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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ana Paula Marqueze Ramires Claudete Antunes Chaves Marli Da Silva Martins Matiuzzi Michele Mendes Paulina O DILEMA ENFRENTADO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PELOS ALUNOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL PIACATU/SP 2014 O DILEMA ENFRENTADO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PELOS ALUNOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL PIACATU/SP 2014 DEDICATÓRIA Queremos dedicar esse artigo primeiramente a DEUS, que contribui para nossa formação acadêmica, concedendo a oportunidade de lutar por um futuro melhor. Em especial a nossa Professora Roseli Cristina Rodrigues, pelo apoio, incentivo e paciência na orientação desse artigo. Dedicamos também aos nossos familiares pelo amor, gratidão, confiança, pelos estímulos constantes, por compreender nossas ausências em certos momentos, e principalmente contribuindo assim mais uma etapa de nossas vidas. AGRADECIMENTOS Queremos agradecer primeiramente a Deus pela dádiva da vida, e por ter ajudado nos mantermos a fé nos momentos mais difíceis, obrigada por iluminar nossos caminhos durante esta caminhada. Agradecemos também aos nossos familiares que de forma especial e carinhosa, que nos deram força e coragem, nos apoiando nos momentos de dificuldades. Queremos agradecer também todos nossos amigos (a) e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante. RESUMO Interesse pelo tema deu origem a partir das dificuldades encontrada pelas alunas curso de Serviço Social, no processo de aprendizagem do estágio supervisionado, entre os diversos saberes buscados nos diversos espaços, dentre eles Instituição de Ensino, a prática o contato direto com a realidade social, conhecimento das diretrizes, os das teorias e práticas profissionais. Assim, o presente artigo propõe uma reflexão a partir dos diversos dilemas aqui apresentado, buscando diminuir o hiatos atores formadores dos saberes entre Instituição de Ensino, estagiários, supervisores, Profissionais de Serviço Social, e Gestores das Instituições Públicas e Privadas, além de despertar para a importância do Estágio Supervisionado para o exercício da profissão. Segundo o Código de Ética Profissional, Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93), revisada, no seu artigo 4º É vedado ao/à assistente social: a - Transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de Regulamentação da Profissão; b - Praticar e ser conivente com condutas antiéticas, crimes ou contravenções penais na prestação de serviços profissionais, com base nos princípios deste Código, mesmo que estes sejam praticados por outros/as profissionais; c- Acatar determinação institucional que fira os Códigos de Ética. O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória, pressupõe supervisão sistemática, é de suma importância que seja feita conjuntamente com o professor supervisor e o profissional de campo, capacitando o aluno para o exercício da profissão, inserindo no mercado de trabalho. Palavra- Chave: Serviço Social. Dilema. Estágio Supervisionado. Código de Ética ABSTRACT NTEREST IN THE SUBJECT LED FROM THE DIFFICULTIES ENCOUNTERED BY STUDENTS OF SOCIAL WORK COURSE, IN THE LEARNING PROCESS OF SUPERVISED TRAINING, AMONG MANY SOUGHT KNOWLEDGE IN VARIOUS AREAS, INCLUDING INSTITUTION OF EDUCATION, PRACTICE DIRECT CONTACT WITH THE SOCIAL REALITY, KNOWLEDGE OF THE GUIDELINES, THEORIES AND PRACTICES. THUS, THIS ARTICLE PROPOSES A REFLECTION FROM THE VARIOUS DILEMMAS PRESENTED HERE, SEEKING TO DECREASE THE GAPS OF KNOWLEDGE BETWEEN ACTORS TRAINERS EDUCATION INSTITUTION, TRAINEES, SUPERVISORS, SOCIAL SERVICE PROFESSIONALS, AND MANAGERS OF PUBLIC AND PRIVATE INSTITUTIONS, AND WAKE UP TO THE IMPORTANCE OF SUPERVISED TRAINING FOR THE PROFESSION. ACCORDING TO THE CODE OF PROFESSIONAL ETHICS, THE PROFESSIONAL REGULATION LAW (LAW 8662/93), REVISED IN ARTICLE 4 ARE PROHIBITED FROM / TO THE SOCIAL WORKER: A - TRANSGRESSING ANY PROVISION OF THIS CODE AND OF THE OCCUPATION REGULATION ACT; B - PRACTICE AND CONDONING UNETHICAL CONDUCT, CRIMES OR MISDEMEANORS IN PROVIDING PROFESSIONAL SERVICES, BASED ON THE PRINCIPLES OF THIS CODE, EVEN IF THEY ARE PRACTICED BY OTHER / PROFESSIONAL; C ACCEPT INSTITUTIONAL DETERMINATION THAT INFRINGES THE CODE OF ETHICS. THE SUPERVISED INTERNSHIP IS A COMPULSORY CURRICULAR ACTIVITY PRESUPPOSES SYSTEMATIC SUPERVISION IS OF PARAMOUNT IMPORTANCE TO BE JOINTLY MADE WITH THE SUPERVISING TEACHER AND THE PROFESSIONAL FIELD, ENABLING THE STUDENT TO PRACTICE THE PROFESSION, ENTERING THE JOB MARKET. PASSWORD: SOCIAL