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Análise instituição de educaçõa

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�FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE – FACES
CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: CAI - PSICOLOGIA ESCOLAR II 
PROFESSORA: MARÍLIA DE QUEIROZ DIAS JÁCOME
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Trabalho de campo: Instituição de ensino
Novembro, 2017
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Sumário
3Introdução	�
5Fundamentação Teórica	�
8Método e Procedimentos	�
11Reflexão Crítica	�
14Construção da Proposta de Atuação do Psicólogo Escolar	�
17Conclusão	�
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Introdução
Um dos primeiros movimentos da psicologia escolar no século XIX estava ligado aos trabalhos realizados por Stanley Hall, nos Estados Unidos. Desta forma, a psicologia escolar norte-americana e a francesa configuraram-se como as duas principais fontes de influência na área por todo o mundo, até hoje, inclusive no Brasil. No Brasil a psicologia escolar desenvolveu-se principalmente para atender a problemas na educação, sobretudo na formação dos professores (Cruces, 2006). 
No início da psicologia escolar no Brasil, evidenciou-se o caráter clínico e terapêutico das intervenções realizadas. Sendo assim, o psicólogo possuía “apenas uma sala de atendimento, um espaço em que podia aplicar testes. Um espaço à margem: caso fosse eliminado, em nada mudaria a configuração geral da escola” (Machado & Souza, 1997, cap. 3, para.4).
Ainda hoje, essa visão da clínica na escola está presente na cabeça da maioria dos profissionais do ambiente escolar, pois esse fato é muitas vezes reforçado, por ainda hoje existir psicólogos da área, que trabalham dessa maneira tradicionalista, ou seja, trabalhando com diagnósticos e encaminhamentos de alunos. Na instituição pesquisada por exemplo, a psicóloga trabalha com essa concepção clínica, possuindo dentro da instituição uma sala, para atendimento individual e exclusivo dos alunos.
Porém, a psicologia escolar não se resume a isso, ela deve ser vista de forma mais ampla, como a psicologia da educação, em que deve auxiliar para o melhor desenvolvimento da aprendizagem tanto dentro quanto fora das salas de aula. Dessa maneira, de acordo com Machado & Souza (1997) o psicólogo escolar deve trabalhar com a escuta, mas não como uma escuta clínica, e sim como uma escuta das demandas da escola, desenvolvendo um trabalho de intersecção entre a psicologia e a pedagogia. Sendo assim, o psicólogo deve trabalhar de forma a integrar os pais dos alunos, com a coordenação da escola, o corpo docente e o discente, ouvindo as demandas trazidas por todos e tentando resolvê-las da melhor forma possível e em conjunto com essa comunidade acadêmica. Rompendo assim, com essa ideia tradicionalista da psicologia clínica, não buscando enquadrar os alunos em psicodiagnósticos, mas sim, buscando a melhor forma de desenvolver a aprendizagem dos alunos, de forma lúdica e inclusiva, cada um no seu ritmo e com sua singularidade.
Em 2008 foi criada pelo Governo Federal, a lei 11892, que instituiu a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Surgindo assim, os institutos federais de educação. Esses institutos têm por finalidade:
Ofertar educação profissional e tecnológica, em todos os seus níveis e modalidades, formando e qualificando cidadãos com vistas na atuação profissional nos diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional (Lei 11892, 2008, art. 6º).
Desta forma, nossa pesquisa ocorreu em um Instituto Federal de Brasília, que possui turmas de ensino médio integradas com o ensino técnico e turmas de ensino superior, tornando assim a pesquisa relevante pelo fato desses institutos apresentarem uma nova forma de ensino, voltando-se já para o mercado de trabalho, especializando assim os jovens desde o ensino médio, para que quando terminem a escola já possuam qualificação para entrar no mercado de trabalho.
De acordo com seu estatuto a instituição possui natureza jurídica de autarquia detentora de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar, com características pluricurricular, multicampo e descentralizada, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica. O instituto é equiparado às universidades federais. Destaca-se aqui as características e objetivos:
“Art. 3 O IFB, em sua atuação, observa os seguintes princípios norteadores: 
I. compromisso com a justiça social, equidade, cidadania, ética, preservação do meio ambiente, transparência, gestão participativa e democrática; 
II. verticalização do ensino e sua integração com a pesquisa e a extensão; 
III. eficácia nas respostas de formação básica e profissional, difusão do conhecimento científico e tecnológico e suporte aos arranjos produtivos locais, sociais e culturais; 
IV. inclusão de pessoas com deficiências e necessidades educacionais especiais; 
V. natureza pública e gratuita do ensino, sob a responsabilidade da União.”
Relativo ao ensino nos institutos, de acordo com o art. 55 de seu estatuto, “o currículo está fundamentado em bases filosóficas, epistemológicas, metodológicas, socioculturais e legais, expressas no seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), e se norteia pelos princípios da estética, da sensibilidade, da política de igualdade, da ética, da identidade, da interdisciplinaridade, da contextualização, da flexibilidade e da educação como processo de formação na vida e para a vida, a partir de uma concepção de sociedade, trabalho, cultura, educação e tecnologia”.
