A resposta da membrana basilar ao som: O ápice da membrana é mais largo e flexível. O movimento da perilinfa na escala vestibular move a membrana de Reissner e consequentemente a endolinfa dentro da escala média. O movimento da endolinfa faz com que a membrana basilar movimentese próxima de sua base, propagando uma onda em direção ao ápice. A distância que a onda percorrena membrana basilar depende da frequência. Frequência mais alta vibrará mais a base, dissipando muita energia e a onda não se propagará muito longe. “Semelhança com a harpa”: cordas curtas = altas frequências; cordas longas = baixas frequências Órgão de Corti e as Estruturas Associadas: No Órgão de Corti estão as células receptoras auditórias, capazes de converter energia mecânica em alterações na polarização de membrana. Ele constitui de células ciliadas, pilares de Corti e células de sustentação. As células ciliadas são os receptores auditivos. Contém cerca de 100 estereocílios cada. O evento crítico na transdução do som em sinal neural é o deslocamento desses cílios. As células ciliadas estão fixadas entre a membrana basilar e uma fina lâmina de tecido, chamada lâmina reticular. Os pilares de Corti estendemse entre essa duas lâminas oferecendo sustentação estrutural. Entre modíolo e pilares de Corti = Células ciliares internas Externas aos pilares de Corti = células ciliadas externas Os estereocílios vão do limite apical das células ciliadas até para o interior da endolinfa, mantendo suas extremidades na membrana tectorial (ciliadas externas) ou logo abaixo dela (cilidadas internas). As células ciliares fazem sinapses com neurônios cujos corpos celulares estão no gânglio espiral, dentro do modíolo. Esses neurônios são bipolares, com dendritos indo até as partes laterais e basal da célula ciliada. Os axônios do gânglio espiral entram no Nervo VestíbuloCoclear (VIII PC), o qual se projeta aos núcleos cocleares no bulbo. Os implantes cocleares substituem a cóclea no caso de surdez: microfone externo recebe o som e converte em sinal elétrico > processador com bateria >sinal transmitido via rádio a um receptor implantado sobre o osso mastóide > tradução do código em impulsos elétricos > enviados ao implante coclear > estimulação do nervo auditivo Transdução pelas células ciliadas O movimento da membrana basilar, em resposta a um movimento do estribo, ocasiona o movimento das células ciliadas e toda a estrutura de movimentação. Filamentos de actina e transversais fazem com que os estereocílios movamse juntos e articulados apenas à base. Quando uma onda sonora causa o deslocamento dos estereocílios de um lado para o outro, a célula ciliada gera um potencial receptor que despolariza e hiperpolariza alternadamente a partir do potencial de repouso de 70mV Nas pontas dos estereocílios há um canal de cátion, o canal TRPA1. É provável que eles sejam induzidos a abrir e fechar pelo deslocamento do estereocílio, gerando mudanças no potencial receptor da célula ciliada. Cada canal está ligado por um filamento elástico (semelhante a uma mola) à parede do estereocílio adjacente. Esterocílios aprumados: canais parcialmente abertos > escoamento de K+ da endolinfa para dentro da célula ciliada Deslocamento do esterocílio para um lado: aumento da tensão sobre as conexões das pontas, abrindoos mais, aumentando a corrente intracelular de K+. Deslocamento do estereocílio na direção oposta: alivio na tensão sobre as conexões das pontas, fechando o canal e prevenindo o influxo de K+. Entrada de K+ = despolarização = ativação dos canais de Ca++ dependentes de voltagem. Entrada de Ca++ = disparo da liberação de neutransmissor, provavelmente o Glutamato, o qual ativa os axônios do gânglio espiral. Por que a célula ciliada se despolariza com a entrada de K+, enquanto a maioria dos neurônios se hiperpolarizariam ? Devido à alta concentração de K+ na endolinfa, que produz um potencial de equlíbrio de K+ de 0mV (80mV nos neurônios típicos). O potencial endococlear de 80mV ajuda na entrada, ao auxiliar a criação de um gradiente de 125 mV através da membrana dos estereocílios. Inervação das Células Ciliadas: O nervo auditivo consiste em axônios cujos neurônios estão no gânglio espiral. Portanto, os neurônios do gânglio espiral são os primeiros na via auditiva a disparar potenciais de ação, e fornecem toda a informação auditiva enviada ao encéfalo. Há cerca de 3x mais célullas ciliadas externas que internas. Mais de 95% das células do gânglio espiral comunicamse com um número relativamente pequeno de células ciliadas internas. Ou seja, menos de 5% recebe aferência das ciliadas externas. Um dendrito do gânglio espiral recebe aferência de uma célula ciliada interna. Mas uma célula ciliada interna afere para cerca de 10 dendritos espirais. Com as células ciliadas externas ocorre o inverso do descrito acima. Conclusão: a maior