SERVICE. DILEMMA. SUPERVISED INTERNSHIP. CODE OF ETHICS Este artigo apresenta as diretrizes que permeiam as política e leis de Estágio Supervisionado em Serviço Social. De acordo com a RESOLUÇÃO CFESS Nº 533, de 29 de setembro de 2008, orienta que o Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio institucional, objetivando capacitá-lo para o exercício profissional, o que pressupõe supervisão sistemática. O estágio em serviço social é um componente extracurricular que auxilia na formação do estudante para pôr em prática a teoria apresentada no decorrer do curso, realizada em diversos espaços com supervisão direta do assistente social ali inserido, deve-se oferecer ao aluno contato com a realidade social, preparação da produção científica, inserção nos espaço sócio ocupacionais para o aprimoramento do aprendizado prático e teórico do assistente social. O estágio supervisionado de serviço social tem como premissa oportunizar ao estudante o estabelecimento imediato entre os conhecimentos apreendidos e a prática profissional, dando acesso ao desenvolvimento de competências necessárias para o dia-a-dia da profissão. O Dilema a ser demonstrado neste trabalho trata-se de um assunto recorrente, encontrado na dificuldade que o estagiário tem no relacionamento com as partes envolvidas no processo de aprendizagem no estágio. A dificuldade observada é a má administração dos recursos e possibilidades, que são oferecidas aos estudantes como forma de estágio, os problemas de gestão interferem no desenvolvimento das horas trabalhas no estágio, pois devido à falta de pessoal, estrutura física e organizacional, a ocupação não favorece o aprendizado nem dá oportunidade do estagiário vivenciar na prática a realidade social, nem acompanhar funções pertinentes ao seu curso. O entrave, a burocracia, torna o estagiário em mero expectador, que desempenha atividades desenvolvidas em campo de estágio, que não correspondem às atribuições específicas prevista no código de ética, do profissional de assistente social. Cabe ao profissional citado no caput, e ao supervisor de campo, averiguar se o campo de estágio está dentro da área do Serviço Social, se garante as condições necessárias para que o posteriorexercício profissional seja desempenhado com qualidade e competência técnica e ética e se as atividades desenvolvidas no campo de estágio correspondem às atribuições e competências específicas previstas em lei. Desde a antiguidade há referências com relação à prática da assistência, que teve sua origem nas confrarias do deserto, que anos mais tarde na época pré-cristã estenderam-se para as cidades, para ajudar os que sofriam privações, pela dor, doenças, perdas ou rupturas. Na época do cristianismo, a assistência ampliou a sua base fundamentando-se não só na caridade, mas especialmente na justiça social, em que o grande organizador da doutrina cristã foi Santo Tomás de Aquino (1224-1274), situando a caridade como um dos pilares da fé, imperativo de justiça aos mais humildes. Em 1917, no plano interno da classe operária surgem os movimentos operários, que torna patente a sociedade capitalista a existência da “questão social”, que envolve de forma direta a necessidade de procurar soluções para resolver a questão social e minorá-la. Surge nesse momento, a Associação das Senhoras Brasileira (1920) no Rio de Janeiro, e a Liga das Senhoras Católicas (1923) em São Paulo. As instituições assistenciais surgem nesse momento pelas Senhoras Católicas, que envolvem de forma direta e ampla os nomes das famílias burguesas paulista e carioca, a própria militância de seus elementos femininos, possuem grande aporte de recursos em termo de Estado, planejamento de obras Assistenciais de maior envergadura para atender e atenuar a seqüelas do desenvolvimento capitalista. A importância dessas instituições é centralizar uma hierarquia, extremamente limitada, de conteúdo assistencial e paternalista no seu lento desenvolvimento, que criaram bases materiais e organizacionais e principalmente humanas. Na década de 1920 a 1930 a Igreja criou um aparato institucional para viabilizar um projeto social que ajudou na criação do serviço social latino-americano. O Serviço Social latino-americano nasceu com as primeiras escolas de serviço social, cujo processo foi influenciado pelo pensamento católico, desenvolvidos pelas senhoras da caridade que eram visitadoras sociais. “Foi através do trabalho dessas visitadoras sociais domiciliares que o Serviço Social iniciou suas primeiras atividades nas instituições publicas americanas.” (Maria Lucia Martinelli, 2011: 109). Em 1932 é criado o CEAS - primeira Escola de serviço social em São