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Fundamentação Teórica
A atuação do psicólogo nas escolas vem se ampliando em consonância também com as emergências que se instalam para ampliar a qualidade do ensino no Brasil. Entra governo e sai governo, todos buscam reinventar formar de se ampliar nossa colocação no rank de qualidade de ensino, uma vez que o desempenho do País está entre os mais baixos, na 60º posição, considerando um levantamento de 2015 entre 76 países avaliados pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Onde estamos errando? O que se pode fazer? O problema ultrapassa diversas dimensões, tais como a forma conteudista, tradicional, a formação docente, a estrutura física, as políticas, os impactos socioeconômicos que afetam famílias e o sentido e significado daquilo que se entende por “educar e ensinar”. Mesmo tendo problemas tão enraizados, há sempre formas de reinventar e mudar a situação atual. 
Novas reflexões sobre a atuação do psicólogo fomentam uma ponta de esperança nesse cenário caótico. Marinho-Araújo e Almeida (2010) ressaltam que o psicólogo escolar precisa estar apto para lidar com situações de incerteza, singularidade e conflito, presente em sua prática profissional. Ressalta ainda a necessidade de reconhecer a partir de sua atuação, seus medos e desânimos.
Inovação e reinvenção, são posturas exigidas aos professores e psicólogos na atuação escolar, entretanto, há algo mais que mobiliza as ações, uma identificação com as situações e emergências. A qualificação por si só, poderá levar o profissional a se identificar com seu trabalho, mas este sentimento pode também ser “minado” frente à falta de incentivo e investimento de políticas que pudessem apoiar as mudanças. 
A partir do que foi observado na instituição pesquisada, esta situação ficou notória e foi ratificada por uma das entrevistadas. “Não volto a coordenar aquela área em função da falta de investimento e interesse da direção .... não vale a pena”. E afirma que outros não se interessam por simples falta de oportunidade. Esta situação se refere a uma das áreas da instituição que organiza e coordena ações para inclusão de pessoas com necessidades específicas. A área recebe coordenadores no regime de voluntariado, entretanto, está vaga há quase 1 ano.
Importante ressaltar este aspecto, pois os direcionamentos de profissionais para estas atividades inclusivas necessitam de um trabalho mais aprofundado que desperte interesses,afinidades, pois criar um setor, uma área e informar que há processo de inclusão, torna-se uma ação inócua, senão má fé. Machado et al (2009) ressalta o desenvolvimento de nossos olhares localizados no funcionamento institucional, onde habitam práticas, saberes e relações de poder. Tudo está interconectado e somos partes, assim como os demais atores nesse movimento micropolítico.
Machado et al (2009) chama a atenção para não cairmos nas raias da instituição, como pode ser observado na maioria das instituições visitadas. Ou não há psicólogos, ou há psicólogos em regime medicalizado, em seu “consultório” no final do corredor, aguardando alunos-problema. Devemos romper este paradigma de que o aluno que não aprende, é um problema, e assumir que este aluno “possui” uma dificuldade, logo, possui necessidades específicas. Este conceito é adequado, quando pensamos em necessidades, não apenas uma condição física e mental, mas também condição socioeconômica, emocional etc.
Sobre as necessidades socioeconômicas, recentemente foram realizados diversos estudos sobre como os jovens estão se inserindo no mercado de trabalho e o índice de abandonos das escolas por parte dos jovens. Esta preocupação fomentou políticas públicas para implantação de disciplinas técnicas a partir do ensino médio, como uma forma de manter o jovem motivado com perspectiva de colocação profissional, logo reduzindo os abandonos nas escolas. Interessante ressaltar que há tentativas, não de reinventar o ensino e educação, mas um retorno a práticas já realizadas no passado, como a criação de escolas técnicas que já foram instituídas em 1942, quando surgiram as escolas técnicas, industriais, artesanais e de aprendizagem. (Decreto Lei 4127, 1942, art. 1º).
