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Protocolo Geral de Transporte

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Hospital Municipal Miguel Couto 
Centro de Terapia Intensiva 
Dr David Szpilman 
Transporte inter e intra-hospitalar 
Necessidade do transporte 
Todo transporte deve ser feito com base na avaliação de risco sobre 
benefício, devendo ser dada preferência a procedimentos que possam ser feitos à 
beira do leito. Tirar o paciente de sua unidade ou local de origem significa: 
ƒ Menor número de pessoas assistindo o paciente 
ƒ Transporte para lugar com menor capacidade de atendimento a intercorrências 
ƒ Riscos com mobilização do paciente e mau-funcionamento do equipamento 
ƒ Instabilidade das funções orgânicas. 
Apesar dos riscos, o transporte pode ser benéfico, tornando relativas as 
suas contra-indicações, quando o paciente depende dos recursos da unidade 
hospitalar de destino para sua sobrevida ou como exemplo de transporte intra-
hospitalar: de cirurgia ou para realização de um exame complementar como uma 
tomografia computadorizada. Os pacientes com grau III de complexidade para 
transporte são os mais suscetíveis a deterioração clínica, devendo ser pesada 
com cuidado a indicação do procedimento nestes casos. 
 
Contra-indicações ao transporte 
• Via aérea inadequada 
• Instabilidade ventilatória ou hipóxia não controladas 
• Instabilidade hemodinâmica não controlada 
• Monitoração inadequada 
• Equipe de transporte inadequada ou não preparada 
• Agitação psicomotora 
• Trabalho de parto 
 
Classificação quanto à complexidade do transporte 
Classe I - Pacientes sem instabilidade hemodinâmica, ou ventilatória, e sem 
alterações do nível de consciência. 
Hospital Municipal Miguel Couto 
Centro de Terapia Intensiva 
Dr David Szpilman 
 
Classe II - Pacientes com instabilidade hemodinâmica e/ou ventilatória: 
• Uso de aminas 
• Necessidade de volume para manutenção de PA 
• Doença coronariana suspeita 
• Arritmia não debelada 
• Ventilação mecânica 
• Necessidade de ventilação não invasiva 
 
Classe III - Pacientes com grave instabilidade hemodinâmica e/ou ventilatória, ou 
grave instabilidade orgânica de outra natureza 
• Uso de aminas em altas doses 
• Alterações graves dos parâmetros perfusionais 
• Pacientes dependentes de marcapasso venoso 
• SARA 
• Monitoração neurológica invasiva ou risco de lesão cerebral secundária 
• Uso de Balão Intra-aórtico 
• Suporte cardiopulmonar extracorpóreo 
• PCR com menos de 12 horas de evolução 
 
Coordenação pré-transporte 
Antes ser transportado do local de origem, deverá haver definição sobre 
destino, tipo de transporte, tempo de transporte, assim como definição do quadro 
clínico e suas necessidades. 
• Certificar-se de que há concordância dos familiares em relação ao 
transporte (eventualmente estes não poderão acompanhar o paciente) 
• Contatar o hospital de destino, definindo médico recebedor e meio de 
transporte. 
• Após chegada ao local de origem, cuidado especial com o preparo 
adequado, e avaliação de possíveis contra-indicações ao transporte. 
Hospital Municipal Miguel Couto 
Centro de Terapia Intensiva 
Dr David Szpilman 
• Realizar novo contato quando o paciente estiver preparado, antes do início 
do transporte, dando previsão do tempo de chegada. Isto deve ser feito 
mesmo em transportes inter-hospitalar, como exemplo ao centro cirúrgico 
ou para realização de uma tomografia computadorizada. 
• Informar quanto a recursos locais que eventualmente tenham que ser 
disponibilizados em função do quadro do paciente. Como exemplo: se o 
setor de TC possui respirador mecânico e que tipo, de forma a dar 
continuidade ao suporte ventilatório adequado. 
• Possuir documentação médica completa com todas as informações do 
paciente, assim como exames complementares e relatórios médicos 
 
Preparo do paciente 
 Preparo adequado é ponto decisivo para estabilidade do paciente. Todas 
as instabilidades devem ser revertidas antes do transporte, à exceção daquelas 
que o motivaram. 
• Definir via aérea definitiva. 
• Aspirar vias aéreas e cavidade oral. 
• Assistir ventilação ou acoplar à ventilação mecânica. 
• Manter parâmetros em uso no ventilador de transporte. 
• Minimizar ao máximo tempo de desconexão do ventilador (principalmente 
em pacientes com SARA). 
• Reavaliar gasometricamente após definição dos parâmetros ventilatórios. 
• Passar cateter gástrico caso haja distensão abdominal, ou risco de 
vômitos durante transporte. 
• Reavaliar através de radiografia todos os procedimentos realizados 
(posicionamento do TOT; traqueostomia; drenagem torácica; punção 
venosa profunda; CNE) antes do transporte. 
• Definir acesso venoso. 
• Ressuscitação volêmica (caso indicada). 
• Adequar doses de aminas e anotar para controle. 
Hospital Municipal Miguel Couto 
Centro de Terapia Intensiva 
Dr David Szpilman 
• Avaliar se existe solução de aminas suficiente para o transporte. 
• Parar dieta (parar infusão de insulina caso presente). 
• Esvaziar bolsas coletoras de drenos e cateteres. 
• Minimizar o número de aparelhos durante o transporte (restringir-se a 
levar o que for necessário). 
 