Paulo, em 1930 no Rio de Janeiro, com curso intensivo de “Formação social para moças” organizado pelas cônegas de Santo Agostinho, de 1932. As reuniões iniciais do grupo foram acompanhadas pela Arquidiocese de São Paulo, através do Monsenhor Gastão Liberal Pinto (Yasbek, 2009pg5) O mundo do primeiro pós-guerra o Serviço Social era, porém bastante complexo que buscava atender as famílias dos pracinhas que lutaram na 1ª guerra mundial. Os pracinhas eram soldados da força expedicionária brasileira na segunda guerra mundial. Em 1942 foi a (LBA) Legião Urbana de Assistência. Essa instituição foi criada para atender às famílias dos pracinhas, envolvidos na segunda guerra mundial, e era coordenada pela primeira - dama, Sra. Darci Vargas, o que denota aquelas características de tutela e clientelismo na relação entre Estado e a sociedade no Brasil. Uma das principais precursora do serviço social, foi Mary Richmond, teve fortes influências familiares para seu interesse nas crenças, espiritismo e políticas sociais. Com pensamento crítico e uma atitude solidária para com os pobres, necessitados e deficientes. Mary Richmond nasceu em 1861 em Belleville e viveu em Illinois até 1928. Seus pais morreram quando Mary era muito jovem, o que a obrigou a viver com sua avó e tias em Baltimore, Maryland. Sua avó era uma sufragista ativa das mulheres, que era conhecida por ser uma espiritualista. Ela cresceu sendo constantemente cercada por discussões de sufrágio, espiritismo, crenças e políticas e sociais. Graduou-se da High School aos dezesseis anos e foi morar com uma de suas tias em Nova York, até que ela ficou muito doente e deixou Mary para se defender por si mesma, deixando-a em situação de pobreza. Depois de viver na pobreza por dois anos em Nova York, ela voltou para Baltimore, onde trabalhou por vários anos como guarda-livros, e tornou-se extremamente envolvida com a Igreja Unitária e desenvolveu boas habilidades sociais. Em 1888, ela se candidatou a um emprego como Tesoureira Assistente com a Charity Organization Society (COS). Esta organização aconteceu em várias cidades, e foi à primeira organização a desenvolver uma profissão de trabalho social estruturado, que prestava serviços aos pobres, deficientes e necessitados. Demonstrou suas qualidades de líder, professora e teórica prática, sua capacidade de explicar a missão da organização e o propósito de arrecadar dinheiro para suportar os serviços que a organização fornecia, resultou no seu apontamento como a primeira secretária-geral da mulher do COS. Ela acreditava que era necessária uma formação adequada para ajudar as famílias pobres, a gerenciar e mudar suas circunstâncias. Foi durante seu discurso histórico na reunião anual da Conferência Nação de caridade e de correção em 1897 que ela articulou suas crenças e chamada para as escolas para treinar assistentes sociais profissionais. Ela sentiu que a profissionalização dos visitantes amigáveis significaria que as famílias pobres receberiam um tratamento melhor e Richmond trabalhava diretamente com as famílias na organização de caridade. Além de sua defesa para profissionalizar o trabalho social, ela também ajudou a pressionar por uma legislação sobre a habitação, saúde, educação e trabalho. Ela prestou especial atenção às questões relativas ao bem-estar de crianças e mulheres. O Sistema Capitalista é a concentração de riqueza e acumulação do capital que pertence a um grupo de maiorias, que tem cada dia mais a classe trabalhista em seu poder, apropriando - se da mais valia e exploração da força de trabalho, aumentando em grande quantidade o exército industrial de reserva, aumentando a pobreza, a miséria, o desemprego. Sendo que a classe trabalhadora tem sua força de trabalho como meio de sobrevivência, e os meios de produção e reprodução do capital é a exploração dessa compra e venda da força de trabalho, que era midiatizada pela posse privada aos meios de sua produção ao capital. O que predominava neste período era o modelo Fordista, que era um sistema de produção criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, que tinha como característica principal, a fabricação em massa, criado para sua indústria de automóvel. Esse sistema é baseado numa linha de montagem, Ford pretendia combinar produção em massa com o consumo em massa, o que levaria a sociedade a uma mudança de comportamento no mercado. O método de trabalho fordista, com sua metodologia de produção em massa e dos acordos coletivos com os trabalhadores, foi mais uma forma de regulação das relações sociais, em condições políticas determinada. Essa nova forma de produção ganhou força após a segunda guerra mundial