Antes mesmo deste movimento de unir o ensino técnico com o ensino médio, em 1909 foram criadas as 19 Escolas de Aprendizes Artífices como missão “o oferecer aos menos favorecidos qualificação que lhes possibilitasse o afastamento da marginalidade e o ingresso no mercado de trabalho” (Decreto Presidencial 7.566, 1909). A preocupação era não apenas educar, mas também qualificar para o trabalho. Este padrão de pensar a educação vai de encontro com as concepções de educação, pois cria modos de pensar e agir, dentro de uma lógica de criar força de trabalho. E se esta lógica, como foi visto, vem de décadas de tentativas fracassadas, preocupa termos um reforço deste pensamento nos dias atuais.
Temos atualmente um investimento enorme em estruturas criadas para profissionalizar e educar jovens, a partir de institutos federais de ensino, criadas recentemente a partir da Lei 11892 (2008), que instituiu “novamente” uma rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Estamos mais uma vez repetindo o passado, como em um círculo sem fim.
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Método e Procedimentos
A realização do trabalho foi feita pela inserção do grupo na instituição de ensino, ao todo tivemos quatro visitas espaçadas. Uma com o intuito de apresentar os objetivos do trabalho e o grupo, duas com o intuito de entrevista e a última para conhecer a estrutura da escola.
Tentamos contatar várias instituições de ensino e por muitas vezes as escolas não possuíam psicólogos ou não estavam dispostas a participar. Então, por indicação da professora Marilia fomos ao IFB, onde havia um profissional de psicologia.
	Nosso primeiro contato ou primeira visita, foi relativamente fácil. Chegamos a instituição e fomos direcionados para a sala da psicóloga que nos recebeu muito bem. Apresentamos os objetivos do trabalho e ela aceitou participar prontamente. Logo em seguida agendamos a visita sem burocracia e diretamente com a ela, não foi preciso a autorização da direção, a psicóloga tem total autonomia em seu trabalho.
Na segunda visita, fizemos uma entrevista semiestruturada com a psicóloga da instituição. Antes de começarmos, pedimos autorização para o uso de gravador, assim, os outros componentes do grupo poderiam escutar para ficarem a par de tudo que foi apresentado. 
A atuação do psicólogo no IFB resumia-se em acolhimento. Mas de um ano para cá, a psicóloga vem fazendo modificações. Ainda realiza os acolhimentos, porém, vem acrescentando dinâmicas de grupo com professores, trabalhos em sala de aula, intervenções, prevenções e palestras.
A equipe da assistência estudantil, ao qual pratica sua função, é composta por ela (psicóloga) duas assistentes sociais e uma pedagoga.
O IFB abriga três mil alunos, sendo do ensino médio, superior e técnico. A psicóloga relata que seria ótimo ter mais um psicólogo para lhe ajudar, pois a demanda é numerosa, constantemente a deixa sobrecarregada e ela não consegue sozinha. 
A instituição não apresenta nada de inovador, deixando-a encarregada disso. “Se eu quero algo diferente, tenho que planejar sozinha” conta. Ela criou a campanha do setembro amarelo com flyers espalhado por toda a escola, trouxe três psicólogas de fora para rodas de conversa com os alunos, gerando resultados positivos. Muitos alunos com ideação suicida foram a procura de sua ajuda. Contudo, não houve nenhuma aceitação da coordenação pedagógica. Ainda é muito barrada por querer tratar de assuntos necessários, mas que são considerados polêmicos, como exemplo: identidade de gênero.
A questão dos alunos de inclusão foi ressaltada. A instituição não oferece nenhum apoio para tais alunos especiais. Eles possuem alunos autistas, surdos, cegos, com dificuldades de locomoção e outras restrições físicas, com dificuldade de aprendizado, mas não dão o suporte necessário para tais. Muitas vezes, antes do estudante entrar na escola, os pais vão conversar com ela sobre a inclusão. A psicóloga por sua vez, tenta falar sutilmente que que o IFB não concede nenhum apoio.
Na terceira visita, fomos todos os integrantes do grupo para conhecer mais a fundo as instalações do IFB. O lugar é grande e bem cuidado, as instalações são boas e arejadas. O único problema é a falta de vigilância e a falta de enfermaria. Como a instituição oferece o ensino médio, superior e técnico, não existe uma preocupação muito grande com a segurança na entrada, qualquer um pode entrar ou sair sem dar nenhuma satisfação e caso qualquer aluno e funcionário tiver alguma emergência médica, o mesmo é enviado à psicóloga, que no máximo pode chamar a ambulância.
Por fim, na quarta visita, foi uma entrevista semiestruturada com uma professora que era responsável pela coordenação do NAPNE (Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Especificas) atendendo pessoas com deficiência, mas também obesos, grávidas, idosos, etc. Agora chamado de Coordenação de Inclusão, visto que o núcleo foi expandido para abarcar as pessoas com questão de gênero, mas infelizmente está parado pois nenhum professor apresenta interesse de assumir a coordenação e não há concurso prevendo vaga de coordenador para assumir a coordenação.
