Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática Álgebra II: 2o Semestre 2018 Roteiro 14: Diagonalização de Operadores Lineares Objetivos: (a) Determinar quando um operador linear é diagonalizável; (b) Determinar uma base B de V, em relação à qual a matriz [T]B assume a forma diagonal. 1. Introdução Considere o operador linear: 2y) 3x y,-(6x y) (x, :T 22 . Sejam B1 = {(1, 0), (0, 1)}, B2 = {(1, 3), (1, 1)}, bases de 2. Então, a matriz de T na base B1 é: 2 3 1- 6 T 1B . A matriz de T na base B2 é: 5 0 0 3 T 2B . De fato: T(1, 3) = (3, 9) = 3(1, 3) + 0(1, 1); T(1, 1) = (5, 5) = 0(1, 3) + 5(1, 1); Questões: (1) Qualquer operador T pode ser representado por uma matriz diagonal em relação a alguma base ordenada? (2) Em caso negativo, para quais operadores T existe tal base? (3) Se tal base existir, como a mesma poderá ser determinada? Observa-se, no exemplo dado, que: T(1, 3) = 3(1, 3) e T(1, 1) = 5(1, 1). Nota-se que o efeito de T em u e v é apenas uma mudança no módulo ou sentido, mantendo a direção. A determinação de bases como B2 será o objetivo, a seguir. 2. Autovalores e Autovetores Sejam V espaço vetorial de dimensão finita sobre e VV:T um operador linear. Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 2 Definição: Um autovalor de T é um tal que exista um vetor v 0 V, com Tv = v. Se é um autovalor de T, então: (i). Todo v 0 V tal que Tv = v é dito autovetor de T associado ao autovalor ; (ii). O conjunto v)v(T:VvW é dito autoespaço associado a . Observações: (a) v)v(T:VvW é um subespaço de V; (b) W = 0)v)(IT(:Vv = Ker(T - I), sendo I o operador identidade sobre V. Exemplos: (a) Seja T(x, y) = 2(x, y). Então, v = (x, y), T(v) = 2v. Daí, = 2 é um autovalor real e v = (x, y) 0 é um autovetor de T em V = 2. (b) Seja T(x, y) = (x, -y). = 1 são autovalores reais de T, pois (x, 0) = 1 (x, 0) e T(0, y) = -1 (0, y), para x, y 0 em V = 2. (c) Seja T(x, y) = (-y, x) a rotação de 90o em torno da origem. Tem-se que nenhum vetor não nulo é levado em um múltiplo de si mesmo. Portanto, T não possui autovalores e nem autovetores. Teorema 1: Sejam V espaço vetorial de dimensão n, VV:T operador linear e . As seguintes condições são equivalentes: (a) é um autovalor de T; (b) O operador (T - I) é singular; (c) det(T - I) = 0. Observações: (a) Por (c), os autovalores de T são as raízes de det(T - I) = 0 ; (b) Se B é uma base de V e A = [T]B, então, por (c), (T - I) é inversível se e somente se a matriz (A - I) for inversível. Definição: Um autovalor de Anxn é um escalar em K tal que Av = v. Observações: (a) é um autovalor de A det(A - I) = 0. Considerando a matriz (A - I), f() = det(A - I) é um polinômio na variável ; (b) Os valores característicos de A são as raízes de f(). Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 3 Definição: A equação det(A - I) = 0 é dita equação característica do operador T ou da matriz A. O polinômio p() = det(A - I) é dito polinômio característico do operador T ou da matriz A. Lema: Matrizes semelhantes têm o mesmo polinômio característico. Problema 1: Calcular os autovalores, autovetores e autoespaços dos seguintes operadores lineares: (a) T(x, y, z) = (3x – y + z, -x + 5y – z, x – y + 3z); (b) 31 12 A ; (c) 2 1 0 0 1 1- 0 2 4 A ; (d) T(x, y) = (-3x -5y, 2y); (e) 1- 0 0 5 3 0 4- 0 3 A . Teorema 2: Autovetores não nulos associados a autovalores distintos são l.i. Problema 2: Encontrar os autovalores, autovetores e respectivos autoespaços de 31 22 A . Sejam V espaço vetorial sobre K de dimensão n e VV:T um operador linear. T pode ser representado por uma matriz diagonal se e somente se existe uma base B = n21 v,....,v,v de V de modo que: 111 v)v(T 222 v)v(T ................. nnn v)v(T isto é, B é uma base de autovetores de T. Neste caso: Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia Departamento de Matemática 4 [T]B = n 2 1 ......... 0 0 .................... 0........ 0 ........0 0 . Teorema 3: T pode ser representado por uma matriz diagonal A se e somente se V tem uma base B formada por autovetores de T. Neste caso, os elementos diagonais de A são os autovalores correspondentes. Teorema 4: Uma matriz A é semelhante a uma matriz diagonal B se e somente se A tem n autovetores l.i.. Observação: No Teorema 4, se P é a matriz cujas colunas são os autovetores l. i. de A, então B = P-1AP. Definição: A é diagonalizável se A é semelhante a uma matriz diagonal. Problema 3: Os operadores lineares dados abaixo são diagonalizáveis? (a) A = 3 1 2 2 (b) 1- 0 0 5 3 0 4- 3- 3 A (c) T(x, y) = (4x + 5y, 2x + y); Problema 4: Determinar uma matriz P que diagonaliza o operador 3 1- 1 1- 5 1- 1 1- 3 A e calcular P-1AP. Problema 5: Os operadores lineares dados são diagonalizáveis? (a) T(x, y, z, t) = (3x - 4y, 3y + 5z, -z, -t); (b) 3 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 1 2 A ;
Compartilhar