que disciplinou os trabalhadores nas novas formas de organização racional da produção, cujo objetivo final era jornada de trabalho, otimizando o processo de valorização do capital. “Ao Keynesianismo agregou-se o pacto fordista – da produção em massa para o consumo de massa e dos acordos coletivos com os trabalhadores do setor monopolista em torno dos ganhos de produtividade do trabalho. O Fordismo, então, foi bem mais que uma mudança técnica, com a introdução da linha de montagem e da eletricidade: foi também uma forma regulação das relaçõessociais, em condições políticas determinadas.” (Behring, Boschetti, 2008:86). Em 1916, Ford contratou assistentes sociais para que o trabalhador e a indústria pudessem compreender as novas relações de trabalho, e adaptar - se à conformação das novas propostas pelo capital. O assistente social assume novas posturas coercitivas para promover a aceitação do conformismo mecanista, desenvolvendo um novo tipo de trabalhador coletivo. Deste modo, a constituição desse novo - o homem coletivo - pelas exigências produtivas do capital, isto é, "esculpido pelos martelos do tecnicismo e não mais sob o primado do econômico e não mais sob o primado da natureza humana, da diversidade cultural ou das histórias humanas [...]”. (Marina Maciel Abreu. 4ª Edição, CORTEZ 2011,47) Houve então, uma maior necessidade do assistente social ocupar um papel educativo, para que o trabalhador e as indústrias pudessem compreender as novas relações de trabalho, no âmbito do Fordismo e Taylorismo, que constitui uma forma renovada para que essa ocupação de organização social pudesse alcançar seus objetivos. Tornar-se-ia essencial à mediação do profissional de serviço social, com a finalidade de propor e organizar essa conformação de forma dinâmica e adaptativa. Foi necessário que uma nova ordem se estabelecesse e que uma nova proposta cultural vigorasse. O profissional do serviço social passou a exercer um papel fundamental quando da institucionalização o seu trabalho e assumiu posturas coercitivas de convencimento e conformismo desenvolvendo a formação de um novo tipo de trabalhador coletivo, ligada às classes operárias, a fim de promover a aceitação do compromisso mecanicista, que assume um caráter próprio com o princípio educativo, principalmente aqueles que trabalhavam na linha de montagem e estabeleceu o desenvolvimento e organização das novas relações de trabalho propostas pelo capital e suas conseqüências. Antes do processo de implantação do taylorismo/fordismo, o trabalhador tinha plena consciência de todo o processo de produção, e era mais envolvido. A partir desse novo cenário, o operário passou a realizar o que Marx chamou de trabalho alienado, no sentido de apresentar-se distante na relação com seu produto, sem conhecimento ou sem acesso ao processo finalizado. A sociedade passou a ser mais desigual à medida que os donos de empresas tornavam-se mais detentores do poder econômico e do controle da produção, enquanto os trabalhadores alienando-se mais ao processo e aos resultados de seu trabalho. Portanto, para Durkheim, é na natureza da própria sociedade que se deve buscar a explicação da vida social, partindo do suposto de que nesta o todo não é igual à soma das partes, mas constituiu um sistema com características próprias, cujo movimento ultrapassa os estados de consciência dos indivíduos, que se explica em função das condições do "corpo social" no seu conjunto. A origem de um fato social deve ser buscada no meio social interno, visto aqui como um organismo social, composto por coisas e pessoas sendo estas o motivo do fator ativo, na qual sua força de trabalho é transformada em mercadoria, tais como máquinas e ferramentas da forma das relações de produção e reprodução do capital. O surgimento do Serviço Social no Brasil ocorreu no final da década de 30, no início do processo de industrialização e urbanização. Nas décadas de 1940 e 1950 houve um reconhecimento da importância da profissão que foi regulamentada em 1957 com a lei 3252 de 27 de Agosto, posteriormente regulamentada pelo Decreto 994 de 15 de Maio de 1962. Foi esse decreto que determinou em seu artigo 6º que a disciplina e fiscalização de exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e os Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS). Com o reconhecimento da profissão, foram criadas as primeiras escolas de Serviço Social, para atender e acompanhar as necessidades e transformações da sociedade, para abrandar as seqüelas deixadas pelo desenvolvimento capitalista. Compreende-se ser de extrema relevância para este estudo, entender que a formação do Assistente Social está