A coordenação de inclusão não possui um bom suporte, sendo bem precário. Enquanto a professora entrevistada estava à frente do projeto, ela teve que ir atrás e aprender como falar em libras para conversar com os alunos surdos, teve que aprender como melhor lidar com alunos que apresentam dislexia ou autismo. A situação que os estudantes vivem é complicada, pelo fato de muitos professores não se compadecerem pelo quadro que os alunos apresentam.
A professora sempre gostou de fazer trabalho voluntário e ajudar quem precisasse, antes, ela fazia vários projetos como: aula de maquiagem para surdos, dia de bate papo com os pais e os alunos adoravam pois se sentiam valorizado.
A questão do bullying foi ressaltada pela professora por acontecer diariamente com alunos especiais. É feito intervenções junto a psicóloga para diminuir tais acontecimentos.
A professora alega que a necessidade do diagnóstico ou laudo é muito importante para eles, pois na instituição só permite oferecer alguma atenção especial se a pessoa apresenta tal documento. E muitos alunos que possuem o diagnostico ficam calados para não sofrerem o bullying e não seremexcluídos como outros colegas.
	Visitas	
	Horário da visita
	Duração da visita
	Componentes
	Visita 1
	10:30
	40 minutos
	Luiz, Verena, Danielle e Ana Carina
	Visita 2
	18:00
	1 hora e 20 minutos
	Luiz, João, Danielle e Yuri
	Visita 3
	14:00
	1 hora e 15 minutos
	Luiz, Danielle, Verena, Yuri, João e Ana Carina
	Visita 4
	15:00
	1 hora 
	Luiz, Yuri e João
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Reflexão Crítica
Como foi dito acima, foi realizado um trabalho no Instituto Federal de Brasília (IFB), com intuito de verificar como era o trabalho realizado pelo psicólogo em uma instituição de ensino em Brasília e compreender melhor como era a atuação desse profissional na área escolar, além da entrevista com a psicóloga foi feita também uma entrevista com uma professora que tinha sido coordenadora do núcleo de pessoas com necessidades específicas.
Foi relatada pela psicóloga que até hoje existe lugares onde o psicólogo atua de forma a realizar trabalhos que não são propriamente da sua especialização, ela relata que no começo da sua carreira no IFB ela estava realizando uma função que não era sua e sim de assistente social, realizando pesquisas sócio demográficas com os alunos. Com isso pode ser inferido que o psicólogo ainda não ocupa um lugar de fato que ele exerça apenas a suas funções em relação ao trabalho, e também que várias pessoas não sabem qual é a função do psicólogo na escola.
Isso pode ser visto em outro nível também dentro da escola, como a psicólogo é a única profissional da área da saúde, tudo que acontece que esteja relacionado a saúde os alunos são encaminhados para lá, por exemplo, se algum aluno tiver uma convulsão, desmaio, gripe ou passar mal de alguma outra forma, esse mesmo aluno é mandado para a psicólogo resolver o problema. Nisso ela relata que já é “amiga” do SAMU pois deve chama-los imediatamente e que acontece muito pois é a única profissional da área.
Então percebeu-se que a escola não tem enfermaria, nem brigadistas para essas situações e ela continua exercendo em algumas medidas tarefas que não são da sua especialização. Em relação ao seu trabalho ela relata que aprendeu a gostar e que já teve que fazer especialização para o mesmo, pois na verdade não saiu da faculdade e foi direto para a área escolar, ela era uma psicóloga que fazia clínica a partir do referencial da Gestalt terapia e estava entrando em uma outra na qual não tinha conhecimento para atuar.
Relata ter formado no UniCEUB e diz que a formação foi muito boa, apesar de ver uma necessidade muito grande de fazer especialização para começar a atuar. Sua especialização em Gestalt a ajudou em realizar terapias e propostas em grupos dentro da escola e hoje em dia já está conseguindo exercer seu papel como psicóloga escolar.
Apesar disto ela relata ser a única psicóloga da escola, uma escola na qual tem mais de três mil alunos, ela além de ser a única diz que o psicólogo não é prioridade dentro da escola, ou seja, é bem provável que a instituição não chame mais profissionais e que ela aumente sua carga horária de trabalho. Relata trabalhar seis horas no dia, mas que talvez isso mude para oito horas, com intuito que ela fique mais dentro da escola, podendo atender melhor os alunos e em tempo integral (manhã e tarde). Então pode se verificar que além de exercer funções que não são suas, o psicólogo escolar não é valorizado.
