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Princípio de Saisine

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Aula 01
Princípio de Saisine
“Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.“
É uma ficção, importada do Direito francês, pela qual, no exato momento da morte do autor da herança, ocorre a transmissão do seu patrimônio aos seus herdeiros e legatários. Ainda que a transmissão do domínio só se concretize tempos depois, a sua eficácia será retroativa ao momento da morte, que se chama momento da abertura da sucessão.
Lei aplicável à sucessão
Lei Material — aquela que vigorar no momento da morte. Mesmo que surja lei nova logo após a morte, será utilizada lei retroativa ao momento da morte.
“Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.“
- O último domicilio do autor da herança será o local de abertura da sucessão. Atentar-se ao domicilio e não aonde o autor morreu. Não havendo domicilio certo, será aonde estiver os seus bens.
Há duas hipóteses de sucessão: 
Legitima, ou seja, a sucessão se opera por forca da lei transmitindo aos herdeiros legítimos/necessários; podendo ser sucessores legítimos necessários (ascendentes, descendentes ou cônjuges), já a sucessão legitima acontecerá quando não houver testamento, houver herdeiros necessários, ou quando o testamento não envolver todos os bens do autor da herança.
Testamentária é a hipótese do autor da herança transmitir os seus bens de forma parcial ou total de acordo com a sua expressa vontade, por ser a sua vontade primária, o legislador caracteriza a sucessão legitima como secundária.
Cabe salientar que o testamento só terá eficácia após a morte do autor da herança.
Sucessão a titulo universal x sucessão a titulo singular (legatário): na primeira hipótese o herdeiro assume o titulo de uma quota da herança correspondente a sua parte legal; já o legatário corresponde aos bens singulares, ou seja, expressos de forma individual, exemplo: uma casa em cabo frio.
Natureza jurídica da herança: o total da herança forma um só imóvel, além disso, o montante será considerado indivisível até a data da partilha; equipara-se os co-herdeiros aos condôminos. 
Cessão de direitos hereditários: não pode ter por objeto bem singular, pois a partilha ainda não foi feita, por isso só poderá utilizar-se do montante ou quota. A quota deverá ser autorizada mediante alvará judicial. 
Aula 02
A aceitação da herança consiste em ato jurídico unilateral e necessário. Como no principio da saisine, a herança é transmitida aos herdeiros no momento da morte, a aceitação é a confirmação do recebimento dos bens que lhe foram transmitidos. 
A aceitação possui efeito ex tunc, pois retroage a data da abertura da sucessão, ou seja, com a morte do autor da herança.
Em regra, a aceitação é ato personalíssimo. No entanto, o código civil demonstra exceções, como quando for feita através de curador ou tutor (apenas mediante autorização judicial), feita por mandatário ou até mesmo o cônjuge, independente de outorga.
Há três espécies quanto a aceitação da herança:
Expressa: quando o herdeiro expressa de forma escrita, como por meio de uma declaração.
Tácita: quando o autor, embora nao tenha expressado a aceitação, passa a agir como se herdeiro fosse.
Presumida: quando o herdeiro nao recusa os bens e vence o prazo para renuncia, estipulado pelo juiz por ter sido provado por outrem interessado na declaração deste (credores, por exemplo)
A aceitação também pode ser direta: quando aceita pelo próprio herdeiro ou indireta: quando o herdeiro falece antes da aceitação, transmitindo a sua quota parte aos seus sucessores.
Nos casos de renuncia, no ordenamento jurídico Brasileiro será sempre abdicativa. No entanto, há divisões:
Renúncia abdcativa (própria): é a renuncia propriamente dita, o renunciante nao indica nenhum coerdeiro e nao contribui para taxa de transmissão da herança.
Renúncia translativa (imprópria): neste caso haverá a indicação de quem irá receber, incidindo em duas taxas, a de aceitação e de doação. Como o ordenamento jurídico veda a possibilidade de indicação ao renunciar a sua quota parte, o herdeiro deverá aceitar e somente após receber a herança poderá dispor a terceiros. 
Havendo credores, os mesmos poderão solicitar em juízo que a herança pague as dividas do herdeiro e caso haja saldo remanescente deverá ser devolvido aos demais herdeiros, caso permaneca a renuncia. Os credores deverão se habilitar no prazo de 30 dias ao contar da data da ciência do fato.
Ordem de vocação hereditária: os herdeiros legítimos serão chamados a suceder, sendo os descentes primeiro, e posteriormente os ascendentes.
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
No caso de filho nascido através de inseminação artificial post mortem de um dos genitores, deverá requerer a herança através de petição de herança no prazo de 10 anos a contar da data da abertura da sucessão.
Exclusão do herdeiro/legatário: pode ser por indignidade ou deserção.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. Ambos os institutos têm natureza punitiva, restritiva de direitos e por isso os efeitos da exclusão são pessoais, não atingindo os herdeiros do excluído que herdam como se este fosse pré-morto, ou seja, por representação. Diferente da Renúncia, os herdeiros do excluídos, poderão herdar por representação.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
Aula 03
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