associada ao Projeto Ético-Político e que é resultado de uma construção histórica que marcou o Serviço Social Brasileiro. O Projeto Ético-Político é um projeto profissional que foi construído no contexto histórico de transição dos anos 1970 aos 1980, num processo de redemocratização da sociedade brasileira, surge à necessidade de mudança no conservadorismo profissional que se mantinha presente no serviço social. Não houve uma ruptura por completo, surgindo com uma nova roupagem, mais não perdendo o conservadorismo de sua gênese. O amadurecimento do Projeto Ético-Político foi na década de 1990, período onde grandes transformações societárias afetavam a produção, economia, política, estado, cultura, trabalho, marcada pelo modelo de acumulação flexível e pelo neoliberalismo. Considerando que, projeto indica a direção que uma sociedade ou uma categoria constrói para concretizar o que idealizou ou sonhou. O projeto societário tem o seu horizonte à imagem de uma sociedade a ser construída, dirigindo-se a sociedade em seu conjunto. Por isso podemos diferenciar os projetos societários dos profissionais. Ambos são coletivos, mas com magnitudes diferentes. [....] apresentam a auto-imagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam os seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as balizas da sua relação com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas (entre estas, também e destacadamente com o Estado, ao qual coube historicamente o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). (NETTO, 1999, p. 95). Os Projetos profissionais são coletivos da categoria, não inclui apenas os profissionais de campo ou de prática, mas deve ser pensada em um conjunto de membros que dão efetividade á profissão. O Projeto Ético-Político esta alicerçado em três documentos fundamentais para o serviço social que são: O atual Código de Ética Profissional de 1993, a Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93) e as Novas Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social de 1996; O código de Ética foi revisado em 1993, onde constitui democraticamente os direitos e deveres dos Assistentes Sociais embasados em princípios e valores alicerçados no compromisso Ético-Político da profissão. Outro avanço profissional foi a Lei de Regulamentação da Profissão. (Lei nº 8662/93), que substituiu a Lei de 1957, representando a defesa da profissão. Em dezembro de 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), oportunizando as novas diretrizes do curso de Serviço Social (ABESSP). Alem desses três documentos, o Projeto Ético-Político conta ainda com a participação do assistente social, o profissional deve incorporar em sua luta cotidiana uma postura com qualidade profissional, competência, compromisso e priorizando aos usuários eficiência nos serviços oferecidos, esses são componentes elementares na contraditória prática cotidiana do exercício profissional. Vale ressaltar que o projeto Ético-Político não é algo palpável e sim está envolvido com o profissional de serviço social em seu cotidiano, através das ações profissionais, nas intervenções, investigativa e buscando refletir essa prática com qualidades no acesso aos serviços relativos às políticas públicas e programas sociais provenientes da democracia,princípios fundamentais, ética e justiça social. Assim o assistente social se encontra em constantes desafios, visto que os usuários perpassam por processo de vulnerabilidade. O profissional segue almejando, buscando mais conhecimentos entre a teoria e a prática para assegurar aos seus usuários os seus direitos garantidos. Considerando que o profissional materializa a teoria das disciplinas curriculares vista em sala de aula e as experiências adquiridas no estágio supervisionado, e que o mesmo, vivencie no seu cotidiano uma prática profissional com qualidade, uma vez que, o assistente social sempre estará em constante formação. A ética é o princípio que estuda o comportamento, as ações, escolhas e valores humanos. Para que haja equilíbrio e bom funcionamento social, segundo Marilena Chauí, em seu livro Convite à Filosofia (2008), a filosofia ou disciplina denominada ética nasce quando se passa a indagar o que são de onde vem e o que valem os costumes, isto é, nasce caráter de cada pessoa, o senso moral e a consciência moral individual. O pensamento crítico e reflexivo quanto aos valores e costume vigente tem início na cultura ocidental, na Antiguidade Clássica com os primeiros grandes filósofos, há exemplo de Sócrates, Platão, Aristóteles e Santo Agostinho. Sócrates: Sustentou que existe um saber universalmente válido, que decorre do conhecimento da essência