Além disso, ela relata ainda que os outros professores esperam dela algum tipo de milagre, pois diz que em vários momentos os professores trazem um aluno para a sala dela com a queixa de que o sujeito não aprende, ou que é problemático em alguma medida dentro da escola. Então temos um profissional da saúde no qual não é prioridade, mas que é muito necessário e deve ser milagrosa, e que exerce funções de outros profissionais da saúde, pois é a única profissional da área.
Em relação à outra parte do trabalho, foi feita uma entrevista com uma professora que relatou ter trabalhado também em um núcleo específico dentro do colégio, que é o núcleo para pessoas com necessidades específicas, no qual hoje está fechado por não ter ninguém querendo trabalhar ali. Esse núcleo atendia pessoas com algum tipo de necessidade específica como surdez, déficit de atenção, disléxico entre outros, relata que hoje existem bastantes alunos que necessitam desse apoio, mas não o tem, e então fica a cargo do professor do aluno podendo o mesmo ser atencioso ou não com os alunos que necessitam fazer uma prova específica ou precisam de um auxílio a mais para estarem continuando os estudos. 
A professora relata que as pessoas não têm interesse de trabalhar nesse núcleo, e apesar dos professores ganharem um extra de 500 reais para coordenadoria dos núcleos de ensino dentro do colégio, esse é um que nenhum professor quis pegar, já que a demanda é muito grande, o que levou a professora a relatar que se houvesse um aumento salarial maior talvez preencheria a vaga.
Com o fechamento desse núcleo as pessoas que precisam de um auxílio especial para qualquer tipo de dificuldade ficam à mercê da sorte e da boa vontade dos professores. Pode ser observado que uma escola desse tamanho tem muitas pessoas que necessitam de algum auxílio, mas é trágico nesse instituto que é Federal não possuir ninguém para esse cargo e ter apenas uma psicóloga para atender a demanda de mais de três mil alunos. O descaço do governo aparece mais uma vez em uma instituição de ensino.
Para finalizar a análise buscou-se investigar mais sobre a instituição, que apesar de ser governamental é precária, não tem uma regulação em relação a entrada de alunos ou demais pessoas, tanto na entrada física (quando a pessoa chega na porta ninguém pede credencial) quanto na ingressão na instituição, o sujeito dá o nome lá e a partir de um sorteio ele é chamado para estudar na instituição. Possui uma ótima infraestrutura, mas infelizmente alguns prédios (como biblioteca e alguns ginásios) não estão sendo usados, trazendo prejuízos para os estudantes que precisam desses espaços.
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Construção da Proposta de Atuação do Psicólogo Escolar
A escola em questão possui uma psicóloga disposta a fazer diferente, a atuar além do que é esperado, visando o bem-estar, segurança e o desenvolvimento dos alunos. A profissional entrevistada possui uma visão crítica e sensível perante as necessidades que os alunos e professores da instituição possuem e tenta se fazer presente dentro de suas possibilidades. Porém, os profissionais ao seu redor não possuem a mesma visão e somando à falta de apoio institucional e político, surgem grandes dificuldades em colocar seus projetos e planos de ação em prática. Por consequência sua atuação acaba sendo enquadrada na lógica medicalizante e muitas vezes sua função naquele contexto é desviada para atividades que não são de sua responsabilidade. 
Diante de todo o exposto, traçamos algumas intervenções que precisam ser realizadas na instituição:
É de extrema importância que haja um trabalho de conscientização de todos os profissionais que trabalham na instituição (corpo docente, assistentes sociais, funcionários, etc.) sobre a importância da atuação do psicólogo naquele contexto e sobre suas funções desassociadas da lógica da medicalização, onde o aluno não é visto como “problema” e nem como “doente”. O psicólogo precisa ser valorizado, sua atuação ampliada e apoiada em todos os aspectos. 
Outra intervenção necessária e urgente é instaurar um sistema de segurança na instituição que controle o acesso ao prédio, seja instalando catracas ou reforçando a identificação na portaria. A falta de segurança vulnerabiliza todos os alunos e profissionais que frequentam o instituto, abrindo espaço para que ocorra episódios de violência e colocando a vida de todos em risco. 
É inadmissível uma instituição de ensino tão grande como essa não possuir um brigadista ou posto de saúde. O que ocorre na maioria das vezes é a procura da psicóloga para atender alunos que estão passando mal ou que estejam com alguma outra demanda. Nãosão função nem responsabilidade da psicóloga atuar como brigadista ou enfermeira. É necessário a implementação de uma equipe de brigadistas e uma enfermaria para atender as pessoas que ali frequentam, garantindo seu bem-estar físico e emocional. 