parteda informação que deixa a cóclea provém de células ciliadas internas. Então para que servem as ciliadas externas ? A amplificação pelas Cél.Ciliadas Externas: As Células Ciliadas Externas amplificam o movimento da membrana basilar durante os estímulos sonoros de baixa intensidade. São consideradas um amplificador coclear. A chave para essa função são as proteínas motoras nas membranas delas, já que elas podem alteral o tamanho celular. Logo, descobriuse que as CCE respondem ao som tanto com um potencial receptor, quanto com alteração de tamanho. O “motor” das proteínas são movidas pelo potencial receptor, ou seja, não dependem de ATP. Quando ocorre a alteração no tamanho, ocasionase o movimento de aproximação ou distanciamento entre a membrana basilar e a lâmina reticular/ membrana tectorial. Esse aumento do deslocamento da membrana basilar gera maior deslocamento também das CCI, e o processo de transdução dessas produz uma resposta maior no nervo auditivo. Esse efeito pode ser alterado por neurônios externos à cóclea. Esses neurônios, que partem do tronco encefálico, estabelecem sinapses com a CCE e liberando acetilcolina, que podem alterar a CCE e consequentemente a função das CCI. Alguns antibióticos podem danificar as CCE. ● Processos auditivos centrais Mais complexas que as vias visuais: mais sinapses em núcleos intermediários entre o órgão sensorial e o córtex. Mais vias alternativas Anatomia das vias auditivas: Aferências do gânglio espiral entram no tronco encefálico pelo nervo vestíbulococlear. No bulbo, os axônios inervam o núcleo coclear dorsal e o núcleo coclear ventral ipsilaterais á cóclea, de onde eles originamse. A partir daí o sistema tornase mais complexo. As fibras do núcleo coclear ventral projetam seus axônios á oliva superior de ambos os lados do tronco encefálico. Axônios dos neuronios olivares ascendem e inervam o colículo inferior no mesencéfalo. Muitos axônios do núcleo coclear dorsal seguem uma rota similar á via do núcleo coclear ventral, mas a via dorsal segue diretamente (sem parar na oliva superior). Embora ainda haja outras rotas, todas as vias auditivas convergem para o colículo inferior do mesencéfalo. Neurônios do colículo inferior enviam seus axônios ao núcleo geniculado medial (NGM) do tálamo, o qual se projeta no córtex auditivo. Gânglio espiral (via n. auditivo) > Núcleo Coclear Ventral > Oliva Superior (Via Lemnisco Lateral) > Colículo Inferior > NGM > Córtex Auditivo Obs 1: Outras projeções e núcleos participam do processo auditivo (Ex: alguns axônios do colículo inferior vão para o colículo superior = integração audiovisão.) Obs 2: Existem amplas retroações nas vias auditivas (Ex: alguns axônios do cortéx auditivo no NGM e colículo inferior) Obs 3: Os núcleos auditivos do tronco encefálico (exceto os cocleares), recebem aferência de ambos os ouvidos. ( = única maneira de uma lesão no tronco encefálico resultar na surdez de apenas um ouvido: lesão nos núcleos cocleares ou no n. vestibulo coclear de um lado). Propriedades das Respostas dos Neurônios na Via Auditiva: Como a maioria das células do gânglio espiral receber aferência de uma única célula ciliada interna, esses neurônios disparam um número considerável de Potenciais de Ação apenas em reação a uma determinada frequência. A frequência característica do neurônio é aquela em que ele é mais responsivo. À medida que a via auditiva ascende no tronco encefálico, as propriedades de respostas das células ficam mais diversificadas e complexas. (Ex: algumas células dos núcleos cocleares são sensíveis aos sons que variam de frequência com o tempo) ● Codificação da intensidade e frequência de um som Intensidade do estímulo: codificada de duas maneiras interrelacionadas: pela frequência de disparos dos neurônios e pelo número de neurônios ativos. Quanto mais intenso o som = maior a vibração da membrana basilar = maior despolarização ou hiperpolarização do potencial de membrana das células ciliadas ativadas = axônios conectados a elas disparam potenciais de ação com frequências maiores Ou seja, um axônio dispara mais rápido para sons de mesma frequência quando a intensidade estiver aumentada. Os estímulos mais intensos produzem movimentos da membrana basilar que se propagam por distâncias maiores = ativação de mais células ciliadas. Considerase que o volume do som que percebemos esteja correlacionado com o número de neurônios ativos do n.vestibulococlear e suas frequências de disparo. Frequência do Estímulo, Tonotopia e Sincronia de fase Os neurônios da via auditiva são sensíveis à frequência do estímulo. Isso ocorre devido à mecânica da membrana basilar, pois o som de diferentes frequências deformam ao máximo diferentes porções dela. Os axônios do n.auditivo ligados a células ciliada mais próximas da membrana basilar apical tem as frequências mais baixas, enquanto os ligados