humana, a partir de qual se pode conceber a fundamentação de moral universal. Platão: O homem não consegue caminhar em busca da perfeição agindo sozinho, necessita, portanto, da sociedade, da pólis. No plano ético, o homem bom é também o bom cidadão. Aristóteles: O homem que se desenvolve no plano teórico, contemplativo, pode compreender a essência da felicidade e realizá-la de forma consciente. Propôs uma ética do meio termo, onde a virtude consistiria em procurar o ponto de equilíbrio entre o excesso e a deficiência. Santo Agostinho introduziu a idéia de liberdade como livre - arbítrio, isto é, a noção de que cada indivíduo pode escolher livremente entre aproximar-se de Deus ou se afastar dele. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei 1.889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria, um novo aparato jurídico se fez necessário de forma a expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Hoje a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8662, de 07 de Junho de 1993, que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais, que tem a Ética como pressuposto teórico-político que remete para o enfrentamento das contradições postas à profissão, a partir de uma visão crítica, fundamentada teoricamente das derivações ético- políticas do agir profissional, que têm como princípios fundamentais: o compromisso ético- político assumido pela categoria como reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes-autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. Moral é um conjunto de normas de condutas de uma determinada sociedade, que orienta o comportamento humano tendo como base os valores próprios de comunidade, ou cultura. As comunidades e as culturas são distintas entre si, e possuem diferentes sistemas morais para a organização da vida em sociedade que tem os bons costumes e valores que regem a ação humana com um caráter normativo, que precede conforme á honestidade, a justiça e pertence ao domínio do espírito e da inteligência, que é a prática constante do bem e do mal, correspondem ao uso da liberdade com responsabilidade moral que são consideradas virtudes a polidez, a fidelidade, a prudência, a justiça, a coragem, a generosidade etc. Também se opõe a constante prática do mal sem responsabilidade moral que são consideradas vícios a violência, infidelidade, insensatez, injustiça, covardia, mesquinhez etc. Assim a moral refere-se a um conjunto de normas morais e jurídicas que são estabelecidas por membro da sociedade, e ambas se destinam regulamentar as relações nesse grupo de pessoas. As normas morais são cumpridas a partir da convicção pessoal de cada indivíduo, enquanto que as normas jurídicas devem ser cumpridas sob pena de pinicão do Estado em caso de desobediência. A moral não se traduz em um código formal, enquanto Direito sim, que lhe impões repressão. A sansão pelo descumprimento da regra moral é apenas de consciência. As regras da moral vivem principalmente na consciência que as regras do direito são formuladas em códigos e leis. O Dilema Enfrentado no Processo de Formação pelas Alunas do Estágio Supervisionado em Serviço Social foi o tema proposto, e há de se dizer que é um tema muito desafiador no que se refere à busca pelo conhecimento. Os dilemas demonstrados neste trabalho surgiram a partir das inquietações das alunas do curso de Serviço Social em execução dos Estágios Supervisionados. Trata-se de um assunto recorrente, encontrado nas dificuldades que diversos estagiários têm se deparado no cotidiano de suas atividades práticas, principalmente no que se refere ao relacionamento com as partes envolvidas no processo de aprendizagem no campo de estágio. Dentre tantos dilemas observados, propõem-se uma reflexão de uma dicotomia entre o saber e o fazer. O saber pauta no exercício cotidiano de um profissional, que já passou pela fase do saber e encontra-se em outro estágio: a conjunção entre o saber e o fazer. Neste sentido, o profissional deve ter o comprometimento de "ensinar" o fazer para novos alunos, neste caso, os estagiários, enquanto que o orientador acadêmico tem o papel de orientar teoricamente o exercício profissional. A Instituição de Ensino Superior tem a responsabilidade de abarcar os campos de estágio, além de ser a intermediadora entre aluno/supervisor acadêmico/supervisor de campo, articular com os gestores das instituições contratantes dos estagiários e orientá-los sobre a importância correta das atribuições do estágio neste campo. O estagiário deve comprometer-se a conciliar a teoria e a prática, na execução das ações propostas, elaboradas no Plano de Ação do Estágio Supervisionado. No