 Foi relatado pela antiga coordenadora do NAPNE (Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas) que no campus de Brasília não há mais coordenadores na frente deste núcleo, impedindo seu funcionamento. A mesma apontou alguns motivos que levou ao fechamento do núcleo: profissionais que sentem falta de incentivo salarial para tal atividade, falta de afinidade com o plano de ação e sobrecarga de trabalho árduo. Mas cabe ressaltar que o apoio institucional às pessoas com necessidades específicas e os programas de inclusão e igualdade estão traçados no artigo 55 do Estatuto da própria instituição e não está sendo cumprido na prática. Vide a seguir: 
“Art. 55 O currículo no IFB está fundamentado em bases filosóficas, epistemológicas, metodológicas, socioculturais e legais, expressas no seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), e se norteia pelos princípios da estética, da sensibilidade, da política de igualdade, da ética, da identidade, da interdisciplinaridade, da contextualização, da flexibilidade e da educação como processo de formação na vida e para a vida, a partir de uma concepção de sociedade, trabalho, cultura, educação e tecnologia.”
Além disso, os alunos que possuem necessidades específicas dependem de programas e estratégias de ensino para que possam estudar e realizar suas atividades de forma qualitativa, rompendo obstáculos ao seu conhecimento, tendo seus aspectos emocionais, psicológicos, sociais e culturais valorizados. 
Assim, conclui-se que há mais melhorias necessárias no funcionamento da instituição do que melhorias na atuação da psicóloga escolar. Sugere-se que a instituição possua mais de uma psicóloga no instituto, pois há uma sobrecarga de trabalho da profissional ali presente, que somada à falta de apoio dos docentes, acaba tornando sua prática ainda mais difícil e desafiadora. 
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Conclusão
Ao longo do trabalho ficou evidente as dificuldades da atuação da psicóloga e de outros serviços de atendimento e apoio aos alunos, principalmente aqueles com necessidades especiais. Nas matérias de campos de atuação e investigação: psicologia escolar 1 e 2 fomos familiarizados com as teorias sobre as instituições, as atuações dos psicólogos nessas instituições e dos problemas normalmente presentes nelas juntamente com discussões e propostas de intervenções. E como seria de se esperar, nada mais relevante do que nós mesmos fossemos conhecer, de fato, o ambiente e profissionais que tanto estudamos. 
A fase de levantamentos de dados, provenientes das visitas e entrevistas foi a mais interessante, apesar de realmente não haver grandes surpresas no instituto, encontramos quase todos os problemas mais comuns discutidos nas aulas, como falta de espaço e excesso de trabalho para a psicóloga, além de uma visão ultrapassada de sua atuação. Porém descobrir que os professores buscam a psicólogas para auxiliar os alunos com alguma emergência ou problema médico foi uma novidade não esperadas por nós. As entrevistas foram bem esclarecedoras, esclarecendo bem o funcionamento da escola.
Durante tal processo pudermos rever nosso olhar sobre a teoria, possibilitando analisar e observar de forma crítica nossa produção de conhecimento acerca dos fenômenos observados. Como o trabalho foi realizado em grupo, nos proporcionou um fértil terreno para mais amplas discussões e uma melhor produção de conhecimento, visto que nos colocamos em constante contato com a alteridade, com opiniões a favor e/ou contraditórias. 
Com satisfação, realizamos o trabalho de acordo com os princípios éticos que regem a nossa prática profissional de psicólogos e de como esse fruto de investimento de nosso tempo, intelecto e afeto foi um enriquecimento da visão plural, dialética e dialógica necessária para cada um em sua futura prática profissional e do possível enriquecimento que trouxemos a instituição analisada.
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Referências Bibliográficas
Cruces, A. V. V. (2006). Psicologia e educação: nossa história e nossa realidade. In S. F. C. 
Decreto-Lei n. 4127, 25 de fevereiro de 1942. Estabelece as bases de organização da rede federal de estabelecimentos de ensino industrial. Diário Oficial da União. Seção 1, página 2.957.
Almeida (Org.), Psicologia escolar: ética e competências na formação e atuação do profissional (pp.17-36). Campinas: Alínea. 
Lei n. 11.892, 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF: Ministério da Educação.
Machado, A.M. & Souza, M.R. (1997). Psicologia Escolar: Em Busca de Novos Rumos.
MARINHO-ARAÚJO, C. M.; ALMEIDA, S. F. C. Intervenção Institucional: Possibilidades de prevenção em Psicologia Escolar.
MACHADO, A. M.; ALMEIDA, I.; SARAIVA, L. F. O. Rupturas necessárias para uma prática inclusiva. Em Conselho Federal de Psicologia. Educação Inclusiva: Experiências Profissionais em Psicologia. Brasília: CFP, 2009; p. 21-35.