a membrana basilar basal tem as mais altas. Neurônios vizinhos tem frequências características próximas. Essa organização sistemática de frequências características chamase tonotopia. Mapas tonotópicos existem na membrana basilar, nos núcleos de retransmissão auditivos, nos NGM e no córtex auditivo. Em alguns casos, a frequência pode ser codificada de alguma maneira além do local de ativação máxima nos mapas tonotópicos: não há neurônios com características de frequência abaixo de 200Hz > o local de ativação máxima pode ser o mesmo para frequências de 50Hz, 100 Hz ou 200Hz, por exemplo. Além disso, sons mais intensos de uma mesma frequência produzem uma deformação máxima numa região mais distante, comparados aos de intensidade menor. Sincronia de Fase: disparo consistente de potenciais de ação de uma célula numa mesma fase de uma onda sonora. Não necessariamente o disparo deve ocorrer em todos os ciclos, mas sim na mesma fase da onda. Resumindo: baixas frequências são representadas pela sincronia de fase, intermediárias tanto pela tonotopia quando pela sincronia de fase, em altas frequencias, só a tonotopia serve para identificar a frequência sonora. ● Mecanismos de Localização do Som Usamos técnicas diferentes para a localização do som no plano horizontal e no plano vertical Localização do som no plano Horizontal: Uma informação óbvia para essa percepção é o tempo de chegada do som em cada orelha. Ex: um ruído vindo da direita atingirá primeiro a orelha direita e, depois, a esquerda. Esse intervalo é conhecido como retardo temporal interauricular. Som de frente = sem retardo auricular O retardo, detectado por neurônios especializados do tronco encefálico, nos permite localizar a fonte sonora no plano horizontal. Se não ouvirmor o início do som (tom contínuo), não poderemos saber sobre o tempo de chegada do som em cada orelha. Por isso, apresentam maior dificuldade para localização do som. A única coisa que pode ser comparada em tons contínuos são os tempos em que uma mesma fase da onda sonora incide sobre cada orelha. É mais difícil em sons com maior frequência. Para sons de alta frequência, existe uma diferença de intensidade interauricular (a cabeça funciona como anteparo, formando uma sombra sonora do lado oposto de onde o som vem). Se o som vem da direita, a orelha esquerda o ouvirá com menor intensidade. Sons de frequências mais baixas sofrem difração, por isso não há essa diferença de intensidade. Localização de Som no Plano Vertical Não ocorre retardo de tempo interauricular nem variação de intensidade interauricular. As curvas da orelha externa são essenciais para essa percepção, produzindo reflexões que entrem no ouvido. A combinação do sons direto e refletido é sutilmente diferente quando vem de cima ou de baixo. O ouvido externo permite a entrada de sons de alta frequência no canal auditivo quando esses vêm de uma fonte elevada. Córtex Auditivo O arranjo dos axônios do NGM ao projetaremse no córtex auditivo chamase radiação acústica. O córtex auditivo primário (A1) corresponde à área 41 de Brodmann no lobo temporal Camada I poucos corpos celulares Camada II e III células piramidais pequenas Camada IV término dos axônios do NGM (células granuladas densamente agrupadas) Camadas V e VI células piramidais maiores Propriedades das Respostas Neuronais Presença de frequências características cobrindo o especto audível. = Tonotopia Baixas frequências rostral e lateralmente Altas frequências caudal e medialmente Alguns neurônios estão sintonizados para a intensidade, fornecendo uma resposta máxima a uma determinada intensidade de som. Há células com interação binauricular similar: respondem mais ou são inibidos a estímulos de ambos ouvidos Além da A1, outras áreas corticais na superfície superior do lobo temporal respondem a estímulos auditivos. Algumas dessas áreas são tonotopicamentes organizadas. Efeitos de lesões e ablações no córtex auditivo Ablação bilatareal do córtex auditivo = surdez Mesmo após ablação unilateral do córtex, é mantido um nível surpreendente de função auditiva normal = ambos os ouvidos enviam eferências ao córtex de ambos hemisférios Déficit primário da uma perda unilateral de A1 = incapacidade de localizar uma fonte sonora (mesmo assim, ainda é possível localizar de qual lado vem o som) Lesões menores podem produzir déficits específicos de localização. Por conta da tonotopia, é possível a surdez para uma determinada frequência. Tipos de Surdez: Surdez de Condução: distúrbio na conduçao do som do ouvido externo á cóclea Surdez Neural: associada à perda de neurônios, tanto do nervo auditivo como das células ciliadas da cóclea. Referência: BEAR, Mark F., CONNORS, Barry W., PARADISO, Michael A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso; 3.ed., Porto Alegre Artmed, 2008.
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