que se refere às dificuldades no entendimento dos papéis assumidos pelos supervisores de campo e alunos, há diferenças e particularidades quanto ao desempenho de suas funções. Algumas vezes, o supervisor de campo é designado a assumir diversos papéis como coordenação/execução/supervisão, restando-lhes um tempo escasso para a supervisão direta aos estagiários. Ainda neste sentido, há situações em que o supervisor de campo possui chefias que dificultam o acesso dos estagiários à prática. Tudo isso compromete o saber/fazer. Quanto ao estagiário, é necessária atenção e conhecimento da teoria aprendida para, então realizar os trabalhos dentro de sua área de atuação com ética, competência, comprometimento, clareza das ações propostas no plano de estágio e ainda estar aberto a novas experiências e aprendizados. Neste ponto de vista, se faz mister destacar que o aluno tem o comprometimento de demonstrar para o campo de estágio e à instituição conveniada para a supervisão que, ele mesmo, representa a Instituição de Ensino Superior e que os referenciais teóricos o conduzirão à formação profissional em bases sólidas. Ainda, o campo de estágio deve proporcionar a correlação desta teoria com a prática desenvolvida pelo profissional de Serviço Social. De acordo com a RESOLUÇÃO CFESS Nº 533, de 29 de setembro de 2008., orientaque o Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócioinstitucional, objetivando capacitá-lo para o exercício profissional, o que pressupõe supervisão sistemática. Diante de tantos dilemas, compete às Instituições de Ensino, esclarecer as instituições as quais se cadastram para oferecer os estágios, receberem os estagiários, de forma adequada de acordo com as normas da Instituição de Ensino e ainda pautada nas resoluções do Conselho Federal de Serviço Social. “[...] uma ação mais direta, agindo através da universidade, criando estrutura que possibilite dar continuidade ao processo de integração aluno/universidade/estágio/mercado de trabalho” Bianchi (2009). O estágio supervisionado de serviço social tem como premissa oportunizar ao estudante o estabelecimento imediato entre os conhecimentos apreendidos e a prática profissional, dando acesso ao desenvolvimento de competências necessárias para o cotidiano da profissão. Os Assistentes Sociais; planeja, elabora e executa planos, programas e projetos sociais; presta assessoria e consultoria a instituições públicas e privadas e a movimentos sociais; orienta indivíduos e grupos, auxiliando na identificação de recursos e proporcionando o acesso aos mesmos; realiza estudos socioeconômicos com indivíduos e grupos para fins de acesso a benefícios e serviços sociais; atua no magistério de Serviço Social e na direção de Unidade de ensino e Centro de estudos (IAMAMOTO, 1992). O estágio é indispensável ao/a estudante sendo fundamental na formação profissional, onde o aluno pratica toda teoria que vai adquirindo no período de formação, isto possibilita ao acadêmico, ampliação de conhecimentos teórico-práticos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo realizado neste artigo consiste em muitas dificuldades e desafios, no que se refere ao Estágio Supervisionado, à ética, na perspectiva da consolidação do projeto ético político. Para a realização desse artigo foi realizada uma investigação exploratória em campo, pesquisa bibliográficas de vários autores, Leis, e consultas em fontes de pesquisas. Assim, o debate sobre o exercício da profissão de Assistente Social, institui momentos de planejamento, com vistas na Instituição de Ensino Superior, Gestores das Instituições Contratantes de Campo de Estágio, a necessidade de estratégias didático- pedagógicas para o fortalecimento da consolidação das Diretrizes Curriculares no campo de estágio Diante de tantas contraversões, “[...] cabem a fiscalização efetivada pelos CRESS’s no que diz respeito ao cumprimento das resoluções pertinentes a defesa do estágio supervisionado no Serviço Social se constituem como iniciativas para a consolidação das diretrizes curriculares”, E a Instituição de Ensino Superior a responsabilidade de ser intermediadora, aluno/supervisor acadêmico, aluno/ supervisor de campo, investigar na instituição, se as atribuições da lei do estágio supervisionado, estão sendo executada pelo estagiário, de maneira correta, e a necessidade de uma articulação com o supervisor de campo, sobre a importância da lei do Estágio Supervisionado Entre tantos desafios, há certas diferenças e particularidades no que se refere ao desempenho das funções em campo. O supervisor de Campo é designado a assumir diversos papéis, como supervisão, coordenação, elaboração e