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Apêndice A
Ana Carina Pereira Cordeiro - 21319586
Aprendi com esse trabalho, como ainda temos um grande caminho a enfrentar para que a prática do psicólogo escolar seja vista com maior importância e valorização dentro da escola, e quais os desafios que o mesmo enfrenta diariamente dentro da instituição.
Esse trabalho gerou em mim uma maior curiosidade e interesse com relação a esse campo de atuação da psicologia.
A minha participação dentro do grupo sempre foi de uma postura mais ativa e proativa. Com os demais participantes, percebi uma cooperação mutua e bastante entrosamento o que favoreceu na execução desse trabalho.
Esse trabalho me proporcionou desempenhar a postura ética na prática, ao ir a campo, também me fez ver as semelhanças e as divergências da teoria com a prática.
Acredito que o grupo inteiro de maneira geral foi muito bem, mesmo com a dificuldade passada inicialmente para conseguir uma instituição que nos aceitasse, conseguimos terminar tudo na data esperada e de forma satisfatória.
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Apêndice B
Danielle Braz Alves - 21319845
Apesar do começo conturbado que nosso grupo teve pela falta de engajamento das escolas, conseguimos realizar o trabalho com precisão e esmero. Ao meu ver, esse trabalho foi de suma importância em questão de presenciar o modo em que o profissional de psicologia atua no campo escolar. Posso dizer que foi uma experiência enriquecedora.
Nunca fui uma amante da escola, e nesse semestre tentei quebrar meus pré-conceitos sobre a atuação da instituição escolar. Serei verdadeira em dizer que a escola, na minha opinião, precisa ser reformada. Ela é muito certa no papel, mas cheia de falhas na prática
Por outro lado, esse trabalho me proporcionou enxergar os dois lados da moeda, tanto o do professor quanto o do aluno. Contudo, a vida escolar não é fácil. Eu, como uma aluna de inclusão, sei o quanto é difícil aprender da forma que a escola impõe e fico desolada em saber que os alunos com necessidades especiais, na maioria das vezes, são considerados como fardos pelo corpo docente, ficando a merecer da boa vontade de algum professor. 
Mesmo com minhas críticas e conceitos já bem definidos, posso afirmar que foi enriquecedor ir a campo, conhecer e conversar com pessoas que realmente querem fazer a diferença nas escolas.
Acredito que consegui dar o meu melhor nesse trabalho. Participei de todas as etapas do trabalho, ajudando e sendo ajudada pelo meu grupo. Consegui ir em três de quatro visitas e sempre me fiz muito presente na discussão e na construção do projeto.
Não tivemos desavenças nem discussões pelo fato de que organizamos e estruturamos muito bem a parte de todo mundo, mas nos ajudamos em qualquer dificuldadeque surgia. O grupo fluiu em uma ótima harmonia, sendo que todos se empenharam bastante para a finalização do trabalho
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Apêndice C
João Felipe Batista Ferreira – 21273047
	Texto
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Apêndice D
Luiz Cláudio - 21319845
O aprendizado que levo deste trabalho, foi a possibilidade de ratificar de forma prática a realidade das escolas e como de fato os profissionais de psicologia são vistos na instituição de ensino. Aprendi também a ampliar o olhar mais crítico sobrepairando o funcionamento institucional, pois há uma atmosfera paradoxal de movimento de mudança, mas ao mesmo tempo um padrão rígido, em função de sua estrutura organizacional.
Os sentimentos foram de frustração e desapontamento nas diversas tentativas de se inserir nas escolas, a partir das diversas negativas que recebemos ou por encontrar escolas sem psicólogos.
 Considero que tive uma participação ativa na condução do trabalho, após integrar-me mais aos novos colegas e também a partir do momento em que encontramos a escola correta para o trabalho de campo. O relacionamento com todos do grupo foi sempre amigável e sinérgica desde o início, pois todos eram alunos dedicados e possuidores de excelente nível crítico, permitindo interações proveitosas ao mesmo tempo em que tratávamos com bom humor os percalços que surgiam.
A partir desta experiência, pude ampliar minha responsabilidade com o propósito desta profissão no âmbito escolar, pois é o contexto que, a partir dele, podemos vislumbrar o futuro da sociedade, a partir da qualidade do trabalho realizado, seja do psicólogo ou dos atores do âmbito docente.