Equipamento e pessoal necessários ao transporte 
Pessoal 
 Um mínimo de duas pessoas (fora o condutor, piloto ou maqueiro) é 
necessário para o transporte de qualquer paciente. Os profissionais devem estar 
munidos de estetoscópio, e preferencialmente ter treinamento em ACLS/BLS. 
Devem conhecer o material com que vão trabalhar antes de iniciar o transporte. 
• Idealmente, todo transporte deve ser feito com a presença do médico, 
porém, pacientes classe I podem ser transportados pelo técnico em 
enfermagem. 
• Pacientes classe II ou III devem obrigatoriamente ter o médico na equipe de 
transporte. 
 
Equipamento 
• Pacientes classe I podem ser transportados com monitoração de oximetria, 
pulso e PA não invasiva. 
• Pacientes classe II e III devem ter (além do material descrito abaixo como 
componente da carga básica de transporte) os seguintes equipamentos 
durante seu transporte: 
o Monitor/desfibrilador, com oximetria, cardioscopia e PA, seja invasiva 
ou não (pacientes com instabilidade hemodinâmica devem ser 
preferencialmente transportados com monitoração invasiva de PA) 
o Bolsa de ventilação com máscara e reservatório 
o Oxigênio para o tempo estimado de transporte e ao menos trinta 
minutos a mais. 
o Sistema de aspiração 
Hospital Municipal Miguel Couto 
Centro de Terapia Intensiva 
Dr David Szpilman 
o Ventilador de transporte, quando o paciente estiver em ventilação 
mecânica (mesmo para trajetos curtos, evitando-se a ventilação 
manual, que aumenta a chance de instabilidades). 
• Deve ser observado que o tempo que um cilindro cheio (com 150 Kgf/cm2) 
pode prover oxigênio deve ser calculado com base no seu uso em um 
paciente (e não em pulmões artificiais, em função da diferença aparente de 
consumo), com FiO2 de 1,0. Pacientes com SARA ou dependentes de altas 
frações inspiradas de oxigênio devem levar cilindro reserva durante o 
transporte, mesmo que o primeiro cilindro seja suficiente para o tempo 
estimado de transporte, e trinta minutos adicionais. 
• O capnógrafo deve ser considerado como possibilidade nos pacientes que 
necessitem de controle estrito da ventilação mecânica (como pacientes com 
PIC elevada) 
 
DEFINIÇÃO DE CARGA BÁSICA DE TRANSPORTE, A SER INTRODUZIDA 
SOB FORMA DE CHECKLIST 
• Atenção deve ser dada ao risco de problemas relacionados à mobilização 
do paciente, e ao funcionamento inadequado dos aparelhos. Tais 
contratempos podem estar associados à piora clínica em até um terço dos 
casos. Deve-se primar pela objetividade já que o número de complicações 
aumenta proporcionalmente à duração do transporte. 
• Não deve ser interrompida monitoração em nenhum momento 
• Evitar tração sobreTOT/traqueostomia 
• Atenção aos locais de conexão do sistema de ventilação mecânica 
(principalmente em pacientes com SARA) 
• Evitar tração sobre os acessos venosos e arteriais – manter linhas pérvias, 
e bolsas pressóricas com 300 mmHg, avaliando fluxo intermitentemente 
• Abrir drenos torácicos (fechá-los somente quando houver possibilidade de 
seu recipiente de drenagem ultrapassar a linha do tórax) – avaliar 
necessidade de aspiração contínua. 
• Abrir cateter vesical caso tenha sido fechado. 
Hospital Municipal Miguel Couto 
Centro de Terapia Intensiva 
Dr David Szpilman 
• Atenção ao cateter de PIC/DVE (mantê-lo fechado quando houver 
possibilidade de variação da altura do recipiente de drenagem em relação à 
cabeça do paciente). 
• Manter nos pacientes com lesão neurológica cabeceira sempre elevada, e 
cabeça alinhada com o corpo. 
• Manter fraturas alinhadas, e imobilização conforme patologia. 
• Proteger o paciente de variações da temperatura ambiente (evitando 
grandes variações da temperatura corporal). 
• Pacientes que não forem sedados deverão obrigatoriamente estar contidos, 
em função de segurança no transporte, podendo ser este motivo de 
suspensão do transporte 
• Deve ser evitado o contato de estruturas metálicas com o paciente, pela 
necessidade potencial de desfibrilação/cardioversão elétrica. Idealmente ele 
deverá estar deitado sobre superfície eletricamente isolada. 
 Atenção especial deve ser dada às baterias dos aparelhos necessários 
(bombas de infusão; respiradores de transporte; monitores, aparelhos de sucção), 
devendo ser levada bateria reserva (com especial atenção às bombas de infusão 
com aminas em paciente com grave instabilidade hemodinâmica, e de 
ventiladores de pacientes com SARA), e cabos de extensão para ligá-los à rede 
elétrica durante procedimento, dependendo do material em questão. 
 
Bibliografia 
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Hospital Municipal Miguel Couto 
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