execução, restando-lhes um tempo escasso para a atenção e supervisão direta ao estagiário. Diante de Dantas dificuldades e dilemas, nos levamos para um momento de reflexão quanto à supervisão de campo, que também na sua formação acadêmica passou por essa etapa do estágio, e passou por todo esse processo de teoria e prática, e supervisão sistemática, e que os mesmos sabem do compromisso, da responsabilidade e da ética com a supervisão de estágio. Nós estagiárias levantamos opiniões acerca do estagio supervisionado no campo de estagio, e a proposta é: - Visitas periódicas da Instituição de Ensino no campo de estágio para investigar se as funções pertinentes ao estágio estão sendo cumpridas de acordo com a lei de estágio. - Mudanças Oriundas nas dimensões e limites da Supervisão Acadêmica nas diretrizes curriculares de Estágio. - Comprometimento do estágio com o conhecimento adquirido na teoria e a prática em campo, com a realidade social, dentro do código ético. - Seminários e Conferências para os Profissionais de Serviço Social abordando o tema sobre as Leis do Estágio Supervisionado, o código de ética e a importância de serem aplicadas essas leis dentro da instituição campo. É neste sentido que o Serviço Social tem o desafio de construir bases sólidas, no projeto ético político, no código de ética e na lei do estágio, apresentando em seus Fóruns Regionais de Supervisão de Estágio, relatórios de planejamento didático-pedagógico, norteadores do estágio, para a formação profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABEPSS DIRETRIZES GERAIS PARA O CURSO DE SERVIÇO SOCIAL (Com base no Currículo Mínimo aprovado em Assembléia Geral Extraordinária de 8 de novembro de 1966): ABEPSS DIRETRIZES GERAIS PARA O CURSO DE SERVIÇO SOCIAL (Com base no Currículo Mínimo aprovado em Assembléia Geral Extraordinária de 8 de novembro de 1966): CRESS 17ª Região/ES- Conselho Regional de Serviço Social - Espírito Santo - Regional 17°. Martinelli, Maria Lúcia. Reflexões sobre o Serviço Social e o projeto ético-político profissional. Netto, José Paulo. A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social. (Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional). Behing/Boschette, Elaine Rosseti/Ivonete - Política Social: Fundamentos e história - 9º edição- São Paulo: Cortez 2011 - Biblioteca Básica de Serviço Social. Martinelli, Maria Lucia – Serviço Social: Identidade e alienação - 16ª edição – São Paulo: Cortez, 2011. Iamamoto/Carvalho, Marilda Villela/Raul – Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboço de uma interpretação histórico-metodologica – 30ª edição- São Paulo: Cortez; [Lima, Peru]: CELATS, 2010. Campos, Nelson Palaia Ribeiro - Noções Essenciais de Direito - Edição Especial Anhanguera, São Paulo: Cortez 2012. Cotrim, Gilberto Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas volume único - São Paulo: Saraiva 2010. Código de Ética: Brasil Escola - texto sobre moral - Brasil Escola, ética: http://controlesocialdesarandi.com.br/assistente-social-codigo-de-etica-comentado CFESS RESOLUÇÃO Nº 533, de 29 de setembro de 2008. Emenda: Regulamenta a SUPERVISÃO DIRETA DE ESTÁGIO no Serviço Social: http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf LEI N° 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993 - REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências: http://www.cfess.org.br/arquivos/legislacao_lei_8662.pdf Código de Ética do/a Assistente Social Lei 8662/93: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf Nobre, Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues - Caderno de Atividades – Fundamentos Históricos e Teóricos Metodológicos do Serviço Social III – 3º Semestre – Anhanguera Sites visitados: http://www.abepss.org.br/files/up/ABEPSS%20ITINERANTE%281%29.pdf – ABEPSS Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – Estágio Supervisionado em Serviço Social/desfazendo os nós e construindo alternativas. http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf - Código de Ética do/ Assistente Social http://www.cressrs.org.br/docs/Lei_de_Diretrizes_Curriculares.pdf http://cress-es.org.br/projetoetico.htmhttp://cress-sc.org.br/wp-content/uploads/2014/03/A-efetiva%C3%A7%C3%A3o-do-PEP-no- %C3%A2mbito-da-Assist%C3%AAncia-Social.pdf http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-1.pdf. http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/69/67 http://servicosocialnoceara.blogspot.com.br/2014/02/mary-richmond.html#.VFJaq_nF_fI http://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/sociais-aplicadas/servico-social/o-que-e- servico-social/
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