O trabalho em grupo, apesar do tempo reduzido para entrevistas e visitas complementares, avalio como excelente, considerando todos os obstáculos. A forma como todos transpuseram estes obstáculos ratifica o nível de qualidade que obtivemos com as poucas visitas, pois pudemos abordar temas críticos a partir de duas entrevistas, tanto com psicóloga quanto com professor do núcleo de atendimento a pessoas com necessidades específicas – NAPNE. Estas abordagens forneceram insumos importantes para que pudéssemos levantar todos os pontos necessários e críticos deste trabalho.
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Apêndice E
Verena Weikert Neves - 21261923 
	Através deste trabalho pude compreender que a atuação do psicólogo escolar está inteiramente ligada à instituição que o mesmo está inserido. Há muitos profissionais dispostos a fazer a diferença nesse contexto, mas se encontram sem apoio e sem incentivo da própria instituição ou governo. 
	É extremamente necessário que haja uma conscientização de todos os atores sociais que se inserem no âmbito da escola, sobre o papel e a importância do psicólogo escolar, sobre o quão esses profissionais devem ser valorizados e apoiados em seus projetos e intervenções. 
	As visitas de campo me possibilitaram desenvolver um olhar mais crítico sobre o espaço em que esses profissionais atuam e nas necessidades urgentes de uma instituição que se encontra submersa as falhas e desfalques. Pude escutar as demandas e desafios que a psicóloga nos trouxe e junto a ela, discutir o quanto a realidade escolar precisa de uma reforma integral. 
	Me encontro rodeada de pensamentos e reflexões sobre o que nós, futuros psicólogos, podemos fazer para mudar a educação do nosso país. Como podemos fazer a diferença? Como podemos mudar a visão medicalizadora da aprendizagem e educação para uma visão humanizada, onde as subjetividades e o desenvolvimento são valorizados? Como podemos contribuir para a criação de espaços onde psicólogos escolares possuem voz ativa dentro de suas instituições de trabalho? Agarro-me na crença de que nada disso seja utopia, e sim, parte de um futuro de grandes mudanças. 
	Acredito que atuei de forma a colaborar positivamente no desenvolvimento do trabalho, participando das visitas, sugerindo reflexões e investigando sobre os aspectos mais importantes a serem abordados. O grupo atuou de forma unida, com a participação de todos os membros, cada um cumprindo com a divisão pré-estabelecida.
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Apêndice F
Yuri Rios Pina Alves – 21218597
	Este trabalho foi uma experiência positiva para mim de diversas formas. A primeira foi a inclusão tardia no grupo pelo restante do grupo, dos quais apenas um me conhecia previamente, e todos outros grupos, aparentemente, já haviam começado (achei que teria que fazer sozinho). A entrada, mesmo que superficial, no contexto escolar já foi bem esclarecedora, possibilitando meu entendimento do funcionamento e das funções da psicóloga dentro da escola. A área de escolar sempre me foi a que menos me interessou, mas após conhecer a psicóloga e as aulas do semestre tornaram a área consideravelmente mais atraente.
	Apesar de todas discussões dentro de sala, sobre as dificuldades do psicólogo dentro da escola, a ida à escola proporcionada por este trabalho esclareceu ainda mais todas as dificuldades e ainda nos deu exemplos de mais algumas, como a visão que um aluno com dor de cabeça ou entrando em convulsão, a figura do profissional de saúde mental (no caso, o psicólogo) é acionado, pela falta de outros profissionais de saúde devidamente habilitados para essa situação. A leitura exigida por este trabalho também ajudou a revisar o conteúdo.
	O trabalho também proporcionou uma aberta discussão do grupo sobre a escola a realidade da psicóloga, onde alguns se mostraram bem indignados e agitados com o que a instituição exige da profissional e as faltas de recurso, enquanto outros foram mais contidos, sem tecer comentários para a psicóloga, mas igualmente indignados. Um dos motivos foi o acionamento do conselho pela psicóloga para impedir a instituição de exigir que a mesma trabalhasse com áreas que não competem à psicologia, mas sim à assistência social, o que eu nem sabia que o conselho fazia.
	Como eu fui o membro aceito pelos demais, tentei ser o mais providencial e proativo possível, auxiliando em todas as visitas que eu tinha o horário disponível, me dispondo a ajudar no que fosse necessário, a única coisa que considero não ter sido de real ajuda, foi encontrar a instituição a ser analisada pelo trabalho. O grupo foi de uma eficiência inquestionável, onde todos ajudaram, foram proativos e eficientes, diferente de vários trabalhos, este ninguém teve completar a parte de ninguém ou teve que fazer todo o trabalho para não reprovar enquanto os demais se apoiam no proativo. Não tenho a falar para o grupo a não ser obrigado.
�(61) 3966-1200 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br
Unidade sede: SEPN 707/907 – CEP 70790